Enquanto Você Dormia - Coleção de One-shots escrita por Auto Proclamada Rainha do Sul
Notas iniciais do capítulo
VOLTEI!!
Duas coisas antes da história
Essa one foi inspirada em duas músicas da banda Devotchka: Love Letters (https://www.youtube.com/watch?v=V2PXf9nLcoo) e Give me Something (https://www.youtube.com/watch?v=GqF36yLD1hE), o próximo também vai ser inspirada nessas duas músicas.
Leiam minha fic longa, também é Catradora e estou me dedicando a ela, capitulo novo todo domingo: https://fanfiction.com.br/historia/791006/Destino_e_Maldicao/
Catra ainda podia sentir as palavras de Horde Prime a acertando como adagas. Como ousava a chamar de sentimental? Dizer que se importava com Adora? Ela havia sido abandonada por todos e no momento em que eles partiam, os deixava no passado.
Ela era fria e desapegada, bem… Talvez não houvesse sido sempre assim e as lembranças insistiam em trazer isso de volta sempre. Lembranças em que a voz de Adora ecoava em seus ouvidos, flutuando e sobrepondo todo e qualquer barulho externo. Havia uma parte dela que se negava a esquecer, por mais que devesse.
Havia se passado anos desde que destruirá a pessoa que Adora amava, então porque aquele comichão seguia em seu peito. Porque continuava a achar que tudo poderia voltar ao normal.
Queria quebrar algo, destruir a nave de Horde Prime e as princesas, queria destruir a si mesma. No fim ela não merecia qualquer tipo de admiração de ninguém, nem da Horda e muito menos da pessoa que amava. Porque ela ainda amava Adora, mesmo depois de tudo. Amava sua voz e a forma como sua risada ecoava e dominava o espaço, amava a forma como tudo sempre parecera tão fácil para ela.
Foi naquele momento que decidiu ir contra tudo e qualquer coisa para que a loira pudesse ter um vislumbre daquilo que fora um dia. Um vislumbre da Catra com quem dividia a cama e sussurrava no meio da noite, a Catra que uma vez ela poderia ter amado e era apenas isso que a motivava enquanto corria com Glimmer pelos corredores da nave de Horde Prime.
— Adora, apenas escute — era claro o embargo na voz da mulher, o medo transparecendo, mas não dos clones que a seguravam, não do que poderia acontecer com ela, mas sim o medo de que Adora jamais a pudesse perdoar — Eu sinto muito, por tudo.
Ela observou Glimmer desaparecer e então tudo apagou, ela havia desistido de lutar naquele momento. Glimmer estava bem e isso deixaria Adora feliz, nada mais importava.
Agora podiam se afastar e deixar que toda a frota espacial colidisse e se explodisse.
Foi atirada em uma sala escura. Não era como a prisão que a rainha havia ficado, era vazio, desconfortavel e sem esperança. Ela acordou no chão duro e completamente perdida e então ela chorou. Não era a primeira vez que chorava desde que se juntara a Horde Prime.
Se distraiu por um instante, repensando a vida e tudo o que acontecera nos últimos anos. Se distraia muito facilmente nos últimos tempos, também se exaltava com facilidade. Era isso que pensava quando os Hordak clones apareceram para busca-la.
Ela não resistiu em ser guiada por eles até uma estranha piscina e então a colocaram de frente para o Horde Prime. Ela sabia que ele estava dizendo alguma coisa, mas ela não fazia ideia do que era, não se importava o suficiente, fazia o necessário apenas para que tudo terminasse logo e isso significava entrar naquela água.
Sentiu-a cobrir toda a cabeça, afundando até que a consciência a deixasse , ela não conseguia ouvir eles ali, mas via o rosto de Adora, esticou a mão para toca-la, mas não sentia nada dela.
— Não tem ninguém ouvindo você — ela disse, pedindo para que a loira cantasse para ela, gostava de ouvi-la sempre, mesmo se fosse para ouvir coisas que não gostasse. — Eu juro. Só me dê alguma coisa.
Foi quando sentiu a injeção fria tocando seu pescoço em um choque ela percebeu algo que estava esquecido há muito tempo: Adora era a única pessoa em que queria acreditar.
E então tudo se apagou da sua mente.
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