Enquanto Você Dormia - Coleção de One-shots escrita por Auto Proclamada Rainha do Sul


Capítulo 2
Enquanto você dormia


Notas iniciais do capítulo

Esse foi o capitulo que deu origem ao nome, ele já tava escrito desde novembro do ano passado depois do fim da quarta temporada e acrescentei umas coisinhas para postar.
Espero que gostem



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Tudo havia começado há muitos anos. Elas tinham pouco mais de seis naquela época e os pesadelos com as princesas era algo terrivelmente comum entre todos eles e as crianças costumavam se misturar e dividir as camas quando a Sombria e os guardas se afastavam das portas.

Menos Catra e Adora, elas tinham as duas camas mais afastadas e por mais que a loira fosse amiga de todos ali, nunca dividia a sua cama com eles, ao menos não até aquele dia.

Ela havia tido um pesadelo e acordou assustada para encontrar a menina gato na sua frente se debatendo na cama e arranhando os lençóis.

Adora se levantou e caminhou até a cama dela. Já havia sido arranhada antes, Catra não era exatamente a mais sociavel das crianças, mas era sua amiga e mais ninguém parecia enxergar ela desse jeito.

— Catra? — ela chamou baixinho, tocando as mãos serradas da gatinha com suas mãos gordinhas.

Ela acordou em um salto, se prendendo com as garras no domo da cama. Adora queria rir e confessou isso várias vezes depois, mas naquele momento ela engoliu a vontade e manteve a cara série.

— Que foi Adora? — Catra perguntou de forma ríspida.

— Você estava tendo um pesadelo?

A gata pensou em responder, mas engoliu as palavras e desceu do dossel para encontrar sua única amiga ali. Adora tinha os cabelos mais escuros no meio da noite com os olhinhos azuis brilhantes enquanto a encarava.

— Você quer deitar comigo?

Ela olhou em volta, a mãozinha esticada em sua direção enquanto as outras crianças já estavam dormindo tranquilas em camas compartilhadas. Ela hesitou por um instante, o sorriso banguela de Adora apareceu e aquilo pareceu destruir tudo dentro dela. Pegou a mão e então a seguiu para a cama da frente.

Adora se deitou e esticou a coberta para ela se enfiar entre elas e então se envolveram em um abraço confortável e ela jurou que nunca mais se deitaria com a amiga de novo.

É claro que ela não cumpriu essa promessa.

No dia seguinte, ela já estava parada em frente a cama de Adora, com o rosto virado para o canto, não queria encara-la. Foi quando a loira ergueu a coberta e a convidou para se deitar.

Com o tempo as crianças pararam de dividir a cama, mas não Catra e Adora. Na verdade passaram a ficar cada vez mais próximas na cama, com as pernas entrelaçadas e, não era incomum que Catra deitasse a cabeça sobre o peito de Adora para dormir.

Foi só quando tinha seus 13 anos que tudo mudou entre elas.

Estavam acordadas depois do horário, sussurrando e brincando, torcendo para que os outros não pudessem ouvi-las. Já haviam se acostumado a essa rotina quase que diária.

— É impossível dormir com você — dizia a gata, mantendo sua voz baixa enquanto segurava os braços de Adora enquanto simulavam uma luta. — Passa a noite inteira lutando.

— Eu tenho que estar pronta para nos defender se uma princesa atacar — respondeu a loira soltando os braços antes de responder — Afinal eu sou a mais forte.

Catra riu. Já fazia um bom tempo que ela não brigava pelas implicâncias, ao menos não as de Adora.

— Eu venceria de você e de todas as princesas — ela respondeu, segurando os braços da amiga e apoiando a mão em seus ombros, empurrando-a de costas contra a cama. — Como eu estou fazendo agora.

Adora mal tivera tempo para entender o que acontecia. Sabia que estava rendida, sentia os pés e joelhos de Catra bloqueando o movimento de suas pernas enquanto as mãos prendiam seus braços sobre a cabeça, mas seus olhos estavam ocupados demais encarando os olhos dispares da amiga para pensar em qualquer coisa e elas estavam tão próximas.

Claro que já haviam estado naquela posição várias vezes, era uma posição de luta comum, mas tinha algo diferente ali no meio da escuridão da noite sem ninguém por perto.

Ela nem teve tempo de falar nada antes que Catra se deitasse enrolada em seus pés.

— Catra…? — ela falou depois de um suspiro profundo.

— É melhor dormir aqui, eu apanho menos — ela respondeu, erguendo a cabeça com um meio sorriso — Certeza que você venceria as princesas se elas dormissem com você.

Agora ela estava sentada no batente da janela do castelo de uma princesa. Não qualquer princesa, mas a líder da rebelião encarando uma cama grande com um colchão muito mais macio do que ela estava acostumada.

Adora se mexeu na cama a sua frente e então espreguiçou e abriu os olhos azuis, piscando no quarto mal iluminado e então se levantou e caminhou em direção a Catra.

— Então não vai dormir hoje? — ela perguntou, esticando a mão que foi amparada pela da gata — Passar a noite encarando o lado de fora.

— Eu tava vendo se é seguro deitar com você — ela respondeu beijando a mão pálida antes de puxá-la para mais perto, fazendo-a cair em seu colo — Saber se você ainda passa a noite lutando.

— Não precisa se preocupar que a cama é grande o suficiente — respondeu Adora, se desfazendo do abraço e levantando — E você sempre pode ir dormir nos meus pés. — Catra nunca conseguiu resistir quando Adora a puxava pela mão até a cama e desse vez não era diferente. — Eu acho que nunca tive a chance de me livrar daquele bloqueio.

— Você não conseguiria se livrar daquele bloqueio de jeito nenhum — respondeu a gata a empurrando contra a cama, os joelhos e pés bloqueando os movimentos de Adora enquanto as mãos seguravam seus punhos em cima da cabeça.

— Isso é um desafio? — Catra não respondeu, tinha um sorriso malicioso em seus lábios — Eu conheço o seu ponto fraco — ela sussurrou, aproximando os lábios das orelhas que se mexeram em alerta apenas um momento antes de Adora os descer até os lábios.

Antes que pudesse reagir, Catra já estava sob o corpo da loira que não se preocupou em bloqueá-la, era fácil derruba-la daquela posição e retomar o domínio, mas estava distraída demais observando Adora prender os cabelos.

— Você nunca faria isso na Horda — respondeu Catra, sentindo as mãos pálidas a prenderem contra o colchão.

— Então ainda bem que não estamos na Horda.

— Ainda bem — ela respondeu, observando Adora selar o resto do espaço entre elas.


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