O Fim da Batalha:

Saga tenta matar Saori com suas próprias mãos. Meus amigos e eu nos levantamos para protegê-la. Os Cavaleiros de ouro ameaçam lutar em nosso lugar, mas ainda queríamos continuar, lutaríamos até o fim. Hyoga, Shiryu, Shun e eu tentamos um ataque simultâneo, mas nem a "Cólera do Dragão", "Tempestade Nebulosa", "Execução Aurora" e "Tempestade de Tygra" juntos eram suficientes.

Seiya se levanta novamente, mesmo sem os sentidos, seu cosmo se eleva e se une ao meu e dos outros amigos, liberando um ataque poderoso como nunca. A queda de Saga causa um buraco no chão, mas mesmo assim ele se levanta. Nunca tínhamos visto tamanho poder. Eu não podia acreditar que era o mesmo Saga que todos acreditavam ser quase um santo. Devia haver um modo de fazê-lo voltar a ser quem era, mas como? Levantei-me com o que me restava de forças e olhei em seus olhos, repletos de maldade, mas era tão superficial quanto o brilho da lua na superfície de um lago.

- Saga... Este é você? O que está fazendo? Você não é assim...

- Cale a boca menina! Quem você pensa que é?

- Eu sou aquela que você tentou matar a quase onze anos atrás, mas eu quero acreditar no que as outras pessoas pensavam de você, no que ouvi meu mestre falar de você, que é bom e justo, na verdade.

O olhar dele se encheu de incredulidade e surpresa, houve um breve silêncio, e o Saga feito de maldade parecia ter medo.

- A Amazona do Tigre Dentes-de-sabre, é você? Como?

Eu estava sem a máscara agora, de modo que Aldebaran me reconhecera, Hyoga e Milo me conheciam, e Shun já vira meu amuleto, mas as faces de todos os outros se encheram de espanto perante a revelação de Saga.

- Meu irmão me salvou naquela noite, e eu me escondi na floresta. Eu sempre fui muito acostumada com as matas daquela região, mesmo que fosse muito nova, por isso consegui sobreviver. Agora detenha-se, Saga, e volte a ser quem era antes!

Seus olhos mudaram, não havia mais maldade, só a dor do profundo arrependimento. Ele lutava consigo mesmo, com todas as forças.

- Eu... não consigo. Não posso detê-lo.

- Pode sim. Eu acredito em você.

Mas, de repente, ele volta a ter o olhar demoníaco de antes.

- Cale-se! Agora você foi longe demais, não tem o direito de incitá-lo a me vencer! O tolo Saga está morto, eu o venci!

-É mentira, está mais vivo que nunca.

- Já chega!

Ele tenta me atacar, não tenho tempo de tentar me defender. Mas no mesmo instante, a voz de meu irmão se manifesta em minha direção: "NALA!" Ele se põe na minha frente para me proteger, caindo de joelhos logo depois.

- Milo! Irmão, por que?

- Eu já te machuquei demais, é meu dever proteger minha irmãzinha.

Ele falava com um doce sorriso, apesar da dor. Que saudades eu tinha daquele sorriso...Cheguei a pensar que nunca mais o veria. Neste momento, Saori se põe na frente de Saga:

- Meus Cavaleiros já sofreram demais com isso, é minha vez de protegê-los. Saga, dê-se por vencido, detenha-se enquanto é tempo.

- Nunca! Minha vitória é certa, não me vencerão!

- Você poderia me atacar, Saga? Atacar Atena? Venha, estou pronta.

Saga ataca, sob os olhos incrédulos de todos. Não houve sequer tempo de tentar impedi-lo, mas Atena continuou de pé, não fora atingida. Na luta contra si mesmo, Saga puxou o cetro de sua mão, atingindo o próprio corpo.

- Saga! O que você fez? – diz ela, espantada.

- Me desculpe... Atena. Eu não queria machucá-la. Eu queria poder lutar pela paz e justiça ao seu lado... Perdão.

- Saga...

Estava morto, tirara a própria vida para não pecar mais, para se redimir de suas atrocidades. Pouco antes de perder a consciência, lembro-me de seu olhar ainda se voltar para mim: "Nala... obrigado... por acreditar em mim". Uma lágrima ainda escapou-me dos olhos, e desmaiei nos braços de meu irmão.

Continua...