Abusivo: A história que ninguém conta escrita por Pauliny Nunes


Capítulo 13
Capítulo 12




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Tranco a porta, mesmo o meu instinto implorando para que fizesse o oposto.

Balanço a cabeça recusando a me escutar. Não era certo a minha partida, mesmo achando que sim. Viro-me  para Jean que está olhando para o chão, sua tristeza era palpável. 

Dou passos lentos em sua direção até ficar próxima a ele, seu corpo estava tão quente que não precisava tocar para sentir. Seguro seu  rosto entre minhas minhas mãos e o faço olhar pra mim. Seu olhar estava distante, vazio e suas lágrimas estavam presas no canto dos olhos... Beijo seus olhos  suavemente com o intuito de parar aquela tristeza que eu o causei. Como eu estava sendo injusta com aquele homem que foi tão bom para mim? Um homem que me ama e deu o mundo para mim?  A única coisa que ele sempre me pediu foi o meu carinho, meu toque e... meu corpo.

Deslizo minhas mãos por seus braços até chegar suas, seguro firme e o guio para o quarto. Ao mesmo tempo que caminho para o quarto com ele, minha garganta dá um nó, pode ser o nervosismo de toda aquela noite, mas sei que o certo é retribuir, afinal não custa nada fazer um gesto de amor por ele.

Ao entrarmos no quarto, me afasto um pouco de Jean sem parar de olhar em seus olhos e tiro meu vestido lentamente até cair ao chão. Minhas mãos deslizam para o fecho do meu sutiã que retiro devagar, sendo apreciada por ele. Toco em minha calcinha com certo receio, então a deslizo pela minhas pernas até os pés que se erguem, livrando da minha última peça de roupa..  Mesmo querendo me exibir, meus braços tentam tampar um pouco a minha nudez. Nenhum homem havia me visto assim, mas o olhar e o semblante de admiração de Jean me dão a confiança que precisava.

Eu beijo seus lábios , faço suas mãos tocarem em meu corpo para me explorar. Suas mãos ávidas percorrem com facilidade cada centímetro, enquanto uma mão aperta um dos meus seios, a outra está em minha bunda. Então ele me ergue em seus braços e  me guia para a cama, onde apenas me deito enquanto o observo retirar suas roupas. Até que ele se deita por cima de mim.

Ele me olha nos olhos, chegando no fundo da minha alma de um jeito  sombrio. Sinto-me uma ovelha e ele um lobo que está preste a me devorar. Sua boca desliza pelo meu pescoço e começa a fazer uma trilha de beijos por meu corpo fazendo algumas paradas. Primeiro em meus seios,  os sugando, de forma feroz, a ponto de eu sentir dor. Prefiro não exclamar o que estou sentindo para não o chatear, já que ao meu ver esgotei minha cota. 

Jean continua em sua trilha de beijos até chegar em meu umbigo, mas ele retorna ficando por cima de mim, seu peso era quase sufocante.  Beija a minha boca de maneira ardente e sinto uma dor forte... Ele me penetrou. 

Aperto seus braços com toda a minha força e em seguida  o lençol da cama para suportar aquela dor. Jean morde meu meu pescoço entre gemidos, enquanto olho para o teto segurando minhas lágrimas. Cada vez em que ele empurrava seu quadril contra o meu, sentia que estava sendo rasgada… Não era nem de perto o que mostram nos filmes e tudo o que desejava era que acabasse logo para não sentir mais aquela dor.  

Então minha mente foi para longe e perco a noção de tempo. Só volto a mim , quando Jean coloca uma das  mãos em meu pescoço, apertando, ao mesmo tempo em que aumenta a força contra meus quadris. Tento gritar, mas o grito fica preso junto com o ar em minha garganta. Meu pulmão parece que vai explodir, estou sufocada. Então  ele geme mais alto e sinto ser preenchida por algo quente.

Ele se joga ao meu lado com um sorriso nos lábios, mas logo levanta e vai para o banheiro. Cubro-me com o lençol da cama, envergonhada.  Sinto-me suja, meu estômago embrulhado e uma dor que percorre meu corpo. 

Eu não consigo sair daquela cama, apenas fico deitada olhando para o teto escutando o chuveiro ligado, sentindo as lágrimas rolarem pela minha face. Tudo que eu mais queria é ir pra minha casa e dormir na minha cama...feito o que meu instinto me pediu.

 

— Venha tomar banho - pede Jean erguendo seus braços em minha direção.

 

Levanto com certa resistência da cama , me enrolo no lençol e  caminho em sua direção, parando em sua frente. Jean sorri e então beija minha testa com carinho, suas mãos deslizam pelo meu rosto , acariciando meus cabelos. Fecho meus olhos enquanto sinto seus toques, torcendo para que seja apenas carinho e não uma segunda vez… 

 

Os toques do meu namorado cessam e então abro meus olhos, o encontrando parado em frente a porta do seu guarda roupa. Respiro aliviada e então entro no banheiro, dando de cara com seu enorme espelho.

Ali estava a imagem de uma garota  de cabelos bagunçados, vestígios de batom espalhados pelo rosto que se misturam com o resto de maquiagem.Em seu pescoço, alguns pontos de sangue coagulado e marcas de dedos. 

 Solto o resto dos  meus cabelos que ainda estavam presos no que foi um coque.  Flashs veem a minha mente a todo instante, enquanto tento tirar minha maquiagem. O lençol desliza pelo corpo até os meus pés, e minha respiração aumenta gradativamente conforme minha mão toca em outros pontos avermelhados. Então noto que entre minhas coxas  possuem marcas de sangue. Coloco minha mão trêmula por entre elas e confirmo minhas suspeitas. Olho por um tempo os meus dedos até aceitar que realmente tinha acontecido… que escolhi o Jean como o primeiro homem a me tocar. Lavo minhas mãos freneticamente, até que não fique nenhum rastro.

 Ainda assim me sinto suja e então entro chuveiro, ligando o mais forte possível e então esfrego todo o meu corpo até me sentir limpa. Ainda deixo o chuveiro ligado enquanto reflito sobre essa noite que sei que é apenas a primeira de muitas. Busco em meus pensamentos qualquer parte boa daquele momento com o Jean. Sei que há… então me apego ao jeito como ele me conduziu até a cama. Aquilo foi romântico. Quando ele se declarou pra mim antes… de tudo. Suas lágrimas e eu o confortando… 

 

— Catarina? - chama Jean batendo porta do banheiro — Está tudo bem?

—Sim - respondo enquanto desligo o chuveiro. — Um minuto.

 

Saio do box e pego o roupão dobrado no aparador. Pego uma das toalhas de banho e ajeito sobre meus cabelos molhados , a transformando em um turbante. Em um minuto já estou abrindo a porta do banheiro e me deparo com Jean terminando de arrumar a cama. Ele está de samba calção e sem camisa, bem relaxado para alguém que deveria me levar para casa.

 

— Você não vai me levar para casa? - questiono , séria 

—Hoje? De jeito nenhum. Está tarde demais e estou muito cansado… ainda bem que amanhã é domingo. Venha se deitar ao meu lado. Quero aproveitar ao máximo a nossa primeira noite juntos. - responde Jean deitando do lado direito da cama enquanto ligava a televisão.

 

— Eu realmente não estava esperando dormir aqui... não tenho nem roupa. - comento enquanto procuro minhas roupas que desapareceram do quarto.— aliás, onde estão  as minhas roupas?

— Eu as coloquei para lavar. Separei para você uma camiseta e uma bermuda para que possa dormir confortável. Claro que não faço nenhuma objeção se quiser dormir sem elas. - comenta Jean com um sorriso lascivo nos lábios.

— Obrigada. - agradeço, nervosa.

 

 Pego a roupa que estava dobrada do lado esquerdo da cama, sendo observada por ele , então me viro de costas para o Jean e visto sua roupa. Respiro fundo e deito na cama, um pouco longe do Jean que percebe e me puxa para perto do seu corpo, fazendo com que minha cabeça se deite sobre seu peito. Sua mão fica deslizando pelas minhas costas e em alguns momentos chegava a minha orelha.Escuto sua respiração ao mesmo tempo em que tento prestar atenção no filme que está passando, mas a verdade é que estava apenas torcendo para que ele dormisse logo e eu também. Então ele começa acariciar a minha cabeça e os meus olhos se rendem, se fechando finalmente. 

 

 

 ****

Desperto com a sensação de ter tido um pesadelo que envolvia a mim e ao Jean, onde brigávamos e então acabávamos transando… Então me viro e o encontro do meu lado dormindo e o meu sonho era real.. Levanto da cama e caminho pelo apartamento em busca das minhas roupas. Faço um pequeno tour até encontrar a área de serviço, onde elas estão estendidas.  Pego-as e me troco ali mesmo,dobrando as roupas emprestadas. Volto para o quarto, entrando no banheiro , onde termino de me arrumar. Abro o armário debaixo da pia a procura de uma escova de dentes que pudesse usar, então encontro algumas embalagens de escovas fechadas e escolho uma rosa para combinar com a vermelha do Jean..

Escovava meus dentes quando a porta do banheiro se abre, abruptamente, me dando um susto. Jean entra e me dá um beijo no rosto, então caminha em direção ao sanitário, onde urina. Tento agir com naturalidade diante daquela cena, levar em conta que agora somos bem íntimos.   Então ele volta para o meu lado e liga a torneira da segunda pia, lavando suas mãos. 

 

  — O que deseja para o café da manhã ? - pergunta Jean me encarando pelo espelho.

— Teremos um café  da manhã? - pergunto, surpresa. Escovo mais um pouco , então cuspo  a pasta — Achei que fosse me levar direto para casa…

—Namorada minha não vai pra casa com fome de jeito nenhum. - explica Jean , sorrindo ao mesmo tempo em que arruma sua pasta de dente — Saiba que sou o melhor cozinheiro de omelete que você terá o prazer de conhecer nessa vida. 

—Essa eu quero ver - comento após o bocejo.

 

 Pego a toalha e saio secando o meu rosto. Fico feliz que pelo menos a manhã seguinte começou em um clima de paz e alegria, em nada lembrava a noite anterior. Procuro minha bolsa de mão e a encontro jogada na sala de estar. Abro e pego meu celular que está com pouco bateria e  várias ligações perdidas: Todas das meninas . Sorrio já imaginando o quão ansiosas elas devem estar para saber sobre a noite passada a ponto de ficarem me ligando. Disco para Tiemi que é a última ligação perdida, já com a resposta na ponta da língua:

Até que enfim, você atendeu! — exclama Tiemi do outro lado da linha.

— Nossa, vocês são impossíveis , sabia? - comento com falsa indignação— Será que não dava para esperar eu chegar? 

Amiga, escuta…

— A gente fez ,tá bom. Aconteceu… foi estranho.  enfim, a gente transou, já que estão tão curiosas assim - revelo, envergonhada — Pronto, agora podem ficar em paz?

Catarina, você tem MEIA HORA PARA APARECER AQUI, ESTÁ ME ENTENDENDO? 

— Mamãe?


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