As Volturi: Throne of Blood escrita por Noxy, MyClaire


Capítulo 4
Decisione




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O terror dos seus rostos atormenta cada sonho. Os gritos para o vão ecoavam pelas árvores da floresta, pela minha mente. Nem uma pessoa sequer ouviu seus pedidos de ajuda; os pedidos que nunca vou esquecer. Eu tinha o poder de ajudar, de alguma forma eu sei que sim. Eu fui fraca. 

Todos dias a mesma sensação vem me atormentar e lembrar daquele dia. A fome por sangue. Todos os dias eu tenho que enfrentar os olhares de terror das minha vítimas. Evito o máximo que posso, bebo em dobro para não matar mais ninguém. 

A anos vivo sozinha nas ruas deste estranho país. Felizmente Félix não me segue a meses ou talvez ele soube que não poderia me ajudar. Eu sou um caso perdido. Uma sanguessuga para ser exata. Na manhã do mesmo dia minha pele também havia mudado; minha pele morena brilhou. Minha pele era como um prisma, refletia todas as cores. O efeito era fraco comparando com Felix, mas ainda era belo. Era a primeira vez que minha pele tinha sido tocada pelo sol. Eu passava parte do dia admirando minha nova aparência.

Para cobrir a minha pele eu usava um casaco de couro marrom e calças pretas. Era o único jeito que eu poderia socializar e está com um pouco da população. Os meus cachos escondia meu pequeno rosto de olhares curiosos. 

Cada pessoa tinha uma essência. Uns eram doces, outros amargos e alguns salgados. A minha essência preferida era a mistura do doce com um pouco de salgado. Minha língua passou pelo meus lábios lembrando da doce essência da minha vítima anterior. Desde do acidente eu nunca fui a mesma, tirando o fato que eu bebo sangue, a cada dia eu aprendo sobre o mundo e seus jeitos ignorantes. 

As ruas de Londres nunca paravam; nem por um segundo as ruas ficavam vazias. As luzes me incomodavam um pouco mas eu as amava. Eu amava Inglaterra por inteiro. As pessoas não eram as melhores, elas mal tinham tempo para falar um oi sequer. Paris era bem pior, especialmente com estrangeiros, como eu. 

O sol desceu para descansar e a lua subia para tomar seu lugar lentamente. Aos poucos o movimento foi acalmando, alguns homens rodeavam as ruas. Vigilantes com suas lanternas iluminando os caminhos onde iam e verificando se estava seguro. Evitei o pequeno espectro de luz, e andando pelas sombras sem ser suspeita. Por mais que não estava com fome também não tinha sono. Só alguns dias da semana que o sono vinha ou quando eu me alimentava mais que devia. Vagar pelas ruas de Londres era minha única opção. Andar pelas mesmas ruas já me cansava, talvez amanhã devo visitar outro lugar onde não havia sol de preferência. 

De leve eu tive a sensação de ser perseguida. As perseguições eram frequentes principalmente depois do acidente. O grande acidente como eles dizem. Essas perseguições idiotas já estavam estourando minha pequena linha de paciência. Em um piscar de olhos eu estava atrás do meu perseguidor. 

“Eu não vou.” 

Félix virou para me encarar. Como eu, ele também estava cansado desse jogo de gato e rato. Por dias ele vem atrás de mim desde da ultima vez que nos encontramos. 

“Você vai,” odiava quando Félix tentava ser durão. Quando viu que minha feição continuava séria ele amoleceu, um pouco. “Marie não faça de difícil.”

Rolei meus olhos e andei para longe dele. Eu sei que ele está acompanhando cada passo meu mas eu não queria ver a cara de nenhum deles, pelo menos não agora. 

“Vocês acabaram com a vida que eu tinha. Você Félix, eu o amava e você me transformou em um monstro. Eu não quero nada com Aro e os Volturis. Me deixe em paz!” 

“Do que está pensando?” 

Quando eu pensava que estava livre de Félix, ele aparece de surpresa aonde eu estivesse. Eu não o odiava pelos acontecimentos mas o odiava por me deixar e voltar como nada tivesse acontecido. Felix, minha droga preferida.

Meus pensamentos me fazem levar a uma outra dimensão. Sorri com sua pergunta ingênua, ele realmente se preocupava mas isso mudou há alguns dias. 

“Por que está aqui?” 

“Os Volturi a chama.”   

Ele balançou a cabeça de leve e deu um pequeno sorriso. Em um pulo ele estava em minha frente pronto para partir. 

Félix não estava sozinho dessa vez. “Tenho escolha?”

“Não querida Marie.”

O guarda abaixou o capuz revelando um dos homens mais bonitos que meus olhos já posaram. Seu rosto pálido delicado contendo dois grandes olhos vermelhos vívidos, uma poça de pimentas malaguetas, sutis porém ardiam onde repousavam. A beleza angelical do homem deslumbrava e chamava a atenção de poucos ao redor. Ao perceber da atração indesejada ele retornou o capuz, escondendo seus ricos cabelos de carvão. 

“Está na hora de tomar seu devido lugar ao meu lado.”

“Aro.” Seu nome saiu como um rosnado de meus lábios. Minha respiração parou quando seu olhos fixaram me encarando de cima para baixo. Por um segundo vi algo contrário de todos os rumors cercados por Aro, havia carinho. Meu coração apertou, e me deixou sem saída. 

“Felix.” 

Com uma palavra Félix se foi. Segui Felix partir em segundos, com inveja. Lentamente olhei para o rosto de Aro. 

“Marie, precisamos conversar.”

Aro tomou partida, estendeu sua mão esperando a minha para me guiar. Meus lábios se negavam a falar ou qualquer parte de meu corpo de mover. Sem paciência ele dobrou os dois braços atrás de suas costa e continuou a andar. Minhas pernas finalmente responderam a algo. Elas o seguiram quietamente longe de todos. No meio do céu estrelado a lua minguante iluminava poucos cantos da terra e seu brilho tocava o rosto de Aro gentilmente, e os mesmos sendo refletido de volta em vários aspectos, não tanto como os raios do sol. A bela imagem a minha frente era impossível tirar a atenção. 

“Eu não posso.”

“Eu deixei você aproveitar anos, está na hora de você saber quem realmente é, e clamar seu direito na família Volturi.”

Um segundo se passou.

“Somos diferentes. Unicos.” 

Ficamos admirando o sol partir e Félix chegou com o outro guarda. 

“Estamos indo.” Ele se virou para mim, “Então?”

Suspirei sabendo que Aro nunca desistiria. Ainda havia várias perguntas sobre quem eu era e como as coisas funcionavam. Talvez estava na hora de finalmente tomar o que era meu de direito, um lugar na corte da família mais temida da terra. Eu não aguentava viver com o peso das mortes, já era a hora de deixar tudo para trás. Fechei meus olhos procurando paz. Não existia nenhuma. Cada momento que se passou desde do meu aniversário passou diante dos meus olhos, o gosto e a adrenalina ressaltaram, me lembrando quem eu realmente era, um monstro sem arrependimento. 

    “Ainda não é a hora” 

Em meu consciente uma hora eu deveria me juntar a guarda mas ainda havia algo que faltava. Eu não queria ir e completar o monstro em mim. O pensamento de deixá-lo dominar deixava calafrios na minha nuca. Um dia, mas não hoje. 

 

 

 




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