As Volturi: Throne of Blood escrita por Noxy, MyClaire


Capítulo 2
Prima


Notas iniciais do capítulo

Ola, meus amores. Agora a historia esta andando temos novos personagens e um que todos conhecem, hehehe.
Aproveitem!!!



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1946

Qual seria a melhor resposta para alguém que perguntasse se eu sinto falta da minha família? 

Eu gostaria de uma resposta melhor que um simples sim. 

Sim eu sinto falta da minha mãe. Mesmo nunca a conheci mas imagino momentos que me dá chocolate escondido ou irmos para a biblioteca e me conta as mais terríveis histórias de terror, tardes juntas tomando chá em Londres ou em nosso castelo. Assim que imagino como nossa vida seria. Sim, eu sinto falta da minha mãe, e gosto de imaginar que ela me amava tanto quando eu a amo. Mas eu nunca poderia falar isso, a minha sincera resposta. Então simplesmente falo sim mas nem tanto. 

Todos sorriam quando chegava o tempo de férias. As meninas corriam para os carros sabendo que ficariam longe daqui e quem sabe perto de seus pais. Eu não, eu seria as poucas a ficar e trabalhar na escola. 

“Por que está aqui?”

Eu observava os carros chegar na entrada da escola. Eu não podia controlar a raiva que eu sentia em ver a maioria das meninas indo embora por mais que eu as odeio. Larguei a vassoura da minha mão e a joguei longe e quase acertei na cara da menina que me perguntou porque eu estou aqui. Não era óbvio? Eu não era bem vinda em minha própria casa. O amor que existia desapareceu e cresceu o desespero e a angústia porque eu existia. Por minha causa perdi tudo, por uma escolha boba. 

A menina me olhava pasma. Dei um pequeno e forçado sorriso e sai daquele lugar. O céu se fechou e relampiava um pouco, algumas das meninas pulavam e outras estavam ocupadas fechando a mala. 

Grunhi de raiva e me tranquei no meu quarto. 

“A pobre Marie vai ficar novamente trancada nesse inferno.” 

“Não é novidade.”

“Aberrações como ela devem ficar trancadas.” 

O pior de ficar aqui era minha habilidade de ouvir basicamente quase tudo. Minha vontade de quebrar a porta delas e arrebentar elas era enorme.  

Poucos sabiam da minha condição especial e mantiveram em segredo, minha família conseguia ser bem persuasivo em certas ocasiões. Minha família que nunca se mostrou presente e se importa de me ver. 

A porta do meu quarto bateu, esperei parar mas ela bateu novamente.

“Marie por favor abra”

Pulei de minha cama e abri. O senhor Adam, o cozinheiro, me visitava sempre que podia para ver se como eu estava. 

“O senhor está bem?” Suas mãos estavam suadas e sua pele pálida, o seu sangue transportava lentamente.

“Estou de saída senhorita,” Senhor Adam abriu a porta desconfortável e parou de prosseguir “O diretor mandou te entregar isso, sua família mandou uma carta.” Antes de sair deixou uma carta em minha mesa e partiu.

Esperei seus passos estarem longe o suficiente. Com rapidez peguei a carta. Não quis abri-la eu ainda estava com raiva por me mandar para essa prisão há sete anos. A tarde se passou e ela continuou com seu sigla intacta. 

A verdade era que eu estava apavorada. 

Ajeitei meu laço roxo em meus cabelos cacheados e meu uniforme. Dei uma olhada no espelho e havia pequenas gotas ao redor dos meus olhos. Limpei o mais rápido possível e sai do meu quarto. 

   Passei pela escola e havia ninguém, só algumas meninas e professores. 

“Marie?”

“Sim?”

“Eu e as garotas vamos sair e comemorar.” 

“Onde?” Aline rolou os olhos como se fosse óbvio e era óbvio. “Não creio que vão na floresta novamente.”

“Por favor vai,” ela aproximou perto da minha orelha “os meninos vão” sussurrou “aliás seu aniversário é amanhã, melhor a meia noite.”

Foi a minha vez de rolar meus olhos. Esqueci desse pequeno detalhe, o meu aniversário. O meu aniversário de dez anos de idade, algo que nunca expliquei ou contei para alguém. Uma pequena suspeita levantou em minha cabeça. Aline nunca falou comigo, nunca se importou com meu aniversário. Meu coração apertou, esse convite não era genuíno.  

“Vou pensar” 

Dei de costas e continuei a andar mas ainda ouvia seus pequenos comentários. 

“Santinha”

“Sem graça”     

“Claro que ela não vai” 

Entrei na biblioteca e peguei um livro antes de me mandarem fazer alguma tarefa estúpida como varrer a entrada novamente. 

Depois de muito tempo pensei sobre meu aniversário. O meu estranho aniversário. Amanhã teria dez anos com aparência de dezoito. Minha família e minha mãe nunca explicou o porquê sou assim. Uma aberração.

Sem perceber estava terminando o livro e estava quase de noite. Levantei e olhei pela janela direto para a floresta, meu coração apertou novamente. Eu sentia um péssimo pressentimento mas algo fala era para ir. 

A bibliotecária me expulsou e voltei para meu quarto. Preparei minha cama e coloquei meu pijama. Daqui alguns minutos a senhora Magna passaria pelos quarto checando se as alunas estavam em seus postos e preparadas para dormir. 

Senhora Magna passou pelo meu quarto olhou duas vezes e partiu. Esperei mais alguns minutos e levantei. Não sei o que deu em mim. Eu vou na festa. 

Coloquei minhas melhores roupas e um leve toque de pó. Na ponta do pé fui até a porta e sai pelo corredor sem levantar suspeitas. Avistei algumas meninas saindo pela porta dos fundos. Segui-las em silêncio. Elas também estavam tentando ser discretas, algumas riam levemente outras as calavam. O cheiro do álcool era nítido. 

O local não era distante da escola. Havia uma lareira e envolta dela homens. Lindos homens grandes e pálidos, com a aparência impossível de explicar. Algo de outro mundo. O sangue de meu rosto fugiu e meu coração acelerou. Não foi a melhor ideia vim. 

“Marie?”

Meu corpo paralisou. Como poderia sair daqui agora? Os homens olharam para onde Aline chamava. Para mim. Tive a certa certeza que eles não eram humanos. Humanos não teriam a postura perfeita, humanos não teriam a pele perfeita e pálida quase um branco papel, humanos não tinham olhos da cor rubi. 

Sai de trás da árvore e caminhei sem olhar para os estranhos visitantes. 

“A santinha veio.” Umas das meninas gritou e todos riram. 

Estava sem jeito e lutava para não olhar os visitantes. O maior deles me chamou a atenção. Ele me fitava com ansiedade em seus olhos. Sentei de frente a lareira observando a todos dançarem. O homem sentou do meu lado e continuou a me olhar com intensidade. 

“Oi,” falei para quebrar o gelo “prazer Marie” 

“Prazer Felix,” ele estendeu a mão e apertei. “Então era a senhorita que eles falaram?”

“Perdão mas explique.”

“Alguns fizeram uma aposta se a senhorita viria ou não, todas apostaram que nao menos a loira.”

“Aline?” Ele consentiu. “Qual seria o prêmio?”

Todos voltaram suas atenções para nós. Para mim. Os olhos vermelhos famintos olhava as meninas prontos para atacar. Levantei pronta para sair e voltar para escola mas um deles me impediu. Felix levantou e encarou o homem, com medo ele se retirou e aproximou de Felix. 

“Essa é minha,” falou em um sussurro impossível de ouvir. 

O desespero em mim cresceu. Felix voltou para perto de mim com malícia em seus olhos, a cada passo que dava, eu ia um para trás. Ele sentiu meu desespero e parou. 

“Com medo?”

“Não,” respondi rápido. 

A lua estava quase no seu pico. Felix olhou para ela e olhou para mim. 

“Quer passear?” 

Eu queria sair mas não com ele. Dei pequenos passos em direção para floresta de volta e ele me seguiu. Sem esta muito perto ainda sentia sua presença. Continuei a andar tentando ignorar a sombra atrás de mim. 

“Vai ficar ai?” Parei e ouvi os passos dele pararem também. 

“Incrível”

Virei para encarar seu olhar fascinante e bizarro. Seus grandes olhos rubis eram misteriosos, eles mandavam uma sensação de calafrio na minha espinha e meus pelos do corpo arrepiaram. Aos poucos meus pés caminhavam até ele, aos poucos estavam sendo seduzidos e hipnotizados. Reparei no que estava fazendo e parei bruscamente. Cerrei minhas mãos e voltei para meu caminho original. 

Todos ainda dormiam. Na ponta dos pés fui para meu quarto calada e deparei com Felix na frente da minha porta. 

“O que? Como?” Meu coração disparou.   

Ele sorriu e saiu da frente da minha porta esperando eu abrir e deixá-lo entrar. Abri e logo ele entrou.

“Você é estranha.” 

“Não é a primeira pessoa a dizer isso.” Sussurrei

Então ficamos encarando um ao outro sem dizer uma palavra sequer. Felix sentou sem mover um músculo ou piscar. Ele era uma estátua perfeita, suas feições como de um anjo, seu corpo grande e… 

Balancei minha cabeça tentando afastar qualquer pensamento relacionado a Felix. Ele deu um pequeno sorriso mas logo virou pedra novamente. Devagar se virou para a janela e o sol estava nascendo. A horas passaram tão rápido. Felix levantou e aproximou. 

“Amanhã voltarei.”




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Notas finais do capítulo

Ate domingo que vem amados.



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