Guilty ones escrita por Aislyn


Capítulo 6
Confissão


Notas iniciais do capítulo

Depois de muito tempo, temos a continuação!

Ontem esse capitulo completou 2 anos que está pronto. Sim, temos uma escritora enrolada pra postar, mas estou mudando isso. Agora só vou postar história nova depois que terminar de postar as que já estão escritas.
(Exceto em datas especiais, ok?)

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/788284/chapter/6

Mesmo com a recente briga, a situação entre o casal não estava das piores. Andavam um pouco sensíveis, mas de forma tolerável. Se cumprimentavam no café da manhã, ofereciam ajuda com as coisas de casa, carona, mas qualquer aproximação era proibida. Pensando que amenizaria a tensão, Takeo decidiu passar alguns dias no quarto de hóspedes e, como Hayato não o convidou de volta para a cama deles, percebeu que foi uma boa decisão.

 

Shiroyama não queria terminar o namoro. Estava disposto a fazer tudo que fosse possível para voltarem ao normal. Entretanto, sabia que estava sendo egoísta ao não querer perder o amigo também. Tiveram bons momentos na adolescência e era uma das poucas pessoas de sua cidade natal com quem voltou a manter contato.

 

Praguejou baixinho ao ouvir o toque do telefone, lembrando que Hayato havia murmurado algo sobre tomar banho, então era o único disponível para atender, o que fez a contragosto.

 

— Alô?

 

Takeo-nii?— uma voz feminina respondeu do outro lado – É a Hana! Quanto tempo! Como você está?

 

Desde que Hayato ligou contando sobre o problema com o ex de Takeo, os irmãos passaram a manter contato com frequência, sempre atualizando as novidades. Quando Hayato não ligava, Hana o fazia, e a menina estava grata por ser o cunhado a atender daquela vez, pois estava preocupada com os dois e queria confirmar o outro lado da história.

 

— Hana-chan! Realmente, muito tempo que não conversamos. – Takeo tinha quase certeza que a cunhada estava a par de tudo e podia acusá-lo a qualquer instante, mas era bom falar com ela. Era a irmãzinha que queria ter – Eu estou bem e você?

 

Também estou bem. Um pouco preocupada com meu irmão, mas sei que você cuida dele.

 

— Ah… imaginei que quisesse falar com ele. – era óbvio que ela estaria preocupada e também sabia de quem era a culpa. Se encolheu no assento do sofá, envergonhado pelos problemas que causou – Hayato acabou de entrar no banho. Eu aviso que você ligou.

 

Eu não me importo de esperar na linha enquanto conversamos. Estou preocupada com você também.— a menina tentou manter o clima leve, mas queria aproveitar a oportunidade para tratar do assunto que tanto incomodava Hayato e ver a situação pelos olhos de Takeo. Queria descobrir a verdade – Meu irmão pode ser um pouco dramático e ele anda neurótico desde que um amigo seu apareceu. Imagino que você está incomodado com isso.

 

— Bom… ele tem razão de estar chateado comigo, Hana. Fiz besteira e não sei como consertar.

 

É? Uma besteira muito grande? Ou as brincadeiras de sempre?— Hana ficou mais curiosa e preocupada ao ouvir o tom de voz de Takeo. O rapaz era sempre animado e agora parecia que havia murchado – Quer me contar o que aconteceu?

 

— … acho que você já tem uma ideia pelas conversas com o Hayato… esse amigo não é bem só um amigo… é meu ex-namorado. Desde que ele chegou na cidade, está espalhando por aí que vamos voltar. Eu assegurei o Hayato que não vai acontecer, mas Mikaru se diverte dizendo o contrário e eu não consigo mandá-lo embora… É como se eu estivesse tentando compensar por magoá-lo antes.

 

Hana ficou em silêncio no telefone, digerindo a informação. Era praticamente a mesma coisa que o irmão havia contado.

 

Takeo-nii, acho que está bem claro que Hayato está com ciúmes do seu amigo. Você também já ficou com ciúmes do ex dele. Não acho certo pedir pra você não falar com esse rapaz, não dá pra trancar vocês e evitar qualquer contato com pessoas do passado. Não entendo porque Hayato está tão alterado.

 

— Bom, a situação é parecida com aquela vez… – Takeo suspirou frustrado, apoiando a cabeça no encosto do sofá e encarando o teto – A diferença é que naquela época a gente não estava junto de verdade, com pedido de namoro aceito e tal, mas fiquei chateado com o que ele fez. Acho que Hayato está mais incomodado agora por medo que eu tenha outra recaída.

 

Outra?— Hana questionou surpresa, esperando uma confirmação que não veio – Takeo-nii, quando você teve uma primeira recaída por esse amigo? O que houve?

 

— Hana… – abafou um choramingo, sem continuar a se explicar. Como podia? Estava tão ferrado!

 

Então meu irmão tem razão… estou decepcionada com você.— o tom da cunhada mudou totalmente, sem intenção de manter a conversa leve – Todo mundo sempre te apontou como errado, sempre avisaram pro meu irmão ter cuidado com você, mas mesmo assim ele decidiu tentar e é assim que você corresponde à confiança dele?

 

Takeo se encolheu no sofá, quase sentindo a presença da menina à sua frente. Ela não estava brigando à toa e não tinha direito de revidar.

 

Você contou pra ele? Explicou pro Hayato o motivo de ter feito isso?

 

— Como eu vou contar, Hana? Eu não sei como falar isso pra ele! Se Hayato já está paranóico só de imaginar o que aconteceu, o que ele vai fazer se confirmar as suspeitas?

 

E você acha que ele vai te perdoar tendo essas suspeitas, levando em conta que você só parece arrependido? Sem contar a verdade e sem deixá-lo escolher?

 

— Mas eu estou arrependido. Só que contar a verdade… ele vai me chutar sem pensar duas vezes.

 

E seria bem merecido. Você errou e agora está escondendo. Meu irmão não vai esquecer o que você fez com o tempo. Duvido que as coisas voltem ao normal com esse tipo de atitude.

 

— Acha que se eu chamar ele pra conversar, tenho chances de ser perdoado? – se a cunhada estava recebendo a notícia daquela forma, com raiva mas dando-lhe a chance de se explicar, então talvez Hayato também o ouvisse com calma – Se fosse você, iria perdoar?

 

… não.— Hana respondeu sem rodeios, mas essa era a opinião dela – Olha, eu não sou o Hayato. Ele te ama e talvez leve isso em consideração.

 

— Entendi… – aquilo era apenas uma hipótese. Hayato podia tanto perdoá-lo quanto pedir um tempo para pensar, como também podia acabar com tudo. Teria que arriscar.

 

A ligação não se prolongou depois disso, Hana não quis esperar o irmão sair do banho e Takeo sabia que era por estar decepcionada. Se conversassem agora, era capaz da menina contar ao irmão o que tinha descoberto.

 

Takeo sentia como se tivesse cinco anos e havia levado o maior sermão do pai e a mãe não estava por perto para consolá-lo. Precisava encarar sozinho daquela vez. Encontrar coragem e conversar com o namorado, contar tudo e esperar a decisão dele.

 

Quando encerrou a ligação e colocou o telefone no gancho, Takeo não percebeu um suspiro baixinho vindo pela extensão. Lançando um olhar para o corredor, imaginou se o namorado já havia terminado o banho e se aquele seria um bom momento para conversar.

 

Decidiu esperar mais um pouco. Ver se ele voltava para a sala ou se continuaria afastado. O primeiro passo, é claro, devia ser seu. O problema estava em encontrar a coragem.

 

Quase uma hora depois e nada de Hayato dar as caras. Talvez ele quisesse ficar um pouco sozinho. Mas aquilo era Takeo sendo covarde, de novo. Olhou para o corredor, dessa vez caminhando em direção ao quarto, procurando algum ruído ou movimento. E se ele estivesse dormindo?

 

Parou no batente da porta, encontrando Hayato sentado na cama com o notebook no colo e a toalha esquecida sobre os ombros, aparando as gotas do cabelo molhado. Ele parecia tão tranquilo… mas sabia que era uma distração momentânea.

 

Se não fosse agora, não iria nunca.

 

Aproximou-se da cama, recebendo apenas um rápido olhar como indício de que sua presença foi notada, mas Hayato não parecia disposto a lhe dar atenção. Não deixou aquilo intimidá-lo, subindo no colchão e se postando às costas do vocalista, pegando a toalha de seus ombros.

 

— Se não secar direito, vai se resfriar. – Takeo comentou em tom casual, começando a secar as mechas, preparado para qualquer atitude, desde levar um fora até outro tapa, mas após alguns instantes ali, não recebeu nenhum retorno, o que não era de todo ruim. Pelo menos não foi afastado, então tomou liberdade para se acomodar melhor. Queria acabar com aquela distância – O que tanto pesquisa aí?

 

— Gatos. – a princípio, a resposta pareceu inflexível aos ouvidos de Takeo, como se fosse uma obrigação falar com ele, mas então veio o restante da explicação, onde Hayato contou sobre a vontade de adotar um filhote e a feira que haveria no fim de semana. Suas esperanças foram renovadas ao receber um convite para ir junto escolher e sentiu-se mais motivado ao ganhar um beijo no rosto. Pensou por um bom tempo que Hayato estivesse com nojo dele, por ter abraçado Mikaru. Aquela distância não era coisa da sua cabeça. Era mais como se Hayato também estivesse tentando diminuir o espaço que eles mesmos criaram.

 

Infelizmente, não conseguiu uma brecha para conversar a respeito do que aconteceu entre ele e o ex-namorado. Hana ia ficar chateada quando descobrisse, mas não queria estragar aquela pequena alegria.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não ameacem a autora *eu, oi*, ok? Ela foi cruel com os personagens, mas foi por uma boa causa.
A boa causa: gosto de drama e sofrimento nas fics, fazer o que?

Espero que tenham gostado e se não gostaram, podem reclamar nos comentários, vai ser legal também -q
Até o próximo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Guilty ones" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.