O Legado escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 112
Cíntia


Notas iniciais do capítulo

Depois de dez meses de fic e cento e doze capítulos, a maior fic que já escrevi durante meus dez anos de autora no Nyah, hoje estou postando o ultimo capitulo de O Legado part. 2 que se iniciou com Recomeçar, e o meu desejo de dar um final digno a Leah.
Nunca achei que a história que imaginei a quase dois anos trás, iria receber tantos comentários ou uma resenha no youtube, mas tudo isso foi por causa de vocês, meus amados e incríveis leitores, que acreditaram no meu sonho e me apoiaram a cada capitulo com os seus comentários.
Hoje finalizo O legado, com a sensação de dever cumprido por ter dado voz a esses personagens incríveis que tanto me farão falta.
Sem mais delongas, fiquem com o ultimo capitulo de O Legado part. 2.

Imagens do capitulo:
Adrian:
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Moema:
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Lyva:
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—Acho isso tudo uma péssima, ideia. Porque simplesmente, não podíamos ficar deitados na nossa cama em meio as cobertas, enquanto assistíamos um filme qualquer com um balde daquela pipoca caramelada maravilhosa, que só a Stella sabe fazer? - sugeri para o meu marido acariciando a minha barriga de quase nove meses, enquanto ele dirigia pelas ruas molhadas de Londres. - E se nossos filhotes resolverem nascer, no meio do seu jantar de negócios?

—Princesa, pela milionésima vez, ainda falta duas semanas para os nossos filhotes nascerem e achei que gostaria de sair um pouco para se distrair, antes deles chegarem. - Ethan explicou parando em um sinal e revirei os olhos.

—Minha ideia de diversão é totalmente diferente da sua. - disse chateada, afinal não podia acreditar que meu marido havia se lembrado de um jantar de negócios marcado a semanas, mas não do nosso aniversário de casamento.

Como estava prestes a dar à luz, preferi não fazer uma comemoração muito grande optando por um jantar em nossa casa que seria uma surpresa para o meu marido, convidado apenas as pessoas mais próximas, mas tive que cancelar meus planos quando Ethan chegou em casa numa noite dizendo que havia consegui marcar o tão sonhado jantar de negócios com um grande investidor de insumos hospitalares, um dos mais requisitados da área segundo meu marido, para o mesmo dia em que fazíamos um ano de casados.

Descobrir seu esquecimento me deixou magoada, pois sempre achei que o dia quatro de setembro ficaria marcado em sua memória, como o dia em que juramos nos amar e nos respeitar perante Deus e nossos familiares, mas não havia sido assim. Minha vontade era de não ir a esse jantar, mas não poderia fazer isso com o meu marido, apesar desse pequeno esquecimento Ethan era um marido incrível, amoroso, dedicado e companheiro, e um simples lapso de memória temporário não iria apagar os momentos incríveis que passamos juntos, durante esse um ano de casamento.

—Sei que queria estar em casa agora, mas prometo que irá se divertir e lembrará dessa noite pra sempre. - Ethan jurou me trazendo de volta a realidade e o olhei cética, duvidando que um jantar que possuía o tema de insumos hospitalares fosse entrar no ranking das noites mais inesquecíveis da minha vida.

—Porque estamos aqui? - questionei confusa para o meu marido, assim que estacionou o carro na porta do hotel mais luxuosos da Inglaterra, o mesmo que havíamos passado a nossa noite de nupciais, antes de viajarmos no dia seguinte em lua de mel.

—Porque o jantar de negócios será aqui, princesa. - Ethan disse dando de ombros, descendo do carro e entregando a chave do mesmo para o manobrista, vindo em seguida me ajudar a descer.

Confusa, aceitei a ajuda do meu marido, antes de seguirmos de mãos dadas para dentro do hotel em direção a área reservada para o restaurante, mas para minha surpresa o local estava totalmente vazio, algo que me deixou confusa. Assim que entramos no restaurante, percebi que o local estava todo decorado com pétalas de rosas e velas, deixando o ambiente totalmente romântico e impróprio para o jantar de negócios que meu marido pretendia ter essa noite.

—Se pretende fazer um jantar de negócios aqui, acho melhor avisá-lo que essa decoração não combina em nada com o tema. -segredei confusa para o meu marido, pois não tinha ideia do que estava acontecendo e ele sorriu concordando, acariciando minha bochecha com o polegar.

—Você tem toda razão, me amor, mas gostaria de saber um segredo? - ele questionou me olhando nos olhos sem parar a sua caricia na minha bochecha.

—Quero. - disse suave e ele sorriu para mim, com aquele ar de menino abandonado que tanto amava, antes de acariciar a ponta do seu nariz com o meu, mantendo nossas testas unidas.

—Meu jantar de negócios, com o investidor de insumos hospitalares, foi na semana passada e foi um sucesso. - Ethan segredou para mim e sorri surpresa, me afastando dele antes de bater no seu braço com a bolsa carteira que estava usando.

—Não acredito, que mentiu pra mim, Ethan Harry? Você não sabe o quanto quis te matar, por ter esquecido nosso aniversário de casamento?! Só não fiz isso, porque não queria que meus filhos crescessem sem o pai. -disse indignada ainda batendo nele, que sorriu suave segurando minhas mãos, me impedindo de continuar a lhe bater.

—Estou ultrajado, que tenha achado que iria esquecer o dia mais importante da minha vida?! O dia em que me uni a mulher que amo e prometi perante Deus e a nossa família, que a amaria e a protegeria para sempre...Só menti, porque queria fazer uma surpresa para você. E pela sua reação, eu consegui. - ele disse convencido e balancei a cabeça concordando, antes dele sorrir malicioso para mim. - E duvido muito, que você não tenha me matado só por causa dos nossos filhotes...No fundo sei o quanto é louca por mim, assim como eu sou por você, princesa.

E não tive como discordar da sua afirmação, afinal era a mais pura verdade.

Tudo que fiz foi enroscar meus dedos no seu casaco e puxá-lo para um beijo, algo que ele fez sem qualquer tipo de objeção.

—Eu te amo, princesa. - Ethan sussurrou apaixonado, acariciando a ponta do seu nariz com o meu, assim que interrompemos o nosso beijo para respirar.

—Eu também te amo, meu amor. Obrigada, por me dar o melhor ano que já tive na vida. - segredei e ele sorriu carinhoso beijando meus lábios, antes de se afastar e colocar sua mão direita em cima da minha barriga acariciando-a, fazendo com que nossos filhos se mexessem, como se soubessem que o pai era o responsável pelo carinho.

—De nada, amor, mas o melhor ano das nossas vidas está apenas no começo, ainda temos muito o que viver juntos...E daqui a algumas semanas, nosso amor será muito mais forte, porque teremos duas provas vivas dele conosco. - Ethan disse com os olhos brilhando de emoção ao pensar no nosso casal de gêmeos.

Descobrir o sexo dos bebês foi uma verdadeira emoção, não esperava estar grávida de um casal, sempre achei que estaria esperando dois meninos, enquanto meu marido sempre achou que seria um casal, por isso combinamos de que quem acertasse o palpite escolheria os nomes, mas não fiquei triste pela notícia porque secretamente, sempre desejei ter uma menina assim como Ethan, que ficou radiante com a notícia.

O nosso jantar foi maravilhoso, aproveitamos que o local havia sido fechado para nós e conversamos bastante e namorarmos, quando o clima mudou Ethan me levou em direção aos elevadores do hotel, indo direto para a suíte presidencial na qual passamos a nossa noite de núpcias, nos amando com a mesma intensidade e paixão da noite de um ano atrás.

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Estava no mais profundo dos sonos quando uma dor forte me despertou, confusa abri os olhos e senti algo molhado embaixo de mim, antes da dor aumentar de forma considerável me tirando o ar. Assim que recuperei meu folego, após uma contração me inclinei para ascender o abajur que ficava ao lado da minha cama, para poder me levantar da cama atrás de socorro, pois meu marido havia sido chamado às pressas para atender uma emergência pediátrica, já que o plantonista pediátrico de plantão do hospital, havia quebrado o pé enquanto ensinava o filho a patinar no gelo.

—Será que meus filhotes não poderiam...Esperar amanhecer, para nascerem? Porque assim o pai de vocês estará em casa...- pedi me sentando na cama e acariciando a minha barriga, mas uma dor que parecia querer me rasgar ao meio deixou claro a opinião dos meus filhos, sobre esperar o pai.

—Tudo bem, entendi que não querem esperar pelo pai de vocês. -sussurrei com dor acariciando minha barriga, antes de me levantar com cuidado me apoiando nos moveis e depois nas paredes, seguindo em direção ao quarto dos meus sogros para pedir ajuda.

Me arrastei pelo corredor do segundo andar, implorando aos meus filhos que me deixassem chegar até o quarto dos avôs, assim que parei em frente a porta comecei a bater nela como se minha vida dependesse disso.

—Cíntia...O que está...- meu sogro começou a perguntar confuso e sonolento, assim que abriu a porta do seu quarto e não pude responder, porque senti uma nova contração mais forte que a última, que me fez segurar em seu braço chorando de dor.

Assim que a contração terminou, Elliot me acalmou antes de chamar a esposa, que foi pegar as malas dos bebês e a minha, enquanto apertava o braço do meu sogo a cada contração que sentia, tentando fazer as respirações que havia aprendido nas aulas de parto, mas que agora não adiantavam de nada.

Enquanto César, o motorista da família dirigia, Leah ligava para a minha família e para o meu médico, avisando que havia entrado em trabalho de parto e que estávamos indo em direção ao hospital. Thiago assegurou que estaria na porta do setor da maternidade me esperando e que tentaria entrar em contato com meu marido, já que o mesmo não atendia nossas ligações, deixando claro que ainda devia estar na sala de operações.

Assim que cheguei à porta do setor da maternidade, meu obstetra estava lá me esperando como havia prometido, ao lado de uma enfermeira que empurrava uma cadeira de rodas em direção ao carro, rapidamente meu sogro e César me ajudaram a sentar na cadeira, antes de ser levada para dentro do hospital.

—Pronta para conhecer seus gêmeos, Cíntia? - Thiago, meu obstetra, questionou empurrando minha cadeira de rodas pelos corredores do hospital, enquanto éramos seguidos pela enfermeira e por meus sogros.

—Nem um pouco, estou apavorada, Thiago. Você conseguiu falar com Ethan? - questionei com dor para ele que suspirou, me deixando ainda mais nervosa.

—Não, ele ainda está na sala de operações. Pela demora, o caso deve ser muito grave, mas deixei recado com a enfermeira chefe do setor, assim que Ethan sair da sala saberá que você está aqui.- Thiago assegurou e balancei a cabeça, tentando controlar minhas lágrimas de dor, frustação e medo, por ter que passar por esse momento tão importante sozinha.- Você está bem, Cíntia?

—Estou, Thiago. Sabia quando me casei com Ethan, que por ser médico, meu marido acabaria perdendo algum momento importante da nossa família, só não achei que fosse o mais importante deles...Mas não fico magoada por isso, afinal ele está salvando a vida de uma criança, e sei que se pudesse meu marido estaria ao meu lado. -disse suave e sorri espantando qualquer tristeza, afinal esse era um momento de felicidade.

—Você está certa, querida. Se pudesse, meu filho estaria ao seu lado, mas tenho fé que Ethan estará presente para ver os filhotes de vocês nascerem. - minha sogra disse esperançosa e sorri agradecida para ela, antes de ser levada para o quarto onde seria monitorada até chegar a hora de dar a luz, pois segundo meu obstetra as contrações que estava tendo ainda não eram as necessárias para um parto natural.

Enquanto estava no quarto sendo monitorada por inúmeros aparelhos, sob o olhar atento dos meus sogros, a porta do local foi aberta e sorri emocionada ao ver minha família, principalmente minha mãe, que veio para o meu lado segurar a minha mão, me deixando mais calma com a sua presença.

—Obrigada por estar ao meu lado, mamãe. - disse entre lagrimas olhando em seus olhos e ela sorriu amorosa para mim, acariciando meu rosto com carinho.

—Jamais a deixarei sozinha, querida, ainda mais em um momento como esses. - ela disse amorosa e comecei a chorar, antes de ser abraçada por minha mãe que acariciava meus cabelos tentando me tranquilizar.

Assim que estava com a dilatação ideal e todos os sinais vitais sob controle, que permitiam um parto normal em segurança, Thiago pediu para que a minha família se retirasse do quarto  ficando apenas minha mãe, por exigência minha, que ficou ao meu lado segurando a minha mão, enquanto o médico me explicava o que aconteceria, antes de me pedir que fizesse força assim que ele solicitasse.

—No três, Cíntia. Um...Dois...Três...Empurre. - Thiago pediu e fiz força, enquanto minha mãe segurava a minha mão, me incentivando a fazer ainda mais força.

 Naquele momento, enquanto fazia força para que meus filhotes nascessem, percebi que Ethan não iria presenciar esse momento único e especial na nossa vida, que era o nascimento dos nossos gêmeos. Em todas as vezes que imaginei esse dia, sempre o via ao meu lado sorrindo emocionado e encantado, pelas duas vidas que havíamos concebido juntos. Só que a realidade estava me mostrando, que seria totalmente diferente dos meus sonhos, mas não deixaria que isso me abalasse, pois sabia que em breve meu marido estaria ao meu lado, mesmo que nossos filhos já tivessem nascido quando ele chegasse.

—Vamos Cíntia, estamos quase lá, preciso que empurre. Um...Dois...Três...Empurre. - Thiago me incentivou assim como minha mãe e fiz força, mas minha concentração foi interrompida pela porta do quarto, que foi aberta com força assustando todos que estavam no local.

Assim que olhei para a porta e identifiquei o invasor, respirei de alivio enquanto meu marido caminhava em minha direção usando seu jaleco branco, tendo no rosto uma expressão apavorada, enquanto minha mãe se afastava de mim deixando o espaço livre para que Ethan pudesse segurar a minha mão, enquanto ficava ao meu lado.

—Por favor, me perdoa meu amor, jamais quis deixa-la sozinha...Ainda mais durante o nascimento dos nossos filhotes...-meu marido implorou com lágrimas nos olhos depois que beijou a minha mão com carinho.

—Shh, amor, está tudo bem. Eu entendo do porquê estava ausente, o importante é que está comigo agora e que tenha salvado a vida de uma criança...Você salvou a vida dela, não foi? -questionei incerteza no final e meu marido sorriu concordando o que me fez respirar aliviada.- E não se preocupe, porque nossos filhotes ainda não nasceram, tenho certeza que estavam esperando pelo pai.

Mas antes que meu marido pudesse dizer qualquer coisa sobre o meu comentário, senti outra contração mais forte que me fez apertar a mão de Ethan, enquanto Thiago me pedia para fazer força e minha enxugava a minha testa, que estava molhada de suor devido ao esforço que estava fazendo.

Reunindo toda a força que existia em mim, da qual nem sabia que ainda possuía, empurrei até perder as forças, ouvindo em seguida um choro alto e exigente, que atraiu a nossa atenção para Thiago que segurava algo em seus braços.

—Meus parabéns aos dois, vocês são pais de um menino forte e saudável. Ethan, gostaria de fazer as honras e cortar o cordão umbilical do seu filho? - o médico sugeriu e meu marido concordou me dando um beijo na testa, antes de caminhar em direção a Thiago, cortando em seguida o cordão umbilical do nosso bebê.

Em seguida a enfermeira o limpou e o enrolou em uma manta azul, entregando-o ao meu marido que sorriu para o pequeno embrulho em seus braços, como se visse a melhor visão da sua vida. Com cuidado Ethan se inclinou para beijar a testa do nosso filho, aproveitando para sentir o seu cheiro enquanto sussurrava algo para o nosso bebê, que não consegui ouvir por causa da distância, mas antes que pudesse pedir para vê-lo fui atingida por outra contração que me fez gritar de dor.

Rapidamente, Ethan entregou nosso filho para a enfermeira e voltou para o meu lado, segurando a minha mão enquanto voltava a fazer mais força, mas graças a Deus não demorou muito para a minha menininha anunciar a sua chegada, chorando a plenos pulmões enquanto desfalecia sem forças nos braços do meu marido que me amparou.

—Você conseguiu, meu amor. Estou tão orgulhoso de você, minha princesa. - Ethan disse amoroso para mim e beijou a minha testa com carinho, enquanto Thiago examinava a nossa filha, antes de chamar meu marido para cortar o seu cordão umbilical, como ele havia feito com o nosso filho.

Assim que estava com a nossa caçula nos braços, Ethan sorriu encantado para ela se inclinando para beijar a sua testa com carinho, antes de sentir seu cheiro e sussurrar algo para a ela, que emitiu um som incompreensível fazendo meu marido sorrir enquanto nossa garotinha segurava seu dedo indicar com força.

—Posso pegá-los um pouco no colo? - pedi exausta, sem forças até para me levantar da cama, enquanto minha mãe tirava alguns fios do meu cabelo do meu rosto suado.

—Claro que pode, meu amor. - Ethan disse desviado os olhos do embrulho em suas mãos para me ver, logo ele e a enfermeira se aproximaram de mim com meus filhos no colo e senti meu coração acelerar de emoção ao saber que finalmente poderia pegá-los no colo, depois de esperar por nove meses.

Com cuidado, consegui ajeitar os dois de maneira segurança no meu colo, sorrindo emocionada por olhar seus rostinhos pela primeira vez, ficando atenta as singularidades de cada um, assim como as semelhanças.

Meu primogênito se parecia muito com o pai, exceto pelos cabelos loiros que havia herdado de mim, e os olhos extremamente azuis como um céu sem nuvens, muito mais claros que o tom dos olhos do meu pai, me deixando curiosa para saber de quem ele havia herdado o tom das íris, já que nem eu ou seu pai possuíamos os olhos dessa cor.

Já a minha caçula, era muito parecida comigo, tendo os cabelos loiros e os olhos verdes esmeraldas da cor dos meus, herdado do pai apenas o nariz reto e arrebitado e o sorri travesso que me dirigia enquanto me olhava com curiosidade, me fazendo ficar ainda mais apaixonada por ela.

Olhar os dois nos meus braços e constar que era mãe de duas crianças lindas, que amava mais do que tudo me fez chorar emocionada, por ter conseguido me realizar não só profissionalmente, mas pessoalmente.

—Eu te amo muito, meu amor...Obrigado por me tornar pai de duas crianças lindas, minha princesa. -Ethan disse emocionado e sorri desviando os olhos dos nossos filhos para vê-lo.

—Eu é que agradeço, Ethan, por você ter entrado na minha vida. Sem você, jamais seria tão feliz ainda mais agora, que temos esses dois presentes, frutos do nosso amor. - disse emocionada e meu marido sorriu, se inclinando para me beijar com carinho enquanto nos separávamos para podermos admirar orgulhosos nosso filhotes recém-nascidos.

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—Eles já deveriam estar aqui. Ethan, não acha que estão demorando muito para trazerem nossos filhotes? - questionei preocupada, depois que a enfermeira que me ajudou a me arrumar deixou o quarto, me deixando a sós com o meu marido.

Foi uma verdadeira tortura me separar dos meus filhos, quando a enfermeira os tirou do meu colo para leva-los ao berçário, pois segundo a mesma os dois seriam arrumados e examinados, antes de voltarem para o meu colo definitivamente.

—Não amor, é natural essa demora, pois os dois estão passando por alguns exames que são necessários serem feitos assim que o bebê nasce, mas não se preocupe que logo os dois estarão conosco. - Ethan assegurou suave sentado na beirada da cama em que estava deitada. - Porque não dorme um pouco, princesa, sei o quanto deve estar cansada depois do parto.

—Só vou conseguir dormir, depois que pegar meus filhotes novamente no colo. E por falar em filhotes...Você percebeu que nosso filho, nasceu com os azuis cristalinos? - questionei e meu marido balançou a cabeça concordando.

—Também fiquei surpreso por isso, mas meu pai me explicou que meu avô e meu bisavô paterno, tinham os olhos azuis da mesma cor que a do nosso filhote. Com certeza, ele deve ter herdado a cor das íris para a minha família. - meu marido explicou e concordei, antes de ouvimos alguém bater na porta do quarto e Ethan autorizou sua entrada.

—Será que podemos entrar? - minha avó questionou sorrindo assim que abriu a porta e sorri concordando, antes de ver todos os nossos familiares entrarem no quarto, animados para celebrar o nascimento dos nossos filhos, que eram nossos melhores presentes atrasados de um ano de casamento, já que os dois nasceram duas semanas depois do nosso aniversário de casamento.

Todos fizeram questão de nos parabenizar, desejando muitas felicidades e saúde para os nossos gêmeos, que não demoraram a chegar no quarto sendo trazidos por duas enfermeiras em berços hospitalares de rodinhas transparente, fazendo todos desviaram a sua atenção para eles.

Sorri feliz assim que meu marido colocou nossos filhos no meu colo, fazendo com que me sentisse completa novamente, enquanto olhava para eles sorrindo encantada recebendo em troca olhares curiosos, que logo foram substituídos por lindos sorrisos travessos, que os dois haviam herdado do pai.

—Por favor, que vocês não sejam um sonho. - sussurrei apreensiva olhando meus filhos, com medo de que nada disso fosse real.

— Não é um sonho, meu amor, esse momento é real.- Ethan disse seguro e amoroso para mim e desviei meus olhos dos nossos filhos para vê-lo, sorrindo carinhoso para mim, antes de beijar a minha testa com carinho, mas nosso momento de romance foi interrompido por dois chorinhos que vinham do meu colo, exigindo minha total atenção, fazendo todos rirem.

Com paciência, meu marido e minha mãe, me ajudaram a arrumar uma forma de poder amamentar meus filhos ao mesmo tempo, evitando que um deles tivesse que esperar enquanto o outro se alimentava.

—Agora que os dois estão dormindo, como dois anjinhos que são, acho que está na hora de sabermos os nomes deles, não acham família? - questionei olhando para o meu marido e a nossa família me apoiou, fazendo Ethan sorrir concordando.

Com carinho, meu marido deu um beijo na minha testa e se inclinou para beijar a testa dos nossos filhos, antes de se levantar da cama ficando em pé ao meu lado enquanto meu sogro se aproximava dele, lhe entregando uma caixa de joias de veludo preto, idêntica à que ele havia entregado a seu outro filho, quando sua primeira neta havia nascido a meses atrás.

—O nome do nosso primogênito é Adrian... Adrian Vinicius Lopes Thompson. Adrian, em homenagem ao meu avô paterno, que significa aventureiro, e Vinicius, em homenagem ao avô materno de Cíntia, como ela desejava que nosso filho se chamasse desde que soube que estava grávida.- Ethan disse e sorrir comovida para ele, por se lembrar de algo que havia lhe dito apenas uma vez enquanto conversávamos sobre nomes no começo da gravidez, me deixando extremamente feliz por meu marido ter atendido meu desejo.

Em seguida Ethan respirou fundo, abrindo a caixa de veludo preto onde estava uma delicada medalhinha de ouro, muito parecida com a que ele possuía no pescoço e que segundo o mesmo, era uma tradição do pai entregar uma medalhinha de São Lucas, padroeiro da família Thompson, ao seu filho recém-nascido para que o santo o protegesse.

Uma tradição que presenciei pela primeira vez, no dia em que minha afilhada Kyra nasceu e agora estava tendo a chance de vivenciar a emoção desse momento com os meus filhos.

Com cuidado, Ethan tirou a medalhinha de dentro da caixa, entregando a mesma ao seu pai, antes de se aproximar de mim voltando a falar enquanto olhava para o nosso filho de forma devotada.

—Adrian, você e a sua irmã, são o melhor presente que poderia ganhar da vida. Vocês são a prova viva do meu amor por sua mãe e do dela por mim. Prometo, que serei o melhor pai do mundo para você...Amando-o, apoiando-o e protegendo-o, assim como meu pai fez comigo. -Ethan disse emocionado olhando para o nosso filho, que dormia sereno no meu colo assim como a irmã. - Entrego a você, que é meu bem mais precioso, a medalhinha de São Lucas, para que ele o proteja, o guarde e o defenda de todos os perigos. E que você possa entrega-la um dia ao seu filho assim como estou fazendo agora. Seja bem-vindo a sua família, meu amor.

Com cuidado, meu marido prendeu a medalhinha de São Lucas na roupinha que o nosso filho estava usando, beijando a sua testa com carinho e sussurrando um eu te amo emocionado para Adrian, antes de se afastar de mim para pegar a outra caixa de joias, provavelmente com a medalhinha que pertencia a nossa garotinha.

—E o nome da nossa caçula será Moema...Moema Aurora Lopes Thompson. Moema em homenagem a avó materna, que vem do tupi e significa aquela que está adoçando, já Aurora é em homenagem a mãe, e significa aquela que brilha como o ouro. - meu marido disse sorrindo para mim e foi impossível segurar as lágrimas ao ouvir o nome da minha filha, pois jamais pensei que Ethan pudesse fazer uma homenagem dessas a minha mãe, uma mulher que ele nem chegou a conhecer.- Entrego a você, que é meu bem mais precioso, a medalhinha de São Lucas, para que ele a proteja, a guarde e a defenda de todos os perigos. E que você possa entrega-la um dia ao seu filho assim como estou fazendo agora. Seja bem-vindo a sua família, meu amor.

Emocionada, vi meu marido prender a medalhinha de São Lucas na roupinha que nossa filha estava usando, antes de beijar a sua testa com carinho sussurrando um eu te amo emocionado a ela, enquanto chorava agradecida pela homenagem que Ethan havia feito a minha mãe, que nem cheguei a conhecer direito.

Sem dizer uma palavra, meu marido encostou a sua testa na minha, acariciando meus cabelos com a ponta dos seus dedos enquanto chorava emocionada por tudo que havia acontecido nesse dia inesquecível.

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Dei uma última olhada da minha imagem no espelho, sorrindo satisfeita ao ver que o vestido preto que havia escolhido para usar hoje à noite havia caído perfeitamente no meu corpo valorizando minhas curvas principalmente meu colo, que estava maior devido a amamentação, já que havia dado à luz a oito meses atrás.

Estava colocando meus brincos, quando escutei uma voz conhecida me chamando no quarto e respondi que estava indo, colocando o outro brinco antes de sair do closet e ver meu filho com a gravata nas mãos me fazendo rir, enquanto Adrian olhava para a peça como se a mesma estivesse pronta para ataca-lo.

—Mãe, pode me ajudar com isso? - Adrian questionou apreensivo balançando a gravata azul nas mãos e concordei com a cabeça, me aproximando dele antes de pegar a gravata das suas mãos para arrumá-la.

Mal podia acreditar que o adolescente de dezesseis anos na minha frente, que estava ajudando com a gravata, era o filhotinho que peguei no colo e havia ficado encantada com seus olhos azuis cristalinos e seu sorriso de menino travesso.

Com o passar do tempo, Adrian se tornou ainda mais parecido com o pai, era como se tivesse outro Ethan em casa, só que numa versão loira de olhos azuis e que me deixava maluca com as travessuras que fazia na escola, da mesma forma que o pai fazia com seus avôs na mesma idade.  Tirando as travessuras, Adrian era um doce de menino, sensível, gentil, carinhoso e extremamente protetor com as irmãs, principalmente com a caçula.

—Pronto, meu amor. Você está lindo. - disse sorrindo terminando de arrumar sua gravata e lhe dando um beijo na bochecha, deixando-o sem graça.

—Obrigado, mamãe, mas agora já chega. - ele pediu corado de vergonha por minha demonstração de afeto e sorri amorosa, por achar engraçado como Adrian conseguia ser envergonhado em alguns momentos e em outros nos deixar totalmente sem palavras. Um dom que ele havia herdado sem dúvidas de Ethan.

—Tudo bem, não vou mais envergonhá-lo. Você sabe se suas irmãs já estão prontas? - questionei pegando meu celular para colocar na bolsa de bebê da minha filha, antes de sairmos do meu quarto em direção a sala.

—Sim. A Moema já estava na sala devidamente arrumada, enquanto o papai arrumava a Lyva no quarto dela. - ele me explicou e concordei, enquanto descíamos as escadas que davam acesso ao segundo andar e logo comecei a ouvir os gritinhos altos da minha bebê.

Sorri assim que vi a minha pequena no colo do pai, enquanto ele fazia caras e bocas para ela que ria alto, fazendo sua irmã mais velha rir também, enquanto Lyva colocava as suas mãozinhas no rosto do pai, que as beijava fazendo-a rir ainda mais.

Quando soubemos que estava esperando outra menina, decidimos homenagear a antepassada do meu marido, a primeira transfigurado da tribo Quileute, por isso nossa garotinha recebeu o primeiro nome de Lyva, já seu segundo nome era Grace, que significava a que traz benções, algo que nossa caçulinha havia trago desde que soubemos da sua existência.

Ao contrario dos seus irmãos mais velhos, Lyva havia herdado os olhos e cabelos escuros do pai, puxando para mim o formato do rosto, o nariz e as mãos. Ethan sempre dizia, que havia ganhado uma versão minha com cabelos e olhos escuros, o que sempre me fazia rir em concordância.

—Pelo jeito, estão todos animados para a noite de hoje. - disse sorrindo interrompendo a brincadeira do meu marido com a filha, que soltou um gritinho em protesto pelo pai ter interrompido a brincadeira, nos fazendo rir.

—Quem dera fosse isso, princesa. Estou apavorado...E se eu esquecer o que devo falar? Ou se derrubar o prêmio? - Ethan questionou apreensivo se levantando com nossa filha no colo, caminhando em minha direção.

Como reconhecimento do excelente trabalho que estava fazendo na administração da rede de hospitais Adrian Thompson, meu marido havia ganhado o prêmio do Medical Institute desse ano, o mesmo que seu pai havia ganhado anos atrás na mesma categoria.

—Vai dar tudo certo, meu amor. Tenho certeza que você se sairá muito bem. - segredei acariciando seus cabelos pretos e me inclinei para beijar seus lábios com carinho, antes de nos separarmos e pegarmos nossos casacos, saindo em seguida, já que meus sogros haviam ido na frente.

Assim que chegamos à sede do Medical Institute em Londres, fomos direcionados ao salão de eventos onde inúmeras pessoas estavam sentadas em mesas espalhadas pelo local, nos sentamos na mesa reservada para a nossa família, onde todos já estavam ocupando seus respectivos lugares. Cumprimentamos a todos antes de nos sentarmos, assim que a cerimonialista anunciou que a premiação começaria.

—Todos os anos a Medical Institute, premia um administrador hospitalar por seu trabalho inspirador, para que mais administradores possam seguir o exemplo, valorizando a vida e proporcionando aos pacientes um atendimento de qualidade em seu momento mais frágil. A Medical Institute, escolheu como o homenageado desse ano o doutor Ethan Thompson, administrador da rede de hospitais Adrian Thompson, filho dos renomados médicos Leah e Elliot Thompson, que já foi um dos nossos premiados. Por favor, doutor Ethan Thompson suba até o palco, para receber o seu prêmio. - o presidente da Medical Institute pediu e logo todos começaram a aplaudir meu marido.

—Vai dar tudo certo, meu amor. - segredei para ele e nossos filhos mais velhos concordaram, antes de Ethan se inclinar para me dar um leve beijo se levantando em seguida, caminhando em direção ao palco para receber seu prêmio.

—Obrigado, doutor Mota. - meu marido disse agradecido após ter recebido seu prêmio das mãos do presidente do instituto. -Gostaria de agradecer ao Medical Institute de Londres, pelo reconhecimento do meu trabalho, o qual sempre fiz da melhor maneira possível para que pudesse salvar vidas, disponibilizando atendimento de qualidade para todos sem exceção, honrando assim todo o legado que começou com meu avô, que desejava ajudar as pessoas carentes, disponibilizando remédios de graça para os mais necessitados. Hoje, somos uma rede global de hospitais, responsável por dar assistência de grande e pequeno porte, a todos que precisarem dos hospitais Adrian Thompson. Dedico esse prêmio, a minha esposa amada, Cíntia Thompson, e aos nossos filhos maravilhosos, Adrian, Moema e Lyva...Obrigado aos quatro, por darem sentindo a minha vida e por me fazerem felizes todos os dias, amo muito vocês.

Sorri emocionada após ter ouvido o agradecimento do meu marido, enquanto todos o aplaudiam de pé e Ethan saia do palco, caminhando em nossa direção.

Esperei toda a família cumprimentar meu marido, antes dele se aproximar de mim com os olhos brilhando de emoção, pelo reconhecimento que estava passando depois de anos de trabalho e dedicação a profissão. Sem dizer uma palavra, Ethan segurou a minha cintura me puxando para mais perto dele, enquanto envolvia meus braços ao redor do seu pescoço, olhando em seus olhos escuros cor de ônix.

—E então, minha Aurora, está orgulhosa de mim? - Ethan questionou curioso para ouvir a minha resposta e sorri amorosa para ele.

—Você sempre me deixou orgulhosa, meu amor. O prêmio de hoje, só ressaltou o profissional incrível, dedicado e humano, que você sempre foi, querido. Mesmo assim, estou muito orgulhosa de você. - segredei para ele que sorriu feliz, antes de se inclinar em minha direção acariciando a ponta do seu nariz com o meu.

—Eu te amo mais do que tudo, Cíntia Thompson...E muito obrigado, pelos maravilhosos dezessete anos da minha vida. - meu marido disse agradecido e sorri emocionada com as suas palavras.

—Eu também te amo mais do que tudo, Ethan Thompson...E também agradeço, pelos dezessete anos mais felizes da minha vida, meu amor. - disse apaixonada e ele sorriu, aquele sorriso de menino travesso que tanto amava, antes de me beijar com carinho.

Comprovando assim que apesar dos anos e dos filhos, ainda continuávamos tão apaixonados um pelo outro, quanto no momento em que nos vimos pela primeira vez, no jantar de ensaio de Benjamin e Mel.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham se emocionado com o ultimo capitulo dessa história incrível, obrigada por terem me acompanhado até aqui.
E como uma forma de agradecê-los por todo carinho, no dia 28 de janeiro de 2021, Quinta feira, irei postar uma short fic, contendo dez capítulos sob o ponto de vista da Kyra, a filha mais velha do Ben e da Mel.

O link da short fic, será postado na minha comunidade do face na quinta-feira, por isso fiquem atentos.
Beijos e nos vemos na minha próxima fic.
❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️

Link da minha comunidade no Face:
https://www.facebook.com/groups/1256329121179217



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