...E um hamister chamado... escrita por Dyryet, Monna Belle


Capítulo 1
Sou Ladybug


Notas iniciais do capítulo

Dyryét--- > (Esta fick é dedicada a uma amiga de longa data que era deste mundo de ficks antes de mim e me apresentou essa animação: Letícia Maia e contem leves homenagens a um grande amigo que faleceu em dezembro de 2019.)



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Mais um ano estava chegando a seu fim.

Contudo, este não era um ano como os demais, pois assim que terminasse tudo mudaria; a vida de todos dali pra frente seria totalmente diferente e estes estavam extremamente animados e ansiosos por tal fato.

Muitos de seus colegas já haviam planejado todo o seu futuro e estavam planejando entrar para uma faculdade ou passar por um ano sabático..., mas para ele nada mudaria. Afinal... seu presente, tal qual seu passado, não estavam em suas mãos e seu futuro seguiria o mesmo destino.

Acompanhava com o olhar, em silencio, seus animados colegas debaterem seus sonhos desde a primeira vez que conseguiu estar neste ambiente – a escola, mas destes assuntos em especifico não participava; não conseguia; não teria o que dizer. Afinal, nunca cogitou pensar o que desejava para seu próprio futuro.

Pensava que seria “mais fácil” não pensar nestas coisas, se manter longe destas vontades e idéias. Mais fácil... pois sabia que sonhar e não poder era ainda pior de não conseguir pensar em nada.


― Eu já me decidi! ― Chloe diz bem alto ao entrar na sala tomando o lugar da professora sem se importar. ― Para comemorarmos nossa formatura, toda nossa turma vai fazer uma viagem. Estou pensado em algo como Grécia. Essa coisa de colação e festinha da escola não estão com nada. ― Diz ao ordenar que sua sempre fiel escudeira/amiga entregasse os folhetos de viagem a todos. ― Claro que vocês não têm condições de arcar com essa viagem. Então eu falei com o meu pai, e ele falou que vai resolver isso pra mim. De nada! Ah! Mas vocês têm que se virar com a bagagem.

                                                                           Houve então um grande minuto de silêncio.

Todos pararam para olhar o folheto com calma e pensar se realmente tinham escutado aquilo direito.

― Aeeeeeeee! ― E como uma onda, todos gritam em festividade juntos. Agradecendo a ela pelo grande pressente.

Mas essa não esperava por tamanha alegria.

― Ei. Eu não estou fazendo isso por vocês. ― Responde indignada ao negar os abraços. ― Eu não suporto coisas ridículas como essa formatura chinfrim que querem me empurrar. E ainda não decidi aonde será. A taxa que vocês vão ajudar é a mesma da formatura merreca da escola, então só terão de ir para onde eu quero. Estão entendendo?

― Claro Chloe. Obrigada. ― Alya é quem se pronuncia por todos. Afinal, qualquer que fosse a idéia dela, seria um lugar legal e bastante luxuoso, e todos tinham ficado muito animados com isso.

― Isso foi mesmo muito legal. ― Marinette corresponde à amiga ao vê-la voltar a se sentar ao seu lado, olhando o folheto que lhe foi entregue com um tom sonhador. ― Eu me decidi! Vou me declarar para o Adrien durante esta viagem! ― Ela diz, convicta, ao começar seu plano mirabolante.

Afinal ela sabia que não poderia ir, pois deixar a cidade seria uma grande irresponsabilidade, não importava onde fosse tal viagem; e alem disso sabia que Adrien também não poderia ir; tinha plena noção de todas as responsabilidades do rapaz como modelo e das exigências de seu pai, então poderia aproveitar para finalmente ficar sozinha com ele. Sem Lila, sem Chloe, sem Kyoko, sem mais nenhuma fã ou garota que pudesse a atrapalhar.

Havia descoberto do rompimento dele com a estrangeira, e almejava “aproveitar essa chance”, afinal seu namoro também não tinha acabado muito bem... tanto que só de se lembrar um amargor subia em sua garganta.
E o Miraculos da serpente guardado junto dos demais só a fazia se lembrar disso. De todos os erros que cometeu com ele.

― Olha. E o que fez você mudar de idéia? Pensei que já tivesse desistido dele a essa altura. ― Alya corresponde em meio a um deboche.

― Por que ele não está mais com a Kyoko, então eu tenho a minha chance! ― Ela diz animada e cheia de esperanças e Alya apenas sorri feliz por finalmente ver aquela aura triste do rompimento da amiga se esvair.

Nem sabia há quanto tempo esperava por ver a amiga feliz junto da pessoa que mais amava, e o quanto já a viu sofrer simplesmente por não ter coragem de se declarar.

Ela sabia que mesmo se ele dissesse não, Adrien seria educado; mas quanto mais o tempo passava mais difícil seria, pois a expectativa do “sim” aumentava. E não só isso, cada dia, cada dificuldade de falar com ele só fazia de todo aquele sentimento uma arapuca que poderia magoar profundamente sua amiga; e ela não teria como a proteger disso, como conseguiu a ajudar com o termino. Não tinha como prever a reação dele, e apesar de torcer muito para sua resposta ser um sim, já tinha se passado um tempo estimado para ela se declarar e tudo poderia ir por água a baixo.

Ela queria poder dizer: - Desculpa, mas acho que você esperou de mais. - Mas ao mesmo tempo não queria.

Sorriu então e pensou: - Eu estarei a seu lado, se der certo ou errado. Estarei aqui te dando todo apoio do mundo.

Enquanto isso, Chloe já mandava mensagens para agências de viagens e via o melhor lugar para sua gloriosa formatura, fazia tudo o que podia para distrair sua mente do real problema; afinal quanto mais o fim do ano se aproximava e mais todos falavam sobre seus planos futuros, enquanto ela se agoniava; isso porque não conseguiu pensar em nada que realmente gostasse.

Não conseguia aceitar o fato de que todos a sua volta pareciam ser mais decididos ou ate mais capazes de atingir suas metas que ela, afinal não conseguia nem mesmo pensar em uma meta sequer. Não concluindo plano algum e se sentindo inferior até mesmo à Sabrina, pois até esta já tinha seus próprios planos.

― O que houve? ― Ele se espanta ao ver a amiga de infância invadir seu carro na hora da saída e ficar completamente calada a seu lado. O que era, no mínimo, preocupante.

― Pode seguir até a minha casa, por favor? ― Diz com um tom de comando, mesmo usando das palavras de educação, ainda sem olhar para o rosto do amigo que, confuso, a encarava. ― Unf. E você? Tem alguma idéia ou preferência de para onde ir? Na formatura? Meu pai disse que Grécia fica caro demais pra toda turma ir.

― Bem... Eu duvido que meu pai deixe eu ir pra qualquer lugar mesmo.... Mas se for escolher qualquer canto do mundo. Hm.. ― Ele para um pouco, pensando no que nunca pensou antes. Para onde gostaria de ir.

Isso o deu um aperto na garganta.

Pensar em coisas que gostaria de fazer o trazia uma sensação muito ruim.

Podia sentir os olhos de seu pai sobre si, e sua voz negando cada idéia que tinha e dando os motivos que precisasse para o proibir. Ate mesmo um simples: Não e pronto.

E a cada dia essas amarras pareciam mais e mais fortes. Como se quanto mais ele lutasse para se libertar do domínio de seu pai, mas ficasse preso.

― Aff. Fala sério. Você logo vai ter 18 anos, certo? Vai poder mandar na sua vida legalmente. Esquece isso. Esquece ele! ― Ela diz com certa propriedade, mal notando o que suas palavras surtiam no jovem a seu lado. ― Ai... Sabe de uma coisa? ― Diz, ao finalmente desfazer sua pose de autoridade e o encarar. ― Eu tô morrendo de inveja de você. Já tem tudo traçado. Tenho certeza que assim que você fizer 18 anos vai chover de contratos pra você. Sua vida já está traçada e ganha. ― Desabafa ao recostar-se sobre o encosto, coisa que nunca fazia, para evitar estragar seu cabelo. E assim ele percebe que ela também sofria; de sua própria forma.

― Que isso. Ainda tem tempo de descobrir o que você quer fazer. Eu posso te ajudar com isso. O que acha? ― Diz com um meigo sorriso, como sempre, mas ela não tem como o responder. Afinal, como alguém como ele poderia entender o que ela queria?

― Obrigada. ― Diz sem tom ao ver que chegara a sua casa descendo do carro, e não deixando muito claro se era um agradecimento negando ou aceitando sua ajuda.

Deu de ombros então e voltou a encarar seu celular.

Não podia negar que, graças à Chloe, agora possuía um grande número de contatos em sua agenda e a agradecia imensamente por isso; então não podia deixar de a ajudar na única coisa que percebeu poder de fato.

Passou o caminho a pensar em alguma solução para ela.

Afinal diferente dele. Ou melhor... Ela era completamente oposta a ele, já que seus pais deixavam que ela fizesse exatamente tudo o que tinha vontade.

Olhou com calma as redes sociais da amiga procurando por algo que ela demonstra-se gostar muito, mas todas as suas postagens eram muito triviais e alheatórias.

Lembrou-se então de que ela sempre demonstrou muito apresso e carinho pelos heróis mascarados, querendo muito ser um deles. Imaginou que isso seria uma ótima influencia parar ela, mas sabia que sua Lady jamais a aceitaria como um deles novamente ou ao menos uma porta voz já que não tinham tempo para ir a entrevistas e ficar respondendo repórteres.

Ficou a pensar em como conversar com sua teimosa companheira. Não tendo muitas desculpas e explicações para dar, do por que confiava tanto na loura, sem se expor.

                   Mas assim que chegou em casa percebeu um barulho anormal.

Afinal, aquele local era “sempre” silencioso por se controlado da forma que seu pai ordenava, e uma gritaria como aquela não era algo costumeiro.

Se aproximou sorrateiro, mesmo tendo idéia de que poderia não ser percebido pelo tamanho da discussão que ocorria no cômodo fechado a sua frente. Olhando pela fresta da porta e percebendo ser sua tia a gritar e discutir fervorosamente com seu pai, que parecia levemente ferido pelos objetos que ela arremessava incessantemente.

― Você não tinha este direito! Tínhamos um acordo! Eu vou te processar e vou te destruir! A sua imagem! Sua carreira! Esse castelo! Tudo vai ir pra lama! ― A mulher sempre alegre e jovial parecia tomada por alguma entidade, e por um segundo o jovem se questionou se ela não estaria akumatizada.

Nos últimos anos outros inimigos poderosos surgiram, entretanto, Hawk Moth havia diminuído seus ataques, mesmo estes sendo muito piores e bem mais elaborados que antes; o que o fazia ainda ser seu pior inimigo; como se o mesmo tivesse se aperfeiçoado com o tempo, assim como eles haviam.

― Um acordo verbal. E foi sua irmã que o fez, não eu. Achei que o jovem tinha o direito de saber toda à verdade. ― Ele por sua vez responde com toda classe que sempre teve. Sem alterar um tom sequer de sua voz sempre tão imponente.

Mas antes que ele pudesse entender se a tia estava mesmo akumatizada ou não e poder agir, sente uma mão cair sobre seu ombro e, em um impulso automático, acaba por dar um contra golpe na pessoa e a arremessar contra a porta que espionava, abrindo-a com o corpo da pobre pessoa.

― Adrien? ― Seu pai eleva o tom por um breve momento, espantando com a forma que ele invade o lugar, afinal nunca tinha visto o filho ser agressivo daquela forma.

E logo Adrien abaixa o olhar envergonhado e assim podendo ver que havia golpeado seu primo Felix que estava atordoado a seus pés.

― Anh! Desculpa! ― Ele tenta o ajudar a se levantar, mas é repelido pelo mesmo. ― Eu não quis...

― Adrien. Felix. Podem nos deixar terminar a conversa? ― Mas Gabriel retoma o controle da cena ao ordenar com seu tom controlado de sempre que os dois jovens saíssem imediatamente do local.

― S-sim pai. Desculpa. ― Ele diz ao se afastar do lugar apressado, ainda sem entender nada do que se passava ali.

As vezes as pessoas só brigam.         Não precisam estar akumatizadas, certo?

Pensava, curioso e ainda bastante preocupado sobre que tipo de coisa fazia alguém ser escolhido parar ser akumatizado ou não, lembrando de todas as pessoas que já salvou e não encontrando uma única ligação sequer; fora o fato de estarem desgostosas com algo. Nem mesmo precisavam estar muito irritadas, apenas estar tristes ou desconfortáveis já servia.

Entender os padrões de Hawk Moth era mesmo algo impossível. E isso era outra coisa que o assombrava, afinal temia por ser Akumatizado, e deixar sua Lady na mão ao esperar por sua ajuda que não viria.
Não conseguia suportar tal idéia.

― Eu ia te explicar antes de você... O que foi aquilo? ― O primo que o acompanhava questiona, bastante desgostoso, ajeitando seus trajes que haviam sido amassados.

― Desculpa. Reflexo?

― Você está me perguntando? ― Comenta ainda mais revoltado com a atitude de Adrien, guiando o caminho até o quarto do próprio onde planejava conversar.

― Eu sinto muito. Não foi intencional. ― Mas Adrien não tinha como responder que estava em alerta por medo de Hawk Moth.

― Tanto faz. Agora já fez. ― Diz ao fechar a porta e tentar passar a chave por dentro descobrindo que não tinha tal opção. ― Aff. Que vida você tem aqui, em. ― Murmura ao ter um pouco de pena do primo que parecia não possuir o mínimo de privacidade e liberdade possível. ― Está bem.... Sente-se. Que não irei repetir mais de uma vez, e... você é bem lentinho pra entender as coisas.

― ... ― Ele até queria responder, mas não ganharia nada com isso além de desviar do assunto; estava mesmo muito curioso e seriamente preocupado.

― Número um. Eu vou morar aqui de agora em diante. Então algumas coisas vão começar a mudar. Já vi minha carga horária e não perco nada indo para o seu colégio, afinal, é uma escola muito boa. ― Ele diz tão imponente e autoritário quanto seu pai, e Adrien não consegue evitar os comparar. ― Você deve estar se perguntando o porquê disso. Bem, é muito simples... Na verdade... Não, não é. ― Ele diz um pouco afetado pelas emoções, mas logo volta a se controlar e tomar o tom sério. ― Isso é por que somos irmãos. E eu tenho direito de viver com nosso pai.

― Espera!!! O que? Irmãos!? Como? ― No mesmo segundo Adrien se altera, levantando-se da cadeira e indo até ele, que evita ser tocado com um gesto que lembrava muito à própria Chloe.

― Pelo que Gabriel me contou por carta, minha mãe adotiva não estava conseguindo ter filhos, e isso estava causando uma grande depressão a ela. E, por medo de perder a irmã, a sua.... Nossa mãe me “deu de presente” para a irmã. Fim da história.

Adrien estava sem palavras.

Mas não podia negar à profunda magoa nas palavras do... Primo? Irmão.

Aquilo era mesmo uma situação surreal.

Como se já não tivesse coisas de mais na cabeça ainda vinha essa. Por um segundo ele se questiona se o objetivo de seu pai para aquele final de ano era o enlouquecer por completo.

― Felix... eu... Nem sei o que dizer. ― Sua cabeça estava para explodir, e mal imaginava como deveria estar a de Felix que parecia manter um tom de controle à sua frente, mas que por dentro deveria estar gritando.

― Não tem que se sentir mal. Você é o único inocente da coisa toda. ― Mas esse corresponde aparentemente tranquilo ao caminhar pelo quarto, deixando o novo irmão com seus pensamentos. ― Pedi que trouxessem as minhas coisas o mais rápido possível. O “nosso pai” disse que iria me arrumar um quarto como o seu... Não sei se isso é uma coisa boa.

Seu tom parecia de grande desaprovação a aquele ambiente.

De fato Felix era a primeira pessoa a verbalizar ter uma má impressão de seu quarto; todos que já haviam ido ate tal local, ficavam admirados e amavam o lugar. Queriam ver os jogos ou experimentar as caixas de som. Tinham um pequeno surto com o modo do qual o piano era guardado e sempre elogiavam a decoração; mas Felix parecia ser capas de enxergar algo ali.
Algo que Adrien apenas sentia.

                                                                                       Aquilo era uma prisão...

― Bem, eu... ― Ele até tenta responder, mas se não estava conseguindo saber o que sentia, muito menos sabia o que dizer.

Aquele não era um bom momento parar esse tipo de coisa.

Mas quando seria?

― Está tudo bem. Já disse. De todos, você é o único inocente aqui. ― Felix volta a dizer serio e Adrien apenas respira fundo em seu mantra, algo que havia se tornado um vicio; algo que fazia toda vez que sentia que não iria mais aquentar.

De fato parecia que o objetivo de seu pai era o enlouquecer ao ponto de ser akumatizado, e isso ele jamais permitiria. Mesmo que tivesse de...


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Notas finais do capítulo

Dyryét--- > (Estou fazendo essa fick após terminar a 3 temp, com base no que eu vi na serie, e claro no meu entendimento dela. Mas nada impede que você diga o seu entendimento também. Quem sabe isso me da Novais idéias e me ajuda?)



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