PoV. Narrador

Bella caminhou decidida, se quisesse ter uma história diferente com edward, se quisesse ter a felicidade pela qual ela batalha tanto todos os dias, precisaria começar de onde parou, contar como ela fora quebrada, como se reconstruiu e por que ela nunca seria completa de verdade novamente.

—você levantou, eu já ia levar o suco.

—eu preciso te contar a minha história, preciso que saiba o que aconteceu.

Então bella se afastou, andou até a cadeira, sentou-se e encarou o tampo por alguns segundo enquanto Edward voltava a pia e servia os copos com suco.

—entao me conte, eu disse que estaria aqui quando estivesse pronta.

—bom, tudo começou no 2 ano do ensino médio, eu não era muito sociável e tinha poucas amigas que no final não eram lá amigas de verdade. No início do ano letivo uma família nova se mudou pra cidade, foi quando eu conheci Alec e Jane volture.

 _Eles eram ricos, lindos e se tornaram populares rapidamente, por algum motivo Alec se aproximou de mim e nos tornamos amigos, ele era legal e fazia grandes gestos por mim, levava flores e até escreveu uma canção romântica, que ficou péssima é claro, ele não tinha nenhum talento musical, mas ele se esforçou e isso me derreteu, rapidamente engatamos um namoro. Era tudo o que ele pretendia é claro, o primeiro mês foi incrível, ele agia como um príncipe, eu conheci a sua família e ele a minha, todos estavam encantados, ele era um excelente ator no final das contas.

—As coisas foram piorando aos poucos, eram pequenos sinais, começou com comentários sobre a minha roupa, depois foram comentários sobre o meu corpo, eu era virgem e ele começou a me pressionar pra gente fazer sexo. Em 6 meses nosso relacionamento saiu dos contos de fadas e foi direto pro filme de terror, ele mexia com o meu psicológico de uma maneira, que me fazia acreditar que eu não poderia ser feliz sem ele, quando eu tomava coragem e tentava terminar, ele ameaçava se matar, dizia que me amava e ia mudar.

—Assim se passou um ano, então no final do ano, quando entramos de férias nós fomos a uma festa, eu perdi ele de vista e quando o encontrei, ele estava fazendo sexo com uma das minhas "amigas", quando eu vi, gritei tudo que estava entalado na minha garganta, mandei ele a merda e terminei nosso relacionamento, ele não aceitou tão bem. - Bella fez uma pausa, estava chegando na pior parte da história, nessa altura Edward já tinha colocado os copos na mesa e se sentado ao lado de Bella, o queixo trincado e a expressão de fúria era evidente.

—Então ele começou a gritar comigo, não me deixou ir embora, Emily aproveitou pra sair do quarto e ficamos só nos dois. Ele gritava que a culpa era minha, que eu não dava o que ele queria e ele era obrigado a procurar com outra pessoa.

—No meio da discussão, eu tentei sair do quarto e foi quando ele me agarrou pelo cabelo, dizia que ia me mostrar o que eu tava perdendo e me arrastou pra cama. -bella fechou os olhos, lágrimas de dor e repulsa escorriam por seu rosto, mas ela continuou.

—Eu não vou te fazer ouvir os detalhes, mas depois de tudo, eu estava machucada e em Pânico, ele se levantou de cima de mim e começou a me chamar de querida e agir como se nada tivesse acontecido, disse que me levaria pra casa, me segurou pelos braços e começou a me arrastar pra fora. Quando finalmente chegamos perto da frente da casa, eu consegui reagir, me soltei dos braços dele e comecei a correr.

—Ele me perseguiu, gritava comigo, dizia que ia me matar quando me alcança-se, começou a chover e eu já não aguentava mais correr, não tinha onde pedir ajuda. Então eu percebi que ele parou de gritar, olhei pra trás e não vi mais ele. Continuei correndo, precisava achar ajuda, aí eu vi um carro.

—Eu fui pra direção da rua e acenei pro carro, quando finalmente a luz interna do carro foi acesa, eu vi ele, ele tinha simplesmente roubado um carro e vindo atrás de mim. Eu corri pra fora da rua, em direção a floresta mas não fui rápida o bastante, ele me atingiu com o carro e bateu em uma árvore. Eu achei que ia morrer aquele dia, eu quis morrer aquele dia. - Bella soluçou com a lembrança.

—Acordei no hospital, algumas costelas quebradas, o braço, o pulso, tive uma perfuração no abdômen, uma hemorragia interna, tive muitos danos internos, o impacto quando ele me atingiu, deveria ter me matado e quase matou, mas eu sobrevivi de alguma forma, me curei. Bom mas não totalmente, eu tive lesões no meu sistema digestivo e reprodutor, o meu útero, ele foi extremamente afetado, os médicos decidiram não remover, porque controlaram a hemorragia mas disseram que eu não posso ter filhos por conta dos danos que meu sistema reprodutor sofreu e eu passei alguns meses me alimentando somente por sonda por conta do intestino perfurado.

—Ele morreu no acidente, segundo os médicos foi uma morte lenta e dolorosa e eu espero que ele tenha sofrido mesmo.

Bella fez uma pausa, bebeu seu suco mesmo sentido que poderia vomitar a qualquer momento.

Edward estava furioso e ao mesmo tempo queria abraçar Bella e protegê-la pra sempre, ele não tinha imaginado o quão grave era a história, sabia que Bella se machucara, mas não a esse ponto, queria poder matar Alec novamente..

—eu lambendo muito Bella, por tudo.

—não é culpa sua, eu já estou bem de verdade, depois disso eu enfrentei um último ano péssimo, todos acharam que era minha culpa, a família dele me ameaçava, a irmã dele as vezes ainda aparece com algum número falso, mas eu fiz terapia por muito tempo e superei, ou eu achava que sim.

—o que aconteceu hoje?

—vai parecer loucura, mas eu vi ele, não sei como, mas ele estava lá, em pé olhando pra mim.

—ele não morreu no dia do acidente?

—eu sei, mas era ele, ou talvez fosse meu cérebro me pregando uma peça.

—talvez seja alguém parecido e isso te ativou algum gatilho - edward tentava achar uma forma de acalma-la

—voce deve estar certo, ele morreu, eu sei que ele morreu, a cidade toda foi no enterro dele,eu vi sua lápide.

—voce foi até lá?

—depois de tudo, a minha psicóloga achou que faria bem eu ir até lá, encerrar essa história.

—e funcionou?

—eu não sei, acho que sim, eu escrevi uma música aquele dia, mas a psicóloga achou que era uma letra muito focado nos traumas e não na superação. - Bella deu uma risada seca - mas eu não tinha superado ainda, eu escrevi outra depois de um tempo, quando eu realmente estava melhor.

—voce tocaria pra mim um dia?

—claro, eu gostaria de colocar elas no meu primeiro álbum, quando eu lançar um dia.

—vai ser espetacular, como tudo que você faz. -edward segurou sua mão e a beijou.

Então juntos caminharam até a sacada, onde se sentaram em bancos e edward abraçou Bella com a coberta.

—sabe, você é definitivamente a pessoa mais forte que eu conheço - edward falou, e Bella balançou a cabeça.

—nao é questão de força, sempre tem uma nova montanha pra escalar, quando a gente acha que venceu, lá tem outra montanha pra você escalar novamente.

—mas acho que não é sobre chegar no fim da montanha, é sobre o que você é, e o que você faz durante a escalada, sobre ter fé e sempre ver a luz no fim do túnel.

—as vezes é difícil, parece que tô quase chegando lá, e aí uma voz diz que não vai funcionar e parece que tudo desaba, minha fé ficou abalada por muito tempo, talvez não tenha mais conserto.

—eu sei que tem, você só precisa continuar tentando, nem sempre vamos vencer todas, as vezes vamos perder, precisamos enfrentar as diculdades, os riscos e não se deixar abater.

—é sobre a escalada? - Bella sorriu olhando pra edward.

—é tudo sobre a escalada!

Então Bella deitou a cabeça apoiada em sua cabeça e começou a pensar em sua escalada até ali, quentinha e confortavel estava quase adormecendo, quando um estalo lhe ocorreu, ela lançou em um salto, assustando edward.

—o que foi?

—preciso de um papel, caneta e um violão, acho que tive uma ideia.