Entre Extremos escrita por Bella P


Capítulo 43
Capítulo 42




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O banquete de boas vindas tinha um ar tão sombrio quanto o restante do mundo mágico. Havia uma quantidade menor de alunos que retornaram para Hogwarts e a quantidade de primeiro anistas era a metade da quantidade que foi a turma com quem Dallas ingressou na escola. À mesa da Grifinória, Potter sentava entre Granger e Weasley a terminava de limpar o rosto manchado de sangue, e o nariz dele estava vermelho e com um hematoma surgindo ao longo deste. Dallas lançou um olhar acusador para Draco, que tinha desembarcado do trem com um sorriso de triunfo muito suspeito no rosto. Aparentemente Potter foi descoberto e o resultado foi desagradável. Dallas suspirou, este ano prometia ser um desastre e ela não estava nem pensando na guerra. 

A canção do chapéu seletor foi igualmente sombria e após esta e o sorteio das casas, Dumbledore começou a discorrer sobre os anúncios daquele ano. Slughorn seria o novo professor de Poções e Snape foi realocado como o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. Dallas trocou um olhar com Patrick, à mesa da Corvinal. Ambos tinham conversado no passado que suspeitavam que havia alguma coisa de errado com o cargo de DCAT para nenhum professor durar um ano neste, e agora Dumbledore colocava Snape na posição? Por quê? E havia outra questão: Dumbledore era velho, fato, mas agora parecia que a idade finalmente estava pesando em seus ombros. Ele tinha um ar cansado, a pele estava macilenta, ele perdeu peso e uma das mãos dele estava murcha e enegrecida, como um membro gangrenado. 

O jantar transcorreu em um estranho silêncio e o primeiro dia de aula amanheceu frio e nublado. Sonserina e Corvinal tinham como primeiro horário DCAT e Snape era tão azedo nesta matéria quanto era em Poções, mas ainda sim era um brilhante professor. A aula constituiu em feitiços de ataque e defesa e na meia hora final os alunos foram separados em duplas e ordenados a duelar com aquilo que haviam aprendido naquele dia. Pansy e Dallas foram colocadas frente à frente e a chuva de feitiços começou antes mesmo do final da contagem de três. A disputa estava violenta e havia desespero nos gestos de Pansy a medida em que ela sentia que Dallas havia evoluído daquela menina que quase perdeu para Patrick em seu segundo ano. Chegou em um momento que, encurralada e irritada, Pansy viu-se sem saída e começou a usar azarações e encantamentos que iam além do currículo escolar e alguns, Dallas tinha a certeza, não eram legalizados pelo Ministeŕio. Snape manteve-se imóvel, observando o duelo, sem intervir. O mundo era cruel e duelos de verdade nem sempre seguiam as regras do jogo.

Um feitiço acertou a barreira de defesa de Dallas e o choque causou uma pequena explosão que ergueu uma nuvem de fumaça entre elas. Dallas aproveitou a deixa para atacar. Pansy era sangue-puro e o problema de bruxos sangue-puros é que eles sempre recorriam à magia para vencer uma briga, porque consideravam qualquer outro tipo de embate muito plebeu para o gosto deles. Dallas não tinha essa compulsão. Pansy gritou quando viu a colega surgir de entre a nuvem de fumaça, pisar em sua coxa com força o suficiente para deixar marca, escalá-la como se ela fosse uma maldita árvore, e ofegou e berrou quando sentiu coxas grossas e firmes a envolverem pelo pescoço, a esganar e então, o seu corpo inteiro deixou o chão e ela estava voando, sufocando e então sendo arremessada novamente contra o chão de pedra com força.

O impacto foi dolorido e a força com o que seu braço bateu no chão acabou fazendo Pansy soltar a varinha que Dallas, ainda aproveitando o momentum do ataque e em um girar do corpo, chutou para longe e esta desapareceu sob uma mesa. Dallas continuou girando, até que pôs-se de joelhos e rodou o braço com a varinha por sobre a cabeça, o feitiço disparou com força e atingiu Pansy no peito, lhe tirando o pouco fôlego que lhe restava e a arremessando contra a parede. O choque foi forte o suficiente para desacordá-la e quando ergueu a cabeça, o movimento retirou de frente dos olhos de Dallas algumas mechas de seu cabelo e expôs íris violeta que pouco a pouco foram perdendo o tom escuro até voltarem ao azul normal. 

— E o que podemos aprender com o embate entre a srta. Winford e a srta. Parkinson? — Snape perguntou com a sua voz suave, enquanto levitava o corpo mole de Pansy para levar para a enfermaria. 

— Que Winford jogou sujo. — Theodore Nott resmungou e Dallas riu de escárnio. Theo tinha uma paixonite por Pansy, por isso deu uma resposta tão cretina, porque se não fosse este o caso, ele não passaria tamanha vergonha com dito comentário. Primeiro, eles eram sonserinos, eles não jogavam de acordo com as regras, segundo, se era para acusar, que começasse com Pansy que foi a primeira a apelar para os feitiços proibidos.

— Não, sr. Nott. — o tom de Snape mostrava que ele compartilhava dos pensamentos de Dallas. Nott era uma idiota. — Que em um duelo de verdade tudo é permitido e que não devemos depender sempre da magia. Sermos desarmados em um duelo é muito fácil e quando isto acontece, o que exatamente você vai fazer? Ficar parado esperando ser morto? — o sinal tocou, indicando o fim da aula. — Quero um resumo do capítulo dois e uma dissertação sobre o que foi certo e errado neste embate entre Parkinson e Winford. Dispensados! 

— Chave de coxa. — Patrick comentou quando eles deixaram a sala de DCAT. — Aurora tentou me ensinar este golpe, mas sem muito sucesso. Algo sobre o quadril feminino ser mais maleável que o masculino possibilitar o sucesso do ataque. Você quer ser a minha parceira de treino? Podemos praticar na Sala Precisa.

— Sala Precisa? — Patrick deu de ombros.

— Não acho que teremos mais reuniões da Armada Dumbledore, não agora que Umbridge felizmente não faz mais parte desta escola. Snape é um bom professor de DCAT, está nos ensinando coisas úteis, então a Armada não tem mais propósito e portanto podemos usar este horário que era antes da Armada para treinarmos.

— Verdade.

— Mas em um ponto ele tem razão, não podemos depender somente da magia em um combate, precisamos de mais do que isto para vencer um duelo. Aurora começou a me treinar em combate corpo a corpo, mas não quero ficar fora de forma enquanto estamos em Hogwarts, então…

— Se você vai me querer como parceira, vai ter que seguir o meu regime de treino.

— Que é? — Dallas sorriu maldosamente para Patrick.

— Amanhã, seis horas da manhã, no campo de Quadribol.

— O quê?!

— Pansy pode não ser mais alta do que eu, mas é mais pesada e ela tem um centro de gravidade bom. Não foi tão fácil assim derrubá-la. Para isto eu precisei de flexibilidade e força e ambas as habilidades se obtém com treino de resistência. Então amanhã, seis da manhã, no campo de Quadribol. Depois vamos para a Sala Precisa para o treino técnico. 

— Dispenso, acho que não preciso mais não. Eu me viro sozinho. — a resposta de Dallas para a recusa de Patrick foi simples: ela o segurou pelo ombro, chutou a parte detrás do joelhos dele, lhe tirando o equilíbrio, e então com um puxão pelo mesmo ombro que segurava, o derrubou no chão. Um gesto tão rápido que Patrick só registrou o que aconteceu quando já estava caído no chão e piscando de forma imbecil para o teto do corredor. 

— E então? — Dallas apareceu em seu campo de visão e Patrick admitiu derrota. 

— Amanhã, às seis da manhã, no campo de Quadribol. — concordou de forma sofrida e Dallas seguiu o seu caminho, sorridente, e Patrick ficou largado no chão frio sob as risadas dos colegas. 

oOo

A aula de Poções foi um choque completo. Não que Dallas esperasse que Slughorn fosse um professor ruim e então ele a surpreendesse provando o contrário, não. O choque foi que Potter conseguiu fazer uma poção perfeita em tempo recorde, ganhando a Felix Felicis como prêmio. Potter ! E esse era o choque. Todo mundo e mais alguém sabia que o grifinório era um aluno mediano em Poções, passava na matéria por puro milagre e muita ajuda da Granger, então como diabos ele conseguiu fazer uma poção tão complexa como a do Morto Vivo?

Slughorn era pura felicidade, como um pai orgulhoso de um filho que acabou de ganhar um torneio de Quadribol. Ele sorria e pediu para que alguém da classe batesse uma foto dele com Potter, foto que com certeza iria para o infame hall da fama do professor. A sineta tocou, abafando os resmungos de Draco e os bufos de incredulidade de Granger. Dallas jogou o material na mochila com mais força que o usual, também frustrada por perder esta competição quando ela sabia que o vencedor não era tão bom assim para merecer tal prêmio. Quando deixou a sala, puxou Potter com força pelo braço e o arrastou ao longo do corredor até uma alcova vazia. 

— O que você fez? — perguntou bruscamente e obteve como única resposta o típico sorriso paspalho de Potter, aquele que de forma irritante fazia mariposas voarem enlouquecidamente dentro de seu estômago.

— Como assim? — o sorriso paspalho ainda estava lá mas, ao mesmo tempo, as sobrancelhas franzidas mostravam genuína confusão. 

— A poção, Potter, ou você tornou-se um gênio das Poções da noite para o dia? — Potter deu de ombros. 

— Estamos sem nos ver há duas semanas desde o ataque a sua casa, e você está se preocupando em como eu fiz uma mera poção? — Dallas recuou, olhou dentro dos olhos verdes de Potter, e riu. 

— Exatamente. — disse, divertindo-se com o tom ofendido que soou na voz dele e para fechar o cenário com chave de ouro, Dallas inclinou-se o suficiente para capturar os lábios de Potter com os seus em um beijo longo e que o deixou mudo e sem fôlego. Quando se afastou, Potter ainda tinha os olhos fechados, a expressão paspalha usual e tentava beijar o ar, procurando a boca de Dallas que já estava longe de seu alcance há muito tempo. — Até outra hora, Potter. — desejou de forma coquete e saiu da alcova cantarolando e ignorando propositalmente os chamados do grifinório. 

No sábado à noite, após uma semana correndo as seis horas da manhã pelo campo de obstáculos que Dallas montou no campo de Quadribol, Patrick viu-se beijando o tatame conjurado na Sala Precisa.

— Pensei que Aurora estivesse te treinando. — ela resmungou enquanto estendia uma mão para Patrick e o ajudava a levantar. 

— Feitiços e duelos, teoria na maior parte do tempo, claro, por causa das leis mágicas. Combate corpo-a-corpo ela só começou no Natal do ano passado. 

— Ah. Isso explica porque você ainda é tão cru. Você ainda depende da sua varinha para tudo. Eu o vi telegrafar cinco movimentos que condizem com conjuração de feitiços de ataque, por isso que você está sendo derrubado tão fácil. 

— Não, eu estou sendo derrubado tão fácil porque você tem um cruzado de esquerda poderoso e… — Patrick interrompeu-se quando Dallas e ele sentiram a magia da Sala Precisa oscilar, o ar ao redor deles tremular levemente, como miragem criada pelo asfalto quente, o cenário do dojo pareceu piscar por meio segundo até estabilizar-se mais uma vez e tudo voltar ao que era antes. 

— O que foi isto? — Dallas perguntou ao nada. Em todo o tempo em que esteve na sala durante os encontros da Armada Dumbledore, ela não a tinha visto fazer aquilo. Era como se alguém estivesse interferindo na magia. 

— Alguém está usando a sala. — Patrick explicou.

— O quê?

— Alguém está usando a sala neste exato momento. A Sala Precisa não é exclusiva, ela pode criar quantos cenários quiser, para quantas pessoas quiser, ao mesmo tempo. A única indicação que temos que a sala também está em uso junto conosco é esta interferência mágica. Mas você sabia que a Sala Precisa tem cenários fixos?

— Cenários fixos?

— Sim. A sala pode criar o que você pedir, mas existem alguns cenários que foram pedidos com tanta frequência que eles acabaram se tornando um cenário default , por assim dizer. 

— Tipo?

— A sala de quinquilharia. 

— Oie?

— Tem uma sala dentro da Sala Precisa que é para guardar todas as quinquilharias existentes.  É um depósito mágico para os cacarecos, materiais e mobílias usadas e quebradas da escola. 

— Sério que Hogwarts tem uma sala destas? — porque era tão clichê. Toda escola tinha uma sala de trecos, mas quando se trata de magia era uma surpresa e ao mesmo tempo não. Existiam dezenas de feitiços para banir o lixo da existência humana e, ainda sim, bruxos adoravam colecionar coisa inútil e quebrada, que servia somente para ser lixo. — E onde é que você aprendeu isto? Eu li Hogwarts, Uma História , e não tem nada sobre a Sala Precisa no livro, ou a extensão de suas habilidades. 

— Aurora. — Patrick deu de ombros. — O Departamento de Aurores tem vastos conhecimentos sobre pontos estratégicos do mundo mágico e suas defesas, pontos fracos e fortes, e isto inclui Hogwarts e as centenas de segredos que este castelo ainda possui. 

— Se é segredo, por que ela te contou?

— Porque ela é minha irmã, ora bolas. — Dallas rolou os olhos e deu uma rasteira em Patrick, que soltou um grito agudo indignado antes de ir contra o tatame mais uma vez.  

— Ei! — ele protestou diante do ataque surpresa e ela somente riu matreira para ele.

— Sempre alerta, Patrick. Sempre alerta. 

No domingo, Davon Yale, novo capitão da Sonserina, pregou um aviso na sala comunal da casa informando a data e a hora dos testes para o time e quais posições estavam sendo preenchidas, entre essas, a de apanhador. 

— Você saiu do time? — Dallas encurralou Draco antes dele tomar o rumo do dormitório masculino com Crabbe e Goyle. Os dois garotos prontamente pararam, remexeram-se como se quisessem automaticamente retirar Dallas de dentro do espaço pessoal de Draco, mas este fez um aceno com mão, dispensando a ajuda deles e eles ao mesmo tempo. 

— Sim. Você realmente acha que eu terei tempo para frivolidades como o Quadribol? — frivolidades? E foi então que Dallas percebeu que a situação ia além da Marca Negra, do fato de que Voldemort havia marcado Draco como gado de abate, ter mais um seguidor em seu ranking pronto para servi-lo assim que ele chamasse. Não, o bruxo também tinha mandado Draco fazer algo em seu nome, claro! Como Dallas havia sido burra! Voldemort não pouparia Narcissa e ela apenas se Draco concordasse em ser um Comensal, claro que ele iria querer outra coisa em pagamento, algo grandioso e para ser executado para ontem.

— Draco, que acordo você selou com o diabo em troca de nossas vidas? — ela perguntou em um sussurro, somente para ele ouvir. 

— O pior deles. — a resposta dele veio em tom baixo e regada de desespero e Dallas pousou uma mão sobre o braço de Draco e o trouxe para mais perto de si. 

— Eu posso desaparecer com você, Draco, fazê-lo sumir de forma que nem Vold…

— Não diga o nome dele! — sibilou, a interrompendo.

— É só um nome, não tem poder algum.

— Ainda. O Lorde das Trevas não tem apenas fanáticos psicóticos em seu ranking , tem também bruxos inteligentes para provê-lo de feitiços úteis como um de localização a menção de seu nome. Porque somente opositores estupidamente corajosos diriam o nome dele. 

— Oh! Brilhante. — Dallas teve que admitir. — Macabro, mas brilhante. 

— E acha mesmo que é tão fácil assim? Eu falei que faço isto por você e nossa mãe, que neste momento está prisioneira na própria casa então, a não ser que você também tenha um modo de resgatá-la e desaparecer com ela da face da Terra, estamos em um dilema aqui, não é mesmo?

— Então deixe-me te ajudar. 

— De jeito nenhum ! — o pavor sumiu da voz de Draco para ser substituído por determinação e puro ultraje. Ele não envolveria Dallas naquela sujeira, estava claro, ele iria afundar na lama sozinho, mas não a levaria consigo. 

As coisas continuarem estranhas no decorrer da semana. Por alguma razão, cada vez que estava na companhia de Draco, Dallas tinha a estranha sensação de estar sendo observada. Nas aulas em que a Sonserina dividia com a Grifinória, o olhar de Potter só faltava abrir um buraco em sua nuca. A popularidade de Potter também pareceu ter crescido entre os alunos de Hogwarts, agora que ele não era mais visto como um insano que clamava a volta de Voldemort e Dallas tinha que admitir a muito contragosto que não estava gostando nada desses novos olhares sobre o novo capitão do time da Grifinória, e se Patrick era quem acabava sofrendo com as frustrações dela bem, isto era problema dele, ele que pediu para que Dallas fosse a sua parceira de treino. 

— Primeiro final de semana em Hogsmeade. — Potter disse ao aproximar-se de Dallas ao final de um dia de aula, na saída da classe de Poções. A interação de ambos não era mais feita às escondidas, para quê? Voldemort já tentou matá-la mesmo nas férias, então eles não precisavam mais esconder de ninguém a relação deles que era: inexistente. Isto mesmo. Apesar da conversa tocante e dos gestos de conforto oferecidos e trocados durante as férias, o relacionamento de Potter e Dallas não pareceu ter evoluído para nada mais do que alguns beijos. Não houve declarações de amor, não houve pedidos oficiais de namoro, nada que oficializasse o que já era óbvio para todos. 

— E? — Dallas perguntou com o seu característico tom de descaso. Potter respondeu com o seu usual rolar de olhos. 

— Gostaria de ir comigo?

— Por quê, Potter? Não sabe o caminho? Ou melhor, por que não pede a Romilda Vane para te ajudar a encontrar? — porque se Dallas ouvisse a terceiro anista declarar mais uma vez o seu amor por Harry Potter pelos corredores de Hogwarts, a Grifinória perderia um aluno pelos próximos dias, incluindo Potter que abriu um sorriso vitorioso ao ouvir o tom dela. 

— Ciúmes, Dallas? — provocou e esta foi a deixa para os sonserinos rapidamente debandarem dali. Eles conheciam Dallas o suficiente e o gênio dela para saberem que nunca era bom cutucá-la com a vara curta, e que Potter era um idiota por arriscar-se deste jeito. 

Dallas quis responder ao grifinório abusado e com o rei na barriga, a resposta ácida estava na ponta de sua língua, mas achou mais digno somente dar as costas para ele e seguir o seu caminho. Ou ao menos tentar seguir o seu caminho. Dallas mal deu um passo adiante e Potter a segurou pelo pulso, a guiou por corredores, a levou por escadarias, até que encontraram um nicho isolado o suficiente de olhos curiosos e ele a empurrou contra a parede e a encurralou entre os seus braços. O sorriso presunçoso ainda estava em seu rosto e ela queria muito azará-lo naquele momento, se não estivesse sendo beijada de modo que o ar parecia estar sendo sugado de seus pulmões. As mãos grandes de Potter encontraram a sua cintura e os dedos tocaram em uma suave carícia a sua pele quente sob a bainha do suéter do uniforme. Gostando ou não, ela cruzou os braços sobre a nuca dele, apenas para manter o equilíbrio e quando afastaram-se, se os seus olhos ficaram ainda alguns segundos fechados não foi por causa do êxtase que estava sentindo devido ao beijo, mas porque a claridade do corredor estava machucando os seus olhos. 

— Então? Hogsmeade neste final de semana? — Dallas o empurrou, afastando Potter de si e querendo muito bater nele diante de tamanha petulância. 

— Não! — enfatizou e recolheu a mochila que ela nem tinha sentido cair no chão, a jogou sobre o ombro e deixou o corredor de forma altiva, ignorando veementemente as risadas de Potter.


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