Dramione | Seis anos depois escrita por MStilinski


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

oi oi gente!!

MIL PERDÕES PELO SUMIÇO!!! espero que ainda estejam aí e não tenham desistido da história :(
gente, tive um super problema com meu computador e nunca passei tanta raiva e stress na vida como nesse último mês, mas enfim.... não consegui postar pq estava sem pc, mil perdões!

espero recompensar vcs com esse capítulo e com os próximos!
e mais uma vez muito obrigada pelos comentários, significa muito pra mim, me deixa muito feliz mesmo ♥

boa leitura :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/786816/chapter/22

O copo de whisky pesava em sua mão.

Hermione estava sentada em uma das poltronas do quarto, o whisky esquecido e já quente no copo quase vazio, os olhos focados em Draco, que dormia com a respiração tranquila e o rosto sereno.

Era madrugada. Já fazia uma semana que eles haviam estado no St. Mungus e que descobriram sobre o veneno se espalhando cada segundo mais pelo corpo de Draco a caminho de seu coração – uma semana desde que descobriram sobre a morte iminente dele.

Durante todo esse tempo, Draco foi para a sua empresa apenas por um dia e continuou recebendo o trabalho em sua casa, cuidando de tudo nos momentos em que se trancava em seu escritório durante a noite, evitando qualquer diálogo com Hermione.

Eles não conversaram sobre o assunto durante esse tempo, mas durante todos os dias Draco continuou fazendo poções e testando na Marca em seu braço, com Hermione responsável apenas por anotar as combinações que ele criava e por inseri-las com a seringa em seu antebraço. Draco conseguia se desligar de tudo ao seu redor enquanto fazia as poções e era realmente algo que ele parecia amar fazer, então Hermione não se importava por não ter uma participação maior – além disso, era o único momento em que ele falava mais de duas palavras para ela.

Hermione se incomodava com isso, em como Draco se fechava em seu mundo e a deixava apenas assistindo tudo de fora, porque sabia que era o mecanismo de defesa nada saudável dele para lidar com a dor que sentia – ela via em seus olhos que a notícia do veneno havia tirado toda a mínima alegria e esperança que ele ainda tinha. Afinal, ambos sabiam de uma coisa: independente do que acontecesse, eles precisavam encontrar uma poção para acabar com a Marca e com toda a ligação que Voldemort ainda pudesse ter com o mundo bruxo e para isso precisavam testar tudo o que fizessem na Marca, mas testar tais poções só faziam o sangue envenenado se espalhar ainda mais pelo corpo dele. Porém, a cada tentativa falha, o sangue negro se aproximava mais do coração de Draco e ele se aproximava mais de sua morte.

Ele não sabia se teria tempo e para ser honesta, nem mesmo Hermione sabia. Ela não tinha mais certeza se eles conseguiriam. Ela sabia que era isso que Draco pensava e, somado a notícia de que ele estava morrendo lentamente, Draco passava o dia fazendo poções, sofrendo com os efeitos colaterais – Hermione havia perdido as contas de quantas poções para febre ela já havia feito para repor o estoque e de quantas ele já havia tomado e de quantos vômitos ela já havia presenciado nos últimos dias – e depois se trancava em seu escritório para cuidar dos assuntos das Empresas Malfoy e então subia para o seu quarto perto da meia-noite. Draco mal comia e por isso já havia emagrecido consideravelmente mesmo em tão pouco tempo.

Hermione passava o dia todo preocupada com ele. Sabia que ele estava sofrendo, mas não sabia como fazê-lo falar sobre isso. Não sabia como fazer Draco se reerguer e lutar por si próprio, porque ele parecia já estar desistindo, visto que passava o dia sem comer, apenas bebendo e trabalhando e também dando crises de raiva quando muitas poções seguidas não faziam nenhum efeito ou apenas lhe faziam passar mal – Hermione também já havia perdido as contas de quantas vezes fez uso da magia para fazer os cacos de vidro se juntarem novamente e formarem um frasco de poção, depois de ele ter quebrado o objeto em uma das paredes do porão.

Tudo isso também a fazia sofrer, mas ela achava que Draco não via isso. Ele estava perdido demais em sua miséria para ver como ela estava abatida e em como Hermione passava horas andando pela casa e procurando livros que pudessem lhe dar respostas, mas tudo sem sucesso. Ele não via como ela dormia pouco e em como sentia vontade de gritar de raiva, como ele fazia, a cada vez que uma poção não surtia efeito ou que o fazia sentir dor. Draco praticamente não a via mais.

Hermione odiava tudo isso. Odiava toda a situação, odiava Voldemort cada vez mais, porque, mesmo morto, ele ainda conseguia destruir pessoas e suas vidas. Odiava que ela e Draco demoraram tanto para se reencontrarem e conseguirem ficar bem para então, de repente, tudo ir por água abaixo novamente.

Draco se remexeu na cama e se virou, o braço esquerdo ficando para fora do cobertor, se tornando visível e os olhos de Hermione focaram-se na imagem da veia principal dilatada e agora com o sangue negro marcado até o ombro. Ainda com os olhos no braço dele, Hermione virou o copo de whisky quente de uma só vez, fez uma careta – nunca se deu bem com bebidas alcóolicas de qualquer tipo – e ficou de pé.

Deixou o copo vazio sobre a estante, foi até Draco e o cobriu. Observou-o por alguns segundos e deu um longo suspiro. Sentia-se perdida. Não sabia como ajudá-lo, já que ele não falava com ela, e também não sabia o que fazer para resolver toda a questão da Marca.

A única coisa que passava repetidamente em sua cabeça, durante todos os dias, é que talvez eles precisassem de ajuda. Não queria envolver Harry e Rony ainda mais, pois temia pela segurança deles, já que, apenas por serem seus melhores amigos, com certeza já estavam sendo vigiados constantemente. Pelo menos havia uma notícia boa: Davies havia sido demitido do Ministério da Magia. A conversa de Draco com Kingsley de dias atrás havia surtido efeito e o Ministro havia entendido as “dicas” de Draco de que o responsável por colocar o filho de um Comensal dentro do Ministério havia sido um de seus funcionários, alguém próximo, muito envolvido com Hermione a ponto de conseguir ameaça-la por talvez saber demais.

Entretanto, Margareth ainda estava no Ministério e provavelmente agora se tornaria ainda mais próxima de Kingsley e triplamente cuidadosa com tudo o que fizesse e que se relacionasse aos Comensais, o que dificultaria para que o Ministro desconfiasse dela. Porém, a demissão de Davies somada a demissão do garoto Carrow que encobria a comunicação dos Comensais, conseguiu atrasá-los e a Marca não havia se fortalecido nos últimos dias, o que com certeza ganhou tempo para Hermione e Draco, apesar de eles não conseguirem realizar nenhum avanço com a poção reversa.

Havia, é claro, as poções que haviam surtido efeito – a que fez o braço de Draco queimar como brasa e a outra que elevou sua temperatura a quase o limite humano. Nenhuma das duas parecia uma solução perfeita, mas Hermione já havia pensado por vários momentos que talvez seria uma boa ideia testá-las outra vez. Ela temia, porém, que as duas poções, por realmente conseguirem desfazer pelo menos um pouco da Marca, fariam com que o sangue envenenado de Draco percorresse um caminho maior, aproximando-o ainda mais da morte.

Hermione observou Draco em seu sono tranquilo por mais alguns instantes e então saiu do quarto. Começou a perambular pela casa e quando viu já estava parada na porta da frente da casa, a tentação de sair maior do que qualquer outra coisa – já fazia tanto tempo que ela nem mesmo pisava do lado de fora...

Hermione pegou um sobretudo de Draco que estava no cabideiro ao lado da porta no hall de entrada, o vestiu e então abriu a porta. Uma brisa morna a atingiu, o clima do verão ainda agradável em Londres. Ela desceu os degraus da varanda devagar, seus pés descalços tocando a pedra gelada e então caminhou pela entrada da casa, passando pela fonte e chegando ao portão. Ela tocou as barras do portão – já que não havia uma maçaneta – e o portão se desfez, sumindo por completo por alguns segundos, tempo suficiente para ela passar por ele e chegar na rua deserta onde a casa de Draco se localizava.

A rua era sem saída e escura, a única luz vinha da iluminação externa da casa atrás de si, e com isso se tornava até mesmo um pouco amedrontadora, com várias árvores altas ao redor balançando devido ao vento, as folhas fazendo barulho ao serem atingidas pela brisa do verão. Hermione caminhou devagar por alguns metros, se afastando da casa, com os pés tocando o chão sujo e frio, o vento fazendo seus cabelos balançarem levemente enquanto respirava fundo, o primeiro contato com o ambiente externo depois de dias trancafiada na casa de Draco passando a maior parte do seu tempo em um cômodo subterrâneo.

Ela parou de repente quando pensou que não deveria estar ali. Sabia que a casa de Draco tinha toda essa segurança extrema, mas ela não estava mais lá dentro e, nesse exato instante, poderia estar sendo vigiada e caminhando para uma armadilha. Mas... Ela precisava disso. Aquela casa parecia ter se transformado na moradia da melancolia e com Draco preso em seu mundo ela estava se sentindo a cada minuto mais sozinha. Precisava pelo menos de um contato mínimo com o exterior ou ficaria louca.

Porém, por via das dúvidas, apertou sua mão em torno de sua varinha – desde a guerra ela nunca conseguiu sair de casa, nem mesmo por segundos, sem sua varinha. Era uma segurança a mais, afinal de contas.

— Hermione.

Ela se virou na direção da voz no mesmo instante, a varinha em punhos, pronta para atacar. Não precisou do ataque, porque era apenas Draco. Ele estava parado a poucos metros dela, as mãos dentro dos bolsos da calça de moletom, e uma blusa branca de mangas compridas que ele deveria ter colocado para ir atrás dela, já que Draco só dormia sem camisa.

A iluminação da casa atrás deles iluminava fracamente os dois, apenas o suficiente para que eles conseguissem enxergar o rosto um do outro.

— O que você está fazendo aqui fora? – Draco perguntou.

Hermione deu de ombros.

— Precisava respirar.

— Sabe que é perigoso.

Hermione revirou os olhos.

— Eu sei me defender, Draco. Além disso, ficar dentro daquela casa também é perigoso.

Draco se aproximou um pouco, o cenho franzido.

— O que você quer dizer com isso?

Hermione encarou Draco por alguns segundos, pensando no que dizer. Talvez fosse o efeito do whisky em seu corpo ou talvez fosse apenas o fato de que ela não aguentava mais a melancolia eterna, mas Hermione simplesmente decidiu dizer tudo o que pensava.

— Você não fala comigo mais, Draco. – ela disse – Passa o dia todo fazendo poções ou trabalhando e bebendo e me ignora completamente.

— Não é verdade.

— É claro que é! Desde o dia no hospital você não fala mais nada. Fica sofrendo sozinho e nem mesmo me deixa ajudá-lo.

— Como você vai me ajudar, Hermione? – ele aumentou o tom de voz; paciência nunca foi uma das virtudes de Draco – Você vai fazer uma Marca Negra em seu braço e morrer junto comigo? Você não tem como me ajudar!

— Tenho! Você está tão mergulhado em seu mundo que não vê que passo todos os dias lendo e procurando alguma solução para isso! Você não vê quando acordo durante a noite e vou para o porão criar outras combinações de poções! Você gosta de me falar que sou a pessoa mais brilhante que você conhece, Draco, mas você não quer mais a minha ajuda! Parece que simplesmente aceitou que vai morrer e não quer fazer nada para mudar isso!

— Eu vou morrer! – dessa vez ele gritou e a voz reverberou pela rua vazia – A cada poção que testamos, meu sangue fica mais envenenado. A cada minuto que não faço absolutamente nada, meu sangue fica mais envenenado! Não há nada que eu ou você e seu cérebro brilhante consigam fazer para mudar isso! – Draco passou a mão pelos fios loiros do cabelo, parecendo cansado, e quando voltou a falar seu tom de voz já estava mais baixo - Você não quer aceitar toda essa situação, Hermione, mas eu já aceitei.

Hermione balançou a cabeça, sem acreditar.

— Eu pensei que você tivesse mudado, Draco, mas você continua o mesmo. Continua desistindo de tudo na primeira oportunidade que tem.

Draco ficou em silêncio. Talvez ela tivesse ido longe demais, mas Hermione não conseguia se sentir mal por isso. O que ela havia dito era a mais pura verdade – Draco sempre desistiu fácil de tudo. Desistiu dela e agora estava desistindo de si mesmo.

— Eu não quero que você morra, Draco. – Hermione falou, dando fim ao silêncio tenso entre eles – Quero acreditar que isso não vai acontecer e quero te ajudar a impedir que isso aconteça. Mas não posso fazer isso sozinha, não posso tentar te manter vivo se você não quiser ficar.

Draco deu uma risada fraca e claramente sarcástica.

— E que motivos eu tenho para querer ficar?

— Pensei que eu fosse um.

Draco ficou calado outra vez, mas o sorriso sarcástico de antes sumiu de seu rosto. Hermione continuou o encarando, esperando algo, alguma resposta e não o silêncio dos últimos dias.

— Você estava melhor antes de eu voltar para a sua vida, Hermione. – Draco disse e definitivamente não era isso que ela esperava – Eu voltei e você teve que deixar toda a sua vida de lado, perdeu seu emprego e passou a ficar trancada em casa, tem dias que você não vê os seus amigos e eu sei que sente falta de tudo isso. O que isso te trouxe de bom?

— Me trouxe adrenalina, me trouxe uma emoção de vida que eu acreditava ter perdido há muito tempo. Me trouxe você. 

Draco apenas piscou diante da resposta dela, parecendo não saber como agir. Por fim, ele perguntou:

— E isso foi bom?

— Foi.

Draco se aproximou dela um pouco mais. Os olhos castanhos calorosos encararam os olhos cinzas gélidos por vários segundos de puro silêncio.

— Você quer mesmo fazer isso então? Realmente quer me ajudar a ficar vivo?

— É claro que quero, Draco. Só preciso saber se você também quer. Não posso fazer tudo sozinha.

Draco respirou fundo, mas por fim assentiu.

— Eu quero.

Hermione segurou delicadamente a mão dele e Draco retribuiu o toque.

— Então fale comigo. – ela disse – Não me deixe do lado de fora, não me deixe no escuro de novo. Me deixe ajudá-lo.

Draco assentiu.

— Certo. Posso fazer isso.

Hermione sorriu.

— Obrigada.

Draco franziu o cenho.

— Você estava bebendo? Consigo sentir o cheiro do whisky.

Hermione deu de ombros.

— Talvez.

— Por quê?

— Eu estava no meu limite, Draco.

— E foi beber o meu whisky? Eu ganhei aquele de aniversário. Estava guardando para uma ocasião especial.

Hermione empurrou o ombro dele de leve e Draco riu.

— Eu não bebi tudo, deixei bastante de sobra para você.

— Eu te faria comprar outro se tivesse bebido tudo.

— Com que dinheiro? Não se esqueça que por sua culpa eu perdi meu emprego.

Draco encarou Hermione totalmente indignado, mas antes que ele pudesse respondê-la eles ouviram o barulho de galhos se quebrando. Os dois se viraram rapidamente e Hermione voltou a empunhar a varinha, dessa vez com um bom motivo: seu antigo chefe, Davies, saia do meio das árvores, acompanhado por mais dois homens em vestes pretas com as varinhas em mãos.

— Perder o emprego... Isso me lembra algo. Ah! – o homem fechou a cara - Eu perdi o meu emprego por sua causa. – Davies disse, direcionando a varinha para Hermione – Eu sabia que vocês iriam fazer algo errado em algum momento e sair daquela casa foi uma decisão muito errada.

— Por quê? – Draco falou, com a varinha também em mãos – Por sua causa? Não é assustador como pensa, Davies.

Davies sorriu.

— O casal está tentando impedir a Marca de voltar então? – ele falou, se aproximando um pouco mais, enquanto Draco e Hermione davam passos para trás, ficando presos entre o muro da casa de Draco e os três Comensais - Sabem que não vão conseguir, certo? Isso vai matar você. – ele olhou para Draco.

Draco deu de ombros.

— No final vai valer a pena. Eu vou morrer, mas vocês vão para Azkaban. Quem acha que vai ficar pior?

Avada Kedavra!— Davies atacou, o jato de magia indo na direção de Hermione, mas ela foi mais rápida e se jogou no chão, empurrando Draco para o asfalto também.

Bombarda Maxima!— Hermione falou, apontando a varinha para o seu antigo chefe, mas o homem mergulhou no chão e o feitiço atingiu um de seus companheiros de vestes pretas, que parecia totalmente perdido ali, sem saber como agir ou contra-atacar e que por fim explodiu em uma visão nada agradável.

Estupefaça!— Draco atacou o outro homem, que não conseguiu se proteger e nem se desviar do feitiço, que o atingiu no peito e então ele foi jogado longe, batendo as costas em uma das árvores da beirada da estrada e caindo no chão, desmaiado.

Crucio!— Davies apontou a varinha para Hermione e dessa vez ela foi tomada de surpresa e a Maldição Imperdoável a atingiu.

Hermione caiu no chão outra vez, uma dor inimaginável tomando todos os seus ossos, músculos, veias e artérias, cada pedaço de seu corpo tomado pelo feitiço que parecia roer seu cérebro e triturar o resto de si. Hermione começou a gritar, sem conseguir se libertar do feitiço e da dor excessiva.

Draco olhou para a figura contorcida de Hermione, os gritos de dor dela tomando seu ouvido junto com uma raiva crescente dentro de si, porque ele odiava vê-la sentindo dor e odiava ainda mais quem a causasse dor. Pareceu esquecer completamente que tinha o dom da magia e correu e se jogou sobre Davies, fazendo com que o homem perdesse o equilíbrio e caísse no chão, a varinha caindo de sua mão e cortando o efeito do feitiço sobre Hermione, que continuou deitada no chão, seu corpo sem conseguir se recuperar imediatamente, até mesmo sua mente parecendo quebrada e fora do lugar.

Draco deu diversos socos em Davies, mas então o homem lhe deu um chute na barriga e Draco se encolheu de dor, o que fez com que o antigo chefe de Hermione aproveitasse da dor do outro para conseguir ficar por cima dele, pressionando o antebraço sobre a garganta de Draco, sufocando-o.

Draco sentia o ar se tornando rarefeito aos poucos e tateou o chão a procura de sua varinha, por sorte a encontrando a apenas alguns centímetros afastados de sua perna, então a pegou e apontou para Davies, murmurando a primeira coisa que veio em sua cabeça:

Alarte Ascendare!

No mesmo instante, Davies foi jogado para o alto, quilômetros acima de Draco, mas logo depois começou a cair, os gritos do homem o acompanhando ao longo do percurso de subida e descida. Draco rolou para o lado apenas segundos antes do antigo chefe de Hermione cair no chão exatamente onde ele estava posteriormente e totalmente apagado devido à queda.

Draco ficou de pé, ofegante e com a garganta dolorida devido à pressão do sufocamento, e então correu até Hermione, sem nem mesmo olhar ao redor para se garantir de que não havia mais ninguém ali para atacá-los.

Ela continuava deitada no chão, os olhos estáticos no céu.

— Hermione! – Draco a chamou, segurando o rosto dela.

Hermione piscou devagar, até mesmo suas pálpebras ainda doloridas como consequência da Maldição. A voz de Draco chamou sua atenção e ela conseguiu olhar para ele.

— Estou bem. – ela murmurou baixo, sem muita potência vocal.

Draco pegou a varinha de Hermione que estava caída próximo a ela, guardou no bolso da calça juntamente com a sua e então a pegou no colo e andou o mais rápido que conseguia – considerando o peso da mulher em seus braços – para dentro dos portões da casa, dentro da zona de segurança e embaixo dos seus feitiços de proteção.

Olhou para o lado de fora e o homem que havia caído contra uma das árvores na beira da estrada começava a se mexer, tomando consciência, então Draco apressou o passo para dentro de casa e fechou a porta com o cotovelo, o que foi difícil, mas por fim ele conseguiu realizar.

Por mais que seus braços já reclamassem do peso de Hermione e sua garganta estivesse dolorida, Draco continuou andando e subiu as escadas até, por fim, deitar delicadamente o corpo de Hermione em sua cama, já no quarto.

— Você está bem? – Draco perguntou, deitando-se na cama ao lado dela – Hermione, fale comigo.

Hermione deu um suspiro longo, sentindo seus pulmões queimarem, além de sua cabeça ainda rodar, parecendo que a qualquer instante iria rachar ao meio.

— Estou. Só estou dolorida.

Draco tirou um cacho de cabelo do rosto dela carinhosamente.

— Eu sei. – ele sussurrou – É assim mesmo. É um efeito da Maldição: a pior dor da sua vida enquanto ela está em seu corpo e logo depois a recuperação mais lenta do século. Amanhã faço uma poção para você.

Hermione assentiu levemente e focou seus olhos em Draco.

— Você está bem? – ela perguntou.

Draco assentiu.

— Estou ótimo. – ele sorriu – Você transformou aquele cara em picadinho de carne.

Hermione deu uma risada fraca, até mesmo isso sendo de certo modo dolorido.

— Que nojo.

Draco riu e então se ajeitou na cama, puxando o corpo de Hermione delicadamente para que ela ficasse deitada sobre seu peito, enquanto ele a abraçava como se segurasse um tesouro perdido.

Hermione fechou os olhos, sentindo-se tranquila ali, inalando o cheiro de Draco e sentindo o calor dele tão próximo de si. Estava quase pegando no sono, algo que iria ser fácil, porque ela se sentia cansada como nunca, quando Draco a chamou.

— Hermione. – ele falou baixinho.

— Sim? – ela respondeu no mesmo tom de voz.

— Você tem razão.

— Eu sei. Mas sobre o que?

Draco riu.

— Vamos acabar com esses otários.

Hermione sorriu, achando graça, mas também sentindo um alívio gigantesco ao ver que Draco estava começando a sair de sua melancolia, que estava com vontade de viver e lutar outra vez.

— Sim, nós vamos. – ela respondeu, ainda com sono.

— Outra coisa...

— Diga.

— Você é sim um dos motivos para eu querer continuar vivo.

O coração de Hermione pareceu explodir, mas de felicidade genuína. Ela se mexeu levemente, voltando os olhos para ele – mesmo no escuro do quarto, ela conseguiu encontrar as órbitas cinzentas a encarando.

— Você também é, Draco.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado do capítulo e que perdoem pela demora!
as coisas vão começar a esquentar agora hein...

um beijo e até mais :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dramione | Seis anos depois" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.