Dramione | Seis anos depois escrita por MStilinski


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

oi gente!!
primeiramente, queria agradecer a Maria Beatriz por ter recomendado a fic, eu amei e significa mt pra mim, obrigada mesmo mesmo mesmo! ♥♥
obrigada pelos comentários também, fico até mal acostumada hahaha

esse capítulo é uma outra visão do capitulo anterior, digamos assim.... boa leitura :)



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“And there's no one to blame but the drink and my wandering hands
Forget what I said
It's not what I meant”

— Falling, Harry Styles.

 

 

Draco Malfoy

Ele não conseguia acreditar.

Já havia feito coisas muito idiotas durante sua vida, mas definitivamente ter agido daquele jeito com Hermione, quase impondo que ela perguntasse por que ele não havia voltado, simplesmente porque ele e seu egoísmo não conseguiam mais guardar tudo aquilo para si havia sido estúpido.

Estava quase a obrigando a falar algo que ela claramente não queria falar. Draco conseguia ver isso nos olhos de Hermione – ela queria fugir de todo aquele papo, queria fugir dele. O olhar doeu. Ele sempre soube que Hermione não o queria por perto, mas ver aquilo tão perto era um grande baque.

Ele não estava bêbado, mas com certeza o álcool havia alterado seus pensamentos para Draco ter conseguido a coragem de falar tudo aquilo. Agora Hermione sabia que uma parte dele ainda tinha alguma espécie de sentimentos em relação a ela e Draco não tinha ideia de como as coisas entre eles ficariam agora, porque ele nem mesmo conseguiu voltar a olhar para ela depois de tudo aquilo.

Ele disse que precisava de um tempo e passou pelo menos uns dez minutos do lado de fora da sua casa, os olhos focados no céu. Não pretendia ir a lugar algum, só pretendia ficar longe de Hermione, mas quando se deu conta estava em frente ao Três Vassouras, em Hogsmeade.

O lugar sempre foi considerado muito acolhedor, mas por ser domingo e quase final de tarde havia somente três lugares ocupados – um homem grisalho e velho praticamente cochilando sobre o balcão, uma mulher morena bebendo sozinha na mesa mais central e dois homens entre os trinta e quarenta anos conversando na mesa mais ao fundo perto da lareira.

— Whisky de fogo, por favor. – Draco falou, sentando-se ao balcão, pelo menos três bancos afastados do homem sonolento.

A mulher atrás do balcão o serviu e Draco encarou o copo.

Ele não tinha um histórico bom com bebidas. Não era algo que se orgulhava e nem mesmo que gostava de se lembrar. Logo depois do final da guerra, Draco passou meses prestando depoimento ao Ministério, procurando por casas – não conseguia nem mesmo pisar na Mansão Malfoy – e passando tempo com Narcisa, mas além disso ainda cuidava de toda a reformulação e papelada para trazer a Empresa Malfoy aos eixos novamente... Basicamente, ele tinha muita coisa na cabeça, vários motivos com os quais se preocupar e se estressar, ficando bem inquieto, ainda mais quando começou a ser praticamente perseguido por repórteres a qualquer momento do seu dia, virando a sensação e capa de várias revistas péssimas de fofocas.

Além de tudo isso, ainda tinha a cabeça presa em Hermione. Não importava quantas coisas estivesse vivendo, quantos problemas estivesse enfrentando, seus pensamentos eram tomados totalmente por ela. Ele via o rosto dela nas capas dos jornais, via o quanto ela parecia leve, sem o peso de um amigo com uma profecia mortal nos ombros.

Ele sentia falta dela e só conseguia pensar se ela queria vê-lo, se alguma parte de Hermione sentia falta dele também. Esses pensamentos o consumiam de tal modo, ainda mais quando descobriu onde ela morava e começou a aparecer do outro lado da rua no final da tarde somente para vê-la por poucos segundos, porque ele não tinha coragem de se mexer na direção de Hermione.

A falta de coragem lhe levou para um lugar não muito agradável. Ele chegava em casa depois de vê-la todos os dias, sozinho e questionando todo aquele sentimento, toda aquela covardia. E então se escondia atrás de várias e várias garrafas de qualquer bebida com um teor alcóolico suficiente para que ele nem mesmo conseguisse colocar o pijama. Covardia é a pior característica para alguém que ainda ama.

Por isso ele dizia para Hermione que sabia quando estava bêbado e que um simples copo de whisky não era algo que lhe deixava bêbado mais – não era suficiente.

Ele encarou o copo de whisky com fogo mais alguns instantes. Sabia que com o tanto que já havia bebido não conseguiria fingir se passar por totalmente sóbrio, mas também pretendia apenas voltar para casa e dormir até o dia seguinte, quando acordaria e fingiria que nada do que havia acontecido há poucas horas realmente havia acontecido. Não lembraria de mais nada daquela conversa e isso era definitivamente o que Draco queria.

Então pegou o copo e virou de uma só vez. Nenhum músculo de sua face se retesou, como era comum para quem quer que bebesse aquela bebida poucas vezes, mas Draco não era uma dessas pessoas, então nem mesmo a queimação em sua garganta lhe causou uma reação. Era tudo tristemente comum.

— Oi. – a mulher morena que estava na mesa no centro do bar de repente apareceu no banco ao seu lado. Ela colocou a bolsa sobre a mesa e sorriu para Draco.

Draco a encarou. Ela não era feia. Tinha um corpo bonito, bem alta e magra demais por essa razão, mas não de um jeito esquelético, tinha até muitas curvas. O cabelo castanho era liso, com uma franja cobrindo a testa morena, e ia até os ombros. O rosto era assimétrico apenas no queixo, talvez mais pontudo do que Draco achava normal.

Ele geralmente atraía mulheres bonitas. Atraía vários tipos de mulheres, principalmente por causa do dinheiro, então fazer sexo nunca foi um problema para Draco. Ele raramente ia atrás de alguma mulher, elas vinham até ele, ele as levava para cama e logo quando tudo estava no fim, ele ia embora. Não permitia nenhuma aproximação porque não tinha paciência para isso e nenhuma delas realmente queria conhecê-lo – queriam o dinheiro, a vida de luxo, as viagens. Ele sabia disso e não caia nesses tipos de joguinhos.

Draco continuou encarando a mulher, que arqueava uma sobrancelha para ele, esperando uma resposta. Ele sabia o que ela queria. Era óbvio. O Três Vassouras também era uma estalagem, então contava com alguns quartos no andar de cima que quase sempre estavam desocupados.

Ele poderia levá-la para lá, tirar o fino vestido preto justo que ela usava e ter pelo menos um tempo prazeroso. Mas como conseguiria encarar Hermione depois disso?

Draco piscou, não entendendo por que estava pensando em Hermione. Ela claramente, depois de toda aquela conversa e de coisas resumidamente esclarecidas, não queria saber dele ou do que ele sentia. Ela estava bem com as respostas dela, como Hermione quis deixar bem claro. Então ele não precisava se importar com isso.

— Lugar interessante para alguém como você estar em um domingo a noite. – ele disse, virando o seu corpo na direção dela, mostrando que estava atento.

A mulher sorriu.

— Estava à procura de diversão. – ela disse, subindo seu dedo indicador do joelho dele até o topo da coxa.

Ele poderia se divertir. Hermione não era seu problema.

Draco ficou de pé e a mulher também. Ele passou o braço ao redor da cintura dela, pegou a chave de um quarto qualquer com a mulher do bar e eles subiram pelas escadas de madeira no fundo do bar, cada degrau rangendo cada vez mais alto, como se tentassem avisar a Draco que aquela não estava sendo sua melhor decisão.

Ele ignorou o aviso totalmente, abrindo a porta do primeiro quarto no corredor do andar de cima e dando espaço para a mulher desconhecida entrar.

Ela deixou a bolsa em cima da poltrona e o encarou. Draco viu que ela abria a boca para dizer alguma coisa, mas ele não estava com vontade de falar. Simplesmente foi até ela e a beijou, puxando os fios do cabelo castanho com força e já abrindo o zíper do vestido.

Ela respondeu na mesma vontade e Draco gostou disso. Não estava com vontade de conversas e pelo visto ela também não, pois estava desabotoando sua bermuda mais rápido do que Draco conseguiu reparar, talvez por causa da bebida.

Definitivamente ela seria uma boa diversão.

O sexo não foi ruim. Ele conseguiu fazer tudo o que tinha para fazer e foi prazeroso, mas não conseguia olhar para aquela mulher. Ele a beijou poucas vezes, a tocou somente onde sabia que ela e ele, é claro, sentiriam mais prazer e evitou beijá-la o máximo que conseguia e manteve os olhos em grande parte do tempo fechados.

Porque todas as vezes que olhava para ela ele via Hermione. E aquilo estava acabando com sua mente. Ele observou o céu pela janela e já estava anoitecendo. Tinha que ir embora.

Sentou-se na cama e estava completamente nu. Coçou os olhos e sentiu o braço da mulher arranhando suas costas e ele simplesmente se levantou. Pegou suas roupas pelo quarto e então encarou o corpo feminino daquela mulher totalmente coberto pelo lençol, os olhos – que agora ele havia notado que eram verdes – o encarando sem entender.

— Vou tomar um banho. Eu pago o quarto. – foi tudo o que ele disse antes de entrar no banheiro e trancar a porta.

Embaixo do chuveiro ele deixou a água gelada escorrer por todo o seu corpo na tentativa de acordar. Draco se sentia estranho. Se sentia...culpado? Ele não tinha motivos para se sentir culpado, mas não conseguia tirar a imagem de Hermione da cabeça, não conseguia parar de pensar no quanto ela pensava que para Draco ela não havia significado nada, porque ele conseguia ver isso nos olhos dela.

Todo o seu corpo estava tenso embaixo da corrente de água gelada e ele sentia muitas coisas além do frio. Sentia culpa por algo que nem mesmo precisava se culpar. Sentia vontade de se desculpar com Hermione, sentia vontade de...dizer tudo a ela.

Ele poderia fazer isso. Com certeza Hermione havia notado que Draco não era alguém indiferente a ela, que ele ainda guardava alguns sentimentos, apesar de covardia em expressá-los. Mas ele não conseguia ser covarde mais, tinha que dizer a ela que ainda a amava, que um de seus maiores erros foi deixar o medo e a insegurança dominá-lo e impedissem que ele voltasse durante aqueles seis anos totalmente amargos. Draco sabia que simplesmente tinha que dizer, tinha que ver o que os olhos dela – que sempre eram tão expressivos – iriam mostrar a ele diante de tudo o que ele dissesse, se haveria pelo menos um fio de esperança.

Draco precisava de um mínimo de esperança para respirar de novo.

Ele saiu do chuveiro rápido e se secou rapidamente, não o suficiente, seu cabelo pingando e molhando a camisa. Saiu do banheiro e a mulher ainda estava no quarto, terminando de vestir o seu vestido, mas Draco evitou qualquer tipo de contato visual, porque não podia desistir, não podia se desconcentrar. Precisava ir para casa, precisava dizer tudo a Hermione.

No balcão do bar ele deixou alguns galeões, provavelmente mais do que era cobrado, mas não perdeu tempo contando. No segundo em que surgiu na rua principal de Hogsmeade, Draco desaparatou e apareceu em seguida perto da fonte na entrada da sua casa, a grandiosidade da casa totalmente intimidadora naquele momento em que Draco se sentia estupidamente frágil.

A casa estava totalmente silenciosa, como sempre havia sido, mas naquele instante Draco não gostou. Todo aquele silêncio ao seu redor fazia com que seus pensamentos ficassem muito altos e claros, faziam com que ele realmente entendesse o que estava determinado a fazer. Realmente iria contar a Hermione tudo o que sentia? E se ela reagisse mal? Ela definitivamente não havia reagido bem quando ele a pressionou com todo aquele assunto dos últimos seis anos, há apenas algumas horas antes. E agora ele iria pressioná-la com todos os sentimentos que ele carregava e que havia aprendido a esconder tão bem?

Com certeza ela não iria reagir bem a isso. Em nenhuma das vezes em que eles chegaram perto de falar sobre o pequeno relacionamento que eles tiveram, Hermione se calou ou simplesmente deu as costas para ele e foi embora. Ela tinha mágoa dele por não ter voltado. Provavelmente aquilo havia a machucado mais do que Draco tinha ideia.

Será que ele estava pronto para ter algo com ela novamente, dessa vez sem toda aquela insegurança que andava ao seu lado por toda a sua vida? Ele não tinha certeza. Não tinha certeza se iria fazer bem a ela. Não havia feito na primeira vez, conseguia ver isso no jeito distante de Hermione, na dúvida por trás dos olhos cor de âmbar.

Ele não podia magoá-la de novo. Aquilo acabaria com Draco e nem toda bebida e trabalho do mundo conseguiria fazer com que ele conseguisse viver relativamente bem novamente. Ele não podia fazer isso com Hermione de novo.

Seria covarde outra vez e por mais que isso o fizesse se sentir uma péssima pessoa, sabia que seria melhor assim. Eles nunca se fizeram bem, certo? Pelo menos Draco achava que não. Apesar de Hermione definitivamente ter dado a Draco memórias de momentos em que ele não sentia nenhuma dor – como ele havia lhe dito na primeira vez em que a beijou e, por Merlin, como ele queria se lembrar de como era beijá-la outra vez.

Ele não podia. Não podia fazer mal a Hermione outra vez. Mas sabia que conseguiria fazer uma coisa, porque havia treinado isso nos últimos seis anos: ignorar tudo o que sentia por ela, todo o assunto estranho das últimas horas e continuar apenas fazendo o trabalho que tinha que fazer. Depois eles se despediriam e tudo teria um fim. Como há seis anos.

Draco abriu a porta do escritório, sem saber se Hermione ainda estaria ali, mas se surpreendeu ao ver a imagem dela, um tanto quando pálida, na verdade, bem em frente a lareira, os olhos agora cravados nele.

Ela era linda. Ele nunca se perdoaria novamente por não ter coragem, mas sabia conviver com isso, mas não sabia conviver sabendo que havia lhe causado ainda mais mal do que há seis anos.

Não podia mais pensar nela e no que sentia. Tinha que focar, afinal, eles ainda tinham um problema quanto a Marca Negra para ser resolvido. Então reparou em um pequeno livro na mão de Hermione, a capa freta e fino como um diário.

— O que é isso? – Draco perguntou, saindo da pressão daquele olhar entre eles antes dela.

Hermione olhou para o diário em sua mão e depois para Draco.

— Respostas.


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Notas finais do capítulo

e aí, o que acharam do comportamento e pensamentos do querido draco?
o comentário de vcs é muito importante!

mais uma vez muito obrigada!!

até mais :)



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