Paradoxo Temporal 2: O Projeto K1 escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 37
Chefes finais costumam ser muito convencidos




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De bucho cheio, a Yorozuya Gin-chan e a Primeira Divisão do Shinsengumi prosseguiram no plano de invadir e conquistar o território inimigo. O grupo acabou por ganhar o reforço do Mimawarigumi e, tendo um considerável aumento numérico, seguiu até o próximo alvo: iriam enfrentar ninguém menos do que “A Junta”. Não só cercariam o trio que governava o país, como os acuariam por dentro e por fora. Com a situação sob um controle razoável no Distrito Kabuki, parte dos aliados cercaria a sede com a ajuda dos homens do Mimawarigumi como reforços.

Eles fariam a Junta provar do próprio veneno. Fariam um cerco tal como fizeram no distrito, mas não seria um cerco qualquer. Encurralariam aqueles aliens e os derrotariam de uma vez por todas.

O grupo que estava dentro da base já tinha um destino definido após colocar um fim definitivo no Projeto K1. Avistaram Yamazaki, que agora estava com sua farda padrão do Shinsengumi e acenava para eles. Estava em frente à sala do computador principal, o cérebro eletrônico pensante daquela grande construção feita cem por cento de metal e totalmente informatizada com a mais alta tecnologia vinda de fora da Terra. Não era surpresa alguma verem que o espião do Shinsengumi estava em apuros apesar de acenar para os demais. Pelo menos uma dúzia de espadas empunhadas pelos soldados a serviço da Junta estavam apontadas para o veterano, que tentava não se desesperar até chegarem os reforços.

― SE ABAIXA, YAMAZAKI-SAN!

Ao reconhecer a voz que ouvira, Sagaru imediatamente se jogou ao chão. No mesmo instante, ouviu um disparo de bazuca, que atingiu os soldados de farda amarela e os mandou pelos ares. Hijikata só não foi atingido porque também se jogou no chão ao perceber que estava na rota do projétil.

― OLHA PRA ONDE ATIRA, TAICHIROU! – o Vice-Comandante do Shinsengumi berrou exasperado. – DÁ PRA PARAR DE AGIR COMO SEU TIO OU TÁ DIFÍCIL?!

― Malz aê. – o atual Capitão da Primeira Divisão se desculpou. – Acho que me empolguei.

―  MAS TEM QUE SER COMIGO NA ROTA DO TIRO DE BAZUCA?!

― Ei, ei – Gintoki interrompeu. – Deixem a discussão de pai e filho pra depois. O que vamos fazer agora, exatamente? Sabotar o computador principal?

― Sim. – Yamazaki confirmou. – Pelas informações que coletei, este é o computador principal, acessado diretamente pelos integrantes da Junta. Ao sabotar este computador, desativamos todas as funções, principalmente as de comando das máquinas que apoiam o exército deles.

― Só tem um problema, Yamazaki-san – Shinpachi questionou. – Não seria melhor um hacker pra fazer isso?

Gintoki deu um pescotapa no garoto.

― Que ideia de jerico é essa, Pattsuan? – o albino questionou entre dentes.

Antes que ele protestasse, Kagura também deu-lhe mais um pescotapa.

― Larga de ser besta, óculos ambulante!

― EI, POR QUE ESTÃO ME DANDO ESSES PESCOTAPAS?!

Gintoki respondeu no mesmo tom:

― PRA VER SE SUA MEMÓRIA DE DORY SE LEMBRA DA ÚLTIMA VEZ EM QUE CONFIAMOS NUM HACKER!

Foi quando se lembrou da vinda anterior do trio ao futuro. Enquanto o Gintoki do futuro enfrentava Kasler e os demais se envolviam na Batalha do Terminal, eles haviam sido encarregados de proteger Katsura até que ele acessasse o computador principal para deter a contagem regressiva e evitar o acionamento do desvio intergaláctico, que poderia destruir a Terra. Entretanto, o líder do Joui conseguira parar o desvio intergaláctico, mas não pudera deter a contagem regressiva para a autodestruição do Terminal e eles haviam se salvado por um triz do colapso sofrido pela grande construção.

― Certo, certo... – o Shimura passara a mão pelo pescoço que ardia dolorosamente por conta dos golpes que recebera. – E como a gente vai sabotar esse computador?

Kagura e Gintoki abriram um sorriso assustadoramente sádico enquanto empunhavam suas respectivas armas: o guarda-chuva roxo com uma metralhadora embutida e uma bokutou estupidamente simples. A espinha de Shinpachi gelou ao ver os dois companheiros com aqueles sorrisos tétricos e debochados, parecendo verdadeiros demônios.

― O que você acha, Shinpachi-kun...? – a voz de Gintoki soou ainda mais grave do que já era, ficando quase cavernosa.

― Nós vamos quebrar essa bagaça, Quatro-Olhos! – Kagura completou com uma voz igualmente assustadora.

Logo em seguida, a dupla recebeu uma pancada cada um no cocuruto... Cortesia de Shinpachi, que desferira os golpes com sua bokutou.

― DÁ PRA PARAREM COM ISSO?! – o garoto protestou mais uma vez aos berros enquanto os outros dois passavam a mão nos galos recém-adquiridos. – NÃO PRECISAM FAZER ESSAS CARAS DE PSICOPATAS!

― DÁ PRA PARAR DE BERRAR, MOLEQUE? – Gintoki retrucou berrando. – TÁ QUERENDO CHAMAR MAIS INIMIGOS PRA CERCAR A GENTE?!

Kagura, assistindo à discussão masculina, fazia sua higiene nasal e logo cutucou o Yorozuya:

― Gin-chan – ela avisou. – Acho que não precisamos de mais inimigos, não.

Ela apontou para o ser que surgia para fora da sala do computador principal, acompanhado por mais dois semelhantes. Gintoki, Shinpachi e Hijikata logo reconheceram o trio da visita ao laboratório.

― Ora, ora, ora... – o mais baixinho disse. – Ainda bem que viemos para cá, não é mesmo, caros irmãos?

Os outros dois assentiram, confirmando o quanto os invasores vindos do Distrito Kabuki poderiam estar bastante encrencados. Não só a presença era intimidadora, como também uma inesperada força arremessou o Trio Yorozuya e o grupo do Shinsengumi a alguns passos de distância, caindo de cara no chão.

― Aqui está infestado de ratos. – o mais alto declarou com um tom de asco em sua voz. – Os dedetizadores são péssimos.

― Nada disso, irmão. – o de estatura mediana discordou. – Os ratos do Distrito Kabuki são difíceis de exterminar. Teremos que fazer isso com nossas próprias mãos.

Em uma fração de segundos, o trio de darkenianos que formava a Junta desapareceu e reapareceu diante de Hijikata, Taichirou e Yamazaki. Os três homens de farda preta, acuados ante aqueles pares de olhos intimidadores, optaram por atacá-los diretamente, mas de nada adiantou. O boato de que Huey, Dewey e Louie usavam poderes mentais e/ou telepáticos se mostrou verdadeiro no instante em que os ataques foram instantaneamente repelidos. Nem mesmo o disparo de bazuca foi eficaz, pois os três alienígenas fizeram surgir um escudo invisível, no qual o projétil explodiu sem causar qualquer dano. Em seguida, uma força invisível lançou os três homens contra a parede oposta à da entrada da sala do computador principal, deixando-os inconscientes devido ao impacto contra a mesma.

― Hijikata-san! – Shinpachi exclamou. – Taichirou-san! Yamazaki-san!

Em poucos segundos, todos os homens da Primeira Divisão do Shinsengumi e os do Mimawarigumi também foram arremessados para longe pela mesma força invisível emanada do trio de darkenianos, sob os olhares estarrecidos dos únicos que permaneciam em pé.

― Então são vocês que estão dando combustível para toda essa balbúrdia, não é? – o baixinho indagou com uma calma que despertava uma sensação de alerta no Trio Yorozuya. – A julgar pela juventude dos dois rapazes, e a presença da pirralha...

― Sim, Dewey. – o de estatura mediana concordou e completou. – Eles são os arruaceiros vindos do passado, a antiga formação da tal Yorozuya Gin-chan.

― O lendário Shiroyasha, uma versão mais jovem do Rei de Kabuki. – o maior sorriu debochado. – A pirralha que está morta nesta época, e o par de óculos que vinte anos atrás não tinha importância alguma... Vai ser interessante cortar o mal pela raiz, nossa tarefa de obliterar o Distrito Kabuki será bem fácil. Não acha, Huey?

― Isso vai ser muito interessante, Louie. – o de estatura média sorriu enquanto encarava o Trio Yorozuya do passado. – Eles vieram para assinar suas sentenças de morte.

Gintoki, Shinpachi e Kagura ouviam, tensos, aquela conversa entre os três darkenianos da Junta. Os três sabiam dos riscos que corriam naquele momento, pois havia um paradoxo temporal afetando dois deles. Ainda assim, eles não iriam recuar.

― Somos a Yorozuya Gin-chan, topamos qualquer serviço! – Gintoki disse enquanto empunhava a bokutou com mais firmeza. – Viemos pra cá ajudar meu outro eu, e vamos fazer isso... E de algum jeito nós vamos deitar vocês na porrada!

O albino colocou seu melhor sorriso confiante no rosto e direcionou seus olhos rubros sugestivamente para os dois adolescentes.

― Se quiserem cortar o mal pela raiz – prosseguiu. – Vão ter que suar muito. Nós somos muito bons em causar confusão!


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