It's a Match! escrita por mandy


Capítulo 4
Marotos: uma (breve) história


Notas iniciais do capítulo

Olá, navegantes! Bem vindos, novos marujos!
Na quarta semana, cá estamos com o quarto capítulo, como planejado.
Espero que gostem!

[AVISO: O capítulo pode conter spoilers sobre o livro As Vantagens de Ser Invisível]



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Quando acordei foi num baita mau humor, ouvindo as conversas de meus amigos na cama acima da minha. Muito devagar me virei para a parede, não queria conversar ainda. Quis saber as horas, mas deixei o celular embaixo do travesseiro, temendo encontrar alguma mensagem que eu não soubesse responder, num aplicativo específico que eu não deveria sequer estar usando. Afinal, o que diabos eu estava fazendo?

Sirius não havia tocado mais no assunto. Em silêncio, prestei atenção na conversa dele com os rapazes e, enquanto eles falavam sobre o dia livre de atividades, café da manhã com horário estendido e a previsão de sol para aquele dia, eu imaginei se ele não estava mais cismado com a sexualidade do irmão. A questão era que, na noite anterior, eu não havia descoberto absolutamente nada que provasse o contrário. Regulus era hétero até então. Um hétero que muito provavelmente estava bravo comigo - com Luci! - por tê-lo chamado de mimado numa conversa de menos de meia hora. Não que eu houvesse feito grandes coisas para cumprir com o plano, eu simplesmente me deixara levar pela implicância que tinha com garotos ricos demais, e isso inevitavelmente o incluía.

Devagar, busquei o celular embaixo do travesseiro. Oito e meia da manhã. E nenhuma mensagem, o que me deixou um pouco mais irritado. Sem qualquer motivo, de fato. E, antes que pudesse me deixar levar pelo sentimento repentino, eu me deitei na cama, reto, voltando a fechar os olhos. Precisei me esforçar para ignorar a voz dos meus amigos, respirar fundo, em três tempos: prender a respiração por três segundos, soltar devagar novamente em três. Repeti isso algumas vezes. Aquela poderia ser só uma irritação matinal, mas pensar num dia inteiro com humor modificado, sem motivação específica, me deixava ansioso e antes de me deixar tomar deveras pela sensação, eu fazia os exercícios que o psicólogo tanto insistia para mim. E mentalizava que estava tudo bem. Que seria um dia livre, de sol. Que estávamos de férias e não tínhamos absolutamente nada para fazer.

— Remus? – ouvi meu nome um momento depois.

De cabeça para baixo, com os cabelos compridos cobrindo parte do rosto, estava Sirius. Por um momento fiquei olhando para ele, meio perdido, esperando que ele falasse alguma coisa.

— Tá tudo bem, cara?

Assenti devagar. Mas ele continuou ali, olhando para minha cara, como se tentasse descobrir alguma coisa.

Não existia um manual acerca da convivência com um bipolar, mas Sirius, James e Peter cuidavam, como podiam, de mim. Haviam aquelas alterações de humor que eles não levavam de fato a sério, porque eu conseguia ser bem rabugento quando queria ser. Era mais difícil quando eu estava eufórico demais, porque naturalmente eles eram eufóricos demais. Mas nenhum deles estava doente… Os sinais eram mais complicados de captar, naquele caso. Em momentos depressivos, no entanto, eles sempre estavam ali. Em silêncio. Ou do lado de fora, quando eu não queria ver ninguém, mas estavam. Acabava que, no final das contas, eles ajudavam a cuidar de mim.

— Eu tô bem – sorri na sequência então, me sentando na cama.

Era só um mal estar bobo.

— Eu vou tomar banho e a gente tá indo pro café... – anunciou ao que, no mesmo momento, eu saltei para fora da cama.

— Nem fodendo!

Sirius demorava séculos no banheiro, por conta do maldito cabelo. Fazia questão de manter a aparência brilhante dos fios e, quando estávamos os quatro juntos, era sempre uma guerra para saber quem usava o banheiro primeiro, mesmo que no final todos nós acabássemos por ficar esperando-o sair do banho. E foi exatamente o que aconteceu daquela vez também.

Aos finais de semana, o café da manhã ficava servido até às dez. Chegamos por volta das nove e meia e, até quase onze ficamos de papo na mesa, enquanto alguns cozinheiros tentavam docemente nos expulsar. Quando voltamos ao quarto, foi somente para colocar roupa de banho e voltar para o refeitório, mas nenhum de nós estava com fome deveras. Um suco, alguns bolinhos e estávamos satisfeitos.

Entre uma conversa e outra, o meu humor estava consideravelmente restaurado. Apenas um mal estar, como havia previsto.

— Você precisa ir mesmo com uma mochila pendurada nas costas? – Peter questionava enquanto seguíamos pela escadaria de pedra localizada no espaço central – Quero dizer… Vamos para a piscina, Rems!

— Mas eu não vou ficar o tempo todo dentro d’água – respondia, dando de ombros na sequência.

— E o que é que tem nessa mochila? – fora questionado por James.

— Hm… Toalha, óculos de sol, protetor solar, livro…

— Livro?

— Protetor solar?

Arqueei as sobrancelhas para James e Sirius então. Eu não queria discutir sobre livros no momento, porque era sempre uma discussão extensa demais, já que eles preferiam outras fontes de informação mais tecnológica e tinham, como lazer, jogos e demais mídias eletrônicas. Não que eu não gostasse, eu era realmente competitivo numa partida de Free Fire, mas não abria mão de uma boa literatura. Agora, questionar protetor solar era meio irresponsável até para eles.

— Se querem sair da piscina com pimentões – dava de ombros novamente.

Não me responderam.

A área da piscina era bem grande. Algumas árvores ao entorno faziam alguma sombra sobre algumas mesas e cadeiras. Próximo estava a área coberta, com os banheiros e uma bancada de mármore que separava da área comum uma geladeira de inox. Alguns copos estavam disponíveis sobre uma mesa pequena e, assim, não precisávamos ir até o refeitório em caso de sede. Também havia algumas cadeiras no sol, para quem quisesse e, no centro de tudo, a grandiosa piscina, azul. Seu máximo era três metros de profundidade.

Intuía-se que garotos ricos sabiam nadar. Eu, como um garoto pobre, iria me contentar com o raso, 1,30, apesar de ter um pouco mais de 1,80 de altura.

Já havia alguns garotos dentro d’água. Alguns exibindo suas habilidades nadadoras, outros apenas conversando com um copo de suco na mão… Narcissa Black estava deitada sobre um colchão que flutuava na água, os óculos escuros de bordas vermelhas combinando com o batom em seus lábios. Ninguém tinha coragem o suficiente para perturbá-la, mesmo porque a maioria dos rapazes babavam em seu corpo escultural, coberto apenas por um biquíni de rendas que valorizava as curvas em seu corpo. Desviei os olhos ao perceber que olhava por tempo demais, somente para perceber que Peter e James faziam a mesma coisa, enquanto Sirius cruzava os braços e arqueava as sobrancelhas. E, enquanto os rapazes riam, eu sentia as bochechas esquentarem.

Como havíamos acabado de chegar, era justo ceder a um mergulho. Deixei a mochila junto da camisa, a minha e a dos meus amigos e, depois de Sirius nos propor uma aposta infantil - quem chegar por último se casa com a McGonagall— corremos e pulamos na água e, se ninguém antes ousara perturbar a paz de Narcissa, o grito histérico da garota nos dava o prêmio “Jovem Sem Noção” do ano após ter sido atingida por jatos d’água. Enquanto ela disparava insultos, eu afundava e prendia a respiração, até que os pulmões ardessem com a falta de ar. Quando de volta à superfície, Narcissa tinha abandonado a boia e saído da piscina enfim.

Depois de guerras de água, desafios para ver quem se equilibrava na boia e outras brincadeiras bobas que acabavam por me divertirem, nos apoiamos na margem da piscina. Os meus cabelos pingavam no rosto, o que era meio incômodo e vezes por outra eu tinha de afastá-lo da testa, me esforçando para ver contra o sol..

— Olha! A Mary chegou! – Peter sorriu empolgado, acenando para a gente e mergulhando por baixo d’água.

Apaixonado, ele só tinha olhos para a garota negra de cabelos crespos, então não reparou na companhia: Marlene, Lily e, pra variar, Severus Snape.

— Perdemos o Peter – Sirius comentou, balançando a cabeça negativamente.

— R.I.P. Peter – fiz o sinal da cruz então, condolente.

E James não disse nada. Logicamente que não. Os olhos estavam focados em Lily Evans e seu biquíni de cintura alta. Eu ousaria dizer que ela era ainda mais bonita do que Narcissa Black, mas não seria justo falar somente porque gostava mais de Lily do que da outra. Eram belezas diferentes. Enquanto Cissa se deixava ver em sua plenitude e sensualidade, Lily tinha um recato natural que ressaltava aos olhos. Principalmente aos olhos de James.

— A baba – Sirius lhe cutucava com o cotovelo, fingindo limpar o queixo como se algo realmente escorresse dali, segurando o riso.

— Ah, cara… – e, a partir de então, se iniciaria o show de lamentações de James – Pior que ela tem aquelas sardas no rosto, sabe? Eu sempre fiquei imaginando se era só no rosto, mas olha a nuca… elas descem e se espalham pelos ombros e pelas costas, repara bem.

— E você está vendo tudo isso sem os óculos? – arqueava as sobrancelhas, o que me fazia pensar que ele já havia observado antes os detalhes, já que James não enxergava muita coisa sem as lentes na cara.

— Eu não preciso saber dos seus sonhos eróticos.

— Não, eu… – poucas coisas faziam James ficar vermelho. Lily era uma delas.

— Tá tudo bem, James – levei ambas as mãos aos seus ombros, o empurrando para frente – Vai buscar o Peter e dizer um oi.

Balançou a cabeça negativamente.

— Eu vou nadar.

James podia ser o mauricinho fodido que fosse. Tinha um ego gigantesco, não abaixava a cabeça para ninguém e, com seu charme encrenqueiro, conseguia engambelar mesmo os professores. Mas estava decidido a respeitar o espaço de Lily. Houve uma época em que insistiu, chamando pra sair, comprando presentes e até colocando um bilhete em seu armário, mas a garota parecia irredutível. O fato de Lily ser amiga de Snape também não melhorava muito as coisas.

A implicância com vinha desde os primeiros anos. Severus Snape era, sem dúvida, um dos alunos destaque na sala de aula. Era, por isso também, bastante petulante. Atravessava a fala dos que se atreviam a responder uma pergunta, sempre o fazendo com mais pompa, as vezes respondendo a mesmíssima coisa, não sabíamos se para se aparecer ou somente para ser insuportável. Não importava, tão logo começaram as piadas, primeiro as internas, depois no meio de todo mundo, até as lendárias pegadinhas. Apelidos, chicletes na cadeira, tinha no cabelo, até a vez que o prendemos no armário por duas horas inteira. Não era atoa que nos autoapelidávamos, pretensiosamente, de marotos. Mas depois disso eu entendia o quão idiota estávamos sendo e que nada daquilo resolveria. Snape também revidava, era fodidamente astuto. Armava de modo a nos foder com as provas bimestrais, recortava livros importantes, insultava a altura. Até que vieram as brigas, socos, pontapés…

Lily estava sempre do lado de Severus. Era justo. Éramos quatro contra um, mesmo quando jogávamos com brincadeiras infantis e ele nos metendo em encrencas que nos custavam mais do que detenções. Mas era difícil compreender porque ela tinha amizade com alguém tão mesquinho, que usava a inteligência de forma arrogante, para diminuir outros alunos. Para James só restava aceitar que, com ou sem influência de Severus Snape, ela não gostava dele.

Sentada ao lado de Snape, a garota ruiva tinha a cara fechada e os braços cruzados. Ainda sorria uma vez e outra para as amigas, acenando para Peter quando ele se aproximava e, diante da careta de Snape, a dela foi ainda pior. Resmungou qualquer coisa com ele, que eu daria tudo para ouvir, mas não foi possível. James adoraria ver uma coisa assim, mas estava mais preocupado em morrer afogado no momento, afinal, nadava em direção aos três metros.

— Bom. Eu volto depois… – informava a Sirius que dava de ombros em seguida, subindo pela borda da piscina e alcançando a minha mochila então.

Superficialmente me sequei, colocando no rosto os óculos escuros e, depois de pegar o livro, me deitando numa das cadeiras no sol. Me deixei levar pela nostalgia do Apanhador no Campo de Centeio, novamente fazendo conexões com a maturidade que o tempo havia me dado, o conhecimento mais específico em literatura, o que o tempo todo eu tentava conciliar, conscientemente, com a emoção de ler um livro. Era cansativo no começo pensar se eu estava mesmo gostando da sensação de viajar naquelas páginas ou se estava sendo um cientista chato, procurando marcas de autoria, signos literários e profundidade de modo superficial.

Já estava quase no final, no entanto. Vi meus amigos irem e voltarem, Peter me trouxe um suco de laranja, Mary quis saber sobre o que estava lendo, James tentou ainda fechar meu livro - mas desistiu diante da possibilidade de levar um soco - e Sirius ainda sacudiu os cabelos, próximo demais, ao que eu precisei segurar com força o copo vazio em mãos para não acertar nele. No final, o sol havia secado as gotículas de água nas páginas e me queimado mais do que eu havia desejado. Foi somente quando me lembrei do maldito protetor solar. Mas o possível estrago já estava feito, no final das contas.

Pensando que talvez precisasse de um mergulho, eu busquei meus amigos com os olhos. E qual não foi a minha surpresa ao perceber a interação - talvez não muito agradável - entre os grupos que, no ambiente em que estávamos inseridos, eram considerados rivais. James e Sirius estava ali porque Peter estava, junto de Mary, que consequentemente era amiga de Lily e Marlene. Mas Severus era amigo de Lily. E Severus era amigo também de Regulus Black, que não desgrudava de Bartemius.

Sirius estava sentado na cadeira entre Regulus e o amigo Barty, este não prestando muito atenção na conversa, molhado da cabeça aos pés. Regulus, seco, estava ainda de camisa, com um livro aberto em mãos. Estreitei os olhos para enxergar o título, mas fui familiarizado pela capa: As Vantagens de Ser Invisível. Foi um dos meus livros favoritos há um tempo, mas eu trocava de favoritos com extrema facilidade.

Via Sirius cutucando o menor, rindo e falando coisas que eu não conseguia compreender de tão longe. Apontou para o livro e, na sequência, apontou para mim. Os dois me olharam por um tempo e, rapidamente, eu senti as bochechas esquentarem, como se Sirius pudesse ter lhe contado o nosso segredo e agora Regulus poderia rir do quão bobo eu estava sendo ao ceder às chantagens de seu irmão. Ou simplesmente ficar puto demais, porque Luci não existia. Então escondi o rosto nas páginas do meu livro, em silêncio, sem prestar mais atenção naqueles últimos parágrafos. Até me dar conta da coincidência ali. Todos os garotos estavam se divertindo na piscina, enquanto Regulus e eu mesmo tínhamos a cara enterrada nos livros, como dois antissociais. Suspirei fundo. Era melhor assim.

Mas já estava cansado, de qualquer forma. Deixei para terminar a única página restante noutro momento e me levantei, guardando as coisas na mochila. Seco, eu não precisava da toalha. Devagar me aproximava do grupo peculiar, observando a cara fechada de Severus coberta de protetor solar - sensato - sendo recebido por um sorriso amigável de Lily enquanto James vinha rapidamente ao meu encontro.

— Achei que tínhamos sido trocados por… Quem é mesmo o autor disso aí?

— Salinger – respondia, junto de uma careta para o sol de fim de tarde – Eu tô voltando pra a cabana, tá?! Dormir um pouco.

— Nenhuma novidade… – Peter cantarolou, ao lado de Mary.

— Nenhum mergulho de despedida? – questionava Sirius enquanto olhava para mim – Vamos, você ficou o dia todo lendo… O Regulus também vai porque, assim como você está sendo um péssimo amigo, ele está sendo um péssimo irmão.

— Eu diria o contrário… – ouvia Barty resmungar do outro lado, enquanto Regulus revirava os olhos uma vez e Sirius fingia não ouvir.

— Eu não vou pra piscina. Eu tô bem aqui – Regulus não tirava os olhos do livro enquanto falava.

— E eu realmente to com sono, Six… – emendava, sem voltar os meus olhos para nenhum deles, me sentindo desconfortável, mesmo ao lado dos meus melhores amigos.

— Deixa eles, Sirius – Lily intervinha e, somente para ela eu pude olhar, agradecendo uma vez.

Impressão minha ou não, eu sentia que me seguiam com os olhos quando deixava a área da piscina.

Eu realmente dormi no quarto depois de um banho e, quando acordei, foi para constatar que meus ombros e costas estavam ardendo, além de ter o rosto vermelho como um camarão. Mesmo estando na mesma situação, os meus amigos riram de mim. Que absurdo esquecer o protetor solar, faziam chacota e eu lhes tacava um dos travesseiros para, quem sabe assim, fazê-los calar a boca. Jantamos, ficamos um tempo do lado de fora aproveitando a noite e, quando de volta para o quarto, os três estavam ainda mais exaustos do que eu.

Eu não perdi muito tempo pensando no certo e no errado naquela noite.

 

LUCI: Oi. O que tá fazendo?

 

Fiquei olhando para a tela do celular esperando uma resposta. Regulus está digitando… e de repente não estava mais. E voltava a estar. Até que enfim a mensagem fosse enviada.

 

REGULUS: Hm… Nada.

REGULUS: Porque?

 

LUCI: Ah, porque férias é a única época que tem gente diferente para conversar aqui. No mais, sempre as mesmas pessoas.

 

REGULUS: Oh. Eu realmente não estou fazendo nada.

 

Eu podia com facilidade inventar uma história para a minha Luci. Dezoito anos, aspirante ao curso de Literatura, nascera e crescera na cidade que eu nem sabia o nome, irmã do meio de mais duas garotas. E foi pensando nisso que desenvolvemos um assunto corriqueiro. Para chamar atenção, eu comentava - ou Luci — que estava vendo As Vantagens de Ser Invisível com as irmãs, mesmo que na verdade eu mesmo nunca houvesse assistido o filme. Partindo disso entramos numa discussão sobre livro e filme e suas falhas peculiares. Era natural que eu, como leitor, fosse um defensor assíduo da obra original, mas me surpreendeu saber que Stephen Chbosky, autor do livro, era também o diretor do filme. Era uma curiosidade instigante.

Mas ora, se eu estava mesmo conversando com Regulus para ajudar Sirius, Luci não deveria só flertar enquanto eu esperava que, magicamente, ele se revelasse gay. Falei de Patrick então, e da relação peculiar com Charlie, o protagonista do livro. Charlie não era gay, mas Patrick era. Na história, Patrick, depois de terminar com o namorado enrustido, sempre saía com Charlie e, depois de conversas e álcool, eles sempre acabavam se beijando. Não por desejo de Charlie, mas porque Patrick se sentia bem e ver Patrick bem era tudo o que Charlie queria. Talvez por isso eu gostasse tanto do livro… Charlie era um protagonista especial para mim.

 

LUCI: Charlie não está de fato pensando nele, porque ele gosta da Sam

 

REGULUS: “A gente aceita o amor que acha que merece.”

REGULUS: Ele não acha que merece a Sam.

 

LUCI: Acaba sendo autodestrutivo

LUCI: Como é essa cena no filme? Do Patrick e do Charlie.

 

REGULUS: Não está assistindo?

 

Aquela na verdade era uma deixa para saber o que ele achava da cena. O que ele sentia ao ver dois caras se beijando, mas eu não poderia perguntar aquilo tão diretamente. Então segui conversando, sobre o iceberg de possibilidades que existia no livro, sobre as imagens do filme que eu nem mesmo havia assistido e precisava improvisar, sobre a escolha dos personagens que eu não tinha como analisar, até que os meus olhos pesarem.

 

LUCI: E o que mais você gosta, Regulus?

 

Foi a última mensagem que me lembro de ter enviado.


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Notas finais do capítulo

Oiê!! Como estão??
Bem. Achei importante falar um pouco mais sobre a dinâmica dos garotos. Espero que gostem!!
Quanto às conversas na íntegra, disponibilizo o link novamente e é só acompanharem a thread: https://twitter.com/mandyravenclaw/status/1228119293537267712?s=20

Espero que tenham gostado!!
Até o próximo, beijos!!!



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