Sempre Em Minha Vida escrita por Sill Carvalho, Sill


Capítulo 24
Capítulo 24 — Um Presente à Família


Notas iniciais do capítulo

Dedico o capítulo de hoje a HeleMcCartyCullen, como forma de agradecimento pela recomendação. Obrigada, Hele! Eu adorei! Espero que goste da leitura de hoje.

A todos, desejo uma agradável leitura.



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Muito barulho ao redor, pessoas buscando lugares na arquibancada para assistir ao jogo de futebol das crianças. Emmett avaliou o melhor lugar onde pudesse ficar com a família e ver o filho jogar. Foi de mãos dadas com Rosalie até o local escolhido, ajudando-a sempre que necessário.

A melhor amiga de Joshua, Summer, estava logo ao lado, acompanhada do tio e mais uma criança cujo Emmett não conhecia. Mais ao lado, estavam os pais de Dilan, que também jogaria pelo time.

Summer acenou freneticamente ao avistá-los. Rosalie acenou de volta. Esme e Carlisle ocuparam o lugar ao lado deles na arquibancada. Alice e Jasper, os dois lugares abaixo. Rosalie sabia que a vinda do irmão, de Nashville esse fim de semana, desviasse a Alice, apenas um pouco pelo jogo de Joshua. Os pais de Emmett, Carmen e Eleazar, a irmã, Isabella, o marido Edward e a filha do casal, Renesmee, se juntaram a eles pouco tempo depois.

— Olha lá o Josh — disse Rosalie assim que o avistou entrando em campo ao lado dos colegas. Pelo modo como o menino olhou nas arquibancadas, procurava por eles.

A família inteira acenou. Joshua pulou de alegria, por estarem todos juntos o apoiando.

— Meu sobrinho é tão lindo — elogiou Isabella. Levou os dedos à boca com um alto assovio. — Amo esse garoto. — Renesmee no colo, distraída com um brinquedo, ocasionalmente oferecia a Rosalie, que pegava, depois devolvia.

O apito do jogo soou em campo. Todos ficaram atentos ao jogo, exceto Renesmee que não fazia ideia do que estava acontecendo.

Aos primeiros minutos do jogo, Joshua não jogou muito bem, estava distraído, buscando a família na arquibancada o tempo todo.

Emmett ficou aflito, queria conversar com ele, mas isso não era possível. Durante uma pausa no jogo o treinador chamou Joshua para conversar. Rosalie reconheceu, na expressão corporal do filho, que as palavras usadas pelo treinador foram duras demais.

Emmett fez menção de levantar, Rosalie segurou seu braço impedindo-o de ir adiante. Ele soltou o ar pela boca, bastante aborrecido.

— Não faça o que está pensando fazer.

— O idiota está sendo duro demais com Josh. Ele é apenas uma criança.

— Concordo, porém, se for até lá se queixar, os colegas de Josh, eles comentarão depois. Quem sabe, com maldade. O que fará nosso filho se sentir pior.

— Se o treinador voltar fazer o que fez quem vai lá é eu — resmungou Isabella. — Quem ele pensa que é?!

— Calma — Edward pediu.

— Calma coisa nenhuma. Ele vai fazer o garoto chorar.

Joshua abaixou a cabeça, claramente magoado. Rosalie se levantou, então, Emmett segurou seu braço como havia feito segundos atrás ao segurar o dele.

— Acabou de dizer para não interferimos — lembrou.

Uma voz infantil gritou o nome de Joshua. Eles olharam no lado e encontraram Summer de pé repetindo:

— Josh, Josh, Josh…

A família inteira repetiu o mesmo.

Joshua olhou na arquibancada, com o sorriso de covinhas se alargando no rosto. O treinador tocou seu ombro, falou mais alguma coisa, antes de ele voltar correndo para o campo.

O apito soou novamente. O jogo foi retomado. Joshua sofreu uma falta e foi ao chão, pouco tempo depois de retornar. Emmett levou as mãos à cabeça, inconformado.

O primeiro tempo chegou ao fim com o time adversário vencendo por dois a zero. Mesmo Joshua jogando melhor, o time não conseguiu acompanhar o outro.

Durante o intervalo, Emmett flagrou Colin, mais de uma vez, olhando Rosalie. Desde o aniversário de Joshua, ficava irritado sempre que o encontrava em algum lugar.

— Qual é a desse cara? — soltou de repente.

Rosalie o olhou, sem entender.

— Do que está falando?

— Aquele cara — resmungou. — O tio da amiga de Josh. Ele não para de olhar para cá.

— Claro que não — negou Rosalie. Bastou olhar para o lado, viu que tinha razão, Colin olhava mesmo na direção deles.  Sorriu, sem graça.

— O que está fazendo? — perguntou Emmett, olhando seu sorriso, achando um absurdo.

— Nada.

— Vi você sorrindo para ele.

— Não pire. Colin é só um amigo.

— Não acho que queira ser apenas seu amigo.

— Colin sabe quem quero de verdade.

Um sorriso desenhou os lábios de Emmett e as covinhas surgiram nas bochechas. Rosalie colocou ambas as mãos no rosto dele.

— Quero apenas você — reafirmou. Uniu os lábios aos dele em um beijo breve.

Emmett olhou para o lado logo em seguida, para ver se Colin ainda olhava. Descobriu que não.

O segundo tempo teve início com o barulho das torcidas na arquibancada. Aos dez minutos, Joshua marcou o primeiro gol para o time, levando a torcida à loucura. Ele e Dilan fizeram uma dancinha em comemoração. Oito minutos depois, um segundo gol foi marcado por Joshua, que comemorou correndo pelo campo. Ele buscou a família na arquibancada, e os viu vibrando.

O terceiro gol veio aos quarenta minutos, feito por um colega de seu time. Ao som final do apito, comemoraram muito em campo. Dilan não parava de dançar. Joshua sorria o tempo todo. Viu a família comemorando. Pulou com os braços erguidos. Os garotos o rodearam e todos começaram pular formando um círculo.

Os jogadores do time adversário se retiraram cabisbaixos.

A arquibancada foi esvaziando gradualmente. A família aguardou nas proximidades. Joshua veio correndo ao encontro deles, e foi recebido com abraços e elogios.

Abraçou a mãe, esfregando o rosto em sua barriga. Emmett o pegou no colo quando chegou sua vez de parabenizá-lo. Colocou Joshua nos ombros, repetindo ser campeão. O pôs de volta no chão, quando Summer se aproximou.

— Vocês ganharam — disse a menina. Os dois se abraçaram.

Emmett olhou Rosalie com um sorriso no rosto. Ela sabia que estava pensando neles, tanto anos atrás quando eram apenas amigos. Emmett passou o braço em volta de sua cintura e a trouxe para perto. Deu um beijo apertado em sua têmpora direita. Rosalie descansou a mão no peito forte. Emmett ficou carrancudo ao ver Colin se aproximar para falar com Joshua.

— Parabéns, campeão.

— Obrigado — Joshua agradeceu com um toque de suas mãos.

Colin olhou os dois ao lado.

— Foi um jogo emocionante — comentou.

Rosalie respondeu, sentindo o aperto do braço de Emmett em sua cintura ficar mais firme.

— Por pouco não entramos em campo também.

— No final, deu tudo certo.

Rosalie concordou, com um sorriso no rosto.

Colin procurou as crianças que estavam com ele, olhando ao redor. Summer e o garoto menor, falavam com Joshua.

— Eu já vou — disse Colin.

— Já vai tarde — resmungou Emmett.

— O que foi isso? — pediu Rosalie, enquanto Colin se afastava segurando na mão das crianças.

Emmett não respondeu.

— Espero que não tenha percebido tamanha grosseria — se queixou.

— Vai defendê-lo?

— Não estou defendendo ninguém.

— Você pode me defender, eu aceito.

Rosalie deu risada. Levou a mão ao rosto dele, apertando as bochechas.

— É incrível como fica bobo quando sente ciúmes.

— Fico bobo? Está mesmo dizendo isso?

— Sim.

— Fico bobo? — repetiu. Quando ela sorriu, roubou um beijo que chegou mordiscar os lábios.

Joshua estava sendo esmagado pelos braços da tia orgulhosa.

Assim que deixaram o campo, a família saiu para comemorar a vitória do time de Joshua almoçando em um restaurante. Ao final do dia, a família paterna retornou a Raleigh. A materna, para casa.

Emmett notou que Rosalie não se sentia bem no momento em que estacionou o carro na entrada de veículos, no jardim da casa deles.

— Ei, filho! Por que não vai indo na frente?

Joshua não questionou, retirou o cinto de segurança e saiu do assento de elevação. Abriu a porta e saltou para o jardim.

— Como se sente? — pediu assim que ficaram a sós. Acariciou o rosto dela com as pontas dos dedos.

— Já está passando — respondeu em voz baixa. — Foi um leve mal-estar, já me sinto melhor.

— Papai — Joshua chamou, na frente do carro.

— Estou indo, filho — respondeu. Olhando no rosto de Rosalie perguntou. — Quer ajuda para sair do carro?

— Não precisa, pode ir com ele.

Emmett se afastou, mas continuou olhando no rosto dela.

— Papai — Joshua insistiu. Cansou-se de esperar e foi na janela do carona se queixar. — Por que estão demorando tanto?

— Já estamos indo, vida. Se afaste para mamãe abrir a porta, por favor.

Joshua recuou alguns passos, sem deixar de reparar nela.

— Está tudo bem, mamãe?

Rosalie saiu do carro, respondendo-lhe ainda enquanto fechava a porta.

— Mamãe está bem, sim. — Passou o braço em volta dos ombros do menino. — Precisa de um banho, rapazinho.

Joshua deu risada.

— Urgente ou não tão urgente? — brincou.

Emmett saiu do carro e, no banco de trás, pegou a mochila com as coisas de Joshua.

Na sala, Rosalie alertou ao menino:

— Pegue a mochila com seu pai e leve para a área de serviço.

Joshua pegou a mochila e saiu correndo.

— É para deixar também as roupas e chuteiras lá? — perguntou ao longe.

— Sim.

— Não quer deitar um pouco? — Emmett ofereceu, preocupado com o como estava se sentindo. — Eu cuido de Josh.

— Quero mesmo é um banho. Mas, deixarei Josh ir primeiro.

Joshua retornou à sala vestido apenas de cueca.

— Já deixei tudo na lavanderia.

— Vá indo para o banheiro. Mamãe já vai lá lavar seus cabelos.

— Deixe que eu faça isso — Emmett ofereceu. — Fique aqui e descanse um pouco.

[…]

Rosalie penteava os cabelos no quarto após o banho. Emmett ainda estava no banheiro e Joshua no sofá da sala jogando no ipad.

Ela deixou a escova de cabelos em cima da penteadeira. Pegou no closet a caixa com a surpresa para a revelação da gravidez ao filho mais velho.

Emmett entrou no quarto com a toalha na cintura. O peito ainda estava úmido com a água do chuveiro.

— Está pensando em chamar ele agora?

— Sim. O que você acha?

— Acho que esse é o momento. Não conseguimos contar antes. Ele sabe que tem algo acontecendo, só não sabe o quê. Isso o deixa agoniado.

— Estou nervosa.

Emmett chegou perto da cama onde ela estava sentada. Beijou no alto de sua cabeça, para então terminar de se vestir. Rosalie aguardou até ele estar pronto.

— Josh — Emmett chamou.

— Vida, venha ao quarto da mamãe, por favor.

Joshua levantou do sofá, levando o ipad junto. A porta estava aberta quando chegou.

— O quê, mamãe?

— Venha até aqui, filho.

Joshua viu que sua mão estava sobre uma caixa branca em cima da cama. O pai sentado do outro lado da caixa.

— Papai e mamãe tem uma surpresa para você — disse Emmett.

Joshua voltou olhar a caixa entre eles. Abriu um sorriso, abaixou a mão com o ipad e entrou no quarto.

Emmett retirou o ipad das mãos dele e o colocou perto do travesseiro. Joshua ficou de joelhos na cama, olhando a caixa com curiosidade.

— Posso abrir?

— Sim — confirmou Rosalie.

Joshua pôs a mão sobre a caixa, fez uma pausa, olhando de um para outro.

— Abre a caixa, filho — incentivou Emmett.

— O que tem dentro dela?

— Abre para você ver — insistiu Rosalie.

Joshua fez exatamente aquilo que pediam. No primeiro momento, não soube o que pensar diante a camiseta e os sapatinhos de tricô. Segurou os sapatinhos e devolveu em seguida à caixa.

— O que é isso? — murmurou. — Por que tão pequeno?

— Pegue a camiseta — instruiu Rosalie. — Leia o que está escrito nela.

Joshua segurou a camiseta, sem saber o que esperar.

— O que está escrito aí? — ela insistiu.

— Onde?

— Na camiseta, filho — Emmett chamou sua atenção para os dizeres. — Leia para o papai e a mamãe ouvir.

Joshua começou soletrando em voz baixa, em seguida, leu para que também ouvissem.

— Irmão mais velho — sorriu mesmo sem ter certeza o que significava.

— Então? — Rosalie aguardou.

— O que você achou? — Emmett perguntou.

Joshua voltou a ler a frase, o sorriso se alargando a cada palavra compreendida. Olhou, espantado, no rosto da mãe.

— Você está grávida? — disparou.

— Sim — ela balançou a cabeça reafirmando.

Joshua pulou de joelhos no colchão. Soltou a camiseta e os sapatinhos. Num rompante de alegria, se lançou nos braços da mãe, que o abraçou de volta e encheu seu rosto de beijos.

— Você gostou, vida?

Ele voltou pular de joelhos no colchão.

— Sim. — Abraçou a mãe mais uma vez.

— Ele gostou — falou com Emmett, agarrada a Joshua. — Ficou feliz.

— É menino ou menina? — perguntou, encerrando o abraço para ver melhor o rosto da mãe.

— Mamãe não sabe. É cedo ainda.

Joshua sorriu. Curvou-se sobre a barriga da mãe, beijando algumas vezes seguida.

— Cuidado, filho — Emmett pediu.

— Ele só está beijando — Rosalie confirmou. — É tão carinhoso esse meu menino. Que lindo, vida.

Joshua agarrou o pescoço dela.

— Ele ou ela, terá o papai desde sempre… Eu não tive.

Rosalie o abraçou apertado. — Perdão, minha vida. Perdão, meu amor.

— Te amo — disse Emmett, o vendo lamentar o tempo perdido.

Joshua soltou a mãe para se agarrar ao pescoço do pai. Depois, voltou ao colo da mãe.

— Te amo tanto — Rosalie declarou. — Que carinhoso que você é meu amor. Minha vida não faria o menor sentido sem você ao meu lado.

— Será que o bebê pode me ouvir? — quis saber Joshua.

— Pode falar com ele, sempre que sentir vontade. Tenho certeza que irá adorar ouvir o irmão mais velho.

Joshua sorriu, com as covinhas se exibindo nas bochechas.

— Te amo, mamãe.

[…]

Os três se encontravam de pé, diante a casa dos pais de Rosalie, aguardando alguém os atenderem na porta. Joshua com a caixa para a revelação, nas mãos. Dessa vez, estavam os sapatinhos e uma chupeta branca.

Estava impaciente, indo para frente e para trás o tempo todo nos calcanhares. Olhou os pais atrás de suas costas, de mãos dadas. Rosalie apertou suas bochechas entre os dedos e sorriu.

— Que demora de eles abrirem essa porta — se queixou Joshua. — Será que saíram? Você falou que a gente vinha para cá, mamãe?

— Falei, sim. Inclusive até sei que Alice está aí.

— Alice e tio Jasper são namorados agora?

— Parece que sim. Você gostou?

— Gostei. O tio Jasper tem vindo mais vezes nos visitar. E Alice é legal.

Emmett entrou na conversa.

— Estou achando que seu tio estará morando na cidade logo, logo.

O barulho na porta indicou estar sendo aberta. Joshua voltou olhar para frente.

— Oi, vovô.

— Oi — o avô o cumprimentou, passando a mão em sua cabeça.

— Cadê a vovó e o tio Jasper?

— Estão lá dentro.

— Alice também está aqui?

— Sim, ela está.

Carlisle cumprimentou também Emmett e a Rosalie. Fechou a porta atrás das costas deles.

Alice apareceu na sala.

— Olha só você — se dirigiu a Joshua —, achei que estaria cansado depois de um dia tão agitado. Me enganei. Está aqui com esse sorriso faceiro. — O abraçou. — O que você tem aí? — perguntou sobre a caixa que segurava.

— É um presente para a vovó, vovô e tio Jasper. Pode ser para você também — buscou o apoio dos pais, olhando onde eles estavam. — Não é?

— Claro que sim.

Joshua aguardou com impaciência todos se cumprimentarem.

— O que tem aí para nós? — questionou Jasper.

Emmett respondeu num tom brincalhão:

— É uma viagem.

Joshua olhou no rosto do pai sabendo que não era verdade e começou a rir.

— Entregue para sua avó, Josh. — Rosalie pediu que fizesse.

— Quanto mistério — brincou Jasper.

— Não tem mistério. Vocês vão sair de viagem.

— Para onde, então?

— Terá de abrir a caixa para descobrir.

— Mamãe irá abrir — Rosalie insistiu. — Vocês ficam juntos para ver com ela.

Carlisle, Jasper e Alice rodearam Esme.

Joshua não parava quieto um só minuto.

— Abre logo, vovó.

Esme sorriu para ele. Segurou a tampa da caixa e levantou sem pressa. O sorriso cresceu ao descobrir o que tinha dentro. Deixou Alice segurando a caixa para abraçar Rosalie.

Alice pulou e começou gritar:

— Está grávida.

Jasper acrescentou:

— Eu sabia que não dizia a verdade.

Emmett sorriu.

— A família irá aumentar — anunciou Carlisle, com um sorriso de orelha a orelha. Parabenizou Emmett primeiro, porque Esme ainda estava abraçada a filha, que tinha lágrimas nos olhos.

Esme colocou ambas as mãos no rosto de Rosalie.

— Sei exatamente o que significam essas lágrimas.

Rosalie passou as mãos nos olhos, movendo a cabeça devagar.

— Confesso que já desconfiava. Não comentei antes para não te deixar ansiosa.

— Eu sabia — se gabou Alice em voz alta. — Abraçou a amiga. — Eu sabia — repetiu. — Estava sempre cansada nas últimas semanas. Evitando alguns aromas e sabores. — Se afastou, permitindo Jasper também abraçar a irmã.

— Estou muito feliz por você. Consigo ver em seus olhos o quanto esse momento significa. — Beijou no rosto dela.

Carlisle conseguiu finalmente se aproximar da filha.

— Vem cá — murmurou e a acolheu nos braços. — Será tudo como sempre desejou — comentou, descansando o queixo no alto da cabeça dela. — Exatamente como deveria ter sido lá atrás. — Beijou sua testa. — Estou ansioso para saber se terei um segundo neto ou a primeira neta.

Emmett a abraçou logo que o pai dela se afastou. Beijou seu rosto, permanecendo ao seu lado com o braço em volta de sua cintura.

— Serei o superirmão mais velho — Joshua se gabou.

— Josh — Alice chamou sua atenção —, você prefere que seja menino ou menina?

— Eu não sei.

— Faremos a pergunta um pouco diferente — tentou Jasper. — Você acha que é menino ou menina o bebê que sua mãe está esperando?

Joshua chegou ao lado dos dois. Levou as mãos à barriga da mãe e deu um beijo.

— Que lindo! — elogiou Alice.

— Eu acho que é menina — revelou Joshua.

Rosalie o agarrou, dando um beijo perto da orelha.

— Te amo, vida.

— Por que você acha que é uma menina? — o tio tentou outra vez.

— Não sei… Sinto que tem uma menina na barriga da mamãe. Sonhei com isso um dia.

— Não me disse nada, vida.

Joshua deu de ombros. Rosalie o apertou nos braços mais uma vez.

— Te amo tanto, meu menino lindo.

— Eu sei, está sempre me esmagando com seus abraços como está fazendo agora.

Todos riram de seu comentário.

Passaram-se alguns minutos, até Esme perguntar:

— A família de Emmett já está sabendo?

— Ainda, não — Rosalie foi quem respondeu. — Não queria contar até conversar com Josh. — Afagou os cabelos do garoto sonolento, deitado no sofá com a cabeça em seu colo.

— Vamos à casa deles amanhã — Emmett esclareceu, sentado ao lado de Rosalie. Estavam somente eles e os pais de Rosalie em casa, Jasper havia saído para levar Alice na casa dos pais dela.

— Aposto que Josh estará tão empolgado quanto esteve aqui — Esme lembrou.

— É um alívio imenso ver que não está com ciúmes — Rosalie confessou. — Nesse momento, ele está curtindo a ideia de ser o irmão mais velho. Espero que continue assim.

— Ele está feliz à beça — Emmett reforçou. — Josh queria muito que Rose e eu ficássemos juntos de novo. Imagino que para ele, um irmão ou irmã, seja como a confirmação do que desejou sempre. O faz se sentir seguro.

Ficaram ainda mais um tempo conversando. Quando por fim resolveram ir embora, Emmett pegou Joshua no colo e o levou para o carro.

[…]

Carmen recebeu das mãos do filho a caixa surpresa. Joshua ficou bem ao lado, inquieto, desesperado para revelar o que tinha dentro.

— É uma viagem — repetiu a fala do pai, na casa dos avós maternos, na noite anterior.

— É mesmo? — perguntou Carmen.

Isabella desceu a escada na casa dos pais.

— Espero estar inclusa nesse pacote, ou ficarei muito brava.

— Não se preocupe — Emmett garantiu.

— Tia Bella.

— Oi, meu gatinho lindo.

Joshua pegou a sacola em cima do sofá.

— Trouxe um presente para minha prima Renesmee. Onde ela está para eu entregar?

Isabella o abraçou.

— Acabei de levar para meu antigo quarto. Ela dormiu ao caminho para cá.

— Ah.

— Não tem problema, pode entregar quando ela acordar da soneca. Aposto que irá adorar o presente que o primo lhe trouxe.

— Na verdade, mamãe me ajudou escolher e também foi quem pagou por ele.

O olhar de Isabella foi direcionado a Rosalie.

— Obrigada, cunhada. — Voltou olhar para Joshua. — Hoje é dia de presentear e eu não sabia? — brincou o fazendo sorrir.

— Pode ser — concordou o menino.

A tia o apertou mais uma vez em seu abraço, antes de deixá-lo livre.

— Então, abre isso aí, mãe. Vamos descobrir para onde meu digníssimo irmão pretende nos mandar. — Estreitou os olhos para Emmett. — Espero que seja um lugar maravilhoso. Não aceito menos que isso.

— Abre logo, vovó — Joshua pulou ao lado de Carmen.

— Farei isso, querido.

Joshua anuiu, e ficou aguardando.

Eleazar, Edward e Isabella chegaram mais perto para ver também o misterioso presente.

Carmen reagiu como levasse um susto. Deixou Isabella amparar a caixa com os sapatinhos e uma naninha, para ir se sentar no sofá com as mãos encobrindo o rosto.

Isabella gritou, encarrancando sua felicidade. Deixou Edward segurando a caixa para parabenizar Rosalie.

— Mais um membro da família está a caminho — disse Edward, sorrindo. — Não achei mesmo que fosse uma viagem. Emmett estava com sorriso muito sacana, quando Josh falou.

Eleazar olhou tudo com uma mistura de surpresa e alegria.

— Já? — se viu dizendo. — Já está?

— Sim — o próprio Emmett foi quem afirmou.

Eleazar o abraçou.

— Parabéns, filho — Então, abraçou Rosalie. — Obrigado, por trazer mais esse presente as nossas vidas.

Carmen finalmente levantou do sofá, limpando o rosto nas palmas das mãos.

— Mãe — Emmett chamou. — Está chorando?

Carmen sorriu entre lágrimas. Abriu os braços convidando Rosalie a um abraço.

— Que coisa mais linda — falou chorosa. — Obrigada, Rose. — Afagou a barriga da nora e sorriu emocionada. — Você sabe o porquê de minhas lágrimas — murmurou a Rosalie, que meneou a cabeça, com lágrimas nos olhos. Carmen levou as mãos ao seu rosto. — Que alegria, minha querida — disse. E abraçou o filho. — Que notícia maravilhosa.

— Não é para chorar, mãe.

— É choro de alegria. — Descansou a mão no peito de Emmett. — Essa fase inicial irá servir para fechar a lacuna que ficou em aberto aqui.

Emmett sentiu os olhos marejarem com as palavras da mãe.

— Que coisa mais linda — continuou. — Amaremos esse bebê tanto quanto amamos a Josh. — Virou o rosto, procurando pelo neto. — Venha até aqui, querido. Dê um abraço na vovó e também em seu pai.

Joshua pulou do sofá, sorridente, para se juntar a eles. Carmen abraçou aos dois em simultâneo.

— Vovó te ama muito.

— Também te amo, vovó.

Emmett beijou a mãe e o filho no rosto.

— Serei um superirmão mais velho — lembrou Joshua a todos.

— Sim — Carmen concordou.

— Ah, mas eu não tenho dúvidas — disse Isabella. — Você já é um superprimo mais velho. Renesmee te adora.

— Tia, será que Renesmee já acordou?

— Podemos olhar na babá eletrônica. — A tia mostrou a ele a babá eletrônica, mas Renesmee continuava dormindo.

Carmen voltou pegar os sapatinhos e a naninha. Eleazar ficou ao seu lado, beijou sua têmpora, admirando os pequenos objetos.

[…]

Depois que Renesmee acordou, Joshua brincou com ela no tapete da sala e também ajudou abrir o presente. Carmen se encarregou de preparar o jantar para a família. Não permitiu Rosalie ajudar de forma alguma, sugerindo descansar. Isabella arrumou a mesa do jantar. Edward e Eleazar ficaram na sala olhando as crianças.

— Mãe — Emmett entrou na cozinha, sentindo o aroma delicioso do jantar que a mãe estava preparando. — Humm… o cheiro está delicioso aqui.

Carmen sorriu, terminando de acrescentar iguarias à panela no fogão.

— Obrigado, filho. Espero que Rose consiga comer bem. Ela disse que tem passado mal algumas vezes nesse começo de gravidez.

Emmett concordou, movendo a cabeça.

— Rose não está aqui com vocês? — pediu, ao olhar em volta.

— Ela estava aqui até pouco tempo. Você viu aonde ela foi, Bella?

Isabella terminou de acrescentar louça à mesa.

— Ela acabou de descer até o porão.

— Vou até lá falar com ela.

— Olha lá, hein… — provocou Isabella. — Lembre-se que estamos todos aqui em cima.

— Bella — Carmen advertiu.

Isabella deu risada.

Emmett bagunçou os cabelos da irmã.

— Crianção — acusou.

— Crianção? — repetiu ele.

Carmen balançou a cabeça lembrando-se dos dois na adolescência com a mesma implicância.

— Você mesmo.

— Não está falando de si mesma?

— Só para lembrar, sempre fui mais madura que você.

— Isso explica.

— O quê?

— Você ter caído da árvore. Caiu de madura — sorriu.

A irmã atirou o guardanapo de tecido nas costas dele.

Emmett desceu a escada do porão, com o sorriso no rosto. Encontrou Rosalie no escritório do pai, no sofá de couro, a cabeça apoiada na almofada. Chegou mais perto e percebeu que chorava.

— Ei — se preocupou. Sentou-se ao lado dela. — O que aconteceu? Por que está chorando?

— Não sei… só quero chorar.

Emmett beijou seus lábios e a acomodou junto ao peito.

— Está se sentindo mal? Precisa que a leve a algum lugar? Há algo que eu possa fazer para se sentir melhor?

— Estou mal comigo mesma — admitiu.

— Por que está dizendo isso?

— Poderia ter feito todos felizes antes…

— Ei — ele segurou seu queixo —, esquece isso.

— Não consigo.

As covinhas brincaram no rosto dele.

— Esse choro tem relação com os hormônios — disse. E a beijou com lentidão, apreciando o contato de seus lábios.

— É possível. Sua família ficou tão emocionada por saber da gravidez. Estava pensando que talvez… se eu tivesse contado antes sobre Josh.

— Nada disso importa mais. Estamos juntos agora. Todos estão felizes. Você, Josh e o bebê que está a caminho, é por vocês que quero viver diariamente pelo resto de minha vida.

— Mamãe. Papai — Joshua chamou do alto da escada.

— Aqui embaixo filho — Emmett respondeu.

Joshua desceu a escada, apressado.

Rosalie abriu os braços para o menino, que sentou em seu colo.

— Por que vieram para cá? — quis saber Joshua.

Rosalie apertou os lábios na bochecha corada dele. Emmett afagou os cabelos.

— Estamos conversando um pouco — lembrou Rosalie.

— Sobre o quê? — Olhou bem no rosto da mãe e completou. — Estava chorando?

— Chorei só um pouquinho.

— Por quê? Meu pai fez algo que te magoou?

— Não. Às vezes, gravidas ficam choronas mesmo.

— Hmmmm… Do que estavam falando?

— Que amamos muito você. — Apertou o nariz de Joshua entre os dedos brevemente. — Que estamos felizes por estarmos juntos.

Joshua beijou seu rosto, e afagou a barriga.

— Papai.

— Sim?

— Você ficou feliz e contou para todo mundo quando ficou sabendo de mim?

— Claro que sim. — Fez carinho no alto da cabeça do menino. — Sabia que foi aqui que fiquei sabendo sobre você? — contou.

Os olhos de Joshua brilharam com o desejo de saber mais.

— Estávamos aqui quando sua mãe me contou. O que senti naquele momento, ao saber de você, diferiu de tudo que eu tenha vivido. Mesmo você não sendo mais um bebê na barriga de sua mãe, eu te amei na mesma medida.

Joshua olhou de um para o outro, satisfeito com o que o ouviu. Olhou em volta.

— Gosto desse lugar — admitiu.

— Papai e mamãe também — Emmett garantiu, recordando todas às vezes que ele e Rosalie se encontraram naquele mesmo porão. Mesmo o ambiente estando tão mudado, as memórias permaneciam.

— Rose, Emmett e Josh — a voz veio do alto da escada, na cozinha.

— É a vovó. — Joshua pulou do colo da mãe no chão. — Vamos!

— Vamos — concordou Rosalie. — Como estou? — perguntou a Emmett ao se colocar de pé.

— Linda.

Joshua viu quando o pai a beijou. Pulou comemorando.

— Emmett, Rose e Josh.

— Estamos indo, vovó.

Joshua foi à frente. Emmett entrelaçou os dedos aos de Rosalie, subindo a escada logo atrás de Joshua.

Joshua correu para encontrar Renesmee na cozinha. A família se reunindo para sentar à mesa, conversando entre si.

Os dedos de Emmett se apertaram aos de Rosalie. Ela o olhou no rosto, encontrando nele o sorriso de covinhas que pareciam brincar.

[…]

— Sabe em que estava pensando? — Emmett comentou em seu ouvido, abraçados na cama onde acabaram de acordar. Três dias haviam se passado desde que revelaram a família à gravidez.

— Em quê?

Ele apertou os braços ao redor do corpo dela, deixando um beijo em sua nuca.

— Que precisamos de uma casa maior.

— Gosto dessa casa. — Se virou de frente para ele. — Você não gosta?

Emmett, vagarosamente moveu uma mecha dos cabelos louros dela para detrás da orelha.

— Precisamos de uma suíte. O bebê também irá precisar de um quarto. Precisaremos ainda de um quarto de hóspedes para receber nossas famílias, sempre que nos visitarem.

— Você tem razão. — Fez-se um breve silêncio. — Sentirei falta dessa casa, mesmo não sendo minha de verdade.

— A próxima será toda sua. — Acariciou seu rosto. — Escolha as casas que mais te agradar e então iremos os três juntos para as visitas.

— Farei isso.

Emmett a beijou.

— Acorda Josh para mim?

— Vai mesmo levar Josh no primeiro ultrassom do bebê?

Batidas na porta mostraram que Joshua já estava acordado.

— Mamãe. Papai. Hoje veremos como está o bebê na barriga?

Rosalie olhou de perto o rosto de Emmett.

— Isso responde sua pergunta.

Emmett respondeu a Joshua, sem deixar de olhar no rosto dela.

— Sim, filho. — Beijou Rosalie mais uma vez, para somente então sair da cama. — Cuidarei dele, para você se arrumar com calma — avisou.

— Obrigada, amor.

Ele levantou para abrir a porta.

Joshua entrou correndo no quarto, parando ao lado da cama.

— Que hora veremos o bebê?

— Vamos nos arrumar primeiro. Tomar café da manhã.

— Não iriei mesmo a escola hoje?

Rosalie afagou a barriga dele.

— Não, mas só dessa vez.

Joshua se curvou sobre a mãe para beijar seu rosto.

— Vamos, Josh! Papai vai te ajudar ficar pronto.

[…]

Na maca da sala de ultrassom, Rosalie olhava a imagem na tela enquanto a médica ultrassonografista movia o aparelho lambuzado com gel sobre sua barriga com movimentos sutis.

Emmett ficou sentado ao lado, segurando Joshua pela mão o tempo todo.

— Então, como está o meu bebê? — pediu Rosalie.

A médica olhou na tela como algo não estivesse como deveria.

— Está tudo bem com o meu bebê? — insistiu Rosalie, ficando aflita com a ausência de respostas.

— Tem um bebezinho aí, não tem? — Emmett pediu demostrando também estar preocupado.

— Na verdade… — começou a médica.

Rosalie interrompeu.

— Há algo errado com o bebê?

Continuou movendo o aparelho em sua barriga, até surgir o que pareceu um sorriso no rosto, mas logo em seguida, mostrou espanto.

— Tem mais de um bebê — comunicou.

Rosalie se moveu como fosse levantar. O coração passou bater mais rápido no instante que ouviu aquelas palavras. Emmett pôs a mão na sua, sorrindo. Joshua continuou olhando na tela sem entender nada.

— Está me dizendo… — Olhou de Emmett para a médica, e novamente na tela. — Está me dizendo que são gêmeos?

— Na verdade…

— Meu Deus, o quê?

— São três corações.

— Três corações — repetiu.

Emmett fez o mesmo.

— Como assim, são três corações?

— São três bebês.

— Trigêmeos — Rosalie se pegou falando num tom de espanto. Voltou deitar a cabeça no apoio da maca, com lágrimas nos olhos que lhe molharam o rosto muito rapidamente. — Trigêmeos — repetiu em uma mistura de medo e felicidade.

Emmett ficou sem reação, o rosto pálido.

Joshua resolveu então questionar:

— Terei três irmãos ou irmãs em vez um só?

Emmett estava chorando, quando se curvou para beijar Rosalie. Pôs ambas as mãos no rosto dela e falou:

— Três bebês de uma só vez. Minhas pernas estão tremendo amor. — Beijou-a mais uma vez. — Como você está se sentindo?

— Com medo — confessou Rosalie, chorando.

— Mamãe — Joshua se precipitou por baixo dos braços do pai, chegando até ela.

— Está tudo bem, vida. — Tocou brevemente o rosto assustado de Joshua.

— Três bebês — repetiu Emmett.

— Não vou conseguir — Rosalie sussurrou.

— Vai sim, amor. Se Deus está nos dando esse presente, é porque sabe que somos capazes. Que vamos conseguir juntos. — Fez carinho no rosto dela. Ao fundo, o som de três pequenos corações pulsando cheios de vida. Entrando no ouvido, buscando morada em seus corações, um lugarzinho em suas vidas.

— Por que tantos irmãos? Um já estava bom — se queixou Joshua.

A médica que realizou o exame mencionou chamar outra médica, explicariam juntas tudo que precisavam saber. Saiu da sala deixando-os a sós.

Emmett abraçou Rosalie. Os dois choraram numa mistura de otimismo e medo, com Joshua preso entre o abraço, sem entender muito sobre o que estava acontecendo. Todas as mudanças que estavam prestes acontecer na vida de toda família.

 


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