Cupido, Traga Meu Amor escrita por Tricia


Capítulo 20
Cada Um Para Seu Lado


Notas iniciais do capítulo

Pessoas que praticam exercícios e tem uma vida saudável, como vocês fazem isso? Eu tentei por questões de saúde e a pessoa criativa dentro de mim morreu e um zumbi sonolento surgiu no lugar, eu não conseguia escrever nada e até o presente momento sinto que estou com problemas, mas estou me esforçando, então peço que tenham paciência comigo.
Boa leitura



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— Ela esta parecendo um pouco melhor hoje.

Os dois kwamis assistiam ao longe Marinette trabalhar ao lado de Alix – as receptivas missões de ambos possuíam química o suficiente para investir em um encontro elaborado – a cupido parecia a mesma de longe, mas para os que a conheciam o suficiente conseguiriam ver com sucesso os pequenos momentos de desânimo que se apoderava da jovem cupido que se perdia em pensamentos ocasionalmente, quando voltava se punha a trabalhar loucamente para evitar que o momento acontecesse novamente, mas sempre acontecia.

— Nossa idade é bastante similar, mas você já ouviu sobre alguma vez que um cupido se apaixonou?

— Não – a kwami maneou a cabeça desanimada – Apenas sobre um anjo que se apaixonou.

— E como a história dele acabou? Ele conseguiu viver feliz.

— Ele estava tão preocupado em procurar uma solução para a diferença deles que não prestou atenção direito e ela se machucou e estava morrendo. Na tentativa de salva-la ele barganhou a si mesmo por ela.

— Aceitaram o acordo?

— Sim. Ele morreu e ela viveu o resto de vida que ganhou da pessoa que a amava. Para ele valeu a pena.

— Mas cupidos?

— É a primeira vez. Torço para isso não ser amor.

— Você vive se gabando por ser mais inteligente que eu, mas se engana tão miseravelmente – a kwami o fuzilou com um olhar – Até um humano burro consegue ver que nossa Mari está abalada por estar apaixonada.

— O problema é que ela não pode se apaixonar. E ela fez.

— Não foi culpa dela.

— Plagg – a lei suspirou longamente – Eu nem sei mais o que dizer.

— Ela é nossa amiga e esta sofrendo.

— Se fizermos algo pode piorar tudo.

— Acho que é esse o sentimento de impotência que os humanos sentem quando querem fazer algo por alguém, mas não podem.

 

 

Por favor...alguém...

Por favor...eu preciso de alguém...socorro...alguém.

Eu não quero morrer...

Alguém...me salve

Por favor...

Os olhos da cupido abriram com desespero, os braços finos rodeavam o próprio corpo e ela não precisava tocar no rosto para saber que estava molhado com lagrimas.

Duas semanas havia se passado. Sentada em um dos degraus da escada ela havia assistido dois cupidos tirar todas as missões de sua pequena salinha sendo assistido por todos. Eles sabiam que havia feito algo errado, mas ninguém ousou perguntar diretamente o que, nem mesmo Alix perguntou qualquer coisa se limitando a apenas ficar por perto e se oferecer-se para ser a cupido que a supervisionaria.

Se encolhendo na cadeira a cupido se puniu internamente por cair no sono, fazia quase dois dias inteiros que estava segurando e acabara cedendo. A cada vez que fechava os olhos só conseguia ver água e se sentir desesperada enquanto tentava em vão se salvar, cada dia parecia apenas estar indo mais para o fundo.

Por que ninguém chegou?                   

Alguém se preocupou?

Alguém chorou por sua morte?

A cupido fez o seu melhor para normalizar a respiração com os olhos fechados e as mãos ainda abraçando o corpo, quando sentiu que havia obtido um bom resultado os olhos tornaram a abrir e as pernas foram esticadas deixando os pés tocarem o chão.

Os olhos fitaram a pasta aberta na mesa de um relatório que havia concluído. Depois de tanto tempo a mesa estava incrivelmente arrumada agora que quase não tinha casos em processo inicial e sim apenas os ao passo da conclusão aguardando relatórios escritos para serem guardados. Preenchendo as duas últimas linhas fechou a pasta colocando na pilha de revisão que Alix teria o trabalho de fazer.

A cupido arrumou os cabelos em um rabo de cavalo, esfregando os olhos. A porta foi aberta passando a cupido de cabelos curtos em um macacão vermelho.

— Como vão as coisas? – Marinette apontou a pilha de arquivos fazendo a colega bufar sentando na ponta da mesa – Ouvi que a Divindade do Amor esteve aqui de novo, foi por sua causa?

— Talvez, mas ela não quis falar comigo dessa vez – para o puro alivio de Marinette, ela não queria se quer olhar nos olhos daquela mulher e dar o prazer de ver o estado lastimável em que estava sendo tomada a cada dia, vivendo e revivendo sua morte incontáveis vezes e... sentindo falta de Adrien.

Ele estaria bem?

Ele sentia a falta dela em algum momento? Talvez.

Se ele estivesse lá quando morreu, ele teria chorado?

— Você esta fazendo de novo – Alix soltou a puxando para a realidade – Não se distancie tanto, temos trabalho.

— Desculpe – pediu, enquanto pegava mais uma pasta e voltava lentamente a tentar focar na colega que estava se tornando uma verdadeira amiga nos últimos dias, ou muito dedicada ao trabalho que se oferecera para cumprir, se esse fosse o caso Marinette não queria saber realmente, era bom ter pelo menos a ilusão de não estar completamente só – Alix, posso te pedir um favor?

— Claro.

— Você não vai gostar muito.

— Mari... – a voz da cupido se arrastou ao mesmo tempo que os ombros caiam prevendo um novo tipo de problema que a amiga poderia criar.

 

~&~

 

Dormir estava se tornando uma tarefa difícil de fazer ultimamente para Adrien à medida que via o nome de Marinette se arrastar inicialmente pelos tabloides de Paris e até de outros países, mas que felizmente estava se tornando um assunto quase esquecido pelas pessoas quando novos escândalos explodiam todos os dias. Alguns comentavam, mas não havia mais tantos abutres na entrada do prédio querendo fotos e informações mais.

Ele podia começar a respirar os primeiros ares da calmaria que sua vida caminhava rumo ao seu cotidiano dedicado quase que inteiramente ao trabalho.

Por que isso tinha que não ser mais suficiente?

— Peça uma lista mais detalhada para Bustier sobre o que é necessário para as modelos.

A assistente assentiu positivamente à ordem se afastando até chegar à porta onde seus pés travaram por um instante e sua atenção se voltará para o chefe, aspirou o ar e expirou antes de tornar a andar em direção a mesa de trabalho quando retornou a sala do chefe que a fitou com o cenho franzido. As coisas estiveram estranhas entre todos quando as fofocas tomaram os corredores e não importava o que dissessem para defender a amiga, não parecia suficiente. Só conseguia sentir pena de Marinette.    

— Marinete deixou este envelope para ser entregue ao senhor.

— Com quem ela deixou? – os olhos do Agreste automaticamente foram para as mãos da mulher loira.

— Juleka da cafeteria que compro o seu café todos os dias, a Marinette costumava ir lá com frequência.  

Ele aceitou de bom grado o envelope rosa com pequenas flores brancas nas laterais que fizeram por um breve instante fez Adrien sorrir ao imaginar a mulher em alguma papelaria escolhendo o envelope em questão.

— Obrigado, Rose – a mulher maneou a cabeça novamente deixando a sala finalmente.

Aquele envelope permaneceu lacrado pelo resto das poucas horas que continuou no escritório.

Dentro do apartamento puxando o celular que vibrava dentro do bolso ele viu a foto e o nome do amigo.

— Como estão as coisas? – a voz de Nino soou logo que atenderá.

— Essa é uma situação que dá para contornar, minha reputação não ficará tão afetará assim – Natalie certamente garantiria o melhor resultado – Como a coisas estão para você?

— Para falar a verdade Bob está feliz, esse escândalo fez o número de visualizações duplicar junto com os comentários que estão... Uau.

— Estão massacrando ela ainda?

— Uma boa parte – para dizer o mínimo – Alya disse que vai descobrir quem começou tudo isso.

A morena já havia feito muito com seu trabalho enfatizando a qualidade do trabalho de Marinette e deixando a relação que haviam como uma amizade que talvez se tornasse algo a se questionar no futuro, ela conseguirá fazer com que as pessoas torcessem por um casal da moda.

— Você acha que ela consegue? – o amigo riu do outro lado.

— Irmão, se um dia essa mulher decidir saber o que tem no inferno e no céu ela da um jeito de descer e subir e ainda volta e escreve uma matéria sobre para o mundo – foi à vez de Adrien rir – Eu vou ver o que consigo fazer por aqui também.

— Obrigado – fora tudo que conseguira dizer após alguns minutos em silêncio.

— Se cuida. As coisas com a Mari vão se resolver em breve. Aposto que ela esta bem.

— Ok.

A linha ficou muda, os olhos do homem vagaram pelo apartamento silencioso, a revista que ela fora capa na mesinha de centro em cima de outras que possuíam algum comentário sobre a própria.

Ela esta mesmo bem?

O questionamento trouxe as lembranças e antes que pudesse pensar em qualquer coisa já estava tirando o envelope de dentro da maleta. Fitou-o por alguns minutos antes de abrir finalmente.

Ela estava bem e por isso resolveu escrever?

Ou era apenas mais um hábito incomum dela?

 

“Caro Adrien

Espero que esta carta possa chegar a você já que eu não posso. Não mais.

Talvez você se lembra quando eu disse que ajudava as pessoas porque é o que eu e minha família fazemos, e , isso nos deixa feliz porque é o nosso proposito, porem, desde que te conheci e tudo que você me mostrou me fez experimentar um novo tipo de felicidade.

Todavia, isso também me fez almejar coisas diferentes que estão fora da minha realidade, mas que ainda assim me vi querendo. Esse foi um dos motivos para eu precisar me afastar pelo bem de tudo.

Espero que meu afastamento não prejudique seu trabalho ou a Gabriel, se o fizer, sinto muito de verdade. Me reconforta saber que se este for de fato o caso, você conseguirá encontrar uma maneira de resolver os problemas porque é muito bom em seu trabalho. Não que isso seja um segredo.

Há um presente para você na primeira gaveta do armário do quarto em que fiquei, gostaria de ter tido a chance de dar pessoalmente, espero que fique bem em você.

Quanto a mim, eu voltei para o meu lugar grata por todos esses momentos que manterei comigo para sempre, eles são muito especiais, assim como todos que pude conhecer. Obrigada por ser uma dessas pessoas nesse tempo e me permitir tanto.

Não passe tantas horas trabalhando, divirta-se mais.

Espero que seja feliz.

Ass. Marinette Dupaim-Cheng”

 

Dobrou o papel fitando o teto. Era bem a cara de Marinette desejar para as pessoas serem felizes. Não eram palavras de alguém que estava feliz, não poderiam ser.

Viu o celular vibrar no sofá com o nome da assistente do pai e apenas ignorou afundando o corpo no sofá fitando o teto.

— Aonde é o seu lugar afinal, Marinette?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado a partir do próximo capítulo acho que a atenção irá um pouco para Adrien porque Mari esta sofrendo cada dia mais, só que ela não é a única.
Bjs



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