Bilhetes de Janeiro escrita por Lara


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olá, Cupcakes. Aqui está a amostra do livro que publiquei na plataforma Amazon. Originalmente, a história era uma fic Mileven, mas eu a transformei em uma história original. Conto com a ajuda de vocês para comprar, avaliar e divulgar o livro. Obrigada e boa leitura!



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Os fogos de artifício decoravam o céu, anunciando o primeiro dos 365 dias do ano que estavam por vir. A garota observava o show de luzes pela janela de seu quarto, com a companhia apenas da televisão em volume baixo que mostrava imagens de diversas partes do mundo comemorando a data. 

O celular vibra em sua mão e ela imediatamente encara o aparelho, esperando ser uma mensagem de seu pai, mas na verdade se tratava se seu tio favorito, César Lancaster, desejando um feliz Ano Novo e questionando se a garota tinha mudado de ideia. 

Todos os anos, César reúne toda a família e realiza uma grande festa em comemoração à chegada do novo ano. Mesmo que Violet se recusasse a participar todos os anos, o homem não perdia as esperanças de ter a sobrinha caçula presente na festa. 

Violet agradece o convite e mais uma vez recusa, informando que esperaria pela chegada do pai. Um suspiro chateado deixa seus lábios ao constatar que, mais uma vez, seu pai não conseguiu cumprir com sua promessa. 

 A jovem entendia que o homem tinha suas obrigações como o chefe de polícia de Martinsville, mas isso não a impedia de se sentir solitária e decepcionada por ter acreditado que ele chegaria antes da virada do ano e que eles comeriam juntos a ceia preparada pela própria garota, que estava exposta na mesa da sala de jantar desde cedo. 

Violet olha o celular e novamente suspira ao notar que não havia nem mesmo uma mensagem de Hector, justificando seu atraso ou apenas informando que ele estava bem. 

Cansada e frustrada, ela joga o celular na cama e encara a televisão ligada. No entanto, sua atenção não permanece no aparelho por muito tempo, pois pela primeira vez depois de três anos, ela escuta pessoas gritando na casa vizinha. 

Ela encara o lugar com curiosidade. 

Violet não ouviu falar sobre nenhuma mudança na vizinhança, tampouco visto a entrada de seus novos vizinhos. Mas não demora muito para que ela conheça os novos moradores da até então residência abandonada. 

Eles não pareciam nada felizes naquele momento. 

As luzes do quarto que fica de frente para o de Violet são ligadas e a porta do cômodo é aberta com brutalidade, com a entrada de um rapaz furioso de cabelo encaracolado, sendo acompanhado por uma jovem mulher com uma garotinha no colo, que estava com as mãos nos ouvidos e chorava desesperada.

 Violet não sabia dizer se aquele choro alto da criança era pelos fogos de artificio que ocasionavam em um alto barulho ou pela discussão feroz da mulher com o adolescente. 

Eles gritavam um com um outro, mas devido ao som dos fogos, Violet não conseguia entender o que diziam. 

Assim que o silêncio se faz presente, a garota se aproxima mais da janela de seu quarto e observa os dois jovens discutir. 

Com a proximidade de suas casas, a janela exageradamente grande do quarto vizinho e o tom alto com o qual falavam, não foi difícil ela conseguir ouvir o que eles diziam. 

— Você está sendo injusto, Matt! 

— Ah, você quer falar de injustiça? — ironiza o rapaz. 

Ele se aproxima da mulher, que balançava a criança, em uma tentativa em vão de acalmá-la. 

— Então vamos começar com o fato de que mesmo depois do que aconteceu, nosso adorável pai está na empresa com uma de suas inúmeras amantes, pouco se importando com a gente, enquanto nossa amável mãe se diverte com aquele acéfalo que tem idade para ser filho dela em Nova York. 

— Matt... 

— Enquanto isso, Liz e eu somos obrigados a nos mudar para essa casa velha e imunda sem qualquer aviso prévio em plena noite de Ano Novo. E, é claro, nós não podemos esquecer que você apareceu aqui como se realmente se importasse com a gente, fingindo que nada aconteceu! 

— Eu me importo com vocês! — grita a mulher. — É claro que eu me importo com vocês. Vocês são meus irmãos! As pessoas que mais amo e que quero bem nesse mundo. 

— Mentira! Chega de mentiras, Ceci! — rebate Matt. 

Ele pega a criança que chorava assustada dos braços da mulher e se afasta rudemente. 

— Se realmente nos amasse e se importasse com a gente, não teria desaparecido por meses quando nós mais precisávamos de você! Então não venha dá uma de boa samaritana, que eu não caio nesse seu teatro há muito tempo. 

— Não é bem assim, Matt! — exclama Ceci. 

Ela anda de um lado para o outro, atordoada. 

Era como se ela tentasse encontrar as palavras certas para explicar o que ocorria ao irmão. Ceci para de andar e encara o irmão, mas suspira, parecendo desistir. 

— Esquece. Você não entende. 

— Tem razão. Eu não entendo — concorda Matt. 

Ele balança a garotinha nos braços, que já começava a se acalmar no choro ao ser acalentada pelo rapaz. Ele parecia mais calmo, mas ainda estava agitado. 

— Não é como se você realmente fizesse questão de explicar alguma coisa mesmo. E quer saber, Ceci? Eu não me importo. 

— Matt... 

Ceci tenta se aproximar do irmão, mas desiste ao vê-lo se afastar quando o tocaria. Ela suspira e estende os braços para pegar a irmã mais nova. 

 — Tudo bem. Eu vou te deixar em paz essa noite. Me dê a Liz. Eu darei banho nela e algo para ela comer. Quando você sentir fome, a comida estará na geladeira. 

O rapaz coloca a criança no chão, que corre imediatamente ao encontro da irmã mais velha, e se afasta para pegar um pouco ar pela janela do quarto. 

Ceci sai do quarto com Liz. 

Os olhos de Matt e Violet se encontram pela primeira vez. E no mesmo instante, a garota o reconhecer. 

Seu mais novo vizinho era ninguém menos que Matthew Garner, também conhecido como Matt, o capitão da equipe de natação da escola. 

Apesar de não conhecer tão bem o rapaz, Violet já havia sido salva por Matt, quando a defendeu de alguns valentões que a atacaram assim que ela entrou na escola. 

Assim, devido a admiração que possui de todos, Violet nunca mais sofreu qualquer provocação ou ataque de qualquer aluno da John Wooden e pôde ter a sua tão desejada tranquilidade acadêmica. 

Pelo pouco do que via de Matt na John Wooden, ela sabia que ele era diferente dos outros populares daquela escola. 

Ele era sempre gentil e educado com todos da escola e seus melhores amigos eram os nerds do clube de audiovisual. 

Matt possuía as melhores notas da escola, já havia conquistado diversos prêmios pelo time de natação, nunca se envolveu em problemas escolares e era conhecido por ser calmo e centrado. 

Em outras palavras, ele era o aluno prodígio da John Wooden e o orgulho da escola. 

Além disso, ele é herdeiro da influente família Garner, que esbanjava dinheiro com seus inúmeros investimentos espalhados pelo país. 

Por isso, Violet não poderia estar mais surpresa. 

Aquela era a primeira vez que ela o via tão furioso e descontrolado. 

 Seus olhos estavam arregalados e sua respiração pesada. Era como se ele estivesse assumido uma personalidade muito mais irônica, raivosa e perigosa. 

Engolindo em seco, enquanto era encarada com intensidade por Matt, Violet pega seu caderno de desenho e um pincel. 

Não sabia bem o que estava fazendo e nem o porquê de estar fazendo aquilo, mas sentia que devia a tranquilidade de sua vida escolar a Matt e por isso, ainda que incerta, ela escreveu as palavras naquele pedaço de papel e a mostrou ao rapaz, na esperança de ser algum consolo.

 

VOCÊ ESTÁ BEM?

 

Ao contrário do que Violet imaginou que aconteceria, o cartaz parece ter deixado Matt ainda mais irritado. 

Ele parece procurar por algo em sua mochila e assim que encontra um caderno e caneta, ele passa a escrever de maneira furiosa. 

 Quando termina, ele expõe a folha resposta, chocando ainda mais a garota. 

 

QUE TAL CUIDAR DA SUA VIDA?

 

Violet encara Matt sem qualquer reação. 

O garoto possuía um sorriso irônico e raivoso em seus lábios. Ele então puxa a corda das persianas, impedindo a visão de Violet e que qualquer conversa continuasse. 

Aquele não era o Matt que havia arriscado sua reputação para impedir que ela fosse vítima de bullying e menos ainda o garoto que era chamado de príncipe por todas as meninas da escola. 

 Aquele não era o Matt que ela achou conhecer. 

Ainda atordoada pela atitude do capitão da equipe de natação de sua escola, Violet se joga em sua cama e encara o teto de seu quarto com apenas uma pergunta em sua mente: 

Afinal, quem realmente é Matt Garner?

 


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