Fate/Zero Lógica escrita por UnderdogEmiya


Capítulo 2
Chamado à Batalha Parte 1 -Mudança




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Kirei Kotomine era um homem com problemas. Desde seu nascimento, ele sempre se viu como alguém.... Diferente dos outros. Ele não sentia, via o mundo como o resto do mundo. Ele não conseguia se sentir feliz, e ele tentava de tudo para ter uma emoção humana; ele tentou ser padre, Executor, e mesmo se casou e teve uma filha. Foi nessa época que ele viu que havia algo errado consigo, pois ao ver sua esposa, uma mulher já bem doente, se suicidar para tentar fazê-lo ter algum tipo de emoção, ele não sentiu tristeza por ela estar morta. Não, ele se sentiu triste porque não foi ele a matá-la ...

Após isso, ele colocou a filha dele em um orfanato e começou a treinar para ser um Executor até o dia em que os selos de comando se manifestaram, indicando sua presença como um mestre na próxima guerra do Santo Graal. A partir daí ele treinou incessantemente com Tokiomi Tohsaka a pedido de seu pai, Risei, tudo para que o mago conseguisse alcançar a misteriosa Akasha, que conteria múltiplos segredos sobre o universo, sua “verdade” inclusa.

O primeiro passo para alcançar esse objetivo começava com a invocação do seu servo. Nesse caso, um servo específico: Hassan-i-Sabbah, ou o Velho na Montanha. De acordo com o que lhe foi dito, a própria etimologia da palavra seria um catalisador para a invocação dele, já que assassin(assassino) é uma palavra que tem como raiz etimológica hassassin, uma versão reduzida do nome da seita. Além do mais, Tokiomi esperava que o Hassan em si fosse o dos Cem Rostos, então por garantia havia junto dele uma máscara que foi utilizada por este.

Após fazer os ritos necessários para a invocação, o servo se manifestou na frente dele. Entretanto, foi necessário apenas uma olhada para que Kirei percebesse que algo não estava certo.

Para começar, o homem na sua frente claramente não tinha origem africana; o rosto dele era claramente branco e uma barba marrom. O resto do rosto estava mascarado por um capuz branco, que dava a ele a sensação de ser parecido com uma águia. Do pescoço para baixo ele vestia uma veste vermelha e branca, com um grande símbolo do mesmo capuz que ele estava utilizando servindo como um distintivo em seu cinto. Por cima das mangas havia duas braçadeiras metálicas, que o Executor sentiu que não estavam lá por ser uma mera decoração. Botas de pele marrom e uma capa completavam seu traje.

—Eu sou o servo Assassin. Você é meu mestre?

Após superar a surpresa do servo inesperado à sua frente, ele replicou:

—Sim, eu sou.                                     

Ele pode detectar algum tipo de sotaque. Italiano talvez? Ele não tinha certeza sobre quem era aquele homem, mas ele tinha certeza de outra coisa:

“Tokiomi não vai reagir bem a essa notícia.”

—Isso é preocupante Kirei.

Faziam duas semanas desde que Assassin foi invocado por Kirei. Como o próprio já havia previsto, Tokiomi a princípio estava desgostoso com o desenrolar dos eventos. Afinal, boa parte da estratégia deles para a guerra dependia de que o servo invocado tivesse um conjunto peculiar de características, que permitiria a eles ter uma vantagem quanto a coleta de informações. Porém, após observar por algum tempo quais eram as habilidades específicas do Servo das Sombras, ele viu que eles podem, de fato, ter saído em vantagem naquela troca, embora isso só se mostraria em uma ocasião futura.

Nesse momento, Kirei e Tokiomi estavam em uma sala que foi especialmente preparada pelo último para a invocação do último membro da pequena aliança deles. O alvo em questão era o lendário Rei dos Heróis, Gilgamesh, um herói que quase certamente garantia a supremacia deles na guerra. Porém, o líder dos Tohsaka estava especialmente paranoico por causa disso, e mais outro fato que ocorreu na semana passada: a chegada da figura que se denominava Ruler.

Tokiomi caminhava apressadamente em direção às portas da Igreja. Poucas horas atrás ele havia recebido uma mensagem de Risei pelo comunicador instalado lá, dizendo para ir para lá o mais brevemente possível, sem especificar o porquê daquilo.

Ele abriu as portas da igreja, passou apressadamente pelos bancos e entrou na parte de trás da estrutura, onde Risei descansava. Após isso, ele bateu na porta e falou:

—Risei? Estou aqui.

Ele esperou por alguns momentos até uma voz responder:

—Senha?

—Akasha –replicou o mago –E você?

—Oitavo Sacramento. Entre velho amigo.

O homem em vermelho adentrou os aposentos que pai e filho utilizariam durante a guerra por vir. Eles passaram rapidamente pelo corredor que ligava a “sala de estar” até chegar ao escritório do padre. Adentrando aquele espaço já haviam três pessoas lá dentro.

Ele reconheceu Kirei com sua batina preta de padre acompanhado de seu servo, que estava sem suas vestes bicolores, revelando uma camisa de linho branco e calças marrom simples. Não era uma vestimenta adequada para se misturar no mundo moderno, mas serviria.

Foi a terceira figura que mais chamou a sua atenção no entanto. Era um homem sem sombra de dúvida, velho; as rugas em seu rosto e a barbicha a meio caminho de um branco comprovavam esse fato. A pele dele parecia ter um tom de bronze, parecido com o de alguém que ficou por muito tempo no sol. Ele vestia um grande chapéu com formato de losango quase que inteiramente vermelho, com um kanji para fogo escrito em um único espaço branco. Além disso, ele também usava um haori branco por cima de um quimono vermelho, amarrado por uma faixa também branca. Mas não foi isso que chamou a atenção de Tokiomi: o que lhe chamou a atenção foi a expressão ilegível no rosto dele, não sendo possível detectar o que exatamente o ancião estava pensando.

—Sente-se Tokiomi. –pediu Risei –O nosso convidado tem algumas ... informações que creio que são do nosso interesse.

Após ajeitar-se em uma cadeira, Tokiomi começou:

—Quem é você, senhor?

O líder dos Tohsaka percebeu que o convidado estava chupando algum tipo de cachimbo de madeira. Após soprar um pequeno anel de fumaça no ar, ele respondeu:

—Eu sou o servo Ruler, caro magus.

Por um momento o chefe da pequena aliança ficou processando a informação dada a ele. Por fim, ele perguntou lentamente:

—Servo ... Ruler?

—De fato. –proclamou o auto denominado Ruler –Eu sou uma entidade invocada pelo Graal a fim de agir de acordo com os interesses dele e proteger seu conceito.

—Então você não possui mestre?

—De fato, eu sou uma alma livre, visando apenas a proteção do Santo Graal em si.

Tokiomi ficou novamente em silêncio por algum tempo, meditando sobre as novas informações concedidas pelo velho. Após algum tempo ele perguntou:

—Essas afirmações são ousadas. Você tem alguma base para sustenta-las?

Quase que imediatamente o homem mostrou a mão dele para todos que estavam na sala. Havia marcas vermelhas naquela mão, emanando uma certa energia mágica. Sem dúvida nenhuma, selos de comando.

—Por isso eu o convoquei aqui Tokiomi –falou Risei –Consegui comprovar anteriormente que, sem sombra de dúvida, Ruler não é humano, e os selos de comando são autênticos segundo o que Kirei viu. Te chamei aqui não só para confirmar que ele não mente como perguntar se você tem conhecimento sobre essa classe.

Apesar da aparência elegante de sempre, a mente de Tokiomi meditava furiosamente sobre os novos acontecimentos e a implicação deles no seu plano. Finalmente ele respondeu:

—De fato, conheço um pouco sobre sua origem. O que Ruler disse é verdade: o trabalho deles é proteger o conceito do conflito e eles são mediadores imparciais, similares a seu trabalho na Igreja, Risei. Para isso, a eles são garantidos selos de comando para poder comandar os outros servos. Mas essa classe só deveria se manifestar se algo grave, que poderia revelar a existência dessa guerra ocorresse. Então como você pode se manifestar aqui sendo que nem mesmo todos os servos foram invocados?

—Porque a própria guerra em si está diferente das outras vezes no passado.

Todos se voltaram para Ruler, que continuou:

—Essa batalha ... eu fui invocado porque múltiplas irregularidades foram detectadas já no início. Servos que não deveriam ser invocados, pelo menos três classes irregulares ... tudo isso já está se manifestando desde o começo. Não é do meu domínio me envolver em quaisquer planos que vocês tenham –porque tenho certeza de que vocês estão planejando algo –mas se fizerem algo nocivo para o cálice, eu serei obrigado a interferir.

E com essa declaração, Ruler voltou a fumar seu cachimbo

Desde aquele encontro, Tokiomi estava mais alerta do que nunca, e Kirei não podia culpa-lo. Boa parte do plano deles dependia de muitas previsões e observação. Já haviam variáveis o bastante com apenas cinco servos inimigos. Oito então? Por isso mesmo ele estava fazendo vários ajustes para garantir que o servo a sair daquele círculo seria Gilgamesh; além do catalisador, a pele da primeira cobra após esta ter consumido o elixir da imortalidade, ele estava usando algumas das gemas mais poderosas de seu arsenal e estava esperando a hora mais favorável para o ritual.

E tudo isso enquanto estava dialogando com ele sobre as modificações que ocorreram na guerra.

—Tantas variáveis surgiram de repente ... e ainda não temos conhecimento sobre essas classes irregulares. E o que Ruler queria dizer com “servos que não deveriam ser invocados”? Ele se refere a irregularidades como Assassin ou algo que desconhecemos?

—Mestre, –falou Kirei –se você deseja minha opinião eu poderia dizer que pode ser um pouco dos dois.

Tokiomi parou um pouco seu trabalho e olhou para seu aprendiz com uma expressão dizendo: “Continue.”

—Eu estava procurando registros sobre Assassin, me baseando nas poucas memórias que vi até agora dele, e notei que, embora vários fatos ali estejam corretos pelo que conhecemos de historia, há múltiplos outros eventos não registrados que, a meu ver, deveriam ser relevantes o bastante para os magus terem registro.

—O que você pensa que isso implica?

—Eu não sei exatamente. Pode ser muitas coisas; memórias falsas, algum problema na invocação. Nem mesmo descarto algo relacionado a alguma das Magias.

Ao fim dessa sentença Tokiomi finalizou os preparativos para o ritual.

—Podemos não saber o que está acontecendo, porém, no fim, isso não muda o que devemos fazer no fim. Apenas temos que superar mais obstáculos para chegar lá.

E assim, o par se afastou um pouco do círculo. Quando estavam longe o bastante, Tokiomi começou o canto:

—Prata e ferro para a origem. Gema e o arquiduque dos contratos para a origem. Meu ancestral é o grande mestre Schweinorg.

O vento pousado se torna uma parede. Os portões em quatro direções se fecham, vindo da multidão, a estrada bifurcada que leva ao reino circular.

Feche (Enche). Fecha (Enche). Feche (Enche). Feche (Enche). Feche (Enche).

Repita todas as cinco vezes.

Simplesmente, despedace uma vez cheio.

—______, eu anuncio

Sua presença está sobre mim, seu destino é minha espada

De acordo com o recurso do Santo Graal, se você acata esse pedido, responda

Aqui está meu juramento. Sou aquele que se torna todo o bom no mundo dos mortos, sou aquele que expulsa todo mal no mundo dos mortos.

Você, sete céus vestido em três palavras de poder chegue do anel de dissuasão, ó protetor do equilíbrio ______!

Ao fim do último verso, uma luz forte preencheu o recinto onde estavam. Quando ela desapareceu, se revelou no centro do círculo, um homem loiro, branco, trajando uma armadura dourada do pescoço para baixo. Quando ele abriu os olhos se viu que a cor deles era de um vermelho forte.

—Eu sou o servo Archer. Quem de vocês é meu mestre?

Tokiomi deu um passo à frente e falou:

—Eu sou o seu mestre por essa guerra, meu rei.

Kirei sabia que aquele “meu rei” era mais algo para agradar o arrogante espírito heroico do que qualquer outra coisa, pois ele sabia que aquela encarnação particular de Gilgamesh, embora poderosa, também tinha um ego enorme. Aparentemente o agrado foi efetivo, pois o rei de Uruk respondeu:

—Que bom que você reconhece seu rei, plebeu. Agora, me retirarei para descansar.

E com isso ele desapareceu em uma poeira dourada para sua forma espiritual.

O ex-Executor observou qual foi a reação de seu mestre à atitude de Archer, mas, como sempre, ele escondeu com maestria suas emoções por trás de uma máscara solene. Então ele se voltou para Kirei, dessa vez com um pequeno sorriso, e falou:

—Mesmo depois de tantas mudanças, com Gilgamesh do nosso lado, a vitória é garantida.

E com isso, ambos saíram da sala.

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Bem, aqui está o capítulo 2. Tivemos caras novas e velhos conhecidos. Decidi deixar nesse capítulo basicamente tudo que se refere ao time Tokiomi em favor da sinergia. Os próximos dois-três capítulos serão todos os outros mais OCs. Espero que estejam gostando até agora.
Não se esqueçam de comentar sobre os servos, e digam se vocês conseguem identificar quem é quem. Quando todos os Nobres Fantasmas de um servo forem revelados, colocarei aqui a planilha de habilidades dele.
É isso pessoal, encontro vocês no próximo capítulo. Falou!



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