Candy girl escrita por mjrooxy


Capítulo 3
Caça ao tesouro




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Fui para a sala absorto em meus próprios pensamentos, ainda relembrando o que tinha acontecido anteriormente. Não entendia porque tantos alunos ofendiam Hinata, ela era a coisa mais linda e adorável que meus olhos tiveram o prazer de enxergar na vida.

Aquelas bochechas rosadas, os olhos extremamente claros por baixo dos óculos, que lhe davam até um charminho a mais. Aliás, que mal tinha em usar óculos? De onde julgavam-na como estranha? Hinata parecia ter sido esculpida a mão, tão fofa e delicada. Fora a forma como encaixou-se perfeitamente em meu abraço, como se tivesse sido feita especialmente pra mim.

Há tempos não me sentia dessa forma, nem com Shion, que eu saia há mol cota. Na real, foi por isso que decidi por um ponto final em sabe sei lá o que tínhamos juntos. Eu não sentia mais meu coração bater forte quando ela estava em meus braços; corrigindo, será que isso verdadeiramente aconteceu algum dia? Eu acho que me acostumei a tê-la por perto, afastando as meninas que ficavam no meu pé. Era sempre assim, eu já estava cansado disso, sempre que ficava fora por alguns dias, graças a um trabalho, quando voltava era um Deus nos acuda. Quem me salvava quase sempre era Shion, por falar nela, dessa vez, nos desencontramos. Como Shion também era modelo na mesma agência que eu, às vezes fazíamos campanhas juntos e o pessoal gostava quando saíamos de casal nas fotos. Mas, eu tinha voltado antes e ela ficou fora da cidade. Como nós dois tínhamos notas altas, conseguíamos escapar sem prejudicar nossos estudos e quando eu retornava, não era difícil recuperar o que perdi, enfim. Não vinha ao caso agora, eu só conseguia vislumbrar aquele anjinho nos meus braços...

Só não entendi porque Hinata saiu correndo daquele jeito, será que não gostou da liberdade que tomei? Poderia ser, não tinha se quer pensado nisso quando a vi chorando em minha frente, ou quando ouvi aqueles insultos horríveis. Meu primeiro estímulo foi apenas protegê-la de tudo e de todos. Colocá-la em um altar só pra mim e ficar olhando aquele rostinho meigo sem que ninguém enchesse o saco.

Ué, que diabos estava acontecendo? Tinha menos de uma hora que a conheci e esses pensamentos já estavam tomando conta da minha mente!

O pior de tudo, foi que, nas vezes em que nossos olhares se encontraram, eu senti um frio tão grande na barriga. Uma sensação de já conhecê-la antes, de sentir falta dela, mesmo sem saber de onde vinha. Retificando, senti a mesma sensação gostosa de quando vislumbrei uma garota linda, que dançava em meio às águas do rio, em frente a uma cachoeira maravilhosa que tinha na cidade da excursão escolar que fizemos há alguns anos. E, por sinal, eu simplesmente me apaixonei por aquela imagem. Apesar de não ter conseguido até hoje descobrir com certeza de quem se tratava a garota, pois, assim que foi flagrada ela se cobriu, olhou-me de esguelha e fugiu de mim. Deixando-me com um sentimento de quero mais, eu só pude vislumbrar seus cabelos enormes e seus olhos brilhantes, apesar de não conseguir precisar a cor sob a luz da Lua. Perguntei para os garotos da minha turma se também a tinham visto, mas todos garantiram que não e eu pensei se tratar de algum tipo de miragem ou uma sereia, vai saber.

A questão era aonde queria chegar com tudo isso? É que, quando eu a tive em meus braços, senti como se tivesse encontrado o que procurava.

Porém, para piorar tudo e confundir ainda mais minha cabeça, vinha a parte que eu não compreendia. Porque, em todos esses anos, eu pensei ser Shion aquela garota. Não me julguem, vejam bem, minha memória era uma merda e eu não lembrava ao certo da cor dos olhos da menina ou de suas feições, por ver somente sua silhueta. Eu só tinha certeza de aqueles olhos eram raros e também uma leve impressão de que seus cabelos eram escuros como a noite, em contraste com a pele branquinha feito a neve, banhada pela luz da Lua... Aquela visão me marcou e eu jamais a esqueci.

Entretanto, Shion entrou na minha vida logo depois desse dia, mais precisamente quando retornamos da excursão; ela era linda e tinha olhos incríveis, além de longos cabelos. Ou seja, me deixei levar por muito tempo, acreditando ter encontrado a garota que tinha feito meu coração acelerar tanto naquela noite. Até porque, como não me lembrava exatamente da cor dos olhos da minha garota e Shion possuía duas orbes totalmente incomuns, num tom meio pálido de lavanda, isso me levou a crer que era ela. Na real eu quis me iludir, do contrário, teria que sair caçando a tal garota pela escola e não tinha esperança alguma de achá-la. Assim sendo, quando Shion caiu de paraquedas em minha vida, me convenci de que era ela e segui todo esse tempo iludido. Até porque, uma vez perguntei para Shion se foi ela que eu flagrei dançando próximo à cachoeira e ouvi afirmativamente que sim, que só fugiu porque estava despida e temia levar uma suspensão por fazer algo errado.

Agora, no entanto, tinha minhas dúvidas. Pois, Hinata também ostentava aqueles cabelos enormes tão escuros, a pele alva, aquela doçura no olhar e aquele rubor nas bochechas... Ela despertou em mim a mesma sensação de alma aquecida daquele dia e aquilo era completamente estranho. Não era possível, como podia ser ela e eu se quer ter percebido em todos esses anos?

Como nunca a tinha visto na escola? Aliás, o que tinha na cabeça daquelas pessoas para desmerecerem aquele pedacinho de céu?

Só podiam estar loucos! Loucos e hipócritas.

Shion tinha olhos diferentes também e nem por isso era esculachada, pelo contrário, era tratada como singular na agência, na escola e por nossos fãs.

Por que Hinata recebia um tratamento diferente, se os seus olhos eram tão ou mais lindos que o de Shion? Hinata parecia um pãozinho de mel na confeitaria da vida, não deveria ser maltratada em hipótese alguma. Tanto que senti um aperto no peito só de imaginá-la sozinha na sala, sendo motivo de chacota para aquelas meninas superficiais.

Mas, qual seria a sala dela? Onde eu a encontraria?

— Sasuke. - chamei meu amigo, que estava concentrado na explicação do professor.

Enquanto eu divagada com meus botões.

— Fala, dobe. - respondeu sem emoção.

— Conhece a Hinata?

— Hinata? - perguntou de volta. - Uma magrinha, de cabelo escuro e óculos de grau?

— Essa mesma, aonde fica a sala dela?

— Não sei. - deu de ombros.

— Por que não disse que não sabia desde o começo, ao contrário me deu esperanças! - lhe dei um cascudo no cocuruto só de raiva.

— Aí, cacete! - exclamou alto e corou. - Ela é meio estranhinha, pra que eu saberia? Você só perguntou depois também, animal!

— Estranha? Hinata é a coisa mais linda que já pisou nessa escola! - devolvi indignado.

— Sasuke e Naruto, querem dividir a conversa conosco? - Kakashi-sensei questionou olhando feio em nossa direção.

Droga, teria que achá-la sozinho. Contudo, podia ser bom, seria como uma caça ao tesouro... Um tesouro chamado Hinata e, de quebra, ainda descobriria se, de fato, ela era a minha garota.

Ao sinal do intervalo, sai correndo em disparada, eu procuraria em todas as salas se fosse preciso, mas a encontraria. Não obstante, acho que o destino conspirou a meu favor, pois, assim que pisei no pátio, avistei meu anjinho sentada afastada de todos com um livro na mão. Cheguei pela tangente e Hinata não me viu, eu iria tampar seus olhos, só não o fiz porque não sabia se iria incomodar ou machucá-la por causa dos óculos.

— Oi. - falei e me sentei em sua frente.

— Na-naruto! - ela corou e eu quase a mordi ali mesmo. - O que faz aqui?

— Vim te ver. - respondi sorrindo. - O que está lendo?

— É um romance. - sua voz soou como melodia aos meus ouvidos.

— Hmm... Não quero atrapalhar sua leitura, mas posso ficar com você? - eu a olhei cheio de expectativas.

— Po-pode. - afirmou desviando os olhos. - Só que todos ficarão falando de você depois.

— Eu não ligo. - rebati de pronto. - Você é maravilhosa, Hinata. Não deixem que te diminuam ou pelo menos não acredite no que dizem. - pedi olhando-a naqueles olhos incríveis.

Ela fez que sim com a cabeça e eu, por impulso, lhe dei um beijo estalado na bochecha. Deixando-a completamente ruborizada. Hinata tocou a bochecha, enquanto sua boca formava um ô perfeito.

Cara, ela era linda demais! A pergunta que não queria calar era: Aonde se enfiou que eu nunca a vi?

 


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