Até que eu vá embora escrita por Pollyanna Felberk


Capítulo 1
Prólogo




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"Vai ser legal", elas disseram.

E ali estava eu, sentada sozinha na areia servindo de vela.

Tudo começou em uma tediosa sexta-feira à noite. Tínhamos combinado uma simples "festa do pijama" entre garotas no apartamento de Bia, que era a mais bem sucedida de nós três. O plano era me distrair de um recente término com muitos filmes e pipoca, mas eu devia ter desconfiado. Em menos da metade da noite elas já estavam me arrastando para uma boate qualquer. E eu pensei que podíamos mesmo nos divertir juntas sem garotos e dançar até o sol nascer, mas não demorou muito para que elas encontrassem companhia masculina. Indiscutivelmente bonitos, não vou negar, mas daí a saírem bêbadas com desconhecidos já era demais. Fiz de tudo para que mudassem de ideia, mas eram duas (talvez 4, se considerasse a insistência deles) contra uma. Não podia deixar minhas amigas na mão e, por fim, fui obrigada a acompanhá-las.

Então ali estávamos: numa praia quase deserta. Bia ria de alguma coisa enquanto andava de mãos dadas com um dos caras que eu realmente não lembrava o nome, Carol estava sentada na areia trocando saliva com outro e eu... Bem, eu estava um pouco mais atrás torcendo para o terceiro amigo deles não chegar. É claro que com a sorte que eu tenho não demorou muito para um cara de camisa azul se aproximar. Primeiro ele foi cumprimentar os amigos e entregou para cada um deles uma lata de cerveja que trazia.

Vi quando Carol apontou para mim e sorriu maliciosamente em minha direção. Revirei os olhos e torci para que ele também tivesse visto e encarasse como um aviso para se manter distante. Para meu desespero, menos de 10 segundos depois ele vinha em minha direção.

—Aceita? - Estendeu a última cerveja para mim.

Eu podia dar um fora desde aquele momento dizendo que não aceito bebidas de estranhos, mas a minha educação falou mais alto.

—Não, obrigada.

Ele deu de ombros e sentou ao meu lado, abrindo a lata. Eu deveria mesmo ter sido grossa desde o início, talvez ele tivesse entendido o recado mais fácil. Respirei fundo criando coragem.

—Olha, vou ser sincera, eu não estou afim de ficar com você, ok? - Não que ele fosse feio nem nada, mas eu não costumava ficar com pessoas que acabei de conhecer.

Diferente do que eu imaginei, ele riu.

—Calma, eu não mordo. Podemos pelo menos conversar, não? - Com aquela resposta eu me senti até um pouco culpada pela minha grosseria. Sorri só um pouquinho e assenti. Ele me estendeu a mão: -Sou Giovanni.

—Anna. - Apertei a mão dele, gelada pela cerveja.

—É um prazer conhecê-la. - Ele sorriu e só então percebi o quanto o sorriso dele era bonito.


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