O Açougueiro escrita por Chrys Monroe


Capítulo 1
Parte I - Primeira Semana


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Vocês sabem que amo postar algo no dia das bruxas, minha data favorita do ano e, esse ano não podia ser diferente.

Era para ser uma one, mas como ainda estou escrevendo-a irei dividi-la em duas ou três partes, okay?

Boa leitura e feliz halloween ♡



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Parte I - Primeira Semana.

 

 

 

 

Narrado por Isabella Swan.

 

 

"Eu sou cada pesadelo que você já teve. Eu sou o pior sonho se tornando realidade. Eu sou tudo o que você sempre teve medo." - It - A Coisa.

 

— Adoro este livro... - Murmurei fechando um dos meus livros favoritos do Sthephen King, antes de guarda-lo na minha mesinha de cabeçeira. 

Para mim, a vida sem mistério não tem a menor graça e para meu azar, a minha é quase zero emoção. 

Sou uma garota comum como qualquer outra que foi criada aqui em Forks mesmo pelo meu pai, Charlie, chefe de polícia da cidade que quase nunca para em casa, tentando resolver crimes mais e crimes pois mesmo a cidade parecendo a primeira vista, pacata, é cheia de mistérios, além de crimes sem solução. 

Terminei a escola há dois anos e assim que completar 21 anos* pretendo entrar na academia de polícia para depois de formada, trabalhar como policial em uma das cidades mais movimentadas do mundo como Nova York e Los Angeles pois apesar de amar muito Forks, na maior parte do ano essa cidade é um tédio.

Exceto no mês do Halloween.  

Durante o dia trabalho como garçonete no starbucks da cidade, terminei um namoro de dois anos há uns cinco meses e nos meus horários de folga, me entrego de vez ao mundo maravilhoso dos livros de suspense para sair da monotomia do dia a dia. 

Sou encantada pela arte, seja na forma de livros, filmes e séries especialmente se tiver aquela pitada de mistério, suspense ou melhor ainda, terror, daqueles de arrepiar os pelinhos do braço. Passo meus melhores dias lendo livros ou fazendo outro passatempo favorito investigando alguns crimes sem solução que aconteceram na vida real ao longo dos séculos, criando teorias mirabolantes ou de completo sentido que me instigam mais ainda a seguir a carreira policial. 

Após dar uma pausa na minha leitura, fui ao jardim tomar um pouco de ar já que segundo Emmett, meu irmão mais velho que não mora mais conosco e sim, com minha cunhada Rosalie, que é dona do único hotel da cidade, fico tanto em casa que já estou quase criando raízes na poltrona. 

Já do lado de fora de casa senti a brisa do vento bater no meu rosto e fechei os olhos por alguns segundos tentando relaxar um pouquinho, mas logo os abri ao ouvir um barulho de carro passando pela rua em frente a minha casa. 

Do outro lado da rua um utilitário preto estacionou e do mesmo, surgiu um homem de cabelos ruivos e óculos escuros. Vestia um sobretudo preto com calças e sapatos do mesmo tom. Sua pele era branca e excessivamente pálida como se não tomasse sol há uns mil anos. 

— Ele é muito bonito, não é mesmo Bella? - Dona Ruth, minha vizinha indagou dando uma cotovelada em mim. 

— Er... Nem reparei. - Dei de ombros - Quem é ele? 

— O novo vizinho da casa da frente. Se não me engano se chama Edua... Edward Cullen, isso! - Estalou os dedos, tendo certeza do nome do rapaz - Agora que está separada daquele Jacob, devia investir nele querida! Ele é tão belo que parece ator de cinema, sabe? Na minha época da juventude o galã do momento era o Al Pacino. - Suspirou. 

— Investir nele? Mas que absurdo, sequer o conheço! - Senti minhas bochechas queimarem - A senhora fala cada coisa. - Desviei o olhar, ficando mais sem graça do que nunca. 

— É que você está solteira há algum tempo, se não tomar cuidado vai acabar ficando para titia. - A senhorinha de cabelos grisalhos e olhos amêndoados, que é viúva há muitos anos, me aconselhou. 

— Tenho só vinte anos, acho que ainda há tempo para mim, não é mesmo? - Ambas sorrimos e voltei minha atenção a Edward, que a todo momento tirava malas e malas de dentro do carro e as colocava dentro de casa sem sequer olhar para o outro lado da rua para reparar na nossa existência - O que sabe sobre ele?

— Por quê o interesse mocinha? 

— Curiosidade, sem segundas intenções.  Juro! - Deixei claro.   

— Ele se mudou para a cidade há pouco tempo e estava hospedado no hotel da sua cunhada, Rosalie. Conseguiu um emprego no frigorífico da cidade e... Acho que só. Que estranho, sei muito pouco sobre ele e você sabe que eu sempre sei de absolutamente tudo que acontece na minha cidade. 

— É mesmo. - Concordei respirando fundo. 

Dona Ruth é a maior fofoqueira da cidade e se ela sabe só isso sobre Edward, é porque ele realmente é uma verdadeira  incógnita para toda Forks. 

[...]

Na manhã seguinte...

 

— Cadê o papai? - Emmett indagou entrando em casa sem bater, mesmo sabendo que detesto isso pois como vivo lendo coisas assustadoras, qualquer coisa arrepia minha pele. 

Eu estava tomando café da manhã enquanto lia outro livro. 

Desta vez era Carrie, A Estranha. 

— Já está na delegacia. Saiu sem nem deixar aquele recadinho na geladeira como o combinado de sempre. - Comentei tomando um gole de café preto. 

— Ei! Não leu os jornais ainda maninha? - Sentou-se ao meu lado com os papéis nas mãos - Justo você que adora ficar informada. 

— Não, não li. Por quê? - Fechei o livro, passando a olhar atentamente para o moreno de olhos puxados, rosto quadrado e músculos por todo o corpo. 

— Aconteceu de novo, Bella! - Respondeu entregando o jornal da manhã para mim.  

— Outra mulher desaparecida? - Deduzi. 

— Do mesmo jeito que no ano passado. - O moreno confirmou servindo o café para si mesmo - É por isso que papai saiu tão cedo, a delegacia deve estar um caos há essa hora. - Concluiu. 

Tudo começou há cerca de três anos, sempre no mês de outubro famoso por ser dia das bruxas. 

Toda semana, jovens na casa dos vinte anos desaparecem misteriosamente, um por semana sempre. Durante a noite de Halloween os corpos são encontrados nos maiores pontos turísticos da cidade esquartejados e curiosamente, congelados. 

Por causa do estados dos corpos das vítimas, a mídia apelidou o assassino de O Açougueiro. 

— E o açougueiro ataca novamente... - Emmett disse mordendo um pedaço de sua torrada - É uma droga para os negócios do hotel, pois os turistas ficam com medo de aparecer na cidade. 

— Não dê apelidos a ele Mett, é tudo que este tipo de assassino quer, ficar famoso e

a mídia ajuda muito nisso o encorajando a continuar a matança para aumentar a sensação de prazer. 

— Você parece aquelas psicólogas forenses daqueles programas de investigação criminal, sabia? - Ele riu de mim. 

— Palhaço. - Continuei lendo a matéria.

— Se você tivesse se formado na academia, poderia ajudar nosso pai a resolver esse crime. - Ao ouvir as palavras de Emmett, uma ideia surgiu em minha mente. 

— Quer saber? Vou ajudar o papai a  investigar esse crime sim. Charlie deve estar sendo tão pressionado a resolver tudo isso que pode ter deixado alguma pista relevante capaz de resolver esse caso passar. - Comentei mordendo os lábios. 

— Okay, mas toma cuidado Bella. E lembre-se, a vida real é bem diferente desses livros que você lê por aí. 

[...]

— A RESPOSTA É NÃO! Isabella Swan, você não vai investigar o crime do açougueiro. Tem ideia de onde está pensando em se meter, menina? - Charlie falou assim que entrou em casa a noite, visivelmente irritado pelo dia cheio. 

— Emmett é uma língua de trapo mesmo. - Revirei os olhos, colocando no pause o DVD do filme de terror que estava assistindo sozinha com um balde de pipocas no colo - Pensa bem, pai. - Levantei e fui até ele ajuda-lo a tirar seu casaco. 

— Não há o que pensar, filha. Tem ideia do quanto esse assassino é perigoso? 

— Tenho e por isso mesmo acredito que tenho que ajudar a para-lo. 

— Acha que só por quê assistiu uns filmes de mistério, alguns livros e 14 temporadas de CSI você entende bem do assunto? - O moreno de olhos e cabelos escuros ironizou, antes de sentar-se no sofá. 

— Na verdade foram 15 temporadas só de CSI, sem contar os dois spin-offs! - O corrigi - Pai, estou pra entrar na academia de polícia, acha que não estou pesquisando sobre investigação policial e afins? Poxa, eu faço isso desde os 12 anos! Pelo menos conversa comigo, talvez juntos possamos pensar em uma nova perspectiva, sei lá. - Insisti. 

Se tem uma coisa que sou, é persistente. 

— Hum...

— Por favorzinho, pai. - Fiz biquinho, voltando a me sentar. 

— Está bem. - Concordou e dei pulos de alegria - Vamos discorrer o assunto. 

— Okay - Respirei fundo - Foram seis mortes até o momento, certo?

— Sim... - Charlie tirou do bolso um caderninho preto, onde sempre fazia algumas anotações importantes - Seis mortes e um desaparecido. Dos sete, cinco eram mulheres. 

— Ou seja, mulheres são a preferência desse serial killer. 

— Sempre morenas, bonitas e jovens de vinte e poucos anos. - Completou - Exceto as duas vítimas masculinas. 

— O que ele faz durante os dias que fica com elas?

— Encontramos sinais de torturas na maioria dos corpos como mordidas e marcas superficiais feitas com objetos afiados, como facas. 

— Então ele é sádico. - Deduzi. 

— Isso mesmo. Onde ele esconde as vítimas logo depois de sequestra-las, filha? Algum palpite? 

— Deve ser em um carro grande como uma van ou um utilitário, antes de chegar ao cativeiro. - Respondi mordendo os lábios de novo. 

[...]

Enquanto jantávamos, continuamos conversando sobre o caso. 

— Como ninguém vê os sequestros, pai?

— Acreditamos que ele faça isso de madrugada. - Charlie teorizou pondo uma garfada de comida na boca - Achamos sinais de drogas para dormir no sangue das vítimas, então ele as droga e as enfia no veículo levando até o cativeiro. Aliás, onde pode ser esse cativeiro?

— Um lugar distante de tudo. Onde as vítimas podem gritar por socorro, implorar pela vida e ainda assim, ninguém as ouve. Ninguém tenta salva-las. - Respondi levantando para tirar a mesa. 

— Bella... Eu coloquei toda a delegacia, policial por policial pra sair nas ruas pra encontrar essas pessoas com vida ainda assim, não encontramos há tempo. É como se esse maldito estivesse sempre um passo a nossa frente e... - Enquanto ouvia meu pai, olhei pela janela e vi o utilitário preto do senhor Cullen parar em frente sua casa. O ruivo saiu do mesmo, olhou para os lados várias vezes parecendo nervoso e entrou dentro de casa - Bella? Está me ouvindo?!

— Desculpa pai, me distraí. - Dei um sorriso amarelo fechando a janela - Como acha que o assassino congela as vítimas? 

— Talvez em um caminhão frigorífico ou em um lugar onde ele próprio tem grande reserva de gelo, sei lá. Eu não entendo como ele consegue isso, filha. É tudo muito confuso ainda para mim. Sabe o que é pior? Não é a pressão da imprensa no meu cangote e sim, quando as famílias vem me cobrar respostas. E justiça. Eu nunca tenho algo realmente bom a dizer, é muito triste. - Baixou a cabeça ficando triste. 

— Nós vamos pega-lo, pai. - Fui até ele - Eu juro. 

— Você será uma grande policial, querida. - Charlie profetizou beijando minha mão carinhosamente. 

[...]

Com o passar dos dias continuei ajudando Charlie extra-oficialmente nas investigações e fizemos várias teorias juntos, mas infelizmente não houve tantos avanços assim. 

Em duas outras noites flagrei Edward chegando bastante agitado em casa e deduzi que o ruivo com certeza deve ter algum problema pessoal que o aflige muito. Ele é tão reservado, outro dia passou praticamente do meu lado e sequer me cumprimentou. Pelo jeito não quer mesmo fazer amizades, o que é estranho para alguém que resolve se mudar para uma cidade pequena onde quase todo mundo se conhece. 

Enfim.

No fim de semana me deparei justamente com o rapaz mo starbucks onde trabalho e como Jeff, garçom que trabalha comigo estava ocupado com outro pedido eu mesma tive que ir atendê-lo. Respirei fundo e caminhei até ele a passos largos, com o bloco de anotações nas mãos. 

— Bom dia, senhor. Já olhou nosso cardápio? - Perguntei atenciosa. 

— Sim, quero uma xícara de café por enquanto. - Respondeu me olhando nos olhos e céus, os olhos dele são verdes e lindos. 

Muito lindos mesmo. 

— Okay senhor Cullen. 

— Ei, como sabe meu nome? Espera... - Me olhou de cima a baixo - Te conheço de algum lugar...

— Sou sua vizinha. Nos vemos todo dia, mas você não sequer me cumprimenta. - Mandei a real, deixando-o sem graça pois suas bochechas ficaram vermelhas. 

— Sério que nunca reparei na mulher linda que você é? - Foi a minha vez de corar - Desculpe, não quis te deixar envergonhada senhorita...

— Swan. Isabella Swan. - Me apresentei. 

— Desculpe, senhorita Swan. - Completou - É que... Ando muito distraído com algumas coisas. - Desviou o olhar e de repente seu celular tocou. 

Ao olhar para a tela e constatar quem estava ligando, Edward começou a roer as unhas, parecendo nervoso novamente. 

Estranho...

— Não vai atender senhor Cullen?

— Não é importante. - Ele guardou o celular no bolso e algumas desconfianças surgiram em minha mente. 

— O senhor trabalha no frigorífico da cidade, não é mesmo?

— Sim. 

— E tem acesso a gelo, óbviamente. 

— Sim, senhorita. 

— E a um frigorífico também?

— Claro. Por quê tantas perguntas?

— Nada não. - Engoli em seco - Vou buscar seu pedido, com licença. - Dei as costas para ele, caminhando até a cozinha da lanchonete. 

Edward se mudou para Forks justamente na época que os desaparecimentos se reiniciaram. Tem acesso a facas, ao gelo... Está sempre nervoso, fechado demais e chega muito tarde em casa.

Será que Edward Cullen é o açougueiro? 

Sendo ou não, juro que irei investigar e resolver esse mistério de uma vez por todas, antes que mais inocentes morram. 

 


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Notas finais do capítulo

*Nos EUA para entrar na academia de polícia é necessário ser maior de 21 anos. 



Edward serial killer? Será?

Façam suas apostas!

E se querem que a continuação venha logo, não deixem de comentar e favoritar a história, é muito importante para mim ♡