V E N U S - Origin (Segunda Temporada) escrita por badgalkel


Capítulo 12
Cenas Extras




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Torre dos Vingadores, Manhattan – Nova York.

2014

            Em meio à gritos e reviradas inquietas na cama, Harriet acorda ofegante e com o corpo coberto de suor – apesar do ar condicionado estar ligado na temperatura mais baixa que pudesse trabalhar. Ela se senta sob os lençóis brancos e úmidos, pousando a mão gelada sob a testa já fria e respira fundo, em uma tentativa de controlar a sua respiração.

Harriet passa os olhos pela extensão do quarto moderno notando que deixara a televisão de plasma ligada em algum canal de esportes, o qual agora passava uma reprise de um jogo de basquete qualquer. Ela torna a respirar fundo e corre os olhos pela cidade abaixo de si, aquela que nunca dorme, que podia ser admirada graças às janelas infinitas de vidro ao seu redor.

Respirando fundo por uma última vez ela se joga de volta por entre os travesseiros exageradamente almofadados e macios, concluindo que tinha acabado de ter mais um de seus pesadelos. Se perguntava quando ia se ver livre deles, estava cansada de ser atormentada noite sim, noite não.

Supondo que não conseguiria voltar à dormir, como acontecera das demais vezes, ela gira as pernas para fora da cama e se levanta em um salto. Pega o controle da televisão no móvel de cabeceira, desligando-a, e se direciona ao closet para pegar o seu robe.

Já vestida, encobrindo o seu pijama de seda selecionado à dedo por uma das assistentes pessoais de Tony Stark – a qual também refaz o seu guarda-roupa a cada troca de estação –, ela pega o seu celular jogado por entre os lençóis e sai do quarto na direção da cozinha enquanto abre a página de notícias no navegador da internet.

Distraída com a recente queda de ações na bolsa de valores, ela não percebe que outra pessoa também está acordada, e só nota quando se depara com Tony abrindo a geladeira.

— Qual o pesadelo da vez? – Tony indaga pegando o pote de sorvete no congelador e fechando a porta da geladeira em seguida – Alienígenas ou militares mortos?

Harriet se direciona ao armário e abre a primeira gaveta, pegando duas colheres de lá, para então se aproximar do balcão onde Tony pousa o pote de sorvete.

— Com a Vênus, desta vez. – ela confessa entregando uma das colheres à Tony. Ele a pega logo depois de abrir o pote. Os dois não fazem cerimônias para enfiar a colher e apanhar o sorvete, levando a sobremesa até a boca tranquilamente.

— Pensei que... – ele se interrompe para limpar os lábios com a língua – pensei que já tivesse à superado depois de ter feito diversos atos heroicos.

— Diversos atos heroicos? – ela indaga segurando a colher com sorvete no ar enquanto encarava o sobrinho.

— Sabe, aquela vez com o irmão problemático do Playboy e o buraco de minhoca... – ele enfia a colher cheia de sorvete na boca, para continuar com a boca cheia: - quando foi uma super médica, tirando todos aqueles estilhaços do meu coração... – enfia a colher no pote novamente – e, claro, quando me ajudou à desvendar o vibrânio mesmo tendo acabado de voltar à nossa realidade.

Harriet ri.

— Parando para analisar a situação, - Tony continua – eu tenho sido uma perfeita donzela em perigo tendo o traseiro salvo diversas vezes por você. Que vergonha. – ele ralha divertidamente – Supostamente deveria ser o contrário.

— Porque eu aparento ser mais frágil? – Harriet indaga brincalhona. – Você não é machista, Tony. Tudo bem que estamos sozinhos, mas cuidado com as palavras. Já tem um bando de feministas querendo chutar o seu saco por aí.

— Elas vivem cometendo erros de interpretação sobre os meus discursos, não é culpa minha. – ele dá de ombros – Mas, voltando ao assunto, o porquê é que eu tenho que te proteger. – Ele a corrige. – Você é minha única família sabe... Sem você e Pepper... – ele limpa a garganta – Enfim, já tem muito sentimentalismo nessa conversa. A questão é a seguinte. – ele endireita a postura – você é uma mulher poderosa e incrível, com um dos mais bondosos corações que eu já vi. Não pode deixar que aquilo determine quem você realmente é.

— Eu fiz muita coisa errada, Tony. – ela diz envergonhada.

— Eu também. – ele dá de ombros. – Todos fazem, todos têm traumas, mas isso não nos define. O que realmente nos define é o que escolhemos fazer a partir de então com o que temos.

Harriet encara Tony nos olhos.

— A Vênus pode ter sido um capítulo triste, mas você não é uma história triste, titia.

Harriet encara o rosto tranquilo de Tony e não evita o sorriso que surge na própria face. Eles permanecem em silêncio até voltarem a comer.

— Mas, afinal, o que você está fazendo acordado à essa hora? – Harriet questiona.

— Trabalhando, boneca. A legião de ferro não vai ficar pronta sozinha. – Tony responde. – Aliás, já que você está nesse humor mórbido, eu tenho uma coisinha lá embaixo que talvez possa te animar. – diz levantando-se e a indicando o elevador no final da cozinha extensa – Vamos. Já tem um tempo que quero te mostrar isso.

Harriet deixa a colher de lado e tampa o pote de sorvete para em seguida seguir Tony até o elevador que os levaria ao andar de manutenção e criação das armaduras, que substituíra a garagem do homem depois que ele teve sua casa destruída por um terrorista fajuto.

Chegando lá ela segue Tony por entre as diversas aparelhagens e partes de armaduras jogadas em cima das bancadas de ferro, protótipos de pernas, braços, compressores, capacetes, luvas entre outras coisas.

Eles se encaminham até última parede do hangar gigantesco, onde estão armazenadas as armaduras prontas e de uso rotineiro, e digita alguns números na placa de identificação a frente da parede.

— J.A.R.V.I.S. trás o projeto V para nós. – Tony diz em voz alta e logo a máquina responde:

— Projeto V à caminho, senhor Stark.

— Projeto V? – Harriet indaga com uma sobrancelha arqueada. – Sério, Tony?

— Podemos renomear, se isso te incomodar. – ele sorri. – Mas, apesar de tudo, é um nome bem marcante. Eu gosto.

Ela ri e revira os olhos.

As engrenagens se movimentam, produzindo ruídos agudos de ferro se locomovendo, e logo uma armadura surge à sua frente.

Diferente da usuais, esta era proporcionalmente menor e sua estrutura tinha curvas femininas. Ainda estava com a carcaça de fios de ferro mono-cristalinos, refletindo sob as luzes o metal cinza, e faltava-lhe os antebraços e mãos. Harriet se aproxima para observar mais atentamente.

— Comecei esse projeto há algum tempo, especificamente depois dos acontecimentos do buraco de minhoca. – Tony começou a explicar visto à falta de fala da mulher. – Ainda estou tentando descobrir uma forma para que ela se acople aos seus poderes e não sirva só para atrapalhar, mas que emita a sua energia e te proteja ao mesmo tempo. É uma forma de você não ficar tão exposta e... Bom, uma maneira de eu pensar que esteja, de alguma forma, te protegendo. Mesmo que não precise.

Harriet vira-se para Tony sorrindo.

— É maravilhosa, Tony. Obrigada.

Ele balança a mão descontraidamente.

— Eu pensei em cobrir a lataria com branco e preto, as suas cores... Mas, você quem decide. – ele pronuncia satisfeito.

Harriet toca o metal da sua armadura em fascínio.

— É o melhor presente que alguém já me deu. – releva.

— Podemos potencializar com o tempo, também. – ele se aproxima. – Colocar mais propulsores para intensificar o voo e você poupar energia para outras funções... Tem tantas possibilidades.

— Você é um gênio, Tony. Muito obrigada, ela é perfeita.

Tony sorri verdadeiramente em sua direção ao ver o brilho nos olhos da mulher.

— Eu te amo. - Harriet pronuncia sem rodeios.

— De onde isso veio? - Tony questiona à risos sem graça, desviando dos olhos da mulher.

— Não só em forma de agradecimento, mas para que você sempre saiba é muito importante na minha vida. - atenua sorrindo. - Eu tenho muito orgulho de você, filho.

Tony Stark sempre foi um rapaz autônomo tanto na sua vida profissional quanto na pessoal, parte desta conduta influenciada pela perda dos pais muito cedo e a obrigação de ter que se virar sozinho. Há anos ele não ouvia tais palavras, em conotação vinda de responsáveis, e duvidara que algum dia havia ouvido do próprio pai tais dizeres.

Por tal razão ouvir de sua tia, mesmo que esta tenha a aparência de uma jovem-mulher, não renderia menos que pura emoção no homem que sempre evitava se expor de tal forma.

Os olhos marejaram e Harriet imediatamente percebeu, aproximando-se para abraçá-lo.

Tony enlaçou os braços por volta do corpo pequeno e pousou a testa em seu ombro, feliz de poder ter a representação de seu pai (na melhor versão possível).

— Pode-se considerar recíproco. - Tony diz.

A mulher sorri e se afasta minimamente do homem. Estão tão envolvidos no momento que Harriet chega a pular de susto quando seu celular, no bolso do robe, toca de repente.

Ela franze o cenho e o puxa para atender, estranhando a ligação àquela hora, 01h30min. No entanto logo sorri quando lê o nome Steve na tela. Ela desbloqueia a ligação quase que imediatamente.

— Picolé! – salda alegre. – O que me contas?

Tony desata a rir ao seu lado.

"Harrie?" – A voz de Steve está tensa e rapidamente Harriet desmancha o sorriso da face.

— Sim, sou eu.

Steve respira pesadamente.

"Não posso prolongar muito a conversa, acredito que essa ligação será rastreada em breve."

— Rastreada? Rastreada por quem? – ela arqueia uma sobrancelha.

"É uma longa história." – ele suspira. – "Mas a questão é que a S.H.I.E.L.D. está corrompida. Fury foi assassinado.".

O peito de Harriet congela.

— O que? – sopra sem voz.

"Eu não pediria a sua ajuda se tivesse outra opção, mas só posso confiar em você. Eles provavelmente vão vir atrás de mim agora".

— Onde você está? – indaga com certa urgência na voz.

"Washington D.C."

— Chego em 3 horas. – diz firme.

"Estou indo atrás do assassino. Não tenho muito sobre ele, sem registros e sem identificações. Mas sei que é da HIDRA e usa um codinome."

— Qual é?

"Soldado Invernal."

 

FIM?


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