Inuyasha, após atravessar o poço, farejou profundamente aquele ar congelante de uma noite de inverno. Deu um salto, sentindo o vento frio bater em sua face e sacudir seus cabelos prateados, e subtamente agarrou um papel sujo de vermelho que estava sendo levado pelo vento. Farejou o papel.

- Keh, sem dúvida esse é o cheiro do sangue da Kagome. - Disse Inuyasha a si mesmo, pousando os pés descalços na neve fria, logo se dirigindo até a janela de Kagome.

Ele novamente saltou e entrou pela janela, que estava aberta, e sentiu o cheiro dela completamente impregnado em todo o quarto, nos móveis e nos objetos. Kagome o viu assim que saiu do banheiro, e deu um grito de susto.

- Inuyasha?! O que está fazendo aqui? - Perguntou ela, em surpresa.

- Eu senti o cheiro do seu sangue e vim ver o que aconteceu. - Ele disse, meio assustado com a reação dela.

- Ah, isso... - Ela disse, meio envergonhada. - Não foi nada, só cortei o dedo com um papel de presente.

Ela mostrou o dedo machucado, do qual ainda escorria sangue. Subtamente Inuyasha pega o dedo dela e coloca em sua boca, chupando o sangue. Kagome fica paralizada com a ação dele. Depois de um tempo, Inuyasha tirou o dedo de Kagome de sua boca, e este já não sangrava mais.

- Yoshi, agora o seu dedo não vai mais sangrar. - Ele disse, e pegou um lenço que estava sobre a mesa para enrolar o dedo dela.

- Ari...gatô, Inuyasha. - Disse Kagome, ainda paralizada e sem saber o que pensar.

- Bom, agora que você já está bem, posso voltar para a Sengoku. - Disse Inuyasha, indo até a janela.

- Espera, Inuyasha! - Ela disse, e ele parou na posição que estava e virou a cabeça para olhá-la. Silêncio por um minuto. - Você... Gostaria de passar o Natal aqui comigo?

Inuyasha parou por um minuto e pela primeira vez se perguntou se suas orelhas haviam escutado direito.

- Você quer... Que eu fique? - Ele perguntou, incrédulo.

- Você não precisa, se não quiser... Vou entender se preferir passar o Natal com os outros na Sengoku... - Disse Kagome, se virando e ficando de costas para ele, para que ele não visse sua face ruborizada.

Ela ouviu a janela bater atrás de si e deu um longo suspiro de desapontamento. "É... ele preferiu ficar com os outros ao invés de mim..." Ela pensou, mas se surpreendeu com uma mão que lhe tocou o ombro.

- Keh, se você insiste não posso negar, não é?

Kagome se virou e viu Inuyasha sorrindo. Sim, ele estava sorrindo. Kagome se encheu de alegria e abriu um sorriso animado. A mãe de Kagome entrou no quarto.

- Filha, hoje vamos ter cozido para o jantar e... - Ela olhou para Kagome e viu Inuyasha, e deu um sorriso. - Ora, porque não me disse que iria trazer visitas? Vamos, Inuyasha, vou colocar outro prato na mesa pra você. Desçam que o jantar já está na mesa.

- Mãe, o Inuyasha pode passar o Natal aqui com a gente? - Perguntou Kagome, sorrindo.

- Mas é claro que pode! - Disse ela, sorrindo. - Vamos comer logo antes que esfrie.

A mãe de Kagome desceu as escadas e Kagome foi atrás, mas olhou para trás e viu que Inuyasha ainda estava paralizado com o quão repentino aquilo tinha sido.

- Inuyasha, você não vem? - Perguntou Kagome, olhando pra ele. Ele voltou à realidade e respondeu:

- H-Hay. Já vou. - E seguiu-a pelas escadas.