— Mayura! – Hawk Moth exclamou, juntando Nathalie antes de qualquer coisa. Dragon Bug aproveitou o momento de distração e num ato de puro instinto, se abaixou atrás da mesa, acionando a equipe.

— Hawk Moth avistado. Rena Rouge e Queen Bee continuem as buscas. Carapace e Pegase, no escritório.

— Vocês vão pagar caro por isso! – o homem esbravejou. – Vir na minha casa e me afrontarem desse jeito... Isso não vai ficar assim! – Adrien engoliu em seco. Aquela era a confirmação definitiva de que seu pai era mesmo o Hawk Moth. Seu cérebro não queria acreditar antes, mas agora era impossível ignorar esse fato – Todo esse tempo eu fui bonzinho, mas agora... Vocês vão descobrir o que um homem que não tem nada a perder, pode fazer. – aquela fala deixou o loiro extremamente magoado.

Como assim nada a perder? A família não significava nada para Gabriel?

— Por que está fazendo isso? – Marinette foi a primeira a se manifestar. Seu tom de voz era sofrido, estava tão triste quanto o próprio Adrien – Por que escolheu ser um vilão?

— Eu não escolhi ser um vilão. Estou fazendo o que é preciso! – deu um passo à frente, colocando Mayura debilitada atrás de si – Eu cuido deles.

Dito isso avançou na direção dos heróis.

— Voyage! – Pegase adentrou o escritório acompanhado de Carapace e abriu um portal na frente de Snake Noir e Dragon Bug. Hawk Moth não conseguiu parar antes de passar por ele, e logo o portal fechou, o prendendo do outro lado.

— O quê? Aonde ele está? – Mayura questionou irritada.

— Em algum lugar da cidade. Ou quem sabe fora dela. – Pegase deu de ombros e a azulada sorriu para os parceiros em agradecimento. Precisou se recompor para conduzir a situação, pois Snake Noir estava estranhamente calado e distante.

— Agora somos só nós, Mayura. – caminhou até o meio do escritório – Diga agora aonde está o Guardião.

— Nunca! – Dragon Bug se aproximou e ela levou a mão até o leque.

— Mais um passo e eu amokizo vocês! – ameaçou e a heroína puxou o seu ioiô.

— Vá em frente. Mas não se esqueça de que eu posso purificar o seu amok, antes mesmo que ele nos alcance.

Um silêncio tenso se instaurou no cômodo. Enquanto isso, Snake Noir refletia. Ser o seu pai era Hawk Moth, Mayura só poderia ser alguém de muita confiança à ponto de trazê-la para sua casa, pois seu pai não era de muitos amigos. Alguém a quem poderia contar o seu segredo sujo e que seria fiel à sua causa.

Mayura era Nathalie.

— Vocês não vão sair impunes... Eu sou leal ao Hawk Moth e não vou dizer uma palavra.

— Já chega disso, Nathalie. – Adrien falou, chamando a atenção deles.

Marinette arregalou os olhos. É claro. Só podia ser era.

Mas como Snake Noir conhecia a assistente de Gabriel Agreste?

— Como...

— Você é leal à quem? – questionou sério. Em um tom de voz que Dragon Bug nunca tinha visto ele usar.

— Ao Hawk Moth e à família Agreste. Não direi nada à vocês.

— Se é leal à família Agreste, então é leal à mim. Aonde está o Guardião? – novamente um silencio tenso foi instaurado na sala. O bipe do Miraculous de Pegase foi ouvido e o garoto saiu de fininho, enquanto os três heróis e a vilã permaneciam imóveis.

— Adrien? – Nathalie indagou, fazendo a pressão de Marinette quase cair.

— Sim. – confirmou. Marinette levou a mão até o coração e deu um passo para trás em choque. Nathalie desfez a postura rígida e abriu a boca surpresa – Aonde está o Guardião? Pelo bem de Paris, eu preciso saber.

— Me escute, o seu pai não é um vilão como você pensa. Ele... – Adrien riu.

— Sério isso? Ele se aproveita das emoções negativas das pessoas em busca de poder. É claro que ele é um vilão!

Marinette não sabia o que pensar ou dizer. A informação da identidade de Chat Noir tinha sido jogada em cima de si, o que a fez perder o pouco do controle da situação que ainda tinha.

— Não é bem assim.

— Aonde está o Mestre? Responda, Nathalie! – se aproximou dela, com uma expressão completamente irritada. Obviamente não faria mal à mulher, porém sentia a raiva percorrer toda a extensão do seu corpo.

— Eu não... – ela tossiu e caiu de joelhos. A raiva no rosto do loiro foi tomada por uma expressão preocupada e ele correu até ela.

— Você está bem? – a segurou. A mulher olhou para o anel na mão de Adrien, estava tão perto de pegar o Miraculous, mas não tinha forças. O herói notou o olhar de Mayura e ficou atento à qualquer movimento.

— Estou, eu só... – precisava tentar pegar os Miraculous de qualquer jeito. Então bolou um plano rápido e que não machucaria o jovem Agreste. Porém não poderia dizer a mesma coisa de Dragon Bug. – O Mestre está no esconderijo do seu pai. – disse e olhou para a azulada – Aperte os botões escondidos no quadro da Sra. Agreste na parede e chegará até lá. – eles até poderiam chegar ao Guardião, entretanto o sistema de segurança garantiria que não saíssem de lá.

— C-Certo. Você vem, Chat? – engoliu em seco ao falar diretamente com o parceiro, sabendo a verdadeira identidade dele.

— Não, eu vou ficar aqui. Podem ir. – Marinette assentiu e sinalizou com a cabeça para Carapace acompanhá-la. – Chame a Rena Rouge e a Queen Bee. – disse baixo enquanto passava por Pegase, que recém tinha acabado de recarregar o Miraculous e voltado ao local. – Não deixem ele sozinho com ela. E se Hawk Moth voltar eu quero ficar sabendo. – confiava no seu parceiro, só não confiava em Mayura e principalmente em Hawk Moth. Deixá-lo sozinho estava fora de questão.

Marinette parou na frente do quadro e respirou fundo. Limpou a sua mente da enxurrada de informações que havia recebido – caso contrário surtaria – e se concentrou em salvar o Mestre.

Com a ajuda de Carapace, tateou o quadro até achar os botões e a entrada do elevador se abriu. Marinette e Nino entraram no pequeno espaço, que logo fechou e os levou para o esconderijo.

— Mestre! – Marinette gritou assim que o avistou. Fu meditava na amarrado à cadeira, afim de não fazer nenhum movimento brusco.

— Cuidado! Não saiam daí! – alertou, porém tinha sido tarde demais. Marinette deu alguns passos até ele, na euforia por salvá-lo, fazendo a enorme janela ser fechada por uma cortina de metal. – O sistema de segurança foi ativado. – os dois heróis arregalaram os olhos.

— Alerta de intruso! Alerta de intruso! Alerta de intruso!

— Mayura! Ela sabia! – grunhiu de raiva e puxou Carapace até o Mestre – Rápido, nos proteja!

— Alerta de intruso! Alerta de intruso! Alerta de intruso!— vários mísseis foram apontados para eles e a azulada tinha uma expressão furiosa.

— Shellter! – o escudo verde foi criado ao redor dos três, enquanto Dragon Bug desamarrava Fu.

— Não sei se o escudo vai aguentar muito tempo. Precisamos sair daqui o quanto antes. – o velho dizia, enquanto a cabeça da heroína trabalhava pensando no que poderia ser feito.

— Não se preocupe, Mestre. Vamos dar um jeito.