— Vamos entrar pelo quarto do Adrien Agreste? – Dragon Bug questionou, assim que colocaram os pés dentro do cômodo. A ideia de encontrar com ele novamente, fazia com que seu estômago revirasse pelo nervosismo. E se ele não estivesse lá, poderia estar com a Kagami. O que era bem pior para Marinette.

— Como sabe que é o quarto dele?

— Já estivemos aqui antes. – respondeu quase que nervosa e Snake Noir assentiu – Por que viemos por aqui?

— Ponto cego das câmeras. – explicou e ela franziu o cenho.

— Como sabe disso?

— H-Hã já estivemos aqui antes. – usou a mesma desculpa. Por mais que pudesse ser inacreditável, Dragon Bug não questionou. Estava mais preocupada olhando ao redor, procurando algum sinal do garoto loiro.

— E aonde o Adrien está? Não seria uma boa que ele nos visse. – principalmente que ela o visse. Contudo, certamente não diria isso na frente da equipe.

— Ele saiu pra esgrima, eu acho. Ao menos vi ele saindo com o traje enquanto passava por aqui para ir até o Pegase. Pelo que eu vi, não tem ninguém em casa. – disse não sabendo como conseguiu arrumar uma boa desculpa em tão pouco tempo. Marinette não se recordava de Adrien ter esgrima hoje. De acordo com o cronograma sobre os horários dele que tinha no quarto, o loiro tinha horário livre. Após refletir, balançou a cabeça afastando os pensamentos e deu de ombros, precisava dar início ao processo de esquecer Adrien. – Ok, como vamos encontrar o Guardião? – desviou o foco para o que realmente importava, afim de não se aprofundarem mais no assunto sobre Adrien.

— A pessoa que conseguiu a informação só disse que o sinal vinha daqui. Mas não disse uma localização exata, vamos ter que procurar do jeito antigo.

— Mas a casa é cheia de câmeras. – disse Queen Bee – Como acham que o Gabriel Agreste vai reagir se souber que estamos vasculhando a casa dele? Ainda mais se ele não tiver nada a ver com a história e ter sido algum tipo de engano.

— Ela tem razão. – Rena Rouge admitiu, por mais que parecesse estranho concordar com Chloé Bourgeois. – Precisaríamos de provas. Você tem? – a azulada fechou os olhos e deixou a cabeça cair para trás, respirando fundo. Não tinha provas e não tinha como provar que o sinal estava vindo de lá, ao menos não tinha tempo para buscá-las.

Marinette começou a entrar em pânico, pensando que as coisas dariam errado novamente e que tudo desmoronaria. Era uma péssima líder e uma péssima heroína.

Adrien notou a respiração dela começando a ficar descompassada e sentiu que precisava fazer alguma coisa.

— Vamos revirar a casa dele. – os heróis olharam para ele – A nossa prioridade maior é achar o Guardião. Se ele realmente estiver aqui, Gabriel Agreste nos deve algumas explicações.

— E se não estiver?

— Nós daremos um jeito depois. – fitou Dragon Bug – Como sempre fazemos. – dito isso, os parceiros sorriram um para o outro.

***

Fu sentia que estava de vez em um beco sem saída. Acima de tudo, torcia para que os Miraculous estivessem com Ladybug e que Hawk Moth e Mayura estivessem bem longe deles. Caso contrário, seria um desastre total.

Mesmo que sobrevivesse ao dia de hoje, sabia que continuar sendo o Guardião era arriscado demais. Ainda mais se Hawk Moth e sua sede pelo poder continuassem à solta. Fu precisava pensar em alternativas.

E ao que tudo indicava, teria tempo o suficiente.

Respirou fundo, tranquilizando a si mesmo e usando o seu tempo para meditar.

O que quer que estivesse acontecendo lá fora, o velho chinês desejava que Ladybug e Chat Noir dessem conta do recado como sempre fizeram – embora dessa vez a situação parecesse mais séria. Tinha escolhido os dois por uma razão, sabia que eram o perfeito equilíbrio das forças do universo, assim como o Yin e o Yang.

Se tinha alguém que podia trazer esperança de volta para ele e para o povo de Paris, com certeza eram Marinette Dupain-Cheng e Adrien Agreste.

***

— Nos dividimos ou vamos em um grupo só?

— Vamos nos dividir, assim vamos rápido.

— E se tiver alguém aqui na casa? Ou sei lá, chegar alguém? – Carapace indagou.

— Se escondam ou fujam e avisem pelos comunicadores. É o que podemos fazer. – Snake Noir respondeu – E sobre as divisões?

— Eu vou com o Snake Noir lá em baixo, Rena Rouge com a Queen Bee aqui no segundo andar e Carapace com o Pegase pelo lado de fora. – eles assentiram – Fiquem atentos. Qualquer coisa nos chamem nos comunicadores. Vamos. – dito isso os seis se separaram e Dragon Bug correu ao lado do parceiro. – Eu queria agradecer por me apoiar.

— Como se isso fosse uma novidade. Não precisa me agradecer. Somos uma dupla, não somos nada sem apoiar um ao outro.

— Tem razão. – chegaram ao hall principal e Marinette olhou para os lados – Aonde quer ir primeiro?

— Escritório. – apontou. A garota assentiu e seguiu o loiro.

Adrien abriu a porta, adentrando o cômodo que já conhecia bem. Sempre suspeitou que tinha algo a mais ali para o seu pai ser tão rígido sobre a entrada do próprio filho no local – só não imaginava que pudesse ser algo a ver com o seu pai ser o vilão da cidade.

— Não tem ninguém. Mas podemos procurar pelo celular do Mestre.

— O que o Gabriel iria querer com o celular dele? – ela deu de ombros.

— Não faço ideia. Mas de alguma maneira ele veio parar aqui. – Dragon Bug foi direto até a mesa de Gabriel e começou a procurar entre os papéis. Snake Noir foi logo em seguida.

Se Gabriel Agreste não era Hawk Moth, porque o celular de Mestre Fu estava em algum lugar de sua casa? Será que o seu pai tinha algum envolvimento com o vilão de alguma forma? Poderia estar sendo chantageado por ele?

Não fazia sentido para Adrien seu pai ter alguma ligação com o sumiço de Mestre Fu. Mas se ele e os heróis tivessem que revirar a casa para encontrar a verdade, faria isso sem nem pensar duas vezes.

— Achei. – Dragon Bug puxou o aparelho de dentro de uma das gavetas e antes que pudesse dizer mais alguma coisa, ouviram vozes se aproximando.

— Agora está tudo bem e você pode descansar em pa... – Hawk Moth adentrou o local pela janela com Mayura em seus braços. Parou de falar assim que notou as presenças inusitadas.

Um momento de tensão foi instaurado no ambiente.

Gabriel e Nathalie certamente não esperavam que os heróis realmente estivessem ali, tão perto da verdade. Já Marinette e Adrien estavam incrédulos com a cena que presenciavam. Por mais que os indícios de que Gabriel Agreste realmente fosse Hawk Moth eram fortes, ainda assim uma parte deles não queria acreditar.

Mas aquela era a prova concreta que precisavam.

Aquele dia estava sendo difícil para os quatro naquele cômodo. Marinette tinha seu coração quebrado e uma pressão esmagadora sobre si, Adrien tinha descoberto que seu pai era um vilão, Gabriel carregava o peso da saúde de Nathalie estar piorando e ainda de ter o seu plano para trazer Emilie de volta, praticamente arruinado e Nathalie sentia seu peito doer, enquanto precisava continuar lutando para ajudar Gabriel. Nenhum deles estava em condições, o que só deixou tudo pior.

— Eu sabia! – Snake Noir foi o primeiro a reagir e jogou o seu bastão na direção dos vilões. Mayura rapidamente desceu de onde estava e rebateu o objeto com o leque sem pensar duas vezes, caindo de joelhos em seguida. – Você nos enganou uma vez, Gabriel. – disse com um tom de voz sombrio – Mas não vai nos enganar novamente.