Dragon Bug não pensou duas vezes em envolver a cintura de Miracle Queen com o seu ioiô. Em seguida, a puxou contra si, pegou o pião e derrubou no chão, pisando em cima.

— NÃO! – a heroína capturou o akuma e antes de soltar a borboleta purificada, Queen Bee saltou para cima dela. – Você vai se arrepender!

— Para com isso, Chloé! – Marinette desviava dos golpes dados por ela. Não queria machucá-la.

— É Queen Bee pra você! – a empurrou para trás com um chute – Você arruinou tudo!

***

Hawk Moth estava prestes a desferir um golpe contra Fu, porém perdeu a conexão com Miracle Queen.

— O que aconteceu? – correu de volta para o centro do cômodo e não pensou duas vezes em criar um novo akuma para que Miracle Queen conseguisse controlar seu exército de heróis zumbis novamente.

Quando virou na direção de Fu, seu comunicador tocou. Era Mayura.

— O que você...

— O seu filho sumiu. Estou em busca dele.

— Como assim?

— Fui verificar ele como o senhor pediu. Mas janela estava aberta e eu acredito que ele tenha fugido.

— Certo. Então encontre-o. – Mayura assentiu e Hawk Moth desligou, nervoso e irritado com a situação. Por que o seu filho não podia ficar no quarto, em segurança? Agora Nathalie tinha se transformado em Mayura novamente para encontrá-lo, Volpina estava sem o Miraculous, Ladybug tinha retirado o akuma de Miracle Queen e os demais Miraculous estavam perdidos em Paris.

As coisas tinham saído fora de controle e isso não era bom.

Gabriel foi até Fu novamente.

— Não tenho tempo para cuidar de você agora. – segurou o Guardião pelo braço e o colocou sentado sobre a cadeira novamente. Logo, amarrou as cordas o mais forte possível – Mas acertaremos as contas em breve. – fez menção de sair.

— Tem certeza que vai me deixar aqui sozinho, Hawk Moth? – o vilão sorriu de lado.

— Não vou. Meu sistema de segurança estará com você. Qualquer movimento brusco e você já era, Guardião.

***

— O que eu preciso fazer exatamente? – Pegase questionou Snake Noir, enquanto os dois corriam pelos telhados, indo para aonde Dragon Bug estava lutando contra o exército zumbi de Miracle Queen.

— A Ladybug vai dizer. Mas primeiro, precisamos encontrar ela. – o outro assentiu – E depois nós vam... – alguma coisa atingiu o herói em cheio nas costas, fazendo com que ele caísse rolando no teto do prédio.

— Snake Noir! – Pegasse gritou e parou ao lado dele.

— Com pressa? – ouviram uma voz feminina.

— Mayura! – o loiro exclamou entredentes e ela deu um sorriso por trás do leque.

— E vocês deveriam ser quem?

— Eles são Snake Noir e Pegase. – Rena Rouge pousou ao lado deles, seguida por Carapace – E nós dois...

— Eu acho que você já conhece. – completou a frase da namorada.

— Não vão sair dessa, então seria ideal que se entregassem agora. – disse com calma.

— Sem chance! – Snake Noir ficou à frente da equipe, mas não demorou muito para que lembrasse de Dragon Bug e da situação a qual a heroína estava enfrentando sozinha. – Precisamos recuar.

— O quê? Por quê? – Carapace questionou.

— Precisamos ajudar a Dragon Bug. – pegar o Miraculous do pavão de volta, com certeza era uma prioridade, mas ajudar a parceira, era mais ainda.

— Abro um portal? – Pegase sugeriu.

— Não. Sem usar poderes, só corram.

— Ok. – dito isso, o herói saiu correndo para o lado oposto, sendo seguido dos demais.

— O que eles estão fazendo? – Mayura indagou confusa – Estão mesmo fugindo? – sorriu e correu atrás deles.

Os quatro começaram a tomar ainda mais distância, apressando o passo. Mayura tossiu e acabou tropeçando e caindo de joelhos.

Olhou no horizonte e viu que os heróis já estavam muito longe. Mas não iria atrás deles, precisava achar Adrien primeiro. Sem contar, que lutar com os quatro de uma vez, no estado em que se encontrava, era loucura.

Nathalie grunhiu de raiva e deu as costas para eles, voltando a procurar o filho de Gabriel.

***

 A raiva corria pelas veias da garota, então já era de se esperar que um novo akuma viesse. Dragon Bug arregalou os olhos, desviou de Queen Bee e capturou a borboleta negra antes que ela conseguisse chegar perto da loira. Porém ao fazer isso, teve que dar as costas para Chloé. Não demorou muito para que sentisse um forte chute nas suas costas, fazendo-a cair de cara no chão.

— Você não confiou em mim! – Marinette tentou levantar, entretanto, Chloé acertou outro chute na sua costela, o que a fez virar e cair de costas.

— Eu estava tentando te proteger! – a loira subiu em cima da heroína e desferiu um soco no rosto dela. Dragon Bug colocou as mãos na frente do rosto, porém Queen Bee segurou os seus pulsos com força e baixou os braços dela, acertando outro soco em cheio no seu nariz.

— Mentira! – mais um soco. A cabeça de Marinette girou, ela não sabia como sairia daquela situação. Poderia usar o Lucky Charm, mas estava com as suas mãos presas. Ainda restava o poder do relâmpago, mas não queria machucar Chloé. – A culpa disso tudo, é sua!

— Hawk Moth sabia a sua identidade! Ele está só te usando! Me ajude a derrotá-lo! – Chloé riu.

— Pra quê? Pra você me ignorar totalmente depois, como já fez uma vez?

— Eu admito que errei, mas agora eu preciso de você.

— Chega! – a socou novamente. – Eu sempre serei a Queen Bee! – desferiu mais socos em Dragon Bug, que sentiu o seu nariz começar a sangrar. Precisava sair dali antes que ficasse inconsciente.

— Longg... divide!

— O que está fazendo? – era arriscado, mas tinha que tentar. Era a sua única chance.

— Spots Off!

— Dupain-Cheng? – Chloé caiu para trás, chocada ao ver Marinette em sua frente. Ainda mais com o rosto todo machucado daquele jeito. – É claro. – a expressão surpresa se tornou entediada – Tinha que ser você. Tinha que ser a defensora dos fracos e oprimidos.

— Chloé... – tossiu – Eu preciso de você pra me ajudar a derrotar o Hawk Moth.

— Sem chance! – a loira ficou de pé – Agora eu sei porque você não queria me dar o Miraculous.

— Nunca foi pessoal. Hawk Moth sabia quem você é por trás da máscara. Era perigoso. Não só pra você, para os seus amigos e família também. – Marinette levantou com dificuldade. – Você foi uma ótima Queen Bee, e eu com certeza teria dado a você o Miraculous mais vezes, se ninguém soubesse a sua identidade secreta.

— Pff! Você está blefando. – balançou a mão e cruzou os braços, desviando o olhar. – Ridículo, totalmente ridículo!

— Não, eu não estou. Sei que temos as nossas diferenças, mas eu preciso de voc...

— Não me venha com discurso motivacional, Marinette. – se aproximou dela – Você é a garota perfeita amada por todos. A heroína perfeita amada por todos. Você tem tudo o que quer. Todos aos seus pés. Não precisa de mim. – os olhos da loira estavam marejados e não demorou muito para que ela começasse a chorar.

— Chloé, por favor...

— Porque você tem que ser tão irritante? Não é justo você ser a Ladybug! – engoliu em seco na tentativa de conter o choro, contudo, não conseguiu – Eu quem deveria ser... Eu... Não é justo! Não é justo! – desferiu outro soco em Marinette, porém a azulada segurou o seu punho antes que fosse atingida.

— Só existe uma Ladybug. Assim como só existe uma Queen Bee. – respirou fundo – Por favor, seja a heroína que a cidade precisa. – ficaram em silêncio por alguns segundos.

— Achei que você já fosse ela.

— Eu pareço uma heroína agora? – Marinette suspirou cansada. Tinha cometido erros, estava acabada. A pressão sobre ela era esmagadora e estava prestes a ter um colapso. Com certeza não se sentia a “garota perfeita”, muito menos a “heroína perfeita” que Chloé Bourgeois descreveu.

— Infelizmente, sim. – puxou o seu punho de volta para si e fez menção de tirar o Miraculous.

— Não faça isso. – a azulada segurou a sua mão – Por favor, eu preciso de você.

— Não tem medo que eu mude de lado novamente, Ladybug? – disse ironicamente. Marinette sorriu de lado.

— Infelizmente, não. – Chloé a encarou surpresa – Depois que isso acabar, eu prometo que vamos conversar melhor. Mas agora, eu preciso de você, Queen Bee. Bem, e também da Chloé Bourgeois. – ficou em silêncio, em seguida deu de ombros e olhou para Marinette com o nariz erguido.

— Quer saber? Você não ia conseguir sem mim, de qualquer maneira. – Marinette sorriu.

— Tem razão, Chloé.