A Namorada Do Papai escrita por Thay Paixão


Capítulo 31
A casa cheia.


Notas iniciais do capítulo

Estamos na reta final :'''')

Boa leitura ♥



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Isabella.

 

—Eu acho que vocês precisam contar tudo para a gente. - Renesmee disse muito séria. A cara ainda vermelha por conta do choro.

Tanya retorceu os lábios olhando para Edward, entre os dois, ela com certeza era a menos inclinada a contar o que estava acontecendo.

—Edward, temos o direito de saber. - Pedi tocando seu braço. Ele respirou fundo.

—Você é muito mole. - Tanya bufou, se afastou de nós sentando no sofá ao lado da filha.

—É melhor elas saberem, se não vão ficar supondo coisas muito piores do que realmente são.

—Chega de conversa subentendida, eu quero saber, e quero saber, já! Por que Jacob gravou aquele vídeo, e por que vocês claramente estavam com ele no momento? 

Edward me puxou pela cintura, para que nos sentassem no sofá. Segurou minhas mãos enquanto falava.

—Ele não foi obrigado a dizer aquelas coisas. - Começou.

—A obrigação é só uma questão de ponto de vista. -Tanya deu de ombros concordando de certo modo.

—Vocês podem parar de conversa fiada e irem direto ao ponto? - Pedi

—Você tem um gênio e tanto, não? - Tanya sorriu. Por que sempre tinha alguém para me dizer isso?

Você não viu nada. - Falei seca. Encarei Edward, ele não iria escapar facilmente disso. - Era sobre isso que você, Jasper, Emmett e Alec estavam conversando?

—Alec sabia disso? - Renesmee interrompeu.

—Não tem muito a ver.- Edward deu de ombros.

—Teria se deixamos Emmett fazer as coisas como ele gosta. - Tanya parecia muito à vontade e satisfeita.

—Tanya, chega. - Edward disse sério mudando de postura. - O que Jasper, Emmett e eu estávamos… pensando, tinha mais a ver em como dar um susto em Jacob. Talvez mandá-lo para o hospital.

—Papai! - Renesmee gritou horrorizada.

—Mas Alec, com muita calma e sabedoria, que me faz questionar se ele é um ser vivo de sangue quente, nos demoveu da ideia. Ele também usou palavras como machismo, mas eu ainda não entendi como ma...ferir gravemente um cara que fez mal a minha filha pode se encaixar em machismo.

—Mas isso não vem ao caso agora. - Tanya o lembrou com doçura.

—Não, não vem.-Edward parecia triste, como se ter sido demovido da ideia de matar Jacob, ou apenas de mandá-lo para o hospital o deixasse arrasado.

—Que bom que Alec tirou essa ideia maluca de vocês! - Falei.

—Ele deu a ideia de retratação, e não seria nada mal se ele colaborasse com as investigações no clube…

—Foi onde eu entrei. - Tanya completou. -Nós… invadimos o apartamento dele. 

—Ele não mora na casa do pai? - Renesmee perguntou em dúvida.

—Sim querida, mas comprou um apartamento recentemente. Acho que para ficar mais ‘à vontade’. 

—E o que vocês fizeram lá? - Perguntei.

—Conversamos educadamente e, civilizadamente, até ele entender como era errado o que ele fez com Renesmee, e saber sobre o que acontecia no clube e não ajudar as vítimas. - Edward disse. Ele estava editando a história, eu tinha certeza. Depois eu o pressionaria, quando estivemos apenas nós dois.

—No fundo ele é um bom garoto, sabe? - Tanya disse com o olhar distante. -Ele realmente parecia não entender o que fez de errado no relacionamento com você, filha, além de ter te traído é claro. Ele não entende como era possível exercer controle emocional sobre você.

—A maioria dos homens não entende. Está muito enraizado esses costumes. - Comentei. Tanya deu de ombros.

—Enraizado ou não, isso tem que mudar. Acho que ele foi sincero quando prometeu buscar ajuda para melhor.

Edward bufou, agimos como se ele não tivesse reagido de forma alguma. 

—Vocês coagiram ele a dizer aquelas coisas, como um juiz vai aceitar? - Renesmee disse.

—É aí que você se engana. Não o coagimos. -Tanya rebateu.

—Apenas conversamos com ele, sua mãe falou a maior parte do tempo. - Edward a apoiou.

—E deixa eu ver se entendi, Tanya conversou enquanto Você e Emmett a ladeavam? Ou Jasper e Alec também estavam lá?

—Apenas Emmett e eu. E não foi assim, nosso presença não era opressora. - Ele disse, mas a mandíbula travada deixava claro que era sim. 

—A presença deles pode ter sido bastante opressora, só no começo. Eles ficaram em silêncio a maior parte do tempo. 

—Você foi lá porque queria uma confissão? Ou foi por mim? -Renesmee sussurrou para mãe.

—Por você. - Tanya disse firme. -E eu quis surrar aquele muleque. Só que mais do que isso, eu queria olhar nos olhos dele, e ver se ele teria coragem de se fazer de namorado perfeito para mim, depois de tudo o que aconteceu.

Renesmee encarava a mãe atentamente, imagino que tentando ver através dela.

—Não sei se isso foi uma boa ideia. -Comentei por fim.

—Foi uma ótima ideia, Isabella, nos dê algum crédito. - Tanya pediu. - Nenhum sangue foi derramado, eu me sinto leve e feliz. Com um pouco de fome na verdade. Já tomou seus remédios? - Ela perguntou a filha.

—Sim. 

—Vamos preparar um lanche. - Tanya puxou Renesmee pela mão, a menina não ofereceu resistência a mãe.

—Por que eu sinto que vocês estão nos escondendo algo? - perguntei a Edward. Ele deu um pequeno sorriso. 

—Talvez Emmett tenha quebrado uma mesa. E eu o aparelho de som dele. E peguei isso de um porta retrato. - Edward enfiou a mão no bolso de trás da bermuda, tirando de lá uma foto de Renesmee, rasgada. 

—Tirei do porta retrato na sala daquele pirralho mimado. Para quê ele queria uma foto da minha filha?

—Como se ainda estivessem juntos? - Comentei com estranheza.

—Sim. Como se fossem um casal feliz. Perguntei se tinha mais na casa, mas ele negou. Disse que essa era uma ‘’lembrança feliz’’. - Edward bufou. Ele já tinha rasgado a parte onde Jacob parecia na foto, mas pelo o que tinha sobrado, deduzi que era a mesma que ele tinha postado na sua página no instagram, onde ele beijava os cabelos dela, que o abraçava pela cintura.

—Além de alguns danos materiais, não fizemos nada demais. 

—Me assusta essa sua cara de arrasado por não ter machuco ele. - Confessei. Ele bufou, mas olhando mais atentamente meu rosto, ele mudou de posição.

—Eu me senti tão impotente, Bella. Quando Riley magoou minha filha e ela me contou meias verdades. Saber tudo o que vinha enfrentando sem me contar… me gerou uma raiva… - ele parou com uma expressão de realmente raiva. Depois respirou fundo, pegando minhas mãos, ele brincou com meus dedos enquanto falava. - Eu realmente queria machucar Jacob, mas… eu queria dizer que percebi, mas na verdade Tanya disse para mim e Emmett que usar nossos status de ‘macho alfa’’ não melhora as coisas.

—Só faz com que outros homens nos respeite porque ‘’pertencemos a outros homens’’. Não porque merecemos respeito, mas porque ao nos fazerem mal, feriram a honra de algum outro homem. -Completei. Eu conhecia bem aquela sensação, de ser respeitado não por ser Isabella, mas por ser Isabella Swan, a filha do chefe de polícia da cidade. Meninas com um status um pouco mais abaixo, eram menos respeitada por outros rapazes. 

—Mesmo tendo crescido com três mulheres, nunca pensei muito nos reais problemas que vocês enfrentam só por serem mulheres. Eu só pensei que… eu tinha que ir lá e defender a minha filha. Defenderia a minhas irmãs, a minha mãe, você… sem pensar que eu nem deveria precisar proteger vocês. De outros homens. Predadores. - ele fez uma expressão engraçada na última palavra, meio de dúvida, meio descrente. 

—Ownt, Cullen. Você está crescendo. -Falei tocada.

—Você tem despertado tudo de melhor em mim. Por favor, não pare. -Ele fez um carinho na minha bochecha.

—Não vou. - Sussurrei puxando seu rosto para mais perto e o beijando. 

Tinha sido um longo dia sem ele, por mais que eu apreciasse a companhia e a camaradagem entre Renesmee e eu, eu sentia falta do nosso tempo juntos. Puxei ele para mais perto, todo o espaço entre nós era inaceitável.

—Hum… Bella, amor. Não estamos sozinhos.- Ele sussurrou em meus lábios.

—Que se dane. - Respondi num arquejo, meus lábios sedentos pelos deles. Ele puxou meus lábios entre os dentes, dando pequenas mordidas e eu gemi. 

—Vocês querem… nossa, procurem um quarto. - Tanya nos interrompeu. Edward estava por cima de mim no sofá. Bufei. Ela tinha mesmo que estragar o momento?

—Por que você não procura sua própria casa, Tanya? -Edward parecia ter lido os meus pensamentos.

—Ai, essa doeu. Como se eu me importasse. Gosto mesmo de ficar aqui, sabe? -Ela olhou em volta. Edward sentou do meu lado, puxei meus cabelos que estavam crescendo os arrumando num coque frouxo.

—Percebo. Mas comece a se desacostumar a ficar aqui, não somos um albergue. - Edward falou com a expressão grave.

—Nossa, Edward, eu até fiz um lanche para vocês! Por isso vim aqui, Nessie está esperando, vamos comer! -Ela disse dando as costas, caminhando para a cozinha.

—Acho que você vai precisar mais do que disso para fazê-la entender que não é bem vinda. - Comentei. Ele suspirou.

—E lá vamos nós…- Se levantou me puxando pela mão.

A cozinha de Edward era de fato divertida com mais pessoas, Renesmee parecia feliz na nossa companhia, Edward em êxtase toda vez que a filha falava comigo, sorria para mim. Tanya parecia em paz. 

Só que nós quatro não formaríamos uma grande família, não é? Morando sob o mesmo teto?

—Não, Bella. - A voz de Edward me tirou do meu devaneio, e fiquei apavorada com a possibilidade dele realmente estar ouvindo meus pensamentos. 

Olhei para ele completamente alarmada. Tanya e Renesmee riram.

—Nada de viajar enquanto fazemos uma refeição. Fique conosco. -Ele explicou. Suspirei aliviada.

—Tudo bem se ela estiver pensando no meu personagem no livro. - Renesmee pontuou.

—Você não vai se tornar um personagem no próximo livro. - Deixei claro mordiscando meu pão.

Ela fez uma cara falsamente arrasada.

—Talvez eu posso começar a carreira de atriz. 

—Pensei que iria cursar direito. -Tanya disse, claramente feliz pelo momento.

—Eu posso fazer muitas coisas, uma atriz, advogada, juíza…

—Não vejo uma atriz sendo juíza, a menos que seja na TV. O tribunal poderia ser um lugar muito duro, para uma mulher nesses termos. - Tanya declarou, pegando uma xícara de café.

—O tribunal parece ser duro em muitos termos.- Edward franziu o cenho.

—Sempre. - Ecoei.

—Ah, não importa! O que eu quero muito é uma pontinha no filme… -ela choramingou.

—O filme está em pôs produção. - Lembrei.

—No próximo? - Seus olhos brilharam.

—Para ter um próximo, esse precisa ser um sucesso. 

—Vai ser Bella, tenha confiança. Vou falar com Bree e Jane, deveríamos começar as aulas de teatro.-Ela pegou o celular na mesa, digitando furiosamente. 

—Não acho que Jane vai ter tempo para aulas de teatro, o universo dela agora é outro, filha. - Tanya disse com doçura.

—Ah, não ligue para isso, já temos tudo certo, ela vai fazer aulas de parto, aulas para aprender a cuidar de um bebê… tia Rosalie e ela irão juntas aliás. Me ofereci para ir quando os parceiros delas não puderem, mas eles parecem bem ansiosos para isso. - Ela não levantou os olhos do celular ao falar.

—É estranho pensar em Rosalie sendo mãe, sem Emmett sendo pai. - Edward disse baixo.

—É estranho que Emmett tenha causado tudo isso, quando vivia a dizer que a amava mais que tudo. - Tanya retrucou.

—É só um pensamento, não tenho nada contra Petter. 

—E com poderia? Ele é super legal. - Comentei. O namorado de Rosalie encantava a todos. 

—Ei, eu posso ser o par da tia Rosalie! O Peter já foi para a Síria! - Ela levantou os olhos do celular exultantes.

Tínhamos nos esquecido daquele detalhe, o namorado e pai do bebê de Rosalie, era estagiário na emissora dela, jornalista estagiário, quando ele fosse de fato contratado, seria correspondente na Síria.

—Rosalie é doida por concordar com ele ir para lá, ela precisa dele aqui nesse momento. -Tanya disse olhando para Edward. - Não deveria passar pela gravidez sozinha.

—Ela não vai, tem todos nós. E principalmente eu. - Renesmee disse convencida.

—Não posso imaginar alguém melhor para ser parceira dela nesse momento. - Falei de brincadeira. Com toda a certeza o ideal era Petter estar ali por ela.

—Rosalie tem o proprio jeito dela de pensar e fazer as coisas. -Edward disse de boca cheia.

—Mais educação por favor! - Tanya reclamou.

—Por falar em educação… - Edward emendou, engolindo, em seguida retornou. - A casa está um pouco cheia demais com você por aqui, Tanya. Já fez um mês.

Ela arregalou os olhos, colocou a mão no peito falsamente alarmada. 

—Não acredito que você está contando!

—Fica fácil, quando eu não posso curtir um tempo com a minha namorada na sala de casa. - Ele a olhou exasperado.

—Ok, quando pais começam a falar sobre pegação, eu saio. -Renesmee terminou de tomar um copo de achocolatado, pegou mais um pão doce na mesa, e saiu. -Se precisarem de mim estarei gravando um tutorial de maquiagem, então; não precisem de mim!

Ela andou mais rápido que de costume para sair da cozinha.

—Edward, não precisa falar desse jeito. - O repreendi. Ele podia tocar nesse assunto em particular com ela, não?

—Viu Edward? Não precisa falar desse jeito. - Ela repetiu. -Essa casa é enorme, só para vocês dois.

—Isso é problema de quem mesmo?

—Acho que vou ver se Renesmee quer ajuda com o video… - tentei me esquivar, ele me puxou de volta pela blusa.

—Ei!

—Por que não quer voltar para seu apartamento, Tanya?

A expressão pela caiu perante a pergunta dele.

—Eu não quero ficar sozinha lá, ok? Renesmee está muito à vontade aqui, Maria está amando trabalhar aqui… eu vou ficar sozinha naquele apartamento. Eu não quero. Renesmee não disse com todas as letras, mas está claro que ela não pensa em voltar a morar no apartamento.

oh oh.

E agora?

Eu tinha algo contra a Renesmee morar conosco?

pensando bem… não. Não tinha mesmo.

Agora… Tanya também? Parecia um pouco demais.

—Tanya, eu entendo que não queira ficar sozinha depois de tudo o que aconteceu e com o  novo rumo que sua vida está tomando… mas não pode se mudar para cá. Limites. Já pensou em morar com Sasha? Tenho certeza que seus pais iriam…

—Pais? Meu pai se meteu na Rússia, e não aparece por aqui já vai fazer um ano Edward. Não sei se Sasha quer a filha de volta em casa.

—É o momento em que ela mais precisa de você. Talvez tudo isso seja uma oportunidade de reconciliação para vocês. - Me medi.

Tanya me olhou completamente desarmada.

—Talvez você tenha razão, mas não sei se sou esse tipo de filha. Que volta para casa da mãe e…

—Não deixe que o seu orgulho a impeça de reescrever sua história com sua mãe. 

Tanya pareceu ficar sem palavras, assentiu uma vez.

—Agora que já ficou claro que não é bem vinda para se mudar para cá, Tanya - Edward estendeu a mão para mim -… eu e você vamos sair. - Terminou de declarar, se levantando da mesa e me levando junto.

—Sair? - Sorri.

—Sim. - Ele me abraçou, saímos da cozinha deixando uma Tanya pensativa para trás. 

—Tem alguém que quero que você conheça. 

—Para onde está me levando? - Perguntei divertida no carro. Edward estava relaxado, dirigia com uma mão e a outra segurava a minha.

—Estou te raptando. - Ele brincou.

—A ideia parece tentadora. - Eu ri. 

—Tem uma pessoa que é muito importante para mim, mas você não a conhece ainda. - Ele disse. Importante para Edward, que eu não conhecia? Só podia ser…

—Kaure? - Falei o nome da amiga dele, que o fez enxergar a necessidade de fazer terapia.

—A própria. Ela esteve viajando por um tempo, mas voltou a casa do pai. Outra pessoa que você precisa conhecer.

Ele parecia feliz ao falar dessas pessoas, o que automaticamente me deixou animada para conhecê-las.

Edward parou o carro em frente a um antiquário, parecia o tipo de lugar que eu passaria horas a fio, olhando os objetos e tendo várias histórias sobre eles. Ele notou meu olhar extasiado, é claro.

—Controle-se, se acha que esse lugar já chama uma boa história por si só, deixe até conhecer Joshua, o dono, pai da Kaure.

—Vamos logo! - Retirei o cinto de segurança, repentinamente ansiosa.

Era o começo da noite, mas a porta estava aberta. Um sino anunciou a nossa chegada. Uma tosse, um livro caindo no chão e uma voz veio por detrás de uma pilha de livros:

—Quem está aí?  

—É assim que recebe seus cliente? Estou decepcionado. -Edward falou com um tom falsamente crítico.

—Ora, ora, se não é Edward Cullen. Ainda não aprendeu a lavar esse cabelo, garoto? - por detrás da pilha instável de livros, surgiu um senhor, apesar do tom grosso, o sorriso era simpático.

—Quem é essa jovem? Está a mantendo com você a força?

—Muito engraçado, essa é Bella minha namorada. - Edward me apresentou.

—Olá. - Sussurrei repentinamente tímida.

—Temos uma bela moça aqui. É um prazer, se ele a estiver mantendo refém, pode falar. - O senhor Joshua estendeu a mão para pegar a minha num aperto gentil. Edward revirou os olhos para a declaração dele.

—Onde está Kaure? Sei que ela tem se escondido aqui.

—Está lá em cima, naquele quarto desde que voltou sei lá de onde. - O senhor Joshua disse parecendo preocupado.- Estou feliz que esteja aqui, filho. Ela não parece bem e não me conta nada.

—Também não disse muita coisa a mim. Mas estou disposta arrancar a verdade dela.

O que estava acontecendo aqui?

—Importa-se de ficar com Joshua enquanto falo com Kaure? 

—Não. -Respondi de pronto, embora teria preferido que ele me dissesse antes de estar ali que havia algo de errado com sua amiga. Edward tinha umas manias muito inconvenientes às vezes…

—Não demoro. -Ele sussurrou.

—Não precisa se incomodar em subir, ouvi seu carro estacionar. - Vinda de algum lugar ao fundo da loja, a amiga de Edward, Kaure, apareceu de pijamas de moletom. Os cabelos bagunçados, mesmo assim ela parecia O.K, pelo menos para mim.

—Se a montanha não vem até mim… - Edward murmurou indo ao encontro da amiga.

Eles se abraçaram forte.

—Que bom que sempre vem até essa montanha aqui. - Ela disse para todos ouvirmos, e sussurrou algo no ouvido de Edward. - E essa é a Isabella. - Ela olhou para mim.

—Bella. - Corrigi. 

—É muito bom finalmente conhecer você. - Ela caminhou em minha direção e me deu um abraço forte.

 Retribui o abraço meio embaraçada, mas feliz pela amiga de Edward parecer gostar de mim de forma tão automática.

—Por onde andou? - Edward a questionou.

—Boa sorte com isso, Edward, eu não consegui arrancar uma frase completa dela. - O senhor Joshua disse gravemente.

—Não seja rabugento, pai. - Kaure bufou.

—Vou me recolher. Foi um prazer, senhorita. - Ele se inclinou em minha direção.

—O prazer foi meu, senhor. 

—Nada de senhor. -Ele fez uma careta. - E não dê mole a esse ai. - Ele apontou Edward com a cabeça.

—Pode deixar, vou mantê-lo na linha. 

Ele fechou a porta, virou a plaquinha de ‘’aberto’’ para ‘’fechado’’ e caminhou para os fundos. 

—Vocês querem dar uma volta? - Kaure ofereceu.

—Não, podemos conversar aqui muito bem. - Edward disse.

Kaure deu de ombros.

—Vamos nos sentar. 

Eles se acomodaram no chão próximo a um sofá puído, segui o exemplo me sentando ao lado de Edward.

—Fico feliz que tenha perdoado esse cabeça de vento, Bella. Edward ficou insuportável quando você foi para Los Angeles.

—Fico feliz em ter perdoado.

—Ok, o assunto aqui não sou eu. Por que sumiu?

Kaure suspirou.

—Estava por aí, curtindo, sabe? A natureza, viajando com alguns amigos… e minha ex namorada.

—Ex? - Edward frisou.

—Terminamos. Ela me deixou e eu talvez, só talvez não esteja lidando tão bem com isso. Papai reclama que eu não tenho falado muito, mas não há muito o que dizer. Ela me deixou, eu estou tentando superar e estou sendo péssima nisso. Só.

—Deveria ter atendido as minhas ligações.

—E ter dito o que? Eu não queria falar com ninguém, principalmente com você.

—Se tivesse me atendido, saberia que sua afilhada quase morreu.

Aquilo tirou Kaure dos trilhos. Ela parecia em choque.

—Renesmee passou por muitos problemas, mas está bem agora. - A tranquilizei.

—E onde ela está?

—Em casa, na minha casa. Tanya também. - Edward explicou.

Kaure fez uma careta, pedindo explicações. 

—Parece que o mundo continua a existir fora da minha bolha de auto piedade. - Disse.

—Você não faz ideia. 

Eu gostei de Kaure. Tirando a implicância e cobranças de um com o outro, Edward e ela eram amigos de verdade. Logo estavam se entendendo. Lembrei de Angela e senti falta da minha amiga de sempre.

—Nossa, eu vou ter que oferecer toda uma vida de escravidão para consertar minha relação com Renesmee.-  Ela suspirou assim que Edward e eu relatamos os problemas de Nessie nas últimas semanas.

—Nada mais que merecido. -Edward respondeu. -Não suma de novo. Eu sinto sua falta.

—Aposto que não de eu te tirando da cama para correr as cinco da manhã. - Ela o olhou com malicia.

—Não, eu com certeza não sinto falta disso. - Eles riram.

Ficamos um tempo com Kaure jogando conversa fora, senti saudade de Angela de novo, de Ben… talvez devêssemos reunir nossos amigos com mais frequência. Ou simplesmente reunir nossos amigos.

Na volta para casa comentei com Edward o que ele aprovou. 

—Temos que aproveitar esse fim de ano, porque no começo do próximo…

—Filme, filme, filme. - Ecoei, sentindo um frio na barriga. 

—Vai ser ótimo. Não se preocupe com nada. -Ele beijou a minha mão. Entramos pela garagem, na cozinha tudo estava arrumado e a casa silenciosa.

—Será que Tanya e Renesmee saíram? - Perguntei.

—Acho pouco provável. - Ele respondeu. - Mas seria ótimo estar sozinho com você. -sussurrou no meu ouvido, me abraçando pela cintura, por trás.

—Edward! - Ri deixando que ele me erguesse e depositasse na bancada. Minhas pernas circularam sua cintura.

—Consegue perceber? Parece que nunca temos tempo o bastante para nós. - Me beijou com volúpia, as mãos erguendo minha blusa. Passei os braços pelo seu pescoço e me rendi, que se dane se alguém nos visse. 

—Hum… - gemi em seus lábios, nossas bocas se devorando. Seu dedos tocando a minha pele por sob a blusa, deixando rastros de fogo. Sim, parecia que eu nunca tinha o bastante dele.

Puxei seu quadril para mais perto do meu, ficando mais na beirada.

—Aqui? - Ele sussurrou, não precisava de mais explicações.

—Quarto. -Arfei. Eu realmente não queria arriscar Tanya ou principalmente Renesmee nos pegar numa sessão de amassos. Ele me abraçou, eu não conseguia entender como ele podia ser tão… habilidoso naquilo. Andou comigo empoleirada nele, meus braços e pernas o envolvendo, sua boca coloca a minha. Ele abriu os olhos para subir as escadas? Eu não sabia, meus olhos ficaram fechados o tempo todo, não queria me preocupar com cair, só aproveitar o momento. Ele parou em algum momento na escada, me espremendo contra a parede, as mãos apertando minha bunda.

—Aqui?

—Edward! Quarto! - Ri.

—Só verificando… - resmungou vencendo os últimos degraus. Abri os olhos no corredor, Olhando enquanto ele beijava meu pescoço e chutava a porta do quarto, vi Renesmee na frente do dela, já de pijama com uma expressão de horror misturada com divertimento. Ela tampou a boca para reprimir uma risada. Fiz uma careta para ela, Edward não a viu e entrou no quarto.

—Só você e eu. - Ele segurou minha cabeça com uma mão, seu dedos puxando os fios do meu cabelo, o outro braço me mantinha firme junto ao seu corpo.

—Só você e eu. - Repeti. Naquela noite não houve complicações, conversas e cobranças. Apenas amor. 

Apenas nossos corpos conectados, nossas almas unidas.


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Notas finais do capítulo

Vejo vcs no comentarios e redes. sigam @pensamentosdathayy que to surtando por lá hoje kkkkk bjs >