A Namorada Do Papai escrita por Thay Paixão


Capítulo 27
A batida do coração


Notas iniciais do capítulo

*Atenção* como vocês sabem a Renesmee tem disturbios alimentares. Eu quero reforçar uma coisa; por favor, peçam ajuda. Seja lá o que for que te pertube, não sofra sozinha. Saiba que você é amada e querida, mesmo que não se sinta assim. Você é importante. Então... peça ajuda. Não importa a circuntancia em que você se encontre, conte para alguém, peça ajuda. Não fique só.
Como sempre... muito obrigado pelo carinho que essa fic esta recebendo e essa autora que vos escreve! >< estamos chegando a 300 acompanhamentos e quero pedir: planfetem a fic. kkk divulguem por favor *_*
Ah e Mindnight sun vem ai! *_* quem ta surtando e já garantiu o seu na pré-venda? o/
Boa leitura ♥



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Isabella.

—Rosalie, eu estou preocupada com você, querida. -Esme disse de forma doce, acariciando a mão da filha em cima do balcão da cozinha.

—Já estou com um médico e tomando todas as vitaminas. Acredite em mim, mamãe, nunca estive mais feliz. 

—E quanto a Emmett? 

Esse era o ponto que eu achava que os Cullen não conseguiam superar de modo geral, por mais que ele tenha machuca sua filha, a enganando com sua mentira e de certa forma controlado. Rosalie o namorou por muito tempo, ele entrou na família ainda no começo de sua adolescência e acabou por crescer ali, no seio daquela família, eu achava que de uma forma ou de outra eles o viam como alguém da família e se sentiam inclinados a perdoá-lo de qualquer forma. 

—Emmett e eu não vai mais acontecer. Você e o papai precisam entender isso. - Rosalie disse calma, com a voz controlada.

—Não pode perdoá-lo? - Esme parecia querer entender.

—Mamãe. eu acho que a Rosalie já o perdoou. - Alice se meteu. - Do contrário Emmett não estaria mais vivo.

—Alice! - Esme e censurou. - Não é o melhor momento para se falar dessas coisas.

A mais velha olhou para a neta que parecia alheia a conversa, sentada a mesa concentrada no celular.

—Se está falando isso por causa de Tanya, vovó - Renesmee a respondeu - Não se incomode, ela disse que vai sair da prisão em alguns dias.

—E ela matou mesmo esse homem ou não? - Alice disse em tom de fofoca para a sobrinha, mas olhando para mim.

—Claro que não! - Renesmee deixou o celular.

—Eu não sei… -Alice pareceu pensar. - Acho que seria a cara da sua mãe.

—Ignorando o fato de que ela não tinha motivos para fazer isso. - Rosalie disse.

—Não temos certeza.

—Tudo bem, esse não é o assunto aqui.-Esme disse.

—Sim, o assunto é que a senhora não consegue aceitar que Emmett não faz mais parte dessa família. - Rosalie rebateu com a voz destilando sarcasmo.

—Rosalie, eu me preocupo com você! Está grávida de um… garoto! Como pretende criar essa criança?

—Petter e eu iremos saber como fazer isso, não tem que se preocupar.

—Peter e você - Debochou Esmee.

—Quando saberemos o sexo? - Me meti na conversa.

—Daqui a algumas semanas. - Rosalie me respondeu de forma de mais tranquila.

—Vou me encontrar com Jane e Bree, vejo vocês outra hora. - Renesmee se levantou num pulo.

—Como assim vai sair?! Sua tia acaba de chegar! - Alice reclamou.

—Se ficar mais tempo dessa vez, senhora Whitlock, teremos mais tempo juntas. - Renesmee deu um beijo no rosto da tia.

—Não posso prometer nada. - Alice piscou para ela.

—Tia, vamos sair para comprar algumas coisas, para o meu priminho ou priminha, coisas neutras mesmo. Vamos ter um bebê na família! Eu estou tão animada! - Renesmee se dirigiu a barriga de Rosalie parecendo bastante a vontade.  

—Vamos.

—Te vejo amanhã, Bella. - Ela soltou um beijo no ar para mim e outro para a avó e saiu da cozinha rapidamente.

Ficamos brevemente em silêncio, até que Esme deu um suspiro alto e voltou a falar de Emmett.

—Eu entendo que você não queira mais nada com ele. - Ela disse diretamente a Rosalie. Não precisava dizer quem era ele, todas entendemos a quem ela se referia. - Mas espero que entenda que ele faz parte da vida dessa família.

—Onde a senhora está querendo chegar? -Rosalie tinha os braços cruzados firmemente sobre os seios, era impressão minha ou já pareciam maiores? Alice deu um gole forte no vinho em sua frente e a imitei.

—Eu tenho um carinho muito grande por Emmett, Rosalie, o vi crescer e investir nele para que ele fosse um homem certo para você.

Rosalie arfou mais não disse nada. Alice arregalou os olhos e pegou mais vinho para a sua taça.

—Emmett pagou cada centavo que você e o papai emprestaram para a família dele!

—Sim. E eu não estou falando só de investimento financeiro. Eu o tenho como a um filho, e não é porque você é orgulhosa demais que isso que vai deixar de existir ou porque resolveu pegar um adolescente para criar.

Rosalie bufou.

—Então dona Esme, Emmett vai frequentar esta casa, é o que você está querendo me dizer?

—Sim.

—Tudo bem. Se ele tiver a cara de pau de fazer isso, não conte com a presença da sua filha aqui. - Rosalie se levantou deixando a cozinha ruidosamente.

—Mamãe você realmente acha que o Emmett vai passar qualquer espaço de tempo aqui, depois de ter terminado com Rosalie? - Alice então falou.

Esme se limitou a dar de ombros. Alice revirou os olhos para a mãe e então se concentrou em mim.

—E você e meu irmão? Quando vão subir ao altar? Nós podíamos fazer um casamento duplo! A menos que você não queira dividir, talvez não seja uma boa ideia mesmo...

—Edward e eu não falamos em casamento ainda, Alice. Podemos planejar a sua festa primeiro.

Alice me olhou atentamente.

—Você não está se prendendo a noção arcaica de que deve se esperar um tempo para casar, não é mesmo? Porque eu estou cem por cento certa que você e Edward foram feitos um para o outro.

—Não é nada disso, apenas ainda não falamos sobre oficializar nada.

—E fazem bem, é tudo muito recente. - Esme disse de forma dura sem me olhar. -Do que adianta cassarem hoje para separar amanhã? - Parecia uma alfinetada na filha. - Casamento é coisa séria, não descartável, algo para se ser feito no calor da paixão.

—Não é porque Jasper e eu nos casamos rápido que achamos que o casamento é descartável!

—Espero, porque conheço muito bem a senhorita. Quando as coisas ficam difíceis em qualquer situação você foge. Tira um tempo para si mesma e resolver ficar só. Num casamento não existe isso, não se pode fugir. E não se deve divorciar ao primeiro sinal de problemas.

—Não sou mais uma garotinha imatura!

—É o que veremos. - Esme nos deixou só.

—A minha mãe às vezes é insuportável. - Alice bufou enchendo de novo sua taça de vinho. Já haviam duas garrafas abertas. 

—Ela se preocupa. Aposto que a minha diria o mesmo se eu surgisse casada na frente dela. - Mas com toda certeza não seria grossa desse jeito.

 -Aposto que a sua mão não seria grossa e descontrolada desse jeito. - Alice pareceu ler meus pensamento.

Pigarreei.

—Talvez eu peça Edward em casamento. Para ser romântica, não precisamos mais ficar esperando os homens tomarem uma atitude, não é mesmo? - Alice sorriu amplamente.

—É assim que se fala cunhada! 

Quando Alice e eu voltamos a sala para encontrar os homens que conversam tomando whisky, encontramos uma Renesmee no sofá com cara de poucos amigos.

—Não iria sair?- Alice a provocou se sentando ao lado do marido que passou um braço em seus ombros.

—Meu pai começou a me proibir de sair. - Sublinhou em resposta.

—Está muito tarde para adolescentes estarem na rua. - Edward explicou.

—Você nunca pareceu se incomodar antes! - Ela bufou.

—Você parecia ser mais responsável antes.- Ele devolveu.

Renesmee voltou para casa conosco, o tempo todo com o celular na frente do rosto. Carlisle convidou as filhas e os genros para dormir ali naquela noite, já que todos haviam bebido um pouco demais. 

Em casa, enquanto Edward se preparava para dormir me encaminhei ao quarto de Renesmee, impelida a saber se estava tudo realmente bem com ela.

A garota estava deitada de costas na cama, a TV ligada sem som, a atenção - adivinhem - no celular.

—Tudo bem por aqui? - Bati a porta, apesar de aberta não entrei.

—Pode entrar. - Ela deixou o aparelho de lado e se sentou.

—Só queria ver se está tudo bem com você, depois do seu pai ter vetado sua saída.

—Está sim, não foi grande coisa. Eu iria ver algo que eu não saberia lidar. - Ela me mostrou o celular. Tinha a foto de um rapaz sendo beijando no rosto por uma garota.

—É Alec, o irmão adotivo da Jane. Foi com ele que eu estava quando Jacob surtou na frente da escola. - Explicou.

—E vocês…

—É confuso. Parecia que tinha algo prestes a acontecer entre nós. Eu gostava de estar com ele, conversar com ele. Pequenos gestos com ele pareciam coisas grandes, sabe? Como quando ele tocava no meu cabelo. Ou tirava alguma coisa do meu rosto. Ou pegava na minha mão…

—Está apaixonada por ele. -Deduzi. Ela não negou, mas seu rosto corou.

—Não importa, eu sou uma idiota e ele namora.

—Você não é uma idiota.

—Sou sim.  -Ela assentiu. -Eu conheci Jacob boa parte da minha vida, sabia quem ele era, um grande idiota rico que dava festas bacanas e, mesmo assim cai na lábia dele quando tive a primeira oportunidade com ele a sós. Ele pareceu ser outra pessoa, e a idiota aqui achou que era inteligente o bastante para controlá-lo. Me sinto tão burra por ter… transado com ele. Eu não tinha transado com Riley antes porque queria perder a virgindade com alguém especial, com alguém que eu gostasse, me sentisse bem e que realmente gostasse de mim.. Agora eu sou apaixonada por um cara que tem namorada e nem ao menos posso fantasiar em perder a virgindade com ele, porque eu fiz isso com um completo babaca.

—Se te serve de consolo, você não é a primeira, nem será a última.

—Não serve. - Ela disse séria.

—Imaginei. - Respondi e nós duas caímos na gargalhada. Peguei o celular das mãos dela para ver melhor o Alec. -Tem certeza de que ele está perdido?

—Ele namora. - Ela revirou os olhos. 

—Ele gosta dela?

—Olhe para eles.

—Isso é apenas uma foto, estamos vendo o que eles querem que a gente veja, e na verdade parece que ele está meio desconfortável. O corpo dela se inclina todo para ele, já o dele recua.

Renesmee franziu a testa e pegou o celular de volta. Olhou para o aparelho e para meu rosto.

—Como viu isso em apenas uma foto?

—Sou autora, sou boa em analisar pesoas, porque… crio pessoas. - Falei em tom de mistério. Ela sacudiu a cabeça e riu.

—Mesmo que esteja certa e esse namoro não seja grande coisa, não vou ser o tipo que dá em cima de alguém que namora.

—Está certa. Porém, não seja aquela que sofre por alguém que namora. -Me levantei da cama, me senti à vontade para pegar controle da TV e desligá-la.

—Ei! 

—Você nem está assistindo. - Falei. - Vá dormir, está tarde.

—Tudo bem, mamãe. - Ela ironizou. Deixou o celular na cama caminhando para o banheiro.

—Boa noite! - Falei da porta.

—Bella. - Ela me chamou, uma mão na maçaneta no banheiro.

—Sim? -Incentivei.

—Obrigado.

—Não tem de que. 

Andei pelo corredor de volta ao quarto de Edward com um sorriso satisfeito. Eu precisava conversar com a minha mãe sobre como as coisas estavam indo bem agora. Quando voltei ao quarto, Edward estava ao telefone, de costas para mim. Apenas uma calça de moletom caída nos quadris. Mordi a lábio, cheia de intenções de tirá-la.

—Eu entendo que ela tenha mexido com gente muito poderosa. -Ele disse a pessoa do outro lado e, me detive no lugar.

—Agora, você me diz que esse cara assassinado já estava investigando estupros ocorridos nesse clube. Ele seria um aliado de Tanya, não um vitima. Faz todo o sentido os donos, ou sócios do clube terem matado ele, incriminado ela… se livrando dos dois ao mesmo tempo.

Edward se virou me notando na entrada. Me chamou com uma mão. O abracei pela cintura, ele descansou o queixo na minha cabeça. 

—E como ela vai sair dessa Irina… claro que o meu telefone é seguro, quem o grampearia…? Tudo bem, eu não quero saber. Só não quero que nada disso atinja Renesmee. Se confio em você? O que você acha? -Ele riu de algo que ela disse. - Tudo bem. Boa noite, se cuide também.

—Irmã da Tanya? - Falei. Edward me abraçou forte assim que desligou o aparelho.

—Sim. Ela vai estar em casa na próxima semana. 

—Segundo Irina sim, mas ela não quis me dizer porquê.

—Falta de provas?  -Tentei.

—Poderia ser, ela nem deveria estar presa só por causa de um testemunho. Só consigo pensar que vão pegar a pessoa que fez isso.

Tremi imaginando se estávamos mesmo todos seguros.

—Bella, você deveria vir para casa e ficar um tempo. - Minha mãe choramingou ao telefone naquele dia.

—Não posso mamãe. Eu não penso mais em Forks como minha casa.

—Não diga isso ao seu pai!

Eu ri.

—Eu realmente não posso sair sair daqui a agora. Tenho muito trabalho com a divulgação do livro, do filme, escrita… 

—Edward. - Ela completou.

—Também.

—Eu não posso acreditar que a minha filha foi morar do outro lado do país!

—Vocês podiam vir me visitar. - Sugeri.

—É muito injusto que a família do seu namorado, muito maior que a nossa, tenha você. E quanto a nós?

—Vocês podem vir a Nova York, a casa de Edward é enorme, podem ficar aqui o tempo que for.

—Como se o seu pai fosse aceitar isso. - Ela bufou.

—Eu pago as passagens mamãe, não podemos ficar separados por tanto tempo pelo orgulho do papai.

—Nos vimos a pouco em Los Angeles. - Ela disse com a voz mole. 

—Sim. Só que eu não acho que vou poder ir para para casa nas festas de fim de ano. -Soltei a bomba.

Ela ficou muda.

—Mãe? Ainda está aí?

—Isabella Marie Swan, como ousa? É minha única filha!
—Sinto muito! vocês podem vir para a ação de graças?

—Ação de graças é daqui a alguns dias! E o Natal é daqui a mais de um mês! Como acha que vamos bancar uma duas viagens assim?

—Eu tenho dinheiro, vocês não precisam se preocupar!

—Não pode vir com o seu namorado? A mãe dele tem outras duas filhas! Nem vai notar a ausência do filho.

—Menos mãe. Não é por Esme, é por Renesmee. A mãe dela deve sair da cadeia logo, só que tudo vai estar uma loucura por aqui.

—Traga a menina.

—Não é tão simples, Renee.- Apertei meu nariz. Era muito difícil argumentar com minha mãe.

—Vamos fazer uma coisa, querida. Você e Edward, e quem mais quiser, vem para a ação de graças. No Natal Charlie e eu vamos aí.

—Mãe! A ação de graças é semana que vem!

—Parecia muito simples quando você disse para eu e seu pai irmos.

—Porque era. - Resmunguei.

—Converse com Edward, sim? Preciso desligar, tenho uma reunião com as mulheres da igreja.

—Está a mais de um ano frequentando a mesma igreja. Estou surpresa. - falei.

—Descobri que não é sobre igreja, querida. É sobre Jesus.

—Fico muito feliz por você, mamãe. - E estava mesmo. Conforme eu fui crescendo e comecei a ajudá-la em casa, Renee tinha menos responsabilidades além do trabalho, e vivia pulando de uma atividade extra para outra. Aulas de francês, Yoga, musculação, culinária, abandonava todas. Depois veio a religião, alguém que ela conheceu em uma das atividades a convidou a uma igreja ou coisa assim. Então ela começou a pular de igreja a igreja, de religião a religião. Ela me dizia que precisa encontrar o Deus de sua avó, que ela se lembrava vagamente na infância. Os pais da minha mãe eram ateus fervorosos. 

—Então você o encontrou. - Observei. A resposta de Renée veio meio embargada.

—Sim, meu amor. E ele esteve comigo todo esse tempo. Não vejo a hora de te contar tudo o que eu venho aprendendo com Ele e, sobre Ele pessoalmente.

 -Eu meio que recebi um ultimato da minha mãe sobre a ação de graças. - Comecei como     quem não queria nada. Edward estava compenetrado em umas partituras em seu estúdio musical. Eu não entendia nada, e ele olhava aquelas páginas com grande concentração.

Ele deixou sua música para sorrir para mim.

—E nós vamos a Forks ou ele virão?

—Dona Renée está barganhando comigo, ela quer que nós passemos a ação de graças em Forks e então eles podem considerar vir para o Natal. - Fiz uma careta. - Sei que está muito em cima e disse a que com tudo o que está acontecendo…

—Seria uma ótima oportunidade para estarmos com seus pais, e seria o momento perfeito. - Ele disse.

—Sério que pensa assim? Não está apenas querendo me agrada?

Edward se virou no banco ao piano, deu uma batidinha na coxa, me sentei ali e seus braços me envolveram de modo reconfortante.

—Somos mais jovens, os aeroportos estarão uma loucura, seus pais não precisam passar por isso. Podemos ir.

—Não pensei que diria isso. - Confessei.

—Por que? -Ele achou graça.

—Parece     que a sua mãe é meio… -como eu poderia descrever Esme?

—Possessiva? Centralizadora? - Ele ajudou.

—Algo assim. - Falei.

—Os filhos de dona Esme já são bem grandinhos e ela precisa se acostumar com isso. Podemos levar Renesmee?

—Claro. Renée e Charlie vão amá-la. 

—Mas Tanya estará aqui, será que ela vai querer ir?

—Perguntarem a ela. Por mais que eu me sinta à vontade deixando Renesmee aos cuidados da mãe, ela também já é bem grandinha e não posso exigir que nos siga para Washington.

—Não há muito o que fazer em Forks. - Contei.

—O que os jovens de Forks fazem? - Ele debochou.

—Lanchonete do Joe, pracinha… sempre que querem algo mais movimentado precisam ir pelo menos a Port Angeles.

—Forks deve o ser o sonho dos pais. - Ele revirou os olho. Não quis dizer a ele que mesmo sendo uma cidade pacata, os jovens eram criativos em suas diversão, muitas vezes dando trabalho ao meu pai.

—Então ação de Graças em Forks. - Comemorei.

—Pode parecer mais animada que isso.

—Não estou no clima para festas. E teremos que fazer uma longa viagem por causa da chantagem da minha mãe. -Eu não queria acrescentar que no fundo tinha medo de estar contrariando a vontade da mãe dele e isso me fizesse cair no conceito de Esme. Era ridículo demais e, eu não iria dizer isso em voz alta.

—Não quer passar a Ação de Graças com seus pais?

—Não é isso… - gemi querendo esconder o rosto em seu pescoço. Edward percebeu minha intenção e não permitiu.

—O que sua mãe vai pensar?

—Que o filho adulto dela vai estar com a namorada na casa da família dela. 

—Ela não vai ficar brava?

—Ela terá que lidar com isso. Por que acha mais fácil magoar sua mãe do que a minha?

—Com Renée eu me viro. - Dei de ombros. Edward segurou meu rosto, fitando meu olhos profundamente.

—E com Esme eu me viro. Não pode ser a única a ceder nesse relacionamento, se não ele não dará certo.

Aquilo aqueceu meu coração.

—Tudo bem. - Sussurrei. - Quando você ficou tão bom nisso?

Ele sorriu presunçoso.

—Não fiquei, estou aprendendo. Estamos aprendendo juntos. Por favor, não tome decisões se anulando querendo me agradar e agradar a minha família. Me diga tudo, como se sente o que pensa… e vamos fazer isso juntos, ok?

—Ok. - Afirmei. Me inclinei para beijá-lo. Edward correspondeu o beijo, depois recuou.

—Isso foi bom, certo?

—O beijo? - Ele deixava confusa quando usava esse tom de menino.

—A nossa conversa. - Revirou os olhos. 

—Foi sim, estamos avançando muito. você está avançando muito. - Ele deu um sorriso presunçoso.

—Obrigado Kaure! - Ele disse se referindo a amiga que a itimara a frequentar um psicólogo. 

—Precisa convidá-la a essa casa para que eu possa agradecê-la pessoalmente.

—Faremos isso. - Ele afirmou me puxando para um beijo mais profundo.

Se eu dissesse que não estava apreensiva com a entrevista de hoje, eu estaria mentindo e mentindo muito. E feio.

Seria a minha primeira vez na TV, eu estaria numa roda aparentemente informal com outras autoras teen e de conteúdo new adult. Nervosa era pouco! 

—Você consegue, Isabella. Ninguém vai te morder. - Disse para meu reflexo no espelho. Só vai ter outras autoras lá te questionando sobre seus personagens, inspirações e talvez técnicas que você nunca ouviu falar, muito mais experientes que você!

—Não posso fazer isso. - Sussurrei em pânico. Não era tarde demais, eu poderia ligar e desmarcar tudo! Ou apenas fugir, fingir um desmaio uma dor de barriga, qualquer coisa.

—Ela ainda está tomando banho? - Ouvi a voz de Alice do outro lado da porta.

—Acho que não, ela disse que só precisava de um momento, parecia ter tomado banho. - A resposta veio de Renesmee.

—Você vai fazer a Make dela?

—Acho que sim, mas lá estudio. Vamos ver. Bella?

—Oi? - Respondi com a voz fraca.

—Tudo bem aí dentro? 

—Sim. -Não. Não estava nada bem ali dentro. Era o momento, eu diria que estava com uma dor de barriga, ninguém me obrigaria a sair passando mal. Meu estômago se revirava, a dor de barriga nem seria tão mentira assim.

—E se ela estiver tendo uma crise de pânico ou coisa assim? - Alice voltou a falar.

—Você acha? - Pude distinguir a voz de Jane.

—Sempre fico muito nervosa antes de uma apresentação. - Eu podia imaginar com perfeição a forma como Alice deu de ombros ao dizer isso. 

—Eu diria isso vendo você no palco. - Foi a vez de Bree se meter.

—Bella, se você não sair logo, vamos chegar atrasadas. - Renesmee disse com seu tom impaciente.

—Só um minuto. - Ofeguei.

—Já faz mais de trinta! Saia daí agora.

—Não posso. - Sussurrei. Meus olhos enchendo de lágrimas. Eu não podia. Havia um motivo para o meu nome ser ‘’isa’’ apenas no mundo da escrita. Eu não queria ser reconhecida, não queria meu rosto exposto. Eu só queria a liberdade de escrever e que as pessoas não julgassem nada que eu escrevesse me tendo como base para nada, ou as minhas experiências. Pouquíssimas coisas pessoais influenciam os meus personagens - isso era o que eu acreditava - e tudo era uma grande fantasia. Eu não queria ser exposta e julgada. Comparada.

—Não posso. - Comecei a repetir aquelas palavras que eu sabia que eram de derrota. Mas não conseguia parar, aquilo parecia um mantra. Me afastei do meu reflexo no espelho da pia, andei até a banheira sentando na borda, tentando respirar, recuperar o controle. Piorou, minha respiração ficava cada vez mais entrecortada, meu intestino parecia estar dando noz dentro de minha barriga. Me encolhi, deixei que meu corpo escorregasse até o chão, trouxe meus joelhos para o peito me abraçando desse jeito.

—Não posso… não posso… - sussurrei sem parar.

Eu realmente não sei quando tempo passei ali. Poderiam ter sido dias, horas, ou apenas alguns minutos.

A porta foi jogada de encontro à parede, o barulho não foi o  bastante para me tirar do topor, eu não tinha uma desculpa convincente para não ir. 

Apenas a verdade. O meu medo do desconhecido.

—Bella? Amor? Olha para mim. -A voz de Edward parecia vir de muito longe apesar dele estar bem na minha frente. Suas grandes mais seguravam o meu rosto com um carinho infinito. Eu tentava enxergar seu lindo rosto apesar das lágrimas. -Amor o que houve?

—Eu não posso, não posso Edward…- gemi.

—Não pode ir? - ele tentava entender.

—Não posso lidar com isso. Não posso, não posso…-Me desesperei. Edward puxou meu rosto de encontro ao seu peito.

—Não sou tão boa assim -expliquei. -São todas muito melhores do eu lá. Mais velhas…mas experientes. Quem sou eu? Uma autorazinha de fanfic que se acha alguém?

—Quem falou essas besteiras para você? -Edward me questionou duramente.

—Ninguém precisa dizer isso para mim. É o que elas pensam eu tenho certeza.

—Bella… -Eu podia sentir ele sacudindo a cabeça.

—Você é sua pior inimiga. -Renesmee disse dura. Eu sabia que antes ela estava do outro lado, só não imaginei que permanecia.

Levantei a cabeça me afastando um pouco do pai dela. Ela tinha a expressão contraída.

—Não pode se colocar abaixo delas. Por que você não está. Sim, você começou cedo escrevendo fanfic do que gostava, como queria, e se descobriu uma autora incrível.você é ótima Isabella. Você ouve e rebate críticas dos seus leitores já anos! É preciso muita coragem para isso. E o livro de quem vai virar filme? O seu. Será que mulheres que estão lá podem dizer isso?

—Elas são autoras incríveis. -Sussurrei.

—Você também é. Elas que devem estar apreensivas em encontrar você. Jovem, cheia de leitores fiéis que colocaram você onde está.  E você vai muito mais longe. Agora levanta daí, coloca uma roupa pra matar e uns saltos. Seja a mulher poderosa que você nasceu para ser. Estou te esperando no meu quarto para te maquiar.

Ela deu as costas e saiu pisando duro.

—O que foi isso? -Edward disse.

—Ela tem um jeito muito peculiar de ser simpática.

—O importante é funcionar. -Bree sorriu.

E tinha funcionado. Eu já tinha chegado muito longe para me contentar em desistir.

 

É claro que acabou levando uma eternidade para eu me acalmar e aplacar minha crise de pânico, mas assim que consegui a me recompor Bree e Jane estavam me ajudando a colocar a roupa escolhida para a entrevista, e logo em seguida Renesmee estava trabalhando em mim. Ela estava toda mandona e concentrada, fazendo brincadeiras e me animando. Eu me peguei boba com a mudança na menina. Em como ela agora Parecia me aceitar bem.

Edward estava a nossa volta fazendo comentários sobre tudo, mexendo nos inúmeros batons, bases e sombras da filha. Quando finalmente eu estava pronta, seguimos para o carro e Edward nos levou ao estúdio da emissora, a mesma em que Rosalie trabalha. 

—Acho que nos atrasamos a equipe de preparação vai ficar uma fera. -Bree comentou.

—Ela está absolutamente pronta Bree. Eles não precisam e não irão tocar num só fio de cabelo dela. -Renesmee disse ríspida.

E foi como ela disse, chegamos em cima da hora da gravação e eu não tive muito tempo para entrar em pânico de novo. A gravação seria num prédio, logo depois do estacionamento, em seu auditório. Quando fomos guiados para lá por uma jovem  com tablet em mãos, olhar simpático porém passava toda a seriedade que o seu cargo exigia, senti minha respiração alterada. Ao ver a disposição dos assentos me acalmei. Eles formavam uma grande roda, algumas câmeras em volta iluminação… contudo não parecia em quase nada um ambiente inquisidor de entrevista. 

—Vai dar tudo certo, amor. -Edward sussurrou no meu ouvido e depositou um beijo em minha bochecha.

—sim. -respondi. 

A pequena plateia era composta por das selecionados por sorteio virtual que logo seriam liberados para entrar. Eles poderiam fazer perguntas o que me apavorava um pouco? E se ninguém fizesse perguntas para mim?

Claro que Edward já estava entendo a fonte do meu desperto e sacudia a cabeça para mim e parecia reprimir uma risada.

As outras autoras se juntaram a nós, Edward me deu um beijo e disse que iria falar com Emmett (que também trabalha nesta emissora) e estava nas ao fundo da sala. Renesmee, Jane e Bree se juntaram na parede lateral à minha esquerda não muito longe, mas fora das câmeras e dos convidados que logo entrariam.

Fui apresentada as autoras que eu já conhecia de nome e obra, e a conversa leve entre elas que logo me incluíram me ajudou a ficar calma.

Logo a plateia foi liberada e fiquei feliz, quando várias leitoras se aproximaram para me comprimeintae e pedir fotos. Elas também queria que eu autografadas seus livros, mas a mulher que tinha nos recebido, eu achava que era diretora ou algo assim, disse que talvez no final.

A apresentadora chegou e foi impossível não relaxar. Parecia mais uma reunião do clube do livro. Todo o meu nervosismo era a injustificado. 

Ou não.

De qualquer forma agora parecia tudo muito tranquilo e eu me sentia à vontade. Mesmo não conseguindo ver Edward em parte alguma.

As perguntas eram bem divididas, e fluíam muito bem. Eu falava dos meus personagens com confiança e naturalidade. Me sentia parte daquilo alí.

 

—Por que Samantha se sente tão à vontade com os vampiros? Mesmo eles não a tratando bem! -Essa pergunta veio de outra autora. Podíamos fazer perguntas umas às outras.

 Ângela sempre me questionou sobre aqui, até que eu desse uma resposta realmente satisfatório para ela. Não era exagero dizer que a minha melhor amiga era minha leitora número um e, graças a ela eu sabia exatamente como responder a essa questão.

Quando abri a boca para dar o meu texto decoração, capitei com a visão periférica Renesmee de olhos fechados escorada na parede. Parecia abatida completamente diferente da garota alegre dessa manhã. Dei uma boa conferida nela; mais magra, os ossos salientes na abaixo no pescoço, pálida e com olheiras. Eu sempre achei Renesmee muito magra, mas a altura justificava até certo ponto  agora ela só parecia doente. segurava o celular contra o peito como se sua vida dependesse disso.Renesmee tinha muito em comum com Samantha. Talvez fosse isso, de forma subconsciente que a atraia na história.

Abri a boca para justificar minha personagem sabendo que aquelas palavras poderiam se aplicar a minha enteada.

—Ela sentia que não se encaixava mais em sua família. Era algo meio auto imposta, que só fica realmente explicado quando você pára e reflete os acontecimentos, já que nosso julgamento é um pouco refém das percepções em primeira pessoa, porque estamos na cabeça da Sam.  Então quando ela conheceu a família do Eric… ela quis desesperadamente se encaixar ali, fazer parte daquele mundo, ela sentia como se fosse sua última chance de fazer parte de algo e, eles a encaixaram. A deram um lar uma função. Todo o sentimento de pertencer aquele lugar, aquelas pessoas… foi moldando o seu caráter.

—Você acha que as pessoas são movidas pelo sentimento de solidão? -Ela me instigou. 

—Acredito que as pessoas são movidas pelo amor.  Não somos seres criados para vivermos só. As vezes estamos cercados de pessoas que nos amam e não conseguimos enxergar, porque estamos olhando para uma solidão auto imposta, que as vezes só existe na nossas mentes.

—Isso poderia ser uma forma de ver a depressão?- uma das leitoras perguntou, então começou um debate sobre quadro de depressão de protagonistas. Me distraí olhando em volta, em busca de Renesmee, falar de um aspecto da personagem Sam que me lembrava ela, me deixou ansiosa para conversar com a filha do meu namorado. Eu a entendia! Ela não parecia mais  se sentir ameaçada por mim, estava realmente se esforçando para tudo dar certo entre nós, e agora eu podia ver que o problema dela era outro. E ela se esforçava para esconder. Ela continuou no canto com as amigas, mas parecia ansiosa para sair dali. Eu estava ansiosa para confrontá-la e obter uma resposta sincera. Eu estava realmente preocupada com ela. Finalmente tudo acabou, ela deu as costas seguindo para o corredor de acesso aos elevadores. Pedi desculpas às mulheres comigo, falando que precisava ir ao banheiro urgente. Tomei o caminho que vi Renesmee seguir, os elevadores deviam levar ao banheiro, não? Mas por que Bree e Jane não foram com ela?

Edward me viu, mas foi parado por um homem alto de terno. Renesmee tinha nos dito (dito a mim que era a única que não sabia)  que a tia Rosalie possuía uma sala de planejamento no oitavo andar daquele prédio. Ela devia estar indo para lá.   A encontrei parada na frente dos elevadores, esperando as portas se abrirem.

—Renesmee.- A chamei firme. Ela tinha um problema e teria que me contar, esse jeito de deixá-la a vontade que os seus pais tinha não estava dando certo. Eu iria confrontá-la e ela iria me contar tudo! Sim, eu seria como Renée. Minha mãe tinha razão, dar espaço demais a um adolescente o deixava inalcançável.

—Eu preciso ir pra descansar, Bella. Vou a sala da tia Rosalie... 

Ela não completou. Adentrou apertando o botão do seu andar. A segui.

— Isso tem que parar, Renesmee. Eu sei que você está escondendo algo. Você não está bem. Precisa se abrir só assim poderemos ajudar você.

Eu estava esperando que ela rebatesse do seu jeito sarcástico fazendo pouco caso da minha preocupação. Mas ela parecia pior agora.

—Bella… eu não me sinto bem. -Ela disse mais baixo, se escorando na parede de espelho.

—Renesmee?! 

Ela escorregou para o chão respirando com dificuldade.

—O que você tem?! - A peguei nos braços e tombei com o seu peso, nos duas no chão do elevador.

—Eu… não...papai...pa..pa..i..-ela fechou os olhos completamente desfalecida em meus braços.

—Renesmee! -gritei alarmada. Ela não estava respirando!

—Socorro! Socorro!

Péssima hora para de estar em um elevador! Com a cabeça dela em meu colo acenei para a câmera. Alguém estava vendo não era?! Por que essas portas não se abriam?!

—Abre a porta! Socorro! Ela não respira! Socorro!

Meu grito era estridente, minha garganta ardia.

A maldita porta continuava fechada, a menina nos meus braços  parecia sem vida! A respirar! Coloquei a mão sobre o seu peito tentando respirar de forma regular e constatei que seu coração estava completamente parado. Eu gritei mais e mais alto. E as lágrimas começaram a cair pelo meu rosto.

As portas do elevador se abriram finalmente e pessoas desconhecidas olharam para dentro assustadas com a cena a  sua frente.

—Alguém  chame um médico! Ela não respira!

Coloquei a mão sobre seu peito tentando sentir seu coração de novo, sem sucesso.

Virou uma confusão de rostos desconhecidos e, finalmente conhecidos, até que eu vi Edward emergir, pegar a filha do meus braços d sair correndo ela.

Era desesperador. Alguém fez Edward a por no chão, eu tentava ver pelas lágrimas sentia todo o meu corpo tremer. Edward começou a soprar ar pela boca dela, então a fazer massagem cardíaca.

Eu ouvi um grito de pavor que percebi depois ser meu. Ângela vinda não sei de onde pedia que eu me acalmasse e tentava me afastar dali.

Alguém tirou Edward de perto Renesmee e começou a trabalhar nela.Emmett consegui perceber. Finalmente uma equipe de bombeiros que deviam trabalhar no próprio estúdio apareceu.

Eu não sei quanto tempo se passou, pareciam horas.

—Ela está respirando! -Uma bombeira disse. Mais pedidos para que se afastassem, abrissem caminho para transporta-la.

—Eles vão para o hospital, Bella, fique calma.- A voz de Ang parecia vir de muito longe.

—Ela… ela não respirou. Eu não senti o coração dela, Ang…

—Ela está viva Bella, eles vão cuidar dela.

—o que houve… ela estava… morta…

Engasguei chorando mais.

—Eles vão cuidar dela, respire Bella. Eles vão cuidar dela. 

Renesmee foi levada para o hospital onde o avô Carlisle trabalhava. Edward estava com a filha até onde lhe foi permitido, uma enfermeira (pelo menos eu achava que era a enfermeira) me guiou para a sala de Carlisle, junto com Angela, Bree e Jane. Logo Edward apareceu com a expressão dura e carregada, junto do pai. 

—Edward… -voltei a chorar copiosamente ao vê-lo. Ele me abraçou. 

—como ela está? O que aconteceu?! -Jane perguntou alto.

—Ainda não sabemos muitas coisas. 

—Ela não respirava. O coração dela…

—Ela teve uma parada cardiorrespiratória. -Carlisle disse aquilo de forma profissional, mas ao levantar o olhar para analisar seu rosto, pude ver a dor e o medo ali. - Ela está com a doutora Grey, uma amiga que confio completamente. Eu não posso me envolver…

Ele engasgou e percebi o quanto estava abalado.

—Eu não entendo! Como Renesmee pode ter...morrido? Ela estava bem! -Jane parecia muito assustada.

—Muitas doenças cardíacas são silenciosas. -Carlisle explicou.

—Então é só isso? Ela só tem um problema no coração? -Bree falou pela primeira vez.

—Só?! Isso é algo muito grande! - Jane a repreendeu. Bree engoliu em seco e percebi que ela sabia de alguma coisa. Jane pareceu pensar o mesmo.

—O que você sabe? -Jane questionou a amiga.

—Eu não…

—Corta o fingimento Bree! Eu conheço você muito bem! Tá escondendo alguma coisa pra Renesmee. O que você sabe que eu não sei?

Bree olhou em volta tensa.

—Nada.

—Bree… -Edward a chamou.

A porta foi aberta com violência. 

—Onde está a minha sobrinha?! -Rosalie entrou apressada. 

—filha calma.

—Eu só vou me acalmar quando tiver notícias da minha sobrinha! O que aconteceu papai?

—Eu trouxe uns café, suco e salgadinho, enquanto a gente espera por notícias.- Emmett, que estava lá quando Renesmee passou mal, veio para o hospital conosco. Rosalie encarou o ex noivo.

—O que ele faz aqui? -Apontou um dedo para ele.

—Ela é minha sobrinha também, Rosalie. -Emmett disse calma.

—Ah que ótimo saber disse, Emmett! -Ela debochou. -Pai o que houve e o que ela tem?

—Ainda não sabemos querida. Por favor, você precisa se acalmar, não queremos mais ninguém internado hoje. -Carlisle guiou a filha para um pequeno sofá no canto. De fato Rosalie parecia com o rosto meio afugentado e suado. Ela aceitou o copo de água que o pai a ofereceu e nós atacamos a bandeja que Emmett trouxe.

As irmãs de Tanya logo apareceram também, e a sala de Carlisle ficou abarrotada: Irina com o marido Laurent, a filha Maggie; Kate e os filhos Sam e Paul. Esme junto de Alice e Jasper. Apesar de cheia a sala estava silenciosa. Aproveitei que Bree veio buscar outro pacotinho de salgadinho que estava perto de mim.

—Se você sabe de algo, deve falar. 

—O que? -A menina me olhou com medo.

—Bree, eu sei que você sabe de alguma coisa. -Por favor. Renesmee quase morreu hoje.

Ela mordeu os lábios hesitante.

—Não acho que tenha nada a ver. -sussurrou para mim.

—E se tiver? Renesmee precisa de ajuda e é orgulhosa demais para pedir ajuda. Você precisa fazer algo.

—Isa… a Renesmee só tem um probleminha pra comer. 

—Probleminha?

—Ela às vezes vomita, ok? Mas só quando ela tá muito nervosa. E ela também pode passar dias sem comer nada sólido. Só com água e suco. 

—Está me dizendo que ela é bulímica e você sabia disso?

A menina se encolheu.

—Ela não me deixaria contar.

Sacudi a cabeça. Aquilo era demais. 

—Vamos contar ao Edward e ao Carlisle, ok? 

Ela pareceu assustada.  

—Mas se não tiver nada a ver?!

—Ainda assim é um problema! E ainda assim pode ter tudo a ver! 

Os demais na sala não pareciam ter prestado atenção a nossa troca. Puxei a menina para fora da sala, teríamos que contar tudo a Edward e a Carlisle agora.



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Notas finais do capítulo

Vejo vocês nos comentários? Eu iria acabar o capitulo de outro jeito, com mais suspensa, mas a Vivi Senna não deixou, agradeçam a ela que não deixou o meu lado mais novela mexicana levar a melhor kkkkk

bjs :*