A Namorada Do Papai escrita por Thay Paixão


Capítulo 2
A filha do meu namorado


Notas iniciais do capítulo

Estou amando o retorno de vcs sobre a Fic *_*
Então bora de cap!
Boa leitura ♥



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Isabella.

 

Eu estava vivendo um sonho. Ângela Weber, minha melhor amiga e agente literária tentava me convencer de que era um sonho que se tornava realidade e eu deveria estar grata.. Quando assinei os papéis dando direito para o estúdio gravar um filme do meu livro, eu tive certeza de que era um pesadelo.

palavras como ‘’entrevista’’ ‘’escolha de elenco’’ eram ditas todos os dias.

Eu estava apavorada com a ideia de dar entrevistas, não de conhecer meus fãs, com quem eu já falava diariamente pelas minhas redes sociais, onde eles só me conheciam como Isa.

Contudo, para minha surpresa, eu estava mesmo gostando dos bastidores da produção do  filme, não da escolha do elenco, aquilo parecia muito difícil e até mesmo… cruel com quem era dispensado. Eu estava amando estar com a produção, falando sobre caracterização, locação, cenas essenciais, e a trilha sonora.

Ah e a trilha sonora estaria nas mãos, ou melhor nos dedos de Edward Cullen. Edward Cullen! Eu amava as musicas dele, era incrível como as composições dele se encaixavam no filme. Eu sempre me perguntava como seria ouvi-lo cantar, mas Edward Cullen nunca tinha cantado, não algo que estivesse na internet pelo menos, apenas tocado piano magicamente, compondo as melodias mais doces, mais intensas, mais sexys…

Saber que ele iria compor para os meus personagens me deixou sem fôlego.

—Ei, amor, o que você tanto pensa que te deixou sorrindo? - Edward sussurrou beijando meu rosto.

—Estava lembrando do que pensava antes de conhecer você. - Contei. Aqueles incríveis olhos verdes me olhavam tão desejosos. -Eu era uma fã. - Confidenciou de novo.

—Espero que seja sempre minha fã número um. -Ele me puxou para mais perto, para o seu colo. Estávamos na casa dele, absurdamente grande para um homem solteiro, era nosso aniversário de três meses de namoro. Estávamos contando desde nosso primeiro beijo, no dia em que nos conhecemos na pré-produção do filme. A pré-produção estava acabada, o elenco escolhido, em breve começarão as gravações.

—Acho que esse posto já tem dona.- Olhei sugestivamente para a foto da filha dele na estante.

—Sim, você terá que dividir este posto com Nessie. - Ele tinha tanto carinho ao falar da filha, que eu podia jurar que ovulava só de ouvir. 

—Espero que ela goste de mim. - Comentei meu medo. Uma criança talvez fosse mais fácil, mas estamos falando de uma adolescente de dezesseis anos, que estava acostumada a ter o pai para ela desde sempre.

—Quero lembrá-la que Nessie é sua fã. Não sua, mas da Isa.

—Espero que eu ser a autora favorita dela conste para alguma coisa. -Tremi e ele me abraçou.

—Não seja boba, minha filha vai te amar, como eu te amo.

Eu queria muito acreditar nas suas palavras, mas duvidava disso.

—Meu voo é amanhã cedo. - Falei de súbito. 

—Como?

—Preciso ir para casa, para ficar com meu pai. - Revirei os olhos. Eu era filha única, meu pai não podia passar o dia dos pais sem a filha. -Aproveite para contar a sua filha sobre sua nova namorada.

—Você é minha primeira namorada. - Ele disse.

—Edward, você não pode fingir que as outras não existiram. Você tem trinta e dois anos. - Revirei os olhos.

—Eu nunca senti isso, o que eu sinto por você. E elas .. nunca ficaram, por causa da minha bagagem.

Aquela era a dor do Edward. Ser pai aos dezesseis anos e ser um bom  e presente pai não dava muito certo com as garotas, como ele havia me contado.

Edward passava todo tempo livro da escola com a filha bebê, e as garotas que o queriam tinha que aceitar a menina com eles. Edward passava muito tempo com a mãe da filha na época também, mas me garantiu que eles nunca foram um casal e discordavam muito na criação da menina.

 -Deve ter sido difícil. Você estava na fase das festas e garotas… mas tinha a filha como prioridade.

—Nunca me arrependi de Nessie. -Ele disse firme. - nunca fui de festas e curtição, todo o tempo gasto com Nessie é único.

E lá estava, a reverência e o amor ao falar da filha. Eu tinha minhas duvidas, por que as namoradas de Edward terminavam com ele? Ele dizia que elas não gostavam dele já ter uma filha, mas eu me perguntava se o problema não era que a filha não gostasse delas.

Ou como naqueles filmes dos anos 90, ela devia perturbar as mulheres até que elas fugiam aos gritos.

Então tudo bem, agora ela tinha dezesseis anos não devia se incomodar que o pai namorasse.

—Sou uma espécie de record? - Brinquei. Talvez eu fosse um recorde porque não conhecia Renesmee...

—Você é o record. - Ele me garantiu e seus lábios tocaram os meus, primeiro leves, depois exigentes. Correspondi ao seu beijo com vontade.

—Então diga a sua filha que tem uma namorada, e que ela é permanente. - Exige segurando seu rosto.

—Seu desejo é uma ordem. - Ele sorriu e o puxei para outro beijo.

No dia seguinte Edward me levou ao aeroporto, eu iria para a casa dos meus pais em Forks, e tentaria voltar na próxima semana. Respirei fundo sentindo o costumeiro frio na barriga ao ver duas pessoas lendo o meu livro no aeroporto. Logo seriam mais e mais pessoas falando então sobre o filme, e me reconhecendo por aí.

Adeus vida calma.

Voltar para casa, na chuvosa Forks foi reconfortante. Toda cidade sabia o que eu estava fazendo, todos sabiam que eu era escritora e logo me tornaria famosa, contudo eu sempre serei Bella Swan, a filha do chefe de polícia Charlie Swan e da professora de jardim de infância Renée Swan.

Meu ex namorado de longos seis anos estava prestes a se casar com minha amiga de infância Jessica Stanley e para surpresa da minha mãe eu realmente não estava nem um pouco chateada com aquilo.

Por favor, eu namorava Edward Cullen, como poderia me chatear?

—Ele é mesmo lindo. - Minha mãe dizia vendo um e outra foto dele no meu celular.

—Mas como pode ter uma filha de dezesseis anos? -Meu pai desconfiava que Edward estivesse na casa dos quarenta.

—Ele a teve quando tinha dezesseis anos. - Justifiquei de novo.

—Parece muito irresponsável. Um músico.- Papai disse tocando seu bigode. Respirei fundo revirando só olho para a minha mãe, Charlie só mudaria de ideia quando conhecesse Edward.

—Ele tem genes ótimos, a filha dele é muito linda. - Renesmee Cullen tinha um perfil público no instagram, minha mãe logo a seguiu e estava vendo suas fotos. - Ela é modelo?

—Não oficialmente, mas Edward comentou que ela fotografa as vezes.

—Eles parecem ser muito importantes, não sei como vamos interagir com essa gente. - Charlie resmungou.

—Fale por si mesmo. - Minha mãe o contradisse convencida. -Minha filha é uma escritora famosa, somos tão importantes quando eles.

—São sim. Vou conhece-los primeiros e conto tudo. - Prometi. Eu não queria confessar, mas apesar de Edward ser um amor e muito humilde, eu tinha medo da família dele ser um pouco… fina demais para mim e meus pais. Eu não queria que Charlie e Renée se sentissem desconfortáveis ou inferiores a eles de modo algum. Eu conheceria a família de Edward primeiro, e… de qualquer jeito, mesmo se os Cullens não fossem como Edward não tinha volta, eles teriam que me aceitar, a mim e a minha família.

No dia dos pais, usei meu instagram de autora para desejar um feliz dia dos pais aos meus leitores e postei uma foto minha e de Charlie. Nada revelador, eu era criança na foto. Está acontecendo, pensei quando as mensagens de "nossa que linda você pequena," e coisas afins encheram no meu feed. Logo seria uma foto minha atual e eu seria conhecia. Talvez o filme nem fizesse sucesso e logo eu cairia no esquecimento.

Passei a semana com meus pais, aproveitando para dar continuidade ao meu livro, Ângela logo estaria me cobrando a continuação e se o filme fosse mesmo um sucesso…

eu tinha calafrios só de imaginar.

Comprei a passagem de volta da Nova York sem avisar a Edward, queria fazer uma surpresa. Eu ainda me sentia meio perdida na cidade grande, então o ligaria logo que chegasse para ele me buscar. Era incrível como as coisas estavam acontecendo rápido entre nós! Levei três anos para transar com Mike, e mais três anos para pôr um fim ao nosso namoro. Eu tive um ou outro relacionamento nesses quatro anos desde que terminamos, nada muito firme já que eu me mantinha a distância ocupada escrevendo minhas historias. Eu morava com os meus pais e não via necessidade de mudar isso depois que voltei da faculdade de literatura em Seattle, era eu os meus pais, por que mudaria isso?

Com Edward foi diferente. Nós conhecemos durante a produção do filme em Los Angeles, e logo que eu consegui parar de me sentir envergonhada e olhar para ele, seu sorriso, seus olhos incrivelmente verdes, seu cabelo bagunçado, sua barba por fazer… eu tive uma vontade incontrolável de saber as armas da sedução com confiança e seduzir aquele homem. Logo ficávamos sozinhos, ele estava lendo o meu livro, mas queria ter certeza sobre suas impressões dos personagens para começar a compor. Confessei que escrevia ouvindo suas melodias, o que o fez sorrir.

—Mesmo assim devo compor coisas exclusivas para eles. - ele havia dito.

Foram vários dias tendo ele no meu apartamento alugado. Eu não sentia vontade de mandá-lo embora e ele tão pouco de ir. Eu o vi tocar melodias no piano no estúdio e no meu apartamento ele tocava no violão. E finalmente eu vi Edward Cullen cantar.

Me sentia constrangida porque tinha certeza que parecia uma Tietê adolescente, olhando para ele tão admira, corando até o raiz do cabelo. Até que em uma noite eu tomei coragem, tirei o violão de suas mãos e o beijei.

Eu era uma mulher de vinte e oito anos! Tinha que tomar o controle da minha vida, não? Ele gemeu sob os meus lábios, e correspondeu ao beijo com fervor.

Edward me pediu em namoro naquela noite e eu aceitei. Desde então eu estava vivendo os três meses mais perfeitos da minha vida!

Eu fiquei com receio no começo por ele ter uma filha, " o que a ex mulher seria para ele?" Ele logo me contou sua história com ela, e me garantiu que ela era apenas a mãe da filha dele, e às vezes uma boa amiga, já que era muito ocupada.

E logo foi essa impressão que eu tive, quando Edward ligava para Tanya Danali cobrando sua presença na vida da filha.

Todos os meus temores em conhecer Renesmee Cullen passou pela minha mente durante o vôo, e quando pousei liguei para Edward. Era sexta feira a noite.

—Ei amor. - ouvi sua voz rouca do outro lado e senti minhas pernas amolecerem, ainda bem que eu estava sentada.

—Tenho uma surpresa para você. -Falei com o coração aos pulos. E se não fosse uma boa hora? E se ele estivesse com a filha?

—Sexo pelo telefone? - falou com a voz sacana.

—Não. Pessoalmente. -falei com um sorriso 

—Você está…

—Sim, acabei de desembarcar.

—Bella! -Ele exclamou.

—Desculpe se for uma hora ruim…

—Não amor! Estou feliz, muito de verdade! Vou aí te buscar agora!

Ele nem me deixou falar mais nada, desligou daquele jeito todo Edward com pressa.

Mandei uma mensagem para minha mãe avisando que tinha chegado a Nova York e outra a Ângela.

Ela me respondeu na hora.

Eu gostaria que você me dissesse que está na metade do segundo livro dos nosso vampiros. Mas tudo bem, aproveite seu namorado gato!

 Sorri em seguido fiz uma careta, seria uma droga escrever com toda aquela pressão.

Fiquei abrindo e fechando o documentos do Google, tentando escrever algo, mas aquilo não adiantou. Escrevi uma frase e fiquei olhando para a tela do celular, até Edward chegar.

—Bloqueio? - se sentou ao meu lado como se fosse um estranho.

—Edward! - estendi os braços para o abraçar.

—Oi meu amor. -Edward era tão carinhoso. Eu queria dizer que o amava, que pensava nele em cada segundo do meu dia, contudo tinha medo de o assustar. Ele me chamava de amor o tempo todo, ele dizia que me amava com uma facilidade invejável, já eu tinha medo de dizer aquilo e o assustar de alguma forma.

Toquei seus lábios com os meus repetidas vezes.

—Saudades de você! - falei entre um toque de lábios e outro.

—Também meu amor! Vai ficar a semana?

—Com certeza! - não seria a primeira vez que eu iria ficar a semana com ele.

—Então contou a sua filha sobre mim? Como ela reagiu?

Durante todas as nossas conversas pelo celular, Edward fugiu do assunto. Pessoalmente ele não poderia.

—Então… não tive a oportunidade.

—Como assim? Ela não ficou com você no dia dos pais?

—Sim, mas estávamos tão ocupados, e Nessie estava com alguns problemas…

—Que tipo de problemas? -Me preocupei.

—Ela não entende a rotina ocupada da mãe, e às vezes se ressente dela.

—Ah. - Foi minha resposta educada, eu não tinha vivência com aquilo, pais separadas, mãe atarefada da cidade grande. Renée sempre esteve presente, era minha melhor amiga no mundo, foi minha professora do jardim de infância! Eu sabia que na cidade grande, e principalmente nos últimos anos as coisas não eram assim, as mães precisavam se desdobrar para cuidar da vida profissional e da família, só que me era uma ideia distante, eu nunca tinha vivido aquilo.

—As coisas estão difíceis entre elas? - Edward já tinha comentado que a filha tinha muitas desavenças com a mãe.

—As duas tem um gênio muito forte, são muito parecidas. Mas não diga isso a Nessie. - Ele riu manobrando o carro para entrar em seu condomínio. Eu não conseguia deixar de me surpreender com o luxo do lugar.

—Tanya não precisava trabalhar tanto, mas ela gosta. Sempre quis provar aos pais que não precisava da ajuda deles para crescer na vida. Bom, isso ela já fez, só que receio que ela tenha se tornado uma viciada em trabalho.

—Deve ser algo louco, se advogada criminal. -Eu tinha uma real admiração por aquela mulher mesmo sem a conhecer, já tinha ouvido seu nome nos noticiários, sempre associado a casos grandes. -E tudo que vocês passaram sendo pais tão jovens.

—Não foi tão difícil. -Edward disse relaxado parando na garagem da sua casa. - Como te falei, nossos pais foram muito bom conosco e nos apoiaram em tudo.

—Mesmo assim… - Eu não conseguia me imaginar no lugar de Tanya, grávida aos dezesseis anos de um rapaz lindo que nem era meu namorado.

Ele beijou minha boca retirando o cinto de segurança de mim.

—Já disse o quanto você é linda?

Sorri.

—Hoje não. 

—Você é linda Isabella Swan.

—E você é um conquistador, Edward Cullen. - Segurei seu rosto em minhas mão. - Precisa dizer a Renesmee que sou sua namorada.

—Como já te disse, ela vai amar você. - Ele revirou os olhos - E como irá ficar aqui por essa semana, teremos a oportunidade perfeita para isso.

—Sério? - Quando entramos pela cozinha, grande e quase nunca usada, deixei minha bolsa no balcão. Edward me abraçou pela cintura, seu queixo descansando no meu ombro.

—Sim, ela sempre aparece aqui durante a semana, ou na casa dos meus pais do outro lado da rua. Por falar neles, que tal almoçarmos com eles amanhã? 

Apesar de aquela não ser a primeira vez em que ficaria na casa de Edward, eu ainda não conhecia seus pais.

Edward sentiu a tensão súbita em meu corpo.

—Eles vão amar você.

—Como amaram todas as garotas que você já apresentou a eles? - Provoquei. Edward fez uma careta, me deixou e abriu a geladeira retirando de lá um vinho tinto.

—Eles sempre foram muito educados com todas, é o jeito deles. Mas você fará parte da família.

—Edward….

—Bella. - Ele disse sério me oferecendo um taça de vinho. Peguei e dei um gole. - Eu quero me casar com você.

—É cedo demais.

—Cedo demais para que? Eu sei que te amo, quero ficar com você, ter uma família com você.

Era impossível quando ele falava me olhando assim, com os olhos ardendo nos meus.

—Bella. - Ele retirou a taça da minha mão, a depositando no balcão.

—Eu amo você, não sei explicar mas desde que você entrou naquela sala, com a cabeça baixa, rosto corado… eu soube que era você que estive esperando todo esse tempo.

—Edward…

—Não quero te forçar, eu só que você…

—Shi. - coloquei um dedo em seus lábios. - Eu me sinto da mesma forma. Mas um casamento não é só sobre nós dois, é sobre nossas famílias também. Você mesmo já me disse o quanto é unido com a sua e eu sou muito com a minha. Eu não suportaria ficar com você se.... isso te afastasse da sua família.

—Bella, não tem como a minha família não amar você. - Ele riu.

—Isso inclui sua filha? - Tentei.

—É claro!

—Mesmo assim. Precisamos… ter todos sobre o mesmo teto, e então ver como funciona. Casamento é a união de duas famílias, Edward, não só de duas pessoas.- Continuei fazendo carinho em seu rosto.

—Você é incrível e eu amo você. - Ele me abraçou me erguendo e depositando sobre a bancada. Ri do movimento, porque logo seus lábios estavam nos meus, nossas roupas sendo tiradas, e nos amamos no chão da cozinha.

 

Como prometido, na manhã seguinte atravessamos a rua para estar com seus pais e irmãs Alice, tinha voltado de sua turnê com a academia de balé pela Europa. E sua irmã mais velha, Rosalie, jornalista, colunista de cinema, também estaria lá junto do noivo  Emmett biólogo com um programa na TV sobre natureza selvagem. Esses últimos eu já conhecia e nos dávamos muito bem.

—Rosalie vai me perguntar sobre o livro. - Gemi enquanto cruzavam o gramado dos pais dele.

—Você já prometeu dar notícias em primeira mão para ela, apenas a ignore.

—Não vou ignorar Rosalie, ela pode falar mal de mim, ela é jornalista. - Brinquei. 

Edward abriu a porta, estava apenas encostada.

—Mãe, pai? - Ele gritou da porta.

—Menino Edward. - Um homem moreno de estatura mediana apareceu, vestido formalmente. Me senti dentro de um filme do Batman, aquela era o roupa do Alfred?

—Amun! Esta é minha namorada, Isabella Swan. - Ele me apresentou. Eu quis me aproximar e apertar sua mão, mas o homem se curvou em reverência.

—É um prazer senhorita Swan. O senhor e a senhora Cullen estão na varanda da piscina com sua irmã e cunhado.

—Vamos para lá. E o almoço?

Como Edward podia estar com fome, ainda não era nem onze da manhã!

—Será servido em breve, gostaria de um lanche antes? 

—Sim por favor. - Edward o olhou agradecido.

—Edward, você acabou de tomar café da manhã.  -Ralhei com ele.

—Mas depois eu comi você. - Ele sussurrou no meu ouvido, mordiscando minha orelha, provocando arrepios na minha pele. - Isso me deixa com fome.

—Você é impossível. - Ri me esquivando dele.

—Filho! - Uma mulher baixinha e rechonchuda, com cabelos castanho avermelhado, um vestido floral amarelo, e o rosto em forma de coração se prostrou em nossa frente.

—Oi mãe. - Edward se precipitou para abraçá-la.

—Nem parece que mora do outro lado da rua! -Ela lhe deu um tapa na cabeça de leve.

—Ai. Estive muito ocupado.

—Sei disso. - Ela resmungou. - E você deve ser a Isabella.

—Pode me chamar de Bella. - Ela estendeu os braços para mim e fui envolvida num abraço gostoso. 

—É tão linda! Edward não exagerou nem um pouquinho. - Ela piscou para o filho e eu corei. 

—Claro que ela é linda. - Ele disse.

Esme Cullen me apresentou a sua filha Alice, que era muito parecida com ela, apesar do corpo magro de bailarina clássica, e os cabelos escuros. Desconfiei que eram tingidos.

—Edward fala de você o tempo todo. - Alice riu.

—Espero que bem.

—Ele está muito apaixonado, nunca o vi assim. - Ela revirou os olhos e eu corei.  O pai de Edward também foi pura simpatia comigo, e logo me senti a vontade, acreditando que meus pais também se sentiriam bem ali.

Estava calor, e as meninas quiseram entrar na piscina, eu não havia trazido biquíni, mas Esme - como pediu para que a chamasse- me levou ao segundo andar da casa, prometendo achar um para mim.

—Renesmee mantém um quarto aqui, quase nunca o usa, fica mais na casa do pai desde que ele se mudou. Tenho certeza que você vai achar algo dentre as coisas dela.

O quarto de Renesmee Cullen era grande, com um banheiro próprio, a cama imensa com colcha rosa, um tapete branco próximo a ela, dois murais grande de fotos, que fiquei olhando distraída, havia muitas fotos dela com amigos e sozinha em um, e no outro com a família Cullen e outros que supus ser os parentes maternos. Todas as fotos onde ela estava com o pai e mãe juntos era de aniversários.

—Minha neta é muita amada, mas receio que ter os pais separados a tenha afetado de algum modo. - Esme comentou ao meu lado.

—Toda criança quer os pais juntos. -Falei. Eu entendia aquilo, e saber que eu não seria a opção número um, para a pessoa mais importante da vida de Edward me doía de certa forma.

—Meu filho e Tanya nunca foram um casal. São diferentes demais. - Ela riu. - Mas mantiveram uma boa relação pela filha, sempre. 

—Isso é o importante. - Sorri para ela.

—Sim querida. Aqui está, uma gaveta para biquinis! Te juro que ela não usou um terço disso! Pode pegar qualquer um, está tudo muito bem lavado e passado.

Escolhi uma combinação azul, a coloquei rapidamente, pus de volta o short jeans e voltei a piscina. Logo entrei na água, para me juntar às minhas cunhadas, Edward e Emmett fizeram a entrada dos meninos, gritando "bola de canhão" atirando água para todo o lado.

—Ah queridos! Nessie está vindo para cá! - Esme disse estendendo seu telefone acima da cabeça e acenando para nós. Senti meu corpo gelar na hora.

—Finalmente, estou com saudades da minha sobrinha. - Alice bateu palmas na água.

—Hum isso vai ser interessante. - Emmett disse olhando sugestivo para nós dois.

—O que? - Rosalie estava alheia.

—Ela não sabe sobre mim- Contei.

Rosalie fez uma cara de pavor, confirmando meus temores, não era nada bom a filha de Edward me encontrar do ‘’nada’’ ali.

Ela olhou feio para Edward e ele deu de ombros.

—Não devia fazer isso. - ela o censurou.

—Você trata Nessie como se ela tivesse cinco anos. -Ele rebateu.

—Eu a conheço Edward, eu fui a primeira a segurá-la quando ela nasceu! Eu sei o seu temperamento muito bem, tão bem misturado ao seu e ao de Tanya. Devia prepará-la antes de apresentar uma namorada séria a ela.

—Talvez eu devesse ir para sua casa. - Falei para Edward, que estava sério de repente, parecendo avaliar as palavras de Rosalie.

—Não mesmo! Melhor ainda, vocês já irão se conhecer e você para de pensar besteiras. E Rose. -Ele se virou para a irmã.- Nessie não é mais uma criança. Tenho certeza que ela ficará feliz por mim e vai amar a Bella.

Rosalie sacudiu a cabeça, parecia querer discutir com o irmão, mas desistiu.

Eu queria estar errada, queria muito. Mas o frio na barriga que eu sentia não podia ser coincidência. Eu achava, não, tinha certeza de que Renesmee Cullen não gostaria de mim.

Passamos um tempo apenas jogando conversa fora, Rosalie parecia mais relaxada ao falar do casamento que finalmente ganhou uma data, ela e Emmett estavam noivos por dez anos.

—Parecia cômodo. -Ela disse envergonhada.

—Depois que vocês foram morar juntos que ficou cômodo. -Edward provocou.

Rosalie se ausentou um tempo junto com Alice, e quando voltou Emmett propôs que brincassem de tentar derrubar uma a outra estando no pescoço deles.

Os meninos nos tinham posto em suas costas, e Rosalie e eu tentávamos derrubar uma a outra, estava rindo e implicando uns com os outros, quando Edward disse;

—Filha! - Ele afundou na água embaixo de mim, me tirando de cima de si. suas mãos me segurando pela cintura com firmeza até ter certeza de eu tinha o meu equilíbrio. Ele nadou para fora da piscina, sua subida me tirou o fôlego, como um músico tinha tempo de desenvolver uma musculatura tão perfeita?

Edward caminhou na direção da menina, estava com um biquíni vermelho, enfatizando seus cabelos do mesmo tom de Edward, sua pele era clara e parecia bem cuidada. Ela parecia uma versão feminina de Edward, alta de mais para a idade talvez. Não reconheci nada que lembrasse a mãe. Ela parecia filha de Edward, e ponto.

Ele a abraçou a erguendo do chão.

—Pai! você tá molhado! - Ela reclamou, mas eu podia ver que estava feliz por estar com o pai.

—Você com toda certeza vai entrar na água. - Ele disse a colocando no chão. Entendi que aquela era minha deixa, nadei para fora da piscina. 

Calma, Bella, ela é só uma garota, ela vai gostar de você, ela até já leu o seu livro!

Não prestei atenção a troca de palavras entre pai e filha, mas parecia que ela tinha reclamado por não ter sido convidada para estar com eles, quando me aproximei  havia uma tensão entre eles.

—Desculpe. - Me meti, abraçando Edward pela cintura. Renesmee era mesmo muito bonita, mas agora eu conseguia ver algo de sua mãe nela, eu tinha visto muitas fotos de Tanya Danali, e algo na expressão altiva da filha me fez associá-la a mãe. 

—Receio que a culpa seja minha, Edward não sabia que eu vinha para Nova York. Quis fazer uma surpresa e… bom, me desculpe.

—Então… Bella, essa é minha famosa filha Renesmee. - Edward disse. - Filha, essa é minha namorada Isabella Swan, mas você pode chamá-la de Bella. embora você já a conheça.

Não Edward, não jogue as coisas assim!

Renesmee arqueou uma sobrancelha perfeita para o pai.

—Não a conheço. - Rebateu.

—Sim a conhece. Como Isa, sua autora favorita, a qual você vive falando comigo.

Foi um pouco cominco, a boca dela se abriu num perfeito ‘’O’’. Finalmente ela olhou para mim, e escondi o rosto no peito de Edward, numa atitude infantil ridícula.

—Edward… - Reclamei por ele jogar as coisas daquele jeito.

—Amor, você precisa se acostumar, logo terá um monte de adolescentes atrás de você, e terá as entrevistas…

—Entrevistas. -Gemi me encolhendo mais. 

Edward riu me apertando mais em seus braços.

—Ela é tão fofa. - Esme comentou se aproximando.

—Não acredito que ela seja a Isa. - A menina reclamou, parecia revoltada. Será que minhas leitoras também reagiriam assim?

—Por que não posso ser? - Perguntei temerosa. 

—Bom… você é muito nova para começar. 

Nova demais? Ufa, isso não era motiva para eu ser odiada no meio literário.

—Nunca disse minha idade. -Contei mais relaxada.

—A isa deve ter uns cinquenta anos! - Ela disse veemente. Edward e eu rimos, ele mesmo já tinha dito isso, a filha pensava como o pai! 

—Será que minhas leitoras pensam mesmo isso?

—Claro. você tinha que ser uma cinquentona e divorciada.-  Ela disse como se fosse óbvio e Edward e eu rimos de novo, porque quando nos conhecemos ele havia me dito a mesma coisa.

—Renesmee! - Esme parecia chocada e ouvi a risada de Emmett vinda da piscina. 

—Isso é bom. - Falei olhando para Edward, meu plano original de usar outra pessoa para se passar por mim poderia dar muito certo.

—Nada disso, ninguém vai levar o crédito pelo seu livro. - Ele disse sério.

—Então é verdade? você vai compor para o filme? - A filha o perguntou.

—Sim. Estava esperando para te contar.

—Parece que você estava guardando muitas coisas para me contar. - Disse ácida.

Pai e filha se encararam sérios, e senti a necessidade de aliviar o clima.

—Então… quantos anos acha que tenho? - Perguntei a Renesmee.

—Trinta e cinco? - Ela me olhou de cima a baixo. Ok, por essa eu não esperava, tudo bem que Rosalie tinha trinta e cinco e eu nunca daria mais que trinta a ela, além do mais, pediam minha ID nos bares.

—Quase. - Ri, querendo agradá-la por mais que aquilo tenha me chateado. 

—Bella. - Edward me censurou ao meu lado.

—Tenho vinte e oito.-Contei.

—Hum… legal. - Ela disse de mal jeito. - Vovó, eu estou morrendo de fome. - Ela se afastou de nós.

—Então? - Edward sussurrou no meu ouvido. - Não foi nada demais.

Nada demais, ele dizia. Bom, pelo menos ela não tinha cuspido na minha cara como Lauren Mallory tinha feito no High school. Infelizmente a filha do meu namorado me lembrava aquelas vilãs de ensino médio, as quais eu tinha pavor, e com razão.

—Você devia ter contato a ela antes sobre mim. - Ralhei com ele enquanto todos se converteram para a mesa recém posta no jardim. o cheiro de comida fez meu estômago roncar. Dei as costas a ele, seguindo para a mesa sozinha.

Renesmee era tudo que se podia imaginar de primeira neta, primeira sobrinha; era mimada ao extremo. Os tios tentavam mantê-la na conversa, perguntavam sobre a escola, sobre os amigos, sobre o que ela estava assistindo e ouvido. Contradizendo sua declaração de que estava fome, Renesmee mal tocou na comida. 

Já estava anoitecendo quando Emmett e Rosalie se despediram, e Alice também dizendo que precisava se preparar para encontrar algumas amigas.

—Nós também já vamos. - Edward declarou.

—Como se morasse muito longe. - Alice revirou os olhos e os pais riram.

—Pai vou ficar com você, não quero ficar sozinha em casa. - Renesmee disse digitando algo no celular.

Opa, lá se vai a sessão se sexo na sala de TV.

—Não quer ficar aqui comigo? - Alice a chamou.

—Você não vai sair tia?

—Sim, você pode vir junto, vai ser divertido!

—Não vai levar minha filha para uma noitada - Edward a contradice e Renesmee fez uma careta para a tia.

—Como se Nessie precisasse de mim para curtir uma noitada. - Alice cruzou os braços sobre os seios.

—Tia! -A menina fingiu choque. - De qualquer jeito, estou muito cansada, ontem foi aniversário do Jacob Black.

—Li no twitter que ele foi preso na festa dele. - Alice comentou, e eu não fazia ideia de quem era Jacob Black.

—Parece que a festa saiu do controle um pouco depois que eu fui embora, ele bateu em alguém.  -Ela deu de ombros.

—Renesmee… - Edward começou.

—Estava tudo muito bem enquanto eu estive lá. - Ela deixou o celular se abraçou ao pai pela cintura. - Prefiro ficar com o senhor hoje.

—Claro, querida Eu faço o jantar. -Edward ofereceu.

—Nada disso, eu tinha prometido cozinhar. - Tentei entrar no assunto deles.

—Verdade amor! Nessie se prepare, porque Bella é a melhor cozinheira que já vi. Não conte a Sue!

Quando nos despedimos, Esme me puxou de canto.

—Querida, tenha paciência com minha neta, sim? Tem sido somente ela e o pai por muito tempo, ter alguém com ele, assim… é novidade para ela. Só tenha paciência, ela é uma boa garota.

—Claro, Esme! Não se preocupe, vamos nos dar muito bem.

Aquilo soou como uma mentira, eu não acreditava que aquela menina fosse gostar de mim.

 


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Notas finais do capítulo

Ei meninas, esse foi o lado da Bella. O que acharam dela? por favor, se chegou aqui deixe um comentariozinho, por favorrr isso me faz escrever, é serio!
bjs :*