Devido a muitos pacientes precisarem de uma maior atenção após o terremoto o Hospital em que Sakura trabalhava optou por fornecer um avião para levar os pacientes japoneses para seu país e fornecer toda a assistência médica. A lista já estava pronta, mas uma pessoa em especial estava no Medi Clube insistindo que precisava de tratamento especial.

— Estou lhe dizendo, dói muito – o dono da usina nuclear insistia – no momento, é até difícil virar minha cabeça assim.

Temari apenas o observava com os braços cruzados, aquele homem era insistente e mesmo com o Medi Clube não estando sobrecarregado não havia tempo para as mentiras daquele homem. Ela suspirou e logo viu Hinata chegar ao seu encontro.

— O que está acontecendo? – ela perguntou.

— Alguém que estava bem ontem está dizendo que está machucado hoje – Temari disse quase sem paciência – amanhã ele pode morrer então.

— Não sabe que os efeitos secundários são mais assustadores? – ele disse cerrando os dentes – geralmente acontece depois de acidentes de carro, mas eu sou paciente por causa de um terremoto e sou vítima de agressão!

— Fique quieto por favor – Hinata disse enquanto lia os exames do homem – não há nada de errado de acordo com o raio X e o exame de reflexo espinhal.

— Ei doutora – disse com desdém – o que iria aparecer nesses meros exames de raio X? Eu quero fazer uma ressonância magnética adequada num grande hospital no Japão, então me dê um assento como paciente no primeiro avião de volta.

— E quantas vezes eu vou ter que repetir que não tem nenhum lugar? – Temari respirou fundo para não bater no homem.

— Então Sr. Natsume está aqui no Medi Clube para agendar um voo? – a Hyuga o repreendeu – você está fora de si!

— Do que raios está falando?! – Natsume gritou – se eu digo para arrumar um lugar arrume um! Eu sou o dono da usina Natsume Jin! – apontou para Hinata – e você vadia – olhou para ela com raiva – você acha que é tudo isso só porque usa um uniforme e por causa da sua patente – ele deu um passo em direção a ela – eu deveria...

— Vamos conversar lá fora – Naruto chegou irritado e agarrou a gola do homem – tranquilamente – tenham um bom trabalho – ele disse as duas e colocou o homem para fora do local.

Naruto o arrastou com violência para trás do Medi Clube, fora da visão de todos para poder ter uma conversa com aquele homem. Ao ouvi-lo chamar Hinata de vadia o seu sangue ferveu e tudo o que queria era ensinar para aquele idiota como tratar uma mulher.

— Eu disse pra me soltar! – Natsume gritou se debatendo – ei!

— Certo – Naruto o empurrou e o homem caiu no chão.

— Você me bateu? – o homem levantou e apontou o dedo na cara do loiro – seu maldito!

— É o seu desejo ser um paciente? – o Uzumaki se aproximou do homem e o encarou com um olhar assustador o que fez o dono da usina engolir em seco – onde e como quer se machucar?

Naruto acertou o joelho de Natsume que se ajoelhou no chão e então o loiro pisou em sua perna. O homem gritou de dor.

— Quer que eu quebre isso pra você? – o loiro disse frio – parece que você quer ser canhoto, posso tornar você um – aperou o ombro dele – ou um buraco bem aqui – ele apontou para a lateral da testa do homem – só me diga onde quer porque eu posso fazer de você um paciente de UTI pelo resto da sua vida.

— Não – o homem estava tremendo de medo – como eu estava com pressa eu acabei me expressando mal.

— Então volte e peça desculpas a médica do exército – Naruto respirou fundo – vou te dar 5 segundos.

O dono da usina o olhou sem acreditar no que estava acontecendo.

— 1, 2, 3...

— Espere! Espere!

O homem correu como um louco para dentro do Medi Clube e assim que achou Hinata se desculpou formalmente. Naruto apenas assistia de longe o fato e Hinata assim que o viu sorriu em agradecimento. Então Naruto foi atrás de Sasuke em sua sala e para a surpresa do loiro viu o amigo usando uma arma para espiar um certo alguém a longa distância.

— O objetivo da sua mira é um tiro na cabeça? – ele disse divertido.

— É um tiro no coração – Sasuke disse sem perceber – o alvo é muito bonito.

Ele encarava Sakura pela visão da arma e então a fixa caiu, sem graça ele olhou para trás e viu Naruto com um sorriso no rosto pronto para gargalhar da situação.

— Você virou um stalker? – o loiro começou a rir – vou dizer para a Sakura-chan correr de você.

— Muito engraçado – Sasuke caminhou até sua mesa – tudo certo?

— Sim, nada anormal pela base e nem no Medi Clube – Naruto sentou na cadeira em frente à mesa do amigo. 

Harry Potter falando – Shino disse no comunicador – Wolf está na escuta?

— Wolf na escuta – Naruto respondeu e Sasuke o encarou confuso – o que foi?

O Tigre Amarelo está programado para chegar amanhã à tarde.

Sasuke arregalou os olhos e Naruto fez o mesmo, o sangue dos dois esfriou só de ouvir aquilo. Nesse momento Hinata entrou no escritório e encarou os dois confusa daquelas expressões.

— Eu ouvi o Shino falando, mas quem é o Tigre Amarelo? – a Hyuga perguntou.

— É o codinome para Comandante – Sasuke disse e soltou o ar dos pulmões.

— Você quer dizer – Hinata gritou – meu pai?!

—x-

— Durante à tarde uma pessoa muito importante vindo do Japão fará uma visita – Sasuke disse – em outras palavras, está agendada uma visita do Comandante Hyuga.

Os soldados suspiraram e fizeram cara de dor e desespero no momento.

— Não fiquem desesperados – Sasuke tentou anima-los, mas ele também estava apreensivo – só porque teremos um general de 3 estrelas nos visitando, eu como oficial em comando não vou agir como na época do exército antigamente, e fazer uma tempestade num copo de água.

Todos sorriram e comemoraram.

— Vamos como sempre, retirar todas as ervas daninhas próximas do armazém e dos campos de treinamento, e como de costume, vamos lavar o banheiro com pasta de dente até brilhar – ele dizia tranquilamente e os soldados faziam cara de choro – ao mesmo tempo não vamos fazer estardalhaço sobre isso. Vamos manter a base e limpar o armazém de suprimentos, claro, como sempre fazemos – o tom denunciava na hora que eles só estavam fazendo aquilo pela visita, mesmo Sasuke tentando conter o sarcasmo na voz era evidente – entenderam?

Dia de limpeza na base militar.

— Capitão – Kiba o chamou – uma conferência com o general da ONU foi inesperadamente adicionada ao cronograma do comandante, então foi confirmado que sua visita à nossa base está cancelada.

— Cancelada? – Sasuke suspirou derrotado vendo todos os soldados dando o melhor na limpeza do local.

— Em vez disso ele ordenou que o senhor vá ao quartel-general junto com a líder da equipe médica, Haruno Sakura – Kiba continuou – o Primeiro Sargento Uzumaki e a Primeira Tenente Hyuga também estão se preparando para ir.

—x-

Todos estavam em posição para receber o Comandante Hyuga. Os soldados eram bem disciplinados e estavam em fila no local para receber o homem. Sakura se sentia deslocada já que era a única civil ali e não sabia o porquê de ter sido convocada. Enquanto Hinata encarava Naruto preocupada sobre como seria esse encontro com o pai dela.

— Não se preocupe comigo – Naruto disse sem encará-la.

— Eu não estou – ela virou a cabeça e olhou para frente – por que estaria?

— Qual a forma adequada para me dirigir ao pai da Hina? – Sakura disse se aproximando de Sasuke.

— Tio Hyuga? – Sasuke brincou e ela revirou os olhos.

E depois de mais alguns minutos a figura grisalha e que exalava superioridade saiu de dentro do avião militar. Hyuga Hiashi era um homem de presença e fazia jus a sua fama de disciplinado.

— Atenção! – o Tenente Coronel Orochimaru gritou – Saudação para o General!

— Força e União! – todos gritaram e bateram continência.

O Comandante apertou a mão dos mais altos da patente e então todos foram para a base do quartel general do Tenente Coronel Orochimaru.

— Antes da nossa reunião eu gostaria de usar seu escritório por motivos pessoais Tenente coronel – o General Hyuga disse para Orochimaru.

— Sim senhor – Orochimaru respondeu com respeito.

— Hyuga Hinata, Uchiha Sasuke, Uzumaki Naruto e doutora Haruno Sakura – o senhor Hyuga os chamou – venham comigo um momento.

Os quatro estavam de pé de frente para o Comandante que estava sentado na mesa. O ar parecia rarefeito na concepção de Hinata e até Sakura sentia que alguma tensão estava no ar, mas Sasuke parecia tão tranquilo, enquanto Naruto só queria que aquilo acabasse o mais rápido possível. Aquela conversa seria longa.

— Doutora Haruno – ele começou – mesmo depois de ter sido resgatada sei que trabalhou duro no resgate, deveria ter sido soldada.

— Perdão? – ela disse confusa.

— A senhorita tem muitas realizações, como a cirurgia ao árabe VIP da última vez – o general continuou a elogiando – com um espírito forte como esse você poderia ter sido uma excelente soldada.

— Obrigada pelas suas palavras gentis – a rosada estava corada – mas eu gosto de dormir até tarde.

— Ah – o Hyuga riu – deve ser por isso que você é tão bonita.

Sasuke segurava a inquietação por dentro já que estava diante de seu superior, estava feliz por Sakura e concordava, internamente, com cada elogio que ela recebia.

— Gostaria de agradecê-la – ele disse – me lembro de quando você era uma garotinha e agora se tornou uma grande mulher, seus pais estariam orgulhosos.

— Obrigada senhor – Sakura sorriu e se sentiu emocionada por ser lembrada pelo pai de sua amiga mesmo depois de tanto tempo, e ele falar sobre os pais dela aqueceu seu coração – muito obrigada mesmo.

— Espero vê-la novamente – ele disse – isso era tudo o que eu tinha a dizer.

— Obrigada mais uma vez – ela se inclinou e olhou para Sasuke de relance – vou esperar lá fora então.

Ela saiu da sala e se afastou para não ouvir sobre o que falariam, foi para o estacionamento esperar Sasuke. O general, então, olhou para o Uchiha.

— Recebi o relatório que você trabalhou duro durante missão de resgate em consequência do terremoto – depois encarou os 3 simultaneamente – vocês se feriram em algum lugar?

— Não senhor! – responderam.

— Bom – ele se levantou da cadeira – então a partir de agora colocando a minha patente de lado vou perguntar como pai de Hinata. Começando com Sasuke – encarou o moreno – você não tem mesmo nenhum interesse em minha filha como mulher?

— Otosan – Hinata disse num tom de repreensão e tristeza.

A situação era visivelmente desconfortável e Naruto apesar de se sentir muito mal com aquilo optou por não demostrar. Enquanto a Hyuga estava bastante preocupada com ele. Sasuke iria ser direto, pois sabia como seu amigo se sentia e queria amenizar seu sofrimento.

— Nesses últimos anos como superior e júnior eu nem uma vez pensei nela como mulher, mas sim como uma amiga – o Uchiha disse sincero.

— Sinto muito em ouvir isso – o Hyuga disse – mas eu entendo, pode sair.

Sasuke se dirigiu a saída deixando Naruto e Hinata com o Sr. Hyuga.

Não muito longe dali...

— Já? – Sakura encarou o moreno, ela estava encostada no carro – a discussão foi séria?

— Apenas o Sr. Hyuga querendo saber se tenho algum interesse em Hinata – Sasuke suspirou – pelo menos isso acabou, fui sincero com ele.

— Sério? – a rosada estava feliz.

— Fui demitido oficialmente como genro em potencial – Sasuke sorriu – agora que isso está resolvido nós dois podemos espalhar nosso compromisso.

— Vai com calma – Sakura riu – ainda temos alguns detalhes, você sabe...

— Não quero pensar nele agora, ainda temos uma semana antes da volta ao japão – Sasuke a abraçou – meu pai não vai nos separar.

— Eu sei – a Haruno se afastou para encará-lo – mas o que acontecerá com a Hina e o Naruto?

— Não sei – o Uchiha ficou pensativo – porque o Comandante sempre deixa a tarefa difícil com o Naruto.

De volta a sala...

O comandante andou em direção ao loiro e o encarou sério.

— O que você pensa? – perguntou para a filha – depois de ver novamente o Primeiro Sargento Uzumaki ainda gosta dele?

— Sim, eu gosto – Hinata disse, suas mãos estavam trêmulas, mas ela não iria mentir.

— E quanto a você Primeiro Sargento Uzumaki? – o homem engrossava a voz ainda mais – você tem o mesmo pensamento?

— Pergunte a mim – Hinata o interrompeu tentando poupar Naruto – por que o senhor continua...

— Sim, eu tenho – Naruto interrompeu Hinata respondendo ao Comandante e surpreendendo Hinata.

— Pensei que você teria o mesmo pensamento que eu – o Sr. Hyuga disse – que você perderia essa luta pelo bem de minha filha, me responda Uzumaki!

— Minha resposta...

— Não importa o que ele diga – Hinata segurou o braço do amado – eu não vou deixa-lo!

Naruto segurou a mão de Hinata entrelaçando seus dedos com os dela.

— Eu irei segurar a mão dela – ele encarou o Comandante.

— Você acha que tem qualificação para segurar a mão dela? – o homem retrucou.

— Se o senhor me transferir, eu irei para onde for enviado porque é meu dever – o loiro respondeu – vou fazer como sempre fiz até agora, no entanto dessa vez eu não soltarei a mão dela não importa o quão longe o senhor me mande.

Hinata olhava para Naruto como quem não acreditava no que estava acontecendo, ele estava mesmo enfrentando o pai dela. Ele realmente estava disposto a assumir aquele amor não importando as consequências. Seu coração batia acelerado e ela só queria abraça-lo.

— Hinata saia – o pai dela disse.

— Não quero – ela retrucou preocupada.

— Não disse a você mais cedo? – Naruto a encarou pela primeira vez – não se preocupe.

Ela entendeu o que ele quis dizer e depois de olhar firme para seu pai, saiu da sala os deixando a sós.

— Em meus trinta anos de vida militar, havia apenas duas coisas que eu queria – o homem suspirou pesadamente – ser um comandante honrado e ter o respeito de minha filha que resolveu seguir meus passos, mas parece que falhei em ambos. O comando que dei a você foi injusto, e a minha filha não me respeita. Bem já que conheço seus verdadeiros sentimentos eu direi a você os meus. Você pode namorar a Hinata, claro que eu considero e aprovo o casamento assim como esta decisão.

— Está sendo sincero? – Naruto finalmente conseguiu dizer, pois estava realmente surpreso com a atitude dele.

— Eu estou sendo sincero – o Sr. Hyuga respondeu – no entanto eu não tenho a intenção de ter um Primeiro Sargento como genro, ao invés disse deixe o exército e entre para a empresa da família materna da Hinata, o irmão de minha esposa é o presidente, aprenda o negócio eu providenciarei uma posição para você. Pense sobre isso até o último dia da sua missão aqui. E quando você voltar ao Japão me dê a resposta. Se você irá largar a mão que está segurando ou se você irá se tornar um homem digno dessa mão.