Medi Clube estava um caos total, muitas pessoas feridas precisando de atendimento. O dono da suína já havia feito escândalo no local querendo medicação da qual não precisava e os ânimos já estavam altos devido a toda aquela situação. As equipes haviam sido trocadas então Sasuke e os demais soldados estavam na sua base em Urk, enquanto o Tenente Coronel Orochimaru continuava as buscas por sobreviventes na usina. Mas a cabeça do Uchiha só conseguia pensar em Sakura, já haviam se passado 2 dias e ela estava desaparecida dentro da usina. Ela poderia estar ferida, com fome e sede e só de pensar nisso o desespero queria tomar conta dele.

— Sasuke – o loiro o chamou novamente depois de ter sido ignorado.

— Desculpe, o que disse? – o moreno respondeu.

— Com o que sobrou de comida será difícil alimentar todo mundo – Naruto disse enquanto eles saiam dos dormitórios do exército – incluindo a equipe médica e os feridos.

— Despois de voltar de um lugar de vida ou morte – Sasuke disse – há um problema de alimentação esperando por nós. Vamos ter que estender nossa ração de combate.

Os dois se viraram ao ouvir o barulho de um carro se aproximando. O veículo parou ao lado dos dois e uma mulher saiu dali de dentro. Ela usava roupas minúsculas e os dois a conheciam, era a dona do bar restaurante mais famoso de Urk.

— Imaginei que vocês estariam morrendo de fome – ela disse se aproximando dos dois.

— Alicia – Naruto disse e os dois olharam surpresos para as caixas que um homem tirava do carro.

— Isso vai dar? – ela abriu uma das caixas, dentro havia sanduiches – eu trouxe o suficiente para 200 pessoas.

— Perfeito – o loiro sorriu – você é a melhor.

— Nós vamos comprar bebidas de você para 200 pessoas – Sasuke também estava agradecido – por conta do Primeiro Sargento Uzumaki.

Naruto o olhou sério.

— Meu pagamento foi cortado – o Uchiha deu um sorriso sarcástico e pegou seu comunicador – pelotão 1 venham distribuir a comida.

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— Neji – a voz de Rock Lee ecoou na cozinha do quartel.

— O que? – o Hyuga estava sentado encarando as próprias mãos.

— Sua comida – o médico entregou o sanduiche e o refrigerante ao amigo – você precisa se alimentar.

— Hum – ele disse e nem se moveu para começar a comer.

— Neji...

— Como eu posso comer sabendo que ela pode estar passando fome? Ou pior ela pode estar gravemente ferida? – ele tentava segurar as lágrimas e as que saiam as limpava rápido.

— Ela precisa que todos nós estejamos bem pra quando voltar não nos dê aquela bronca – Lee sorriu, mas sentia o mesmo aperto no peito – não perca a fé, ela está bem.

Hinata ouviu tudo atrás da porta, ela que pediu para Lee levar o jantar do primo pois não iria conseguir confortá-lo naquele momento. Ela foi a última a falar com a Haruno e o primo que trocou de lugar com ela. Ele deveria estar se sentindo tão culpado. A Hyuga limpou suas lágrimas e saiu do local se dirigindo ao taque para lavar seu rosto, prendeu o cabelo e sentiu a água se misturar com suas lágrimas e por um momento se sentiu mais tranquila. Ela estava com uma toalha de rosto em volta do pescoço, mas alguém a puxou.

— O que...- ela olhou para o lado e viu Naruto com a toalha as mãos.

Ele olhou nos olhos dela tão intensamente que por um momento ela pensou que ele a beijaria. Mas o que ele fez foi enxugar o rosto dela. Hinata olhou ao redor para ver se tinha alguém por perto, mas nada.

— Foi por sua vontade vir aqui ou foi um comando do meu pai? – Hinata quebrou o silencio.

— Enviar os soldados mais capazes para os locais mais perigosos é a responsabilidade dos comandantes – ele respondeu.

— Eu não sei por que você está do lado dele – ela disse e suspirou – para a sua informação eu não gosto disso.

— Por favor ligue pra ele – Naruto sorriu – ele deve estar preocupado.

— E quanto a você? – ela e aproximou mais dele – se eu não estivesse em segurança, como você teria se sentido?

Naruto engoliu em seco, aquelas perguntas o pegaram desprevenido. Seu coração não parava quieto, ela estava tão linda sob a luz do luar. Seu cabelo preso com alguns fios soltos e sua pele levemente corada enquanto seus lábios se mexiam ele não conseguia deixar de encará-los, tudo em Hinata chamava por ele.

— Todas as vezes que eu fugi de você – ele começou a falar – eu me arrependi de todas.

— Mas você vai ficar apenas parado aqui? – ela disse sentindo seu corpo todo ansiar pelo toque dele.

O corpo dele se mexeu ao ouvir aquelas palavras, Naruto a abraçou tão forte como se ela estivesse querendo fugir, mas aquilo tudo era saudade. Ele apenas queria aproveitar o cheio e o calor dela. Respirou fundo e fechou os olhos, tudo o que queria era descansar nos braços de sua amada e ela finalmente tinha conseguido tê-lo de volta.

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Temari estava esterilizando tudo manualmente já que as máquinas tinham quebrado. Ela estava do lado de fora do Medi Clube. Shikamaru a observava de longe e notou que ela estava cansada, mas mesmo assim não parava.

— Saia – ele disse pegando o aparelho de suas mãos e se abaixando ao lado dela.

— Esse é o meu trabalho – ela disse irritada não se movendo do lugar.

— Eu vou fazer o seu trabalho, não seja problemática então saia – o Nara disse a encarando sério.

Temari o encarou surpresa, mas se afastou para que ele a ajudasse.

— Você não está assustada? – ele perguntou.

— Um pouco – ela disse e bocejou – mas fomos preparados para lidar com esse tipo de situação certo?

— É – ele disse e suspirou – queria estar em casa dormindo.

— Novidade – ela riu – logo logo tudo vai acabar e estaremos de volta a nossas vidas normais.

— Normais? – ele disse sem ânimo.

— Sim tudo vai ser como era antes – ela respondeu.

— Então vai agir como se não me conhecesse? – ele largou o que estava fazendo para encará-la.

— O que? – ela se surpreendeu com a pergunta – claro que não!

— Tem certeza? – ele chegou mais perto.

— Shikamaru para! – ela o empurrou e bateu em seu ombro – seu maluco!

Ela saiu dali pisando forte e deixou um Shikamaru sorridente para trás.  

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Sakura estava andando pelos escombros, mas nem sinal de alguém por ali. Nenhum barulho ou ruído, tudo estava silencioso. Seu corpo estava ficando fraco e sua cabeça não parava de doer, mas ela não podia desistir. Não sabia se era dia ou noite ou a quanto tempo estava ali, só sabia que teria que esperar o resgate.

— Água – ela ouviu uma voz – tem alguém ai?

—Sim! – ela respondeu – continue falando que eu irei até você!

— Me ajude por favor – o homem gritou.

Sakura andou sendo guiada pela voz e enfim encontrou o homem.

— Soujiro? – ela o reconheceu.

— Você é a doutora – ele disse – ainda bem, veja minha perna!

Sakura olhou e viu o grande e profundo corte na perna dele e se preocupou, sem esperar ela abriu a mochila de primeiros socorros e começou a trata-lo. Deu água a ele mesmo sendo pouca os dois teriam que dividir.

— Nós vamos morrer doutora – ele disse depois de tomar mais um gole.

— Não diga isso – a Haruno lhe deu uma injeção e começou estancar o sangue – o resgate está vindo.

— Isso é um comunicador? – ele disse ao ver o objeto pendurado na mochila da rosada.

— Está quebrado – ela disse.

— Posso dar uma olhada? – ele pediu e ela assentiu com a cabeça - posso concertá-lo!

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Do lado de fora da usina já era um novo dia e as buscas continuavam. Na ala que ainda não havia sido vasculhada uma escavadeira começava a retirar os entulhos, Naruto estava liderando aquela equipe com alguns soldados, os médicos presentes eram Shikamaru e Neji. Para desprazer do loiro o dono da usina estava lá também, Natsume.

— Me sinto renovado por dentro – o homem disse aplaudindo e rindo – vamos abrir caminho e eu vou pegar o que preciso.

— Tudo bem, parem – Naruto disse sério – equipe comecem as buscas por sobreviventes. Médicos também.

— Por que? – homem o encarou furioso – por que precisa de mais buscas?

— Ainda há três pessoas desaparecidas – o loiro disse controlando sua fúria.

— Que diabos de baboseira é essa? – Natsume retrucou – nessa situação deveria considerar os que faltam como mortos!

— Somente os médicos declaram mortes – Neji disse enfurecido.

— Os desaparecidos são sobreviventes e não desistiremos deles até o fim – Naruto disse por fim.

— Ora seu – Natsume foi pra cima de Naruto que se virou e saiu andando.

— O Senhor vai ter que sair dessa área – Kiba disse e junto com um outro soldado tiraram o homem dali.

Sasuke chegou logo depois com mais alguns soldados. Ainda deveriam investigar aquele local que não havia sido visto. Três pessoas ainda estavam desaparecidas e Sakura era uma delas, o tempo estava contra eles numa situação daquelas.

— Tudo bem por aqui? – ele perguntou para Naruto.

— Sim Capitão – ele respondeu – apenas o dono da usina, mas já foi retirado daqui.

— Ótimo – o Uchiha chegou perto do local que estava com uma passagem – vamos entrar então.

Ouviram um ruído vindo do comunicador do exército. Havia interferência e um grande chiado.

— O que é isso? – Naruto disse.

O......a......qu.....i.......

— Será que está interferindo com o canal dos médicos? – Kiba disse e pegou seu comunicador.

Aqui é a Doutora Haruno alguém na escuta?

Os olhos de Sasuke se arregalaram ao ouvir aquela voz, instantaneamente seu corpo relaxou. Ela estava viva, por Kami ela estava viva! Levou seu dedo até seu fone e o apertou para ouvir mais claramente a voz dela.

— Sakura – ele respondeu.

Neji o encarou ao ouvir o nome da amiga e se aproximou do Capitão.

Sasuke? – ela disse com ternura.

— Você está bem? Está ferida?

Tenho um paciente com uma fratura no fêmur e um corte profundo, mas não pegou nenhuma artéria. Ele precisa de atendi....

— Você está ferida?! – a voz dele saiu embargada de preocupação.

Não – ela disse quase sem forças – estamos na parte onde fica o escritório.

— Já estamos indo – Sasuke disse – espere só mais um pouco, logo vocês estarão a salvo.

Dentro da usina...

— Viu – Sakura sorriu – não vamos morrer.

— Esse cara parecia preocupado demais com você – Soujiro disse comendo a barra que ela havia lhe dado.

— Somos amigos desde pequenos – a rosada disse enquanto guardava as coisas.

— Só amigos? – o homem disse sorrindo de canto.

— Na verdade eu me arrependo – Sakura encarou as próprias mãos sujas de sangue – eu o rejeitei mais de uma vez por medo, e quando acordei aqui eu realmente pensei que fosse morrer e o único arrependimento que eu senti foi não ter dito a ele que o amo.

Sakura estava farta de fugir e estar tão perto da morte a fez perceber que sempre o amou. Não importando a distância ou as mentiras que ela contava para si mesma, ela o amava desde sempre.

Sasuke – ela disse assim que o viu parado em frente ao seu armário.

Finalmente – ele disse e abraçou a rosada.

O cheiro dele era tão bom e Sakura sempre se sentiu protegida dentro daquele abraço, ela se sentia importante, sentia que tinha valor pra alguém...

Perdeu alguma coisa Uchiha? – Gaara puxou Sakura para trás dele e encarou o moreno de frente – que eu saiba ela é minha namorada.

Desde a sua primeira vez com Sasuke.

Sakura sentiu seu corpo todo esquentar e formigar, ela e Sasuke finalmente eram um só. Mas por que ela estava fazendo isso? Apenas para se vingar de Gaara? Então por que escolheu Sasuke? Ela tentava segurar seus gritos, mas a sensação de ter Sasuke dentro dela a fazia gritar de prazer. O que aquilo queria dizer? Ela estava tão feliz de sua primeira vez ter sido com Sasuke. Por que não o tirava da cabeça? Sasuke...

Desde o primeiro beijo depois de anos.

— Tem certeza que não quer? – ela sorriu após mais um gole e se encostou na bancada perto da pia estendendo a garrafa na direção de Sasuke.

— Não é como se eu não tivesse escolha – ele disse.

A passos firmes ele se aproximou dela e com uma das mãos a puxou pela nuca colando seus lábios.

Enfim fez o que tinha vontade.

Ele a beijou.

Mesmo ela o tendo rejeitado quando sabia que o amava.

— Sasuke...- ela foi interrompida e o encarou.

— Eu devo me desculpar ou me confessar? – ele a olhou nos olhos sem desviar.

— O que eu devo fazer? – Sasuke perguntou outra vez diante do silêncio dela.

— Você é incrível Sasuke – a voz dela saiu fraca – é incrível, mas perigoso. Por favor se desculpe Capitão – a rosada disse friamente – eu vou aceitar.

— Me desculpe – ele disse sério – por favor cuide-se – ele deu um passo para trás e bateu continência em respeito – força e união.

Ela já havia sido burra e idiota com ele por todo esse tempo. Ela não merecia aquele amor, ela só o machucava. Mas daquele dia em diante ela mudaria e sempre iria escolher ser fiel de verdade aos seus sentimentos.

— Eu amo o Sasuke – ela disse como um sussurro.