Historinhas do Tio Emmett escrita por Ágatha Rivera


Capítulo 4
Os Três Vampirinhos


Notas iniciais do capítulo

Essa não ficou tão engraçada, então decidir colocar o Jake pra ficar fofa! HAUSHAUSHAUS. Mas não se preocupem, logo volto com umas melhores!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/78215/chapter/4

Os Três Vampirinhos

 

– Emmett – Jake me chamou, estalando os dedos à minha frente para atrair a atenção de minha mente voadora.

Bem, “voadora” entre aspas. Nem mesmo se eu quisesse poderia deixar de ouvir o que ele estava falando; ser um vampiro que ouve coisas até quando se está no mundo da Lua ou a quilômetros de distância da pessoa que falou, às vezes é muito chato.

Suspirei e o encarei.

– Eu ouvi o que você disse. Sim, Nessie continua gostando das minhas histórias. Não, ao contrário do que você pensa, não estou difamando a sua imagem nem a de qualquer um da minha família ou narrando coisas impróprias – menti descaradamente.

Isso me lembrou um pouco de como já foi horrível mentir ou mesmo esconder coisas de qualquer Cullen antes de Bella se tornar vampira. Edward era o maior dedo-duro apesar de dizer que “odiava ler os pensamentos das pessoas/vampiros”. Porém, uns três meses após nosso confronto com os Volturi, Bella já tinha tanta prática no uso de seu escudo que, a pedido do próprio Edward, cedeu a cada um de nós um “pedaço” dele, usando-o para envolver nossos cérebros.

Em poucas palavras, Edward não podia mais ler os pensamentos de nenhum de nós (parêntese para uma comemoraçãozinha básica, UHUUUUUL!), sendo que o maior e mais resistente pedaço ficou com Jacob – conseguem adivinhar o motivo? – pela razão de que Edward não estava nem um pouco a fim de ouvir os futuros desejos do lobo por Renesmee quando ela estivesse adolescente... Muita esperteza!

– Ah, claro – ele balançou as sobrancelhas divertidamente, sem dúvida armando alguma coisa. – Então não vai se importar se eu ficar para ouvir a história de hoje, não é?

Bufei mentalmente. Na verdade, eu não havia conseguido pensar num “remake” muito bom para a história dos três porquinhos, ou traduzindo: A história estava sem qualquer comentário de duplo sentido ou safadeza explícita, de modo que não faria nenhum mal se Jake a ouvisse. Mas mesmo assim, ela ainda difamava um pouco os personagens, razão pela qual resolvi admitir:

– Muito bem. Eu difamo vocês um pouco.

– Sabia!

Como eu já imaginava, não houve acordo. Jake e sua teimosia chata sentaram numa cadeira ao lado da minha na hora de contar a história para Nessie. Ótimo. Agora além do cheiro (só um pouco) atraente do sangue de Nessie, tinha cheiro de cachorro molhado (tinha chovido) com sangue que seria até bom se não combinado com o fedor.

Bufei e abri o livro.

– Jake vai ficar e ouvir a historinha hoje? – indagou Nessie.

– Jake vai ficar e ouvir a historinha hoje. – afirmou Jacob, sorrindo e apertando a mão da garota.

Ignorei o açúcar excessivo daquele relacionamento imprinting.

– Bom, vamos começar – limpei a garganta. – Era uma vez três vampirinhos vegetarianos muito bons, muito amigos, muito rápidos e muito fortes – Jacob revirou os olhos e Renesmee sorriu. – Seus nomes eram Edward, Jasper e Emmett. Quando decidiram construir a casa própria, cada um teve uma idéia diferente. Jasper construiu uma casa de palha e gravetos à beira-mar. Emmett, uma agradável casinha de madeira escura no alto de uma montanha pequena, e Edward um chalé de tijolos no meio da floresta.

– Hum – Jacob murmurou desconfiado para o começo da minha história, aparentemente inofensiva.

– Vai gostar, Jake – disse Renesmee com um grande sorriso. – O tio Emmett faz historinhas muito boas.

Eu sorri de volta para ela, emocionado internamente.

– Obrigado, Nessie, mas essa tá meio ruinzinha. Bom, então... Eles viviam felizes em suas casinhas até que o vampiro Aro Volturi resolveu aparecer – revirei os olhos. – Ele se faz de bonzinho, mas no fundo é um canalha desprezível.

– Por que ele resolveu aparecer? – indagou Nessie. Surpreendi-me ao perceber o pouco de raiva e ironia na voz. – Não tinha nada que se meter aonde não foi chamado.

– Concordo, Nessie – Jake murmurou, erguendo novamente as mãos entrelaçadas dele e de Renesmee para beijar as costas da dela. – Nada.

– Ahn... – droga, eu não tinha pensado na razão. – É que a equipe do Aro estava de férias e ele tinha ouvido falar que a filha super linda de Edward com uma stripper psicótica ex-humana chamada Bella estava de férias em alguma das três casas, e resolveu procurar em todas, já que ele queria destruir a menina – terminei às pressas.

Dei-me conta de repente que Jacob olhava para mim de queixo caído. Droooooga, eu tinha me esquecido de Jake!

– Super linda? – Renesmee sorriu para mim.

Stripper psicótica ex-humana? – Jacob perguntou embasbacado.

Bom, ela beijou você, não foi?, pensei. Mas é claro que eu não iria dizer isso com Nessie por perto!

– É! O que é que tem, nessa história a Bella vai ser uma stripper, ué! – exclamei, e, para minha surpresa, Jake desandou a rir.

– Tio Emmett, o que é uma stripper? – Nessie fez um biquinho. – Outra coisa que eu não posso saber ainda?

– Acertou em cheio, Nessie – sorri para ela.

– Então continue, ó, grande contador de histórias Emmett – debochou Jacob.

Fiquei todo prosa, e ajeitando-me melhor na cadeira, prossegui:

– Bom, Aro chegou perto da casinha de Jasper e mandou ele abrir a porta. Jasper não abriu, claro. Então Aro soprou bem forte e, como a casinha do Jasper era feita de palha, desmoronou!

– Óóóóóóóóó! – Jacob ironizou como se fosse a coisa mais incrível do mundo. – Sério?

– Sério. Jasper, frouxo como uma menininha, sabia que não podia enfrentar Aro sozinho e correu dele. Escalou a montanha até chegar na casa do poderoso, forte e inacreditavelmente bonito Emmett – tomei o cuidado de não olhar para meus ouvintes, que sem dúvida deviam estar revirando os olhos – e lá contou tudo ao vampiro que daria a vida para ser igual. Emmett, como era muito corajoso, quis enfrentar logo o Aro-Banana, mas Jasper o convenceu a irem atrás de Edward antes, porque ele devia querer ajudá-los a dar uma lição no Volturi. Então eles foram, e quando Aro destruiu a casinha de madeira de Emmett, não havia mais ninguém lá.

Renesmee parecia estar nervosa, pois notei que ela apertava a mão de Jacob com força e seu rostinho angelical estava deformado numa careta preocupada. Poxa. Era só uma história! Que capacidade de se envolver com a narrativa, hein?

Jake por sua vez estava cheio de humor no rosto, parecendo gostar dos meus comentários sugestivos com relação aos vampiros que conhecíamos.

– Jasper e Emmett desceram a montanha e adentraram na floresta, entrando rapidamente no chalé de Edward, quebrando a porta. Edward perguntou que invasão era aquela, mas os dois rapidamente explicaram qual era o caso e Edward quis prontamente bater no vampiro ridículo e sanguinário que era Aro. Eles esperaram até que o Volturi viesse demolir as paredes do chalé de tijolos e o atacaram, começando a luta! – rosnei como se fosse um leão.

– Oh! Ah... Oh! – Renesmee parecia não conseguir dizer nada mais elaborado.

– E o que aconteceu? – quis saber Jacob. Sorri ao ver a curiosidade em seu olhar.

– Claro que ganharam de lavada. Três contra um, que covardia! Mas destruíram toda a casa de Edward, inclusive o grande pôster sensual da stripper Bella que estava na sala – Jake riu antes de revirar os olhos. – Aro foi quebrado, decepado, queimado e derrotado. Naquele fim de semana mesmo os três vampirinhos foram visitar Renesmee, a filha/sobrinha em questão, e nunca mais construíram casas por si mesmos! FIIIIIM!

Renesmee sorriu sonolenta e Jacob me encarou.

– Hã... Não sou expert nisso, mas ela não devia estar dormindo? – ele ironizou apontando com a mão livre para Nessie.

Fiz uma careta para ele e, quando nós dois voltamos a encarar o grande pingo de gente, ela já estava com os olhos fechados.

– Uau! – ele exclamou. – É rápida no gatilho!

– Sssh! – fiz para ele, e nós saímos do quarto rindo baixo.

– O que achou? – indaguei, quando já estávamos no corredor.

– Gostei – Jacob deu de ombros. – Gostaria de ouvir as outras sobre o “frouxo” Jasper, a “stripper psicótica” Bella e o “poderoso, forte e inacreditavelmente bonito” Emmett.

– Sabe o que é que é, cachorro? Eu gosto de privacidade.

Ele riu e eu acabei rindo com ele.

– Tanto faz, sanguessuga – ele sorriu ironicamente para mim. – Mas eu gostei. Você é bom.

Confesso que me surpreendi com o elogio.

– Hum... Obrigado?

Jacob me deixou embasbacado e saiu, rindo consigo mesmo. Sorri para a parede. Eu já estava formulando uma nova historinha na cabeça e essa, sem dúvida, era muito melhor que a dos três porquinhos, ou melhor, três vampirinhos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como foi? Muito ruim? Legalzinha? Sorry a lot! :/'