—Está atrasada para o ensaio. - Edward não conseguiu disfarçar o sorriso ao ver a namorada. Ele se aproximou dela e a abraçou. Não sabia como conseguiria ficar longe dela. Ele nunca foi uma pessoa melosa, mas Bella o havia mudado e se dependesse deles, os dois ficariam grudados o dia todo. 

—Não vim para o ensaio. - Passou os braços ao redor do pescoço dele o trazendo para mais perto. - Vim exclusivamente para te ver, mas ouvi um pouco do ensaio e vocês estão perfeitos. Poderia ajudar o Jasper a cantar, eu amo quando você canta. Fico arrepiada. - Ele estava se acostumando com a sinceridade e falta de desinibição dela. 

—Posso cantar para você. O que quer ouvir? - Ele também sabia seduzir quando queria e dois poderiam jogar aquele jogo.  

—Você gritando o meu nome quando chegarmos ao ápice do amor. - Edward se chocou com as palavras dela e depois do choque veio a compreensão total das palavras. 

—Seu desejo é uma ordem. - Ele a ergueu e Bella passou as pernas em volta da cintura dele. Edward agradeceu por Jasper ter escolhido o celeiro mais distante. Ninguém iria ali naquele horário e ele poderia atender ao pedido da namorada. - Mas eu também quero te ouvir gritar. 

Eles teriam que improvisar. Por mais que o celeiro fosse distante, não poderiam se esquecer de onde estavam. Edward puxou uma manta, alguns funcionários costumavam descansar ali, e a estendeu sobre o feno a deitando em seguida. Aprovou a escolha no vestido. Pouparia tempo a eles. Abriu o botão da calça e empurrou o suficiente para se libertar. 

—Tão pronta…  - Sussurrou ao passar o dedo pela parte dela que mais ansiava por ele. - Ah, Bella, não sabe o que está fazendo comigo. 

—Espero que o mesmo que está fazendo comigo. - Ela entregou o pequeno envelope para ele. 

—Você planeja tudo mesmo. - Perto dela ele se esquecia de tudo. Até mesmo do maior medo dele. Balançou a cabeça afastando o pensamento e se concentrou em Bella que se contorcia debaixo dele ansiando por mais contato. – Calma, anjo. – O apelido aquiesceu Bella e ela segurou o rosto dele entre as mãos. – Vou te dar o que você quer. – Prometeu e ela o beijou com carinho. - O que eu também quero. – Susurrou em meio ao beijo e os uniu com lentidão.

Estar com Bella era algo que Edward ainda não conseguiu descrever, mas com ela em seus braços e os dois envoltos por feno, a palavra mais próxima que ele encontrou para descrever o momento foi: LAR. Ele esteve perdido por muito tempo, sem saber o que fazer a seguir, como encontrar quem ele era ou até mesmo um significado para continuar. E agora ele tinha encontrado tudo isso e muito mais. Ele estava em casa, seguro e feliz.

—Meu pedido. – Bella o lembrou e os dois gritaram o nome um do outro. Os dois estavam em casa.

Come a little closer, come a little closer

Come a little closer, girl the way you look tonight

My eyes are the only thing I don't wanna take off of you

Venha um pouco mais perto, venha um pouco mais perto

Venha um pouco mais perto, garota do jeito que você está hoje à noite

Meus olhos, são a única coisa que eu não quero tirar de você

My eyes have seen

Some amazing things

But girl, my eyes ain't seen

Nothing quite like you, hey baby

Meus olhos já viram

Algumas coisas maravilhosas

Mas garota, meus olhos nunca viram

Nada como você, hey baby

Edward cantou enquanto os corações deles se acalmavam.

—Você deveria cantar mais vezes. – Bella deitou a cabeça no peito dele.

—Qual das músicas? – Perguntou acariciando as costas dela.

—Todas. – Respondeu sorrindo maliciosamente. Bella ergueu o vestido e o tirou por completo.

—Céus! Vai acabar comigo desse jeito. – Edward gemeu e Bella se colocou sobre ele apoiando em uma pilha de fenos.

—Esse lugar é estranhamente muito excitante. – Edward inclinou beijando os seios dela e Bella arqueou batendo com força no feno e foi aí que o desastre aconteceu. Um pequeno pedaço de madeira caiu e junto com ele um lampião. Edward os levantou e colocou Bella em segurança atrás dele enquanto apagava o fogo. Graças a rapidez dele não causou grandes danos, mas foi o suficiente para chamar a atenção do Vovô que passava por perto em sua caminhada matinal.

Ele espiou dentro do celeiro e teria se espantando com a cena, uma Bella segurando o vestido na frente do corpo e um Edward usando uma manta para abafar e apagar o fogo. Ele teria se espantando se já não estivesse acostumado com as excentricidades do neto e da namorada dele.

Vovô pensou em entrar e ajudar, mas o casal começou a rir e logo estavam se beijando. Ele não iria os interromper.

—Esses jovens. Viu, meu amor? Nosso neto aprendeu direitinho.

[...]

—Agora está tudo explicado. – Carlisle riu. Ele esteve se perguntando o que teria acontecido no celeiro. Pensou que talvez Seth ou algum dos jovens funcionários tivesse aprontando alguma. Mas não teria imaginado que fora obra do filho.

—Não conheço mais os meus filhos. – Charlie lamentou cobrindo o rosto com as mãos e Sue o consolou.

—Eu sou inocente. – Seth mergulhou na piscina. Enquanto o Vovô contava a história o garoto entrou na piscina.

—Bem, nós estávamos apenas conversando. – Edward tentou se explicar e foi fuzilado pelo olhar do sogro.

—Deveríamos tentar essa. – Emmett abraçou a esposa.

—Sem lampiões por perto. – Rosalie o alertou.

—Eu também quero um caubói. – Angela reclamou e Ben, que também trabalhava com Bella, passou o braço em volta dela.

—Conheço uma loja de fantasias que fica aqui perto. – Piscou e ela corou. Os dois não se assumiam, mas todos sabiam que eles estavam juntos. – A menos que um dos dois tenha algum chapéu para me emprestar.

—Eu tenho. – Seth informou saindo da piscina.

—Você trouxe uma sunga? – Sue perguntou surpresa.

—Mãe, fala sério. A Bella falou que o padrasto dela é podre de rico. É claro que ele teria uma piscina em casa. – O garoto pegou um salgado e jogou na boca. – Isso está ótimo. – Comentou de boca cheia e foi a vez de Bella ficar envergonha.

—Sinto muito, Phill. Meu irmãozinho é bem sem noção. Eu apenas disse que você... – Ela pensou no que poderia dizer sem deixar a situação pior ainda, mas não encontrou nada.

—Tudo bem, Bella. – Phill a tranquilizou e segurou a mão da namorada. – Eu tenho muito dinheiro e agora tenho pessoas na minha vida para me ajudarem a desfrutar de tudo isso. – Apontou para a propriedade. – Essa piscina nunca foi usada, então aproveite bastante, Seth. – Não foi preciso dizer duas vezes, Seth se jogou na piscina. – Essa é a verdadeira riqueza. Família e amigos. Sei que mal nos conhecemos, mas espero que um dia possam me ver como um amigo e quem sabe algo mais. – Ele deu um beijo na bochecha de Renée.

—Phill está certo. – Edward apertou a cintura da namorada. – Houve um tempo em que eu pensei que só seria feliz se continuasse nos rodeios, se eu tivesse muitos “amigos” e se as pessoas continuassem a me ver como o cara invencível e incrível. Um touro me ensinou que tudo o que tinha era passageiro e que essa felicidade era falsa. Quase morri e perdi tudo o que achava que me era precioso. Bella. – Os dois se olharam como se só houvesse os dois ali. – Você me ensinou o que é a verdadeira felicidade. E através de você conheci pessoas maravilhosas. – Sue suspirou e Charlie fez uma careta, mas gostou das palavras do genro. – Parabéns, meu anjo de salto alto. Que esse seja apenas o primeiro de muitos aniversários que passamos juntos.

—Estou tão emocionada. – Alice foi abraçada pela mãe. – Eles são um casal tão lindo. E eu fiz isso acontecer. – Talvez ela largasse a veterinária e investisse no ramo casamenteiro.

—Quero propor um brinde. – Emmett ergueu a taça. – A Bella. Que uniu um grupo bem estranho, no bom sentido, é claro. E os transformou em uma família. A mulher com quem tive o encontro mais estranho de todos.

—Não foi o mais estranho. – Emmett olhou para as várias pessoas que protestaram e Rosalie disse que o explicaria depois.

—Enfim... Esse encontro me levou ao amor da minha vida. E sou grato a Bella por isso.

—Não posso dizer que tive alguma participação nisso...  

—Vamos fingir que teve. – Emmett resmungou. – Obrigado, Bella. E obrigado por derreter o coração de gelo do meu amigo. Acho que todo aquele mal humor dele era falta de se... – Edward conseguiu empurrar o amigo antes que ele terminasse a palavra e Charlie o matasse no processo. Ele só não contava com o fato de estarem muito próximos a piscina e Emmett acabou se juntando a Seth na água.

—O que ele disse? – Vovô perguntou e Charlie se colocou de pé. Ele precisava colocar ordem na situação.  

—Parabéns filha e espero que saia logo um casamento. – Encarou Edward. - Não quero ter que usar da minha posição para obrigá-lo a isso.

—Acho que ... – Edward pensou em jogar Rosalie na piscina também, mas ela entendeu o recado no olhar dele. O assunto casamento era segredo.

—Quero o melhor para sua filha, Sr. Swan. Não se preocupe com as minhas intenções.

—Está na hora do bolo. – Bella anunciou batendo as mãos. A família ainda acabaria com ela, mas ela os amava mesmo assim.

Bella entregou o primeiro pedaço de bolo para Edward e ele sorriu a abraçando. Ela sempre acreditou que relacionamentos a distância não dessem certo, mas os dois estavam indo muito bem. É claro que nada se comparava a estarem juntos.

Estar junto de Edward a deixava mais feliz do que ela imaginava ser possível. O relacionamento deles estava sendo construído a base de cumplicidade, respeito e honestidade. Eles conversavam sobre tudo. Os medos, os sonhos... E até mesmo sobre formarem uma família. Bella já conseguia ver crianças de olho verdes atrás do pai enquanto ele os ajudava a montar nos cavalos. E em outros momentos ela via essas mesmas crianças andando com ela pelas ruas de Phoenix, fazendo passeios de balão ou simplesmente brincando no escritório enquanto ela planejava casamentos.

—Está tão pensativa. – Edward levou a colher até a boca dela lhe dando um pedaço de bolo.

—Só estou feliz. Vai ficar a semana toda? – Ela tinha planejado cada minuto daquela semana. Reservou várias horas para ficarem no apartamento dela, apenas os dois.

—Sim. Estou ansioso por isso. – Para quem não queria sair do rancho, Edward estava se acostumando a ficar longe de casa.

—Seth vai ser seu guia enquanto eu trabalho.

—Ele me contou. Vamos a um jogo de basquete. – Ele não gostava muito do esporte, mas o cunhado era muito fã e não custava nada acompanhá-lo.

—Prometo de recompensar depois. – Aproximou mais dele e Bella escutou o rosnado do pai.

—Vou cobrar. – Dessa vez Charlie pigarreou e Bella estava prestes a reclamar...

—Linda Bella! – Ela sorriu para o amigo e foi abraçá-lo.

—Garrett! Que bom que você veio.

—Quando foi que perdi um aniversário seu? – Foi a vez de Edward rosnar e Charlie sorriu.

—Ele pode abraçá-la? – Perguntou cruzando os braços para evitar agredir o amigo da namorada.

—Ele é amigo dela. – Garrett tinha um jeito espalhafatoso e Charlie podia jurar que ele era gay, por isso nunca se importou com a amizade dos dois.

—Agora eles são apenas amigos. – Sue comentou e os dois homens a encararam.

—Está dizendo que eles já tiveram algo? – Edward queria voar no homem e arrancar a namorada de perto dele.

—É claro. – Sue riu. – Foi um namoro rápido.

—Espera. – Charlie ergueu as mãos juntando alguns pontos. – Eu vou matar esse sujeito. – Cerrou os punhos.

—O que perdi?

—Um colega de trabalho flagrou os dois em um carro. A descrição do sujeito bate com a dele.

—Ele é o sujeito do carro? – O ciúme de Edward atingiu um nível que ele não achava ser possível. – Eu bato e você segura?

—Podemos revezar? – Sue se colocou na frente dos dois.

—Agora querem virar amigos?  – Sue olhou os repreendendo. – Deixem o Garrett em paz. – Ordenou apontando o dedo para eles. – Bella ama é você. – O coração de Edward bateu mais forte ao ouvir aquilo. – Garrett e todos os outros são passado e não significaram nada.

—Espera. Tiveram outros? – Charlie quase engasgou.

—Teve o dos trinta segundos. – Sue e Edward riram juntos, mas Charlie não achou a menor graça.

—Preciso de uma bebida. – Avisou indo até o bar.

—Sabe, o meu preferido é o das estrelas. – Edward sorriu.

—Sue, não quero parecer um homem das cavernas, mas você não acha que esse sujeito está passando dos limites?

—Garrett? Ah, não, ele é assim mesmo. Você vai conhecê-lo melhor.

—Linda Sue. – Garrett deu um beijo estalado na bochecha dela. – Está maravilhosa como sempre.

—Sempre encantador. – Ela deu uma risadinha.

—Olá Caubói. Como vai? – Garrett o abraçou apertado e o beijou na bochecha. – Parabéns por conquistar a Bella. – Soltou Edward e abriu os braços. – Agora que somos amigos.

—Nós não somos amigos. – Protestou e Garrett abanou as mãos o ignorando.

—É claro que somos, querido. Bem, já que somos amigos, faço questão de preparar o buffet do casamento da sua irmã, pessoalmente.

—Não precisa se incomodar. – Edward tentou argumentar e fazer o outro desistir da ideia.

—Não é incomodo algum. Eu amo a Bella e...

—Eu amo mais. – Edward falou sem pensar e o coração de Bella disparou.

—Você ama? – Estendeu a mão e Edward a segurou.

—Não era para falar assim, mas fico feliz em dizer. Eu te amo, Bella.

—Esplêndido! – Garrett bateu palmas e Sue o puxou deixando o casal a sós.

—Eu definitivamente não amo esse cara.

—Ele é um grande amigo. – Bella apoiou as mãos no peito do namorado. – Achei que eu seria a primeira a dizer.

—Você pode fingir que eu não disse nada.

—Impossível. – Pegou a mão dele e colocou sobre o coração. – Também te amo, Edward. Você me faz feliz. – Ela fungou segurando as lágrimas. – Você me faz bem. Você me faz ver estrelas. E você me faz acreditar em sempre mais.

—Você me transformou num bobo apaixonado. – Ele a puxou para mais perto. – Você me transformou na melhor versão de mim. 

—Posso dizer o mesmo. – Bella inclinou para beijá-lo.

—Essa vai para o Instagram. – Seth já estava publicando a foto do casal.

—Será que conseguimos melhorar as nossas famílias? – Edward perguntou rindo.

—Acho que não há nada para melhorar. Assim já está perfeito.

—Desafio aceito, meu Anjo. – Declarou a abraçando. Ele tornaria tudo ainda melhor.