Ensaios escrita por Vanilla Sky


Capítulo 4
Capítulo Quatro - Ano-Novo


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, gente! Tudo bem com vocês? Eu espero que sim ♥ vou fazer um textinho aqui nas notas, espero que não se incomodem.

Primeiramente, a qualquer pessoa que esteja acompanhando essa história, eu peço mil desculpas pela demora em atualizar de mais de um ano. O capítulo de Natal eu propositalmente atrasei para ser temático, porém, com o capítulo de Ano-Novo, meio que saiu do meu controle; eu comecei a escrever logo em seguida ao capítulo de Natal, contudo, aos poucos, mesmo que WandaVision estivesse em alta, eu vi que não daria conta de todas as minhas fics, e estava um pouco desmotivada para escrever essa, especificamente (e mais algumas também). Justamente por causa desse desânimo eu acabei focando em alguns outros projetos, especialmente mais curtos, que já estão finalizados (por exemplo Beginning, Middle, End, Keep Me, as oneshots da minha coletânea, etc). Eu também estava fazendo meu TCC, e isso tomou MUITO do meu ano. Várias vezes eu tive a intenção de continuar com essa fic, e escrevia pouco a pouco do capítulo, mas acabou passando tanto que eu mesma decidi esperar a vida se acalmar um pouco para colocar a cabeça no lugar e escrevê-la com calma, que calhou de ser no final de ano. Não sei se vou ter leitores, alguns eu acho que nem possuem mais conta no site, mas postar agora é um sinônimo de que as coisas estão dando certo e eu estou muito feliz ♥

Acho que vale lembrar que eu comecei a escrever essa fic lá em 2019, em uma época bem diferente da minha vida (e do mundo). Mas, relendo alguns trechos, eu percebi o quanto me orgulho dela; ela foi um presente para a minha amiga querida, Lis, e espero que ela possa ler e aproveitar tanto quanto na primeira vez que leu :) mas assim, as ideias eram um pouco mais vergonhosas na época porque eu estava LONGE de ter a maturidade que tenho hoje em dia, devido a vários fatores, e LONGE de ter a maturidade que vou ter no futuro. Tentei me manter o mais fiel possível às ideias e manter os diálogos que tinha na minha cabeça vivos, mas mudei uma coisinha e outra, hehe.

Ah! A música mencionada nesse capítulo é Hiding, da Florence + The Machine. Acho que eu nunca falei sobre meu amor pela Florence. JESUS eu amo essa mulher. Essa música estava na minha cabeça quando eu comecei a escrever a história, e desde o início eu já sabia que ia colocá-la na festa de Ano-Novo. Não coloquei a tradução, mas vocês podem encontrá-la aqui: https://www.musixmatch.com/pt-br/letras/Florence-The-Machine/Hiding-Bonus-Track/traducao/portugues, e escutar a música aqui: https://www.youtube.com/watch?v=nJeNjZqlcDE. Até hoje essa música me lembra a Wanda e o Visão, e eu talvez a utilize em outras oportunidades. Veremos :)

Boa leitura!



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(Duas semanas antes do primeiro beijo)

O som de vozes e música alta estava distante e abafado quando Wanda Maximoff folheou mais uma página de seu novo livro, um presente que ganhara de Natasha no Natal. Como uma estrangeira, da mesma forma que ela, era interessante que ambas adentrassem um pouco mais na cultura americana, e, por isso, a leitura escolhida era um romance ambientado na Guerra de Secessão, bastante elogiado pela colega.

Um suspiro escapou de sua boca quando terminou mais um capítulo da obra, puxando mais um pouco das cobertas para se esconder do frio pungente da Costa Leste dos Estados Unidos. O calendário na cabeceira da cama apontava que era dia 31 de dezembro, último dia de 2015, e Tony Stark havia preparado a maior festa do ano para comemorar aquele final de um ciclo conturbado na história da Equipe. A batalha contra Ultron fora uma ameaça inesperada, bem como a vinda repentina de Wanda para se juntar aos Vingadores tão perto da batalha final. 

Wanda fechou o livro e acariciou a capa e a lombada, observando os detalhes desenhados, mas com a cabeça em outro lugar completamente. Pensou em Visão, e em quando ela havia aceitado a morte certa dentro daquele trem em Sokovia, mas foi instantaneamente salva pela figura robótica que havia acabado de conhecer. Enquanto ele a levava para um lugar seguro, sem dizer qualquer palavra, ela observava todas as características de seu rosto sintético: a mandíbula, os olhos azuis, as linhas em seu rosto, e, um pouco menos por conta da posição, observava a roupa esverdeada e a capa dourada em suas costas. Jamais imaginaria que, em período consideravelmente curto, os dois iriam ao cinema e comemorariam datas especiais juntos.

As lembranças do Natal ainda estavam vivas em sua mente; a janta preparada com alguns pratos de sua comemoração típica, a vela acesa significando o final da festividade, o presente na manhã seguinte ao acordar confortável em sua cama. Há tempos não dormia tão bem, uma sensação de segurança ao saber que Visão estava cuidando do ambiente. Era difícil descrever; mas algo na presença dele trazia uma sensação de tranquilidade e aconchego a qual não sentia há meses.

De repente, as reflexões de Wanda foram interrompidas por uma batida na porta:

— Olha, eu sei que o presente foi muito bom, mas não a ponto de você perder a maior festa do ano para ler. 

Natasha Romanoff adentrou o quarto elegantemente trajada com um longo vestido preto (porque quem liga para a tradição de usar branco, o patriarcado?) e um casaco estilo bolero de mangas compridas e lantejoulas igualmente escuras que cobriam seus braços nus e o colo à mostra. Wanda aplaudiu e assobiou, fazendo com que ela desse um rápido rodopio ao entrar e sentar-se no puff em frente a ela. 

— Posso saber o porquê da minha acompanhante não estar pronta?

Wanda arregalou os olhos. 

— Acompanhante?

— É lógico! Estou somente esperando você para irmos festejar juntas. – Natasha fez uma pausa. – Não me diga que você esqueceu do dia de hoje? Wanda, eu vou te dar uma surra se você tiver…

— Não se preocupe, Nat. – Sorriu Wanda, colocando o livro de lado e levantando da cama. – Tem um calendário bem aqui. Mas não estou com vontade de ir para essa festa. Sinto que não tenho nada para comemorar.

— Eu entendo que seja difícil passar mais um feriado sem o seu irmão… Apesar de você ter sido tratada igual a uma princesa no Natal que eu sei. – Natasha deixou o local em que estava sentada e passou os braços ao redor de Wanda com um sorriso travesso de orelha a orelha, sentindo uma risada contida desta na forma de uma respiração mais pesada quando mencionou o Natal. – Mas ficar sozinha aqui também não é muito fácil, não acha? Pelo menos você se distrai um pouco lá embaixo, ri das excentricidades do Tony e pensa em outra coisa por algum tempo.

As mãos de Natasha correram pelos braços de Wanda para segurarem seus pulsos quentes sob as cobertas, e o rosto da Viúva Negra se contorceu como se ela estivesse pensando em algo bastante propício para aquele momento em particular. Em seguida, porém, seus lábios teceram um lindo sorriso por trás da pele coberta de maquiagem, e ela disse em seguida:

— Que tal se eu te arrumar e você ficar somente uma hora na festa?

As sobrancelhas de Wanda logo se arquearam em dúvida, e ela mirou o relógio na cabeceira antes de tornar o rosto para a amiga novamente.

— Natasha, ainda são oito horas da noite. Eu não vou fazer você me enfeitar somente para ficar uma hora. Melhor eu não ir.

— Mas todos sentem a sua falta lá! O Visão sente a sua falta com certeza. – Wanda torceu o canto esquerdo da boca, evitando o olhar de Natasha. – Vamos, Wanda, eu prometo que vai ser bom. E, uma hora depois que nós chegarmos, eu me disponho a subir e ficar com você no seu quarto. É um bom plano?

Um tanto relutante a princípio, a outra concordou com um aceno de cabeça e um sorriso simples para selar o acordo, provocando um abraço apertado ao redor de seu pescoço e comemorações não tão silenciosas de Natasha, a qual, em seguida, levantou e vasculhou o armário de Wanda em busca de uma roupa que estivesse de acordo.

— Pode separar alguma roupa bem simples, Nat. – Disse Wanda enquanto mexia em algumas maquiagens por cima da penteadeira. – Eu nem cheguei a arrumar o cabelo mais cedo.

Natasha soltou uma única gargalhada alta, balançando a cabeça.

— Não sob minha custódia.

Não demorou para Wanda encontrar-se vestida em uma peça longa e com tom o qual se aproximava do dourado, com lantejoulas âmbar pelas mangas compridas, as quais ainda possuíam aberturas rasgando logo abaixo do ombro até o cotovelo, presa por botões e dando uma aparência bufante. E, instantes depois, encontrava-se sentada na banqueta da penteadeira, os olhos lacrimejando enquanto Natasha aplicava lápis de olho ligeiramente acima da pálpebra inferior da moça.

— Nat, isso incomoda! – Wanda encontrava-se lacrimejando, e Natasha apenas fez um “tsc” com o canto da boca.

— Você chegou na Base com os olhos pesados de maquiagem, não entendo como que não sabe mais passar um lápis... Pronto, terminei. – Natasha deu um passo para trás; Wanda estava deslumbrante, contudo, ainda havia um detalhe: seu cabelo estava solto e bastante despenteado. Pensou em deixá-la com o visual mais despojado, contudo, de modo algum combinaria com a roupa.

A Viúva Negra, portanto, buscou uma escova de cabelo na gaveta da penteadeira para desembaraçar o cabelo castanho e penteá-lo para trás, pensando em algum penteado possível. Para distrai-la da dor advinda de certos fios sendo puxados, perguntou, despretensiosamente:

— Então... O que você e o Vis fizeram no Natal, exatamente?

Wanda batucou os dedos por cima do vestido, cruzando as pernas e trazendo os joelhos para perto do peito. Natasha sabia apenas superficialmente dos detalhes, mas desconhecia o que verdadeiramente se passara naquela noite e na manhã subsequente. Em verdade, Wanda não contara para ninguém que não fosse seu irmão, através das orações que frequentemente fazia com sua foto em mãos.

— Foi bem tranquilo. Assistimos um filme juntos e ele cozinhou algo.

— Entendo... E rolou mais alguma coisa, igual no dia do cinema? – Insistiu Natasha.

— Absolutamente nada. – Mentiu ela. – Exceto por um detalhe.

Wanda buscou, com a mão livre, uma caixa de veludo dentro da gaveta no lado oposto da cama, envolta por uma áurea vermelha e parando diretamente sobre sua palma.

— Ele me deu isto. – E abriu o pacote para mostrar o colar de ouro branco.

Os olhos de Natasha brilharam, e ela manteve o corpo totalmente ereto para evitar de mostrar seu sorriso involuntário no reflexo do espelho. Cuidadosamente arrumou o cabelo de Wanda no que inicialmente seria um rabo de cavalo, o coro cabeludo tão bem escovado que não havia um fio sequer fora do lugar. Entretanto, ela rapidamente mudou de ideia, amarrando o cabelo de Wanda com um elástico, mas puxando alguns grampos no bolso do vestido para levantar o penteado em um coque alto, segurando-o com os apetrechos de cabelo.

— Tcharam!

Wanda Maximoff parecia outra pessoa; e a própria tomou um momento para se admirar no espelho redondo, levando a mão até o rosto para tocá-lo e perceber que não, não era um sonho, ela efetivamente estava muito bem arrumada para o Ano-Novo.

— Obrigada, Nat. – Ela mirou a madeira da mesinha, mexendo em algumas maquiagens ao que sentia o coração palpitar.

— De nada, querida. Mas devo dizer que a roupa e a maquiagem só ressaltam a sua beleza. – Natasha consultou o relógio, que já marcava perto das nove horas da noite. – Vamos?

Sua acompanhante fincou os dedos na mesa como um pássaro em um poleiro, respirando profundamente e exalando pela boca o ar preso em seus pulmões.

— É normal ficar nervosa em ir? – Perguntou, quase em um sussurro, e Natasha deu um sorriso de canto de boca.

— Claro que é. Vamos ficar só uma horinha e depois subimos, pode ser?

Wanda assentiu com um aceno de cabeça e se levantou, equilibrando-se sobre um salto mediano e segurando a barra do vestido para não escorregar. Sua amiga enganchou o braço no dela, e as duas desceram as escadas juntas em direção ao hall principal, a música se tornando cada vez mais alta à medida que se aproximavam; autoridades, militares com suas esposas, pessoas ligadas à equipe das mais diversas áreas profissionais, todos entre a pista de dança e o bar, revezando os espaços. Wanda desesperadamente procurou por um rosto conhecido, principalmente quando Natasha pediu licença e se afastou para falar com alguns dos convidados, cumprimentá-los, e ouvir os elogios pelo “ótimo trabalho em Sokovia”.

Não demorou nada para Wanda, atravessando multidões de pessoas, encontrar o par de olhos que ela mais desesperadamente desejava encontrar; e, estranhamente, ela sentiu que Visão igualmente procurava por ela, haja vista ter subitamente parado ao vê-la. Ambos sorriram na direção um do outro. O sintozóide estava na forma normal, robótica, trajando um bonito terno com gravata borboleta o qual realçava sua pele exótica, para se dizer o mínimo. Mesmo depois que o sorriso de Wanda esmaeceu, o de Visão continuou em sua face, apenas diminuindo e se transformando em uma fina linha de lábios avermelhados comprimidos, para depois esticar apenas um lado e se transformar em um sorriso de canto de boca, de pura e completa admiração.

Podia haver cerca de cem, duzentas, pessoas na festa, contudo, do momento em que se esbarraram em diante, apenas as duas almas existiam em meio às tantas outras. Até mesmo o som alto parecia estar mais baixo, pois ela conseguiu compreender perfeitamente, sem esforço algum, quando ele dissera:

— Você está linda.

As bochechas de Wanda, geralmente pálidas, adquiriram um tom forte rubro que ficou escondido por baixo da base da maquiagem.

— Você está excelente também, Vizh.

Um garçom se aproximou e ofereceu drinks. Visão educadamente declinou, enquanto Wanda agradeceu e pegou um dos copos, bebendo-o de uma vez só em seguida, uma maneira de conseguir um pouco mais de coragem. O sintozóide arregalou levemente os olhos, curioso, para depois retornar à expressão normal.

— Então... Que bom que se juntou a nós. – Contrariamente ao dia do cinema, em que ficar em silêncio era absolutamente confortável, o barulho excessivo da festa parecia obrigar uma conversa.

— Perdi alguma coisa? – Perguntou ela, deixando o copo sobre outra bandeja.

— Nada. – Respondeu Visão. – Só uma pequena homenagem aos Vingadores.

— Entendi. Tem algo para comer por aqui, Vizh? – Ela o puxou pela mão através do salão, em meio aos convidados. – Estou ficando com fome.

James Rhodes, um dos convidados de honra da festa, tinha o corpo apoiado na mesa do bar, batucando os dedos no ritmo da música sobre a superfície de madeira. Ele sorriu ao ver Wanda se aproximar junto do sintozóide, e disse:

— Oi, sumida! – Ele riu. – Oi de novo, Vis. A Wanda adotou você na festa, foi?

Visão exibiu um sorriso em resposta, e Rhodes aproveitou para puxar uma bandeja com canapés e barquetes com caponata, pondo o dedo indicador sobre os lábios para pedir segredo.

— Aproveita, porque acabaram de fazer.

— Obrigada! – Comemorou Wanda, e inclusive ofereceu para Visão, que novamente declinou a oferta com a delicadeza inerente a ele.

— O Visão não pode comer, Wanda. – Constatou seu colega. – A bebida está começando a fazer um pouco de efeito?

— Na verdade ele pode, nós tomamos chocolate quente e...

Wanda lembrou do encontro, e do fato que mantivera como um segredo de seus colegas. Portanto, apenas franziu o nariz e mordeu um canapé para encerrar o assunto.

— Gostei do colar. – Rhodes apontou para a joia em seu pescoço.

— Ganhei de presente. De uma pessoa muito especial. – Ela segurou o próprio pingente e olhou para o colo, dando uma piscadela e um sorriso em seguida.

As bochechas metálicas de Visão aqueceram com aquela menção, tão sutil. Ele possuía as mãos ao redor dos ombros de Wanda, apertando-os suavemente com as pontas dos dedos. Uma música começou a tocar nas caixas de som; a voz etérea da vocalista ecoou nos ouvidos de Wanda e Visão:

 

Tell me I will be released

Not sure I can deal with this

Up all night again this week

Breaking things that I should keep…

 

Wanda se despediu de Rhodes e foi até a pista de dança, puxando Visão pelas duas mãos, mantendo os cotovelos e braços dobrados para trás com o intuito de segurar as palmas do sintozóide, dançando pelo caminho enquanto a estrofe tocava em uma espécie de looping. Depois, ela deixou ir de uma das mãos, esticando seu braço juntamente com o de Visão, formando uma linha no meio da pista de dança.

— Pronto, Vis?

A próxima estrofe começou a tocar:

 

I know that you're hiding

I know there's a part of you that I just cannot reach

You don't have to let me in

Just know that I'm still here

I'm ready for you whenever

Whenever you need

Whenever you want to begin

 

A moça rodopiou, fazendo com que o vestido, ainda que rente ao corpo, esvoaçasse um mínimo na porção inferior. Ela movia o corpo, e Visão ficou, por um momento, sem saber o que deveria fazer; imitar os movimentos? Ou observá-la dançar? Wanda parecia estar bastante confortável em sua companhia, portanto, o sintozóide decidiu apenas acompanhar certos movimentos e deixar que ela aproveitasse a noite.

Algumas músicas se passaram, com Wanda fazendo pausas para comer, respirar, e beber alguma coisa; em dado momento, separando-se de Visão, encontrou Natasha e arregalou os olhos, puxando-a para o lado.

— Nat, desculpa, eu esqueci completamente do nosso acordo. Ainda dá tempo de subir?

A Viúva Negra tomou um restante de martíni e colocou a taça sobre uma bandeja, rindo.

— Querida, já são quase meia noite. Acho que vale a pena esperar os fogos de artifício do Tony para subirmos depois... A festa deve ir até de madrugada. Mas aí nem eu quero ficar.

Antes que ela pudesse se virar, Natasha acrescentou, baixinho:

— Fico feliz que tenha aproveitado um pouco. Você merece.

Aos poucos, os convidados, inclusive os Vingadores, desceram ao térreo para ver do jardim o espetáculo de fogos preparados por Stark; todos menos Wanda, que permaneceu no andar da festa com algumas poucas pessoas. Seu cabelo estava desamarrando, a maquiagem um pouco borrada, mas ela ainda tinha um brilho próprio, um tanto apagado, mas que reacendeu quando Visão, ainda completamente bem-arrumado e com um sorriso no rosto, caminhou em sua direção.

— Wanda! – Ele a chamou. – Você não quer descer para ver os fogos?

— Na verdade, não. – Ela disse em resposta e sorriu. – Não quer ver da janela?

Os lábios de Wanda mostravam travessura, e, antes mesmo de Visão poder responder, ela o puxou pelo pulso escada acima até um pequeno terraço, distante das pessoas e de frente para o local onde ocorreria a queima de fogos. A jovem passou os braços ao redor da cintura do sintozóide e escondeu o rosto em seu ombro, suspirando enquanto o trazia para um terno abraço.

Visão hesitou antes de abraçá-la de volta, encostando a ponta do nariz por entre os fios de cabelo de Wanda, sorrindo no emaranhado castanho e fechando os olhos. As vozes das pessoas do lado de fora pareciam nada mais que um sussurro, sendo que o silêncio entre eles retornava ao estado confortável de antes.

— Eu me sinto bem perto de você, Vizh. – Por baixo do vestido, seu coração batia tão forte que Visão conseguiu sentir a vibração em seu próprio corpo. – Nós podíamos ir embora.

A contagem regressiva iniciava lá fora:

Dez!

 

Nove!

 

— Embora? – Questionou ele.

— Podíamos ir para a Europa, juntos. Fugir das obrigações dos Vingadores.

Oito!

 

Sete!

 

Seis!

 

— Sermos duas pessoas desconhecidas e ajudar os que precisam longe daqui.

Cinco!

 

Quatro!

 

Três!

 

Dois!

 

Visão não foi capaz de responder, apenas ouvindo a risada dela, abafada pelos lábios estarem em contato com o terno, e balançando a cabeça lentamente, dispensando a ideia.

Um!

 

Feliz ano novo!

 

— Feliz ano novo, Wanda. – Ele beijou o topo de sua cabeça.

— Feliz ano novo, Vizh. – Wanda se manteve por alguns momentos em silêncio, apenas ouvindo os fogos de artifício na distância, até acrescentar: – Foi um ano complicado, mas você com certeza foi a melhor parte dele.

“E certamente será a melhor parte do próximo”, acrescentou mentalmente.

As palavras de Wanda, em sua totalidade, permaneceram por um bom tempo na memória imediata de Visão. E, ainda que não superficialmente, ele pôde notar um sentimento diferente em seu peito, o qual perdurou até o ponto culminante duas semanas depois.


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Notas finais do capítulo

Ufa! Quase cheguei em 3k hsuahsuha faltou bem pouco. Os capítulos dessa fic são enormes, mesmo, ultra descritivos e tudo mais. Provavelmente os próximos serão menores.

"Próximos, Vanilla?" siiim! Eu vou terminar essa fic, assim como eventualmente vou terminar todas as postadas. Muitas ideias dessa fic foram fragmentadas em outras histórias; a ideia inicial, de todas mesmo, era fazer uma long one (maior que Haven, que tem 6k; Ensaios teria fácil 10k) totalmente diferente, inclusive tendo hot (graças à Deus que não teve), aí resolvi dividir em capítulos e fazer até o reencontro deles em Edimburgo. Acabei mudando de ideia e fiz Haven. Porém eu ainda tenho ideias e vou deixar a história acabar dentro da Base, mesmo. Não sei como, nem quando, eu vou escrever, mas dessa vez eu seriamente vou me esforçar para não deixar mais um ano sem atualizar. Ensaios é uma história muito especial, é um sinônimo de uma época feliz e é uma fic que me abriu muitas portas: para ter o apoio dos meus amigos, para escrever novas histórias, para conhecer pessoas incríveis como a Rox, o Marcos, a Sabrina, a Les, e o Max, para começar a escrever sobre outros personagens sem abandonar meu lado ScarletVision. WandaVision vai ser, para sempre, a série mais especial no meu coração, e fico feliz de saber que escrevia essa fic quando só tínhamos a logo e a primeira imagem promocional, para já termos a série e estarmos chegando em Multiverso da Loucura. A Wanda evoluiu, e eu, guardadas as devidas proporções, evolui junto com ela :)

Enfim, mesmo que ninguém leia, eu estou muito feliz. E, para qualquer pessoa que passe por aqui, mesmo que não comente, desejo que seu ano seja maravilhoso e a sua vida também! Recebam um abraço quentinho da Vanilla Sky ~ ♥ ~



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