Terrenal escrita por A Grace


Capítulo 1
Rose.


Notas iniciais do capítulo

Hellow,

Tive essa ideia que saiu absurdamente naturalmente da minha cabeça para o papel.
Vamos ver se vai ter repercussão.

Espero que gostem. De verdade.

Boa leitura.



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— Sonserina !

 

Rose Granger- Weasley não se mexerá por alguns minutos, a miúda não tinha forças para levantar do banquinho e caminhar até sua mesa , a qual diga-se de passagem encontrava-se em choque pela segunda  - e nem de perto a última, vez naquela noite . Precisou que a , agora, diretora McGonagall a ajudasse a se levantar e que Albus, ainda que assustado, puxasse uma salva de palmas da mesa das serpentes. 

E assim, a vida perfeita e pré- programada da ruiva caiu por terra. Sentada frente a Scorpius Malfoy, quem havia ignorado a viagem de trem inteira até o castelo , e enrolada nos braços finos do primo, Rose recitava mentalmente  frase por frase dita por aquele maldito chapéu velho que a  havia colocado no que seria uma grande confusão em casa. “ eu deveria colocá-la em Grifinória, mas você jamais seria feliz, em tempo algum poderia provar seu potencial. Seria uma chama apagada. E sua ambição.. Ô Weasley, seus planos merecem ser realizados, notados! ” Sorriu triste ao notar a perfeita gravata ,que tomará a tonalidade verde e prata, em seu pescoço , mas empinou o nariz arrebitado como se nada a abalasse e aguardou que os próximos nomes fossem chamados.

 Se surpreendeu quando outra Weasley foi designada a Sonserina, mas diferente de Rose, Roxanne Weasley se levantou do banquinho com rapidez e um sorriso estampado no rosto, os cabelos negros e encaracolados balançavam conforme a menina ia em direção a mesa. Ela nem parecia uma Weasley, para falar a verdade, e seu humor , quase tão negro quanto seus olhos, realmente parecia encaixar naquela mesa, que ao ver da ruiva era assustadora.

Ninguém entendia nada, mas a diretora continha um sorriso estranho ao encarar a mesa de Salazar, parecia entender o que p chapéu queria fazer. 

Talvez, diante de toda essa confusão, tivesse apenas que encarar um berrador furioso de seu pai . Respirou fundo , soltando um suspiro pela milésima vez naquela que seria a primeira noite do resto de sua vida . 




Com o passar dos anos, Rose havia passado de ser um ser angelical a um terrenal. Possuía defeitos, muitos, e cometia erros - o que ao ver dos pais era algo inaceitável. Ela era um ser humano, mas não era qualquer um, como bem dizia Ronald Weasley “. Era filha de dois terços do trio de ouro, salvadores da pátria mágica, ela  tinha que agir como o anjo que havia sido criada para ser, sem defeitos, sem rasuras e sem casa das cobras.”  Porém… Lá estava ela com o cachecol verde enrolado em seu pescoço na fria tarde do início de dezembro, marcando o início do inverno rígido de seu o terceiro ano.

Coçou a garganta novamente jogando sua cabeça contra o grosso livro de feitiços , estava cansada e aquilo nem valia um fio de pelo de unicórnio.  Se esforçava sempre para ser a melhor, mas era amiga de Malfoy, tirava as melhores notas de toda a turma , mas estava na Sonserina. Sempre encontravam um problema. Nenhum de seus logros pareciam suficientes perto as conquistas de seus primos na casa dos leões - que às vezes eram simplesmente irrelevantes.   Ao menos tinha Roxanne ao seu lado, o que ela achava deveras engraçado ,afinal, antes das duas caírem na casa das cobras se odiavam. Passavam as férias na casa de sua avó Molly e nem sequer ousavam se falar, Rose achava a morena uma metida egoísta de nariz em pé que apenas falava besteiras para irritar todos a sua volta , já Roxanne pensava que a ruiva seria uma versão mais boazinha , grifana e sem sal que as princesas de contos de fadas trouxas. Porém, quando no final da primeira noite de seu primeiro ano se viram dividindo o dormitório, junto a Rebecca Nott, se forçaram a se entenderem. Três anos depois, eram melhores amigas, confidentes, âncoras, pilares uma da outra e  o mais importante, atormentavam a todos nas férias na´Toca, em Hogwarts, em todos os lugares, juntas. Haviam passado onze anos equivocadas , ilusionadas por aparências e características que atualmente apenas as aproximavam. 

Levantou os olhos, afastando seus devaneios,  a tempo de perceber o  furacão loiro marchando em sua direção . Dominique. Dominique Delacour Weasley  estava gritando a plenos pulmões em sua frente, a garota estava com as bochechas da cor de sua gravata , de tanta raiva , e a única reação que ousou ter foi um sorriso sarcástico malcriado.  

Olhou de relance para o balcão onde a bibliotecária, Madame Pince, olhava em reprovação para as duas Weasley's, fazendo um sinal de silêncio com o dedo. Revirou os olhos voltando a atenção a sua prima, fazendo um sinal displicente para que falasse logo o que tanto queria.

 

—Você fez aquilo, não foi? 

 

—Dominique, seja mais especifica. Eu faço milhões de coisas todos os dias. -  empurrou o livro com displicência e guardou os pergaminhos na mochila se levantando. 

 

          -James está na ala hospitalar ! Por sua culpa! -  a loira continuava a bradar em sua direção 

 

       - Aquela velha - indicou com a  cabeça a bibliotecária que ainda a encarava, mal humorada- vai me matar se você continuar o  escândalo aqui, vamos lá pra fora . - puxou a prima, que ainda bufava e esperneava, pelo braço até a entrada da biblioteca - James  foi parar na ala hospitalar porque não sabe controlar uma vassoura. - voltou a falar calmamente assim que se encostou na parede do corredor - Eu não posso levar a culpa se o idiota do seu namorado…

 

—Ele não é meu namorado, Rosie! - Dominique parecia que ia explodir a qualquer momento e a ruiva apenas parecia se divertir às suas custas - E James é o melhor voador de vassoura do mundo mágico .  - A risada de Rose foi alta e a revirada de olhos bastante significativa, ela achava a Delacour mais burra que uma porta - Se não fosse sua mania esquisita de.. 

— Minha mania de que, Dominique? - seu sorriso sarcástico havia sumido e dado lugar a uma máscara fria , ela sabia o que iria escutar - Mania esquisita de querer um local calmo que vocês não possam me perseguir?  - encarou a prima com profundo tédio - Eu estava no telhado da torre de astronomia sim e seu namoradinho - Dominique ousou abrir a boca , mas a ruiva continuou a falar sem dar a mínima importância para a prima - queria me importunar. Se ele caiu é porque não sabe voar. 

— Você o acertou com conjunctivitus !  

 

— Eu não acho que você tenha como provar isso. - Rose falou se afastando gradativamente da prima com um sorriso no rosto. - Mas eu tenho certeza que sua mente brilhante vai arquitetar um plano infalível. - Em seus plenos treze anos a ruiva sorriu maldosa e piscou para a prima - Era só isso? - e saiu andando em direção às masmorras . 





No final daquele ano, Rose surtou. Seu dormitório , claramente , não era um local seguro.  Haviam revirado seu malão e tinham a exposto para todos os malditos alunos daquela casa.  Vivia em um misto de raiva e descrença dentro e fora do salão comunal. Parecia que só existia ela para se atazanada naquele castelo. 

 A essa altura, Scorpius e Albus não eram mais alvos de piadinhas dentro da casa, visto que eles havia seguido o plano bem calculado dela para se livrarem das brincadeiras mal intencionadas dos meninos mais velhos.

E ela entendia que as pegadinhas por uma Weasley, filha do “maldito” trio de ouro estar na Sonserina estavam passando dos limites. Naquela altura, já amava sua Sonserina, mas não suportaria mais uma daquelas humilhações. Ela estava aprendendo a se preocupar em sobreviver, por ela mesma, para ela mesma, por isso, então planejou estratégia por estratégia, meses a fio para quando chegasse no momento exato tudo ocorresse como planejado.  Calculou todo o caos que criou, e se segurou no lema das cobras : “O que acontece em Sonserina não deve jamais sair de Sonserina”. Ninguém esperava quando aconteceu, em pleno salão comunal, na sua última manhã como terceirista, Thereza Abvott apareceu com um suéter de tricô com um grande T no peito , parecido aos sueters que eram feitos com tanto carinho pela matriarca dos Weasleys,  banhada em plasma de serpente e sem metade dos seus adorados cabelos loiros , sem contar as bolhas vermelhas que se estouravam por todo o corpo da mais velha. Rose fingia que não havia feito absolutamente nada,tinha os olhos brilhando de glória mas não ousava soltar uma risada. Os gritos da maior encrenqueira da casa bradavam em sua direção, a ruiva se fazia de desentendida, com cara de anjo e um olhar de falsa inocência. Abvott estava pagando por ter passado três anos a importunando e enchendo sua cama de baba de hipogrifo.  Todos sabiam que aquilo era obra de Rose, mas ninguém ousava comentar sobre o assunto. 

 Naquele momento ela se provou a verdadeira megera, com apenas treze anos

 

 



Quando chegou em Hogwarts para o seu quinto ano ,  Rose se sentia perdida. Sua mãe, a agora Ministra da Magia, estava saindo de casa, estava por pedir- formalmente- o divórcio e  isso atormentava a cabeça da ruiva, achava que era sua culpa. Sempre havia sido muito grudada com Hermione, talvez por compartilharem de uma inteligência anormal e o gosto assíduo pela leitura , a mãe a havia apoiado e ajudado em todos os momentos de sua vida. Ela nem parecia ter ficado desapontada quando a filha lhe enviou o comunicado de que havia sido selecionada para a casa das cobras. A havia dito que estava tudo certo e que se orgulhava da pequena. E com isso, com essas poucas palavras de significado imenso,  iniciou-se uma nova leva de brigas em sua casa. Enquanto seu pai parecia tão desgostoso e parecia ter esquecido que a ruiva, tão parecida esteticamente a ele, era sua filha , sua mãe a protegia, com unhas e dentes. Ela sabia que haviam outras razões,motivos que não haviam sido explicados nem a ela, nem a Hugo , mas se sentia culpada, sentia que os havia desgastados, os acabado. 

Eles eram a prova de que só amor não bastava, ao ver de Rose.   

Ela conhecia apenas uma  única forma de manter as coisas sob seu controle, e com sorte essa maneira a faria se sentir menos perdida. Então, caminhou em passos elegantes, como sempre fazia, até a entrada de seu salão comunal, aproximou-se da pedra exata e sussurrou a nova senha, como uma verdadeira serpente,  Adentrou o luxuoso covil , se sentindo finalmente em casa quando se sentou em uma das poltronas de frente a lareira de fogo verde. Aquele silêncio era tão mais agradável que as brigas tumultuosas de seus pais. Conjurou sua agenda e um cobertor felpudo e começou a formatar seu plano de estudos para aquele ano. 

 

Chegando ao segundo mês de aulas daquele ano, ela, enfim, notou que não era mais importunada a cada passo que dava. Talvez , finalmente, tivessem desistido dela. James e Fred já não a perseguiam mais, nem procuravam pretextos para se aproveitarem da inteligência dela e logo depois a dispensarem como se fosse lixo.

Dominique , com quem havia brigado feio nas férias, não dirigia nem o olhar para ela - afinal, a loira ainda possuía um grande acúmulo de raiva dentro de si depois de ter sido chamada de pirranha, de maneira bem sutil, logo no primeiro jantar de família após o início do recesso. E James ainda havia concordado com a sardenta !

 E sem contar que havia finalmente conquistado o respeito entre os sonserinos no final do ano do seu terceiro ano, depois do ocorrido com Abvott. Ela estava até sendo bem tratada pelos seus colegas de casa , afinal ela ganhava a maioria dos pontos- eles tinham que idolatra-la. Parecia que agora tudo saia conforme a ruiva queria, ao menos em Hogwarts. 

 

Talvez o quinto ano fosse seu ano da sorte, o momento em que tudo mudaria.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam dessa introdução a nossa tão amada Rose?
Espero ver vocês nos comentários (??) , por favor.

Miau.