Eternidade escrita por Deusa Nariko


Capítulo 1
Parte I: Reminiscência e Oblívio


Notas iniciais do capítulo

Primeira parte!

Boa leitura e nos encontramos nas notas finais!



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Eternidade

Parte I:

Reminiscência e Oblívio

Escrito por Deusa Nariko

 

And all I remember, all I remember

Is everything we left behind

 

We've traveled so far

We forgot how many years have been wasted

Only dreaming of the stars

I've said my goodbyes

Nearly 10 million times

It's all over

Everything we are.

Ison – Andromeda Skyline

✧ ✦ ✧

HARUHI SAKURA ESTAVA FINALMENTE REALIZANDO O sonho pelo qual lutou durante todos os dezessete anos de sua vida: ingressar no famoso Instituto de Konoha, conhecido por instruir e treinar todos os integrantes da honrada Força Shinobi.

E depois de sacrificar a si mesma estudando incansavelmente durante os últimos anos, ela estava ali, pisando no edifício do Instituto — uma fortaleza tecnológica colossal — pela primeira vez depois de ter recebido o resultado do severo processo de seleção ao qual se submeteu no mês anterior, unindo-se a outros jovens recrutas no saguão amplo e bem iluminado para a cerimônia que inauguraria mais um ano letivo no instituto.

Hologramas mostravam os rostos de professores e de estudantes que testificavam a grandeza do propósito pelo qual a Força Shinobi existia: proteger a paz em todo o País do Fogo, um feito que não falhou em realizar no último século desde que foi criada pelo último Hokage da história. Desde criança, o sonho de Sakura tinha sido, no futuro, fazer parte daquela organização e servi-la em nome do bem maior. Toda criança no país do Fogo crescia assistindo-os realizar feitos heroicos e sonhava algum dia poder usar o traje negro tecnológico e a braçadeira com o símbolo de Konoha.

Sakura se espremeu entre os demais estudantes à procura de um rosto familiar. Não demorou a encontrá-la, e correu ao encontro da melhor amiga, extasiada por ela também ter sido aprovada no processo de seleção rigoroso. Abraçaram-se e, ao se afastarem, sorriram ao mesmo tempo.

— Ume!

Ume a segurou pelas mãos, o semblante iluminado.

— Nem acredito que finalmente estamos aqui, Sakura!

Sakura riu, concordando. Era mesmo um sonho se realizando. Ela se virou para olhar os demais estudantes, todos futuros colegas e possíveis companheiros de equipe. Havia tantos rostos estranhos porém amigáveis. Então, seu olhar se deteve num rosto em particular, um belo rosto masculino composto por traços perfeitos, harmoniosos e elegantes com olhos escuros e profundos, e cabelos pretos como as penas de um corvo para completar o conjunto.

Estava de pé a alguns metros dela, e não havia notado a atenção que Sakura lhe dedicava. E era melhor que continuasse assim, refletiu ansiosa, pois perdera a fala e por mais de uma razão. Os olhos escuros do rapaz eram profundos e atraentes, repletos de mistérios e de segredos.

Sakura teve a impressão absurda de que o tempo não correra só por um instante, aprisionando-a num lapso que poderia ter durado um dia ou trinta anos. Toda uma vida olhando para o rosto daquele estranho. E a sensação de que o conhecia de algum lugar não a abandonou por um segundo que fosse. Mas de onde ela haveria de conhecê-lo?, perguntou-se. Um rosto tão bonito como aquele não seria facilmente esquecido.

Então, seja o que for que tenha agido sobre ela desfez-se num piscar de olhos. O estranho se moveu por entre a multidão e desapareceu do campo de visão de Sakura que, ainda um pouco desorientada, apertou uma mão contra o coração palpitante. Esforçou-se para se recompor e para voltar a agir com naturalidade. Aquele era um dia importante demais na sua vida para se permitir distrações.

Virou-se para Ume, que nada havia percebido, e sorriu outra vez.

✧ ✦ ✧

Sakura foi selecionada, de acordo com as suas notas, para compor a turma do quarto período. Sua proeminência a havia tornando conhecida entre os seus colegas mesmo antes que as aulas começassem. Ela ouviu rumores sobre as suas notas altas terem sobrepujado até mesmo o prodígio da tradicional família Uchida, enviado ao Instituto para manter viva uma tradição que perdurara por oitenta e sete anos e, assim, formar um Shinobi habilidoso que serviria o país e honraria o legado dos seus antecessores.

Ela não deu muita atenção a esses rumores. Não estava interessada em rivalidades desnecessárias. Ume, infelizmente, foi selecionada para outra turma, o que queria dizer que ela estaria por conta própria até que fizesse novas amizades. Não que fosse tímida, longe disso, mas seria bom ter um rosto familiar na mesma turma, faria com que se sentisse menos ansiosa.

No primeiro dia de aula Sakura descobriu dois fatos bastante interessantes: o primeiro era que o estranho que ela encarara despudoradamente no outro dia no saguão do Instituto também havia sido selecionado para a turma do quarto período. E o segundo era que o estranho era ninguém menos do que Uchida Sasuke, aquele que ela havia sobrepujado no processo seletivo.

Nervosa, ela se inclinou sobre a mesa, entrelaçando os dedos gelados. Por algum motivo, todas as manhãs ela esperava pela chegada de Uchida Sasuke na sala de aula, seu estômago se revirando a cada segundo de ausência dele. Então, quando ele entrava pela porta tudo dentro dela se aquietava. E Sakura era capaz de se focar nas matérias de novo.

Muito embora não conseguisse se impedir de roubar — bom bastante discrição — um ou outro olhar dele durante os períodos, sentado a uma pequena distância dela. O que estava havendo com ela?, perguntava-se sem nunca conseguir encontrar a resposta.

✧ ✦ ✧

Sasuke Uchida era um mistério completo, Sakura tinha decidido assim que o conheceu mais a fundo, tendo o observado e observado a sua rotina por semanas. Não tinha muitos amigos, na realidade andava sempre na companhia apenas de um, um garoto legal chamado Menma com quem ela já trocara algumas poucas palavras. Mas Menma se dava bem com todos na turma, então esse detalhe não dizia muito a respeito de Sasuke se pensasse bem.

Apesar de ter uma personalidade extremamente reservada, ele atraia a atenção dos demais alunos da turma, curiosos a respeito da reputação da sua família e para descobrir se Sasuke a faria justiça. A julgar pelo seu desempenho nas aulas, arriscaria dizer que ele faria mais do que apenas isso. Uchida Sasuke também era um prodígio: inteligente, calculista e com um ótimo condicionamento físico — um eufemismo na realidade, ela o tinha observado se movimentar durante os treinos; ninguém se movia como ele. Tanto que não demorou a se destacar entre os colegas de turma — e até mesmo de outras turmas — e ganhar ainda mais popularidade.

O desempenho de Sakura se equiparava ao dele em muitas das matérias. Ela sempre tivera uma facilidade absurda com algumas disciplinas. Assim, acompanhava-o de perto — em vários sentidos —, seguindo-o com os olhos pelos corredores do Instituto e se perguntando que tipo de enigma ele era. Um que certamente fazia com que as alunas — e até mesmo algumas professoras — suspirassem quando ele passava. E Sakura não as culpava, ele era mesmo muito bonito. A personalidade reclusa apenas aumentava o seu charme.

Por vezes, enquanto o observava, ele a flagrava, e Sakura imediatamente avertia o olhar, embaraçada até o último fio de cabelo cor-de-rosa. Não sabia o que ele pensava do desempenho dela se igualar ao dele, talvez nem mesmo se importasse no fim das contas devido à sua natureza pacífica. Mas, no fundo, gostaria que ele prestasse atenção nela como ela prestava nele. Ficaria satisfeita se descobrisse que, ao menos, ele sabia o seu nome.

E enquanto os dias corriam monótonos, aquela sensação de familiaridade crescia dentro dela. Era absurdo que Sakura reconhecesse alguns gestos dele como a posição na qual ele se sentava no refeitório e segurava os hashis. Ou o modo como ele mordia o lábio sem perceber quando estava visivelmente tenso. Ou ainda o jeito como ele calmamente observava o seu entorno, absorvendo os colegas interagirem sem jamais fazer menção de socializar e o jeito como sempre abaixava o tom da voz quando se dirigia a alguém.

Era um pouco solitário, Sakura refletia. Havia uma aura solitária ao redor de Sasuke, uma melancolia que o fazia se sobressair mesmo no meio de uma multidão. Aquilo a fazia se sentir triste por ele.

Até que numa manhã ela conversou com ele pela primeira vez, a pedido de um dos seus instrutores, que recebera um recado do diretor através do seu comunicador interno. Sakura teria de informá-lo que a sua presença era requisitada na sala do diretor. Nervosa, ela se aproximou de onde ele estava sentado e pigarreou para chamar a sua atenção.

Quando os olhos dele se ergueram até os dela, Sakura sentiu todo o ar abandonar os seus pulmões. Olhando-o de perto pela primeira vez, ela percebeu alguns detalhes que não notara antes como a heterocromia quase imperceptível que afetava o olho esquerdo dele, mais cinza do que negro — como o direito — ou como o cabelo preto havia sido cortado recentemente, os fios sedosos ainda meio desalinhados.

— O professor me pediu para te dizer que te esperam na sala do diretor, Sasuke-kun — ela disse num só fôlego, sentindo-se uma tola por ficar tão nervosa na presença dele.

Tinha certeza de que suas bochechas estavam vermelhas. Aquilo havia sido um desastre.

Com um assentir, Sasuke se levantou e se virou para sair da sala. Sakura observou as costas dele se afastarem, mas ele parou no limiar, virou-se para ela e a fitou por um curto momento, apartando os lábios, e então mudando de ideia e abaixando o rosto para seguir em frente. Estupefata, ela se perguntou o que ele teria pretendido dizer antes que desistisse. Talvez quisesse agradecê-la.

Com o coração acelerado, ela procurou se recompor e voltou para o seu lugar. Naquela noite, sonhou pela primeira vez com Sasuke. Um sonho tão intenso e realista que mais se assemelhava a uma memória perdida. Mas o Sasuke de seu sonho não era o mesmo Sasuke que ela conhecera no Instituto. Tivera certeza a respeito disso no momento em que despertou, o coração pesado no peito, e aquele sentimento a inquietou.

✧ ✦ ✧

 Sakura se espremia entre uma multidão que transitava na calçada. Era o seu dia de folga das aulas, e como não gostava de passar o tempo de forma ociosa enfurnada dentro do seu alojamento decidiu marcar um encontro com Ume. Já fazia algum tempo que não se falavam devido à rotina intensa de estudos do Instituto.

Na noite anterior, tinha sonhado com um céu noturno e com uma planície rochosa, tão vasta que se perdia de vista. E com um luar delineando com a sua luz os contornos de uma flor gigantesca, tão gigantesca na realidade que a sua sombra cobria quilômetros quando se projetava sobre o solo duro.

Ela tinha sentido o odor do sangue e da morte, e tinha olhado para os corpos de centenas de Shinobis mortos. Tinha ouvido os lamentos, e os brados, e o rugido estarrecedor de um monstro ecoar naquela noite sangrenta. Em algum lugar profundo da sua consciência, soube que estava sonhando com a Quarta Guerra Shinobi.

Sakura a tinha estudado obsessivamente desde que podia se lembrar. Foi uma era de heróis e de heroínas, e de batalhas colossais. A própria Sakura fora nomeada segundo uma grande Kunoichi que lutou durante a guerra — e sobreviveu a ela de acordo com a história.

Nem tudo havia sido caos, entretanto. Sakura se lembrava com perfeição da sensação de poder que fluía pelo seu corpo, correndo pelos seus membros como sangue. Seus punhos esmagavam pedras com centenas de vezes o seu tamanho, e também eram capazes de curar com a mesma eficiência. Era capaz de se lembrar de que lutava ao lado de muitos companheiros, pessoas em quem confiava, mas mal se recordara dos seus rostos pela manhã ao despertar.

Apesar dos sonhos ocorrerem com frequência nas últimas semanas, ela tinha a estranha sensação de que eles não eram verdadeiramente sonhos. Eram meticulosos demais, tinham um fundo de verdade e ela quase conseguia sentir isso nos seus ossos. Tinha de haver alguma explicação — lógica ou não — para eles.

As ruas de Konoha estavam apinhadas como em todas as manhãs. Mesmo o chuvisco contínuo não havia sido suficiente para afastar a multidão que as ocupava, ou mantê-las no aconchego de suas casas. Sakura tinha trazido um guarda-chuva na bolsa por sorte, e se abrigara do sereno frio. Não havia nada que pudesse fazer pelos seus sapatos novos, contudo.

Com um suspiro, moveu-se entre a multidão pela calçada. As luzes ofuscantes dos edifícios e dos painéis digitais enchiam aquele dia cinzento com mil cores. Quase trezentos anos de avanços tecnológicos haviam moldado Konohagakure no Sato no que ela era hoje. Pouco se via da arquitetura antiga e obsoleta das eras passadas. Os edifícios eram altos e estreitos, com vidros espelhados, cinzentos como o céu acima deles. Deslizadores transitavam pelas ruas, emitindo pulsos suaves de energia, os propulsores potentes zumbindo com o chakra dos seus condutores.

Chakra era a base de toda a tecnologia naqueles tempos modernos. Pequenas quantidades eram capazes de mover e energizar absolutamente tudo. Para ela, alguns apetrechos não passavam de futilidade, mas as avançadas técnicas de cura eram outro assunto. E disso ela poderia falar com propriedade, pois as estudara todas para o processo de seleção, aspirando destacar-se na área. Talvez, algum dia, integrasse o esquadrão de ninjas-médicos ou a divisão de inteligência da Força Shinobi. Se dependesse do seu desempenho brilhante até então, podia afirmar que estava próxima de realizar esse objetivo.

Ao passar em frente à outra vitrine colorida com luzes piscando para atrair a atenção dos transeuntes, pegou-se admirando um exuberante colar de safiras-camaleão exposto no mostruário, o brilho das pedras atraindo seus olhos como um farol. Quase riu consigo mesma devido ao preço indicado numa placa elegante mais abaixo. Mas então seus olhos deslizaram para um anel delicado acomodado numa caixa de veludo: um aro fino de prata com um pequeno rubi no seu engaste. Sabia que anéis como aquele eram especiais, pois supostamente eram programados para reagir ao chakra único de cada pessoa. Muitas considerariam ganhar um anel como aquele uma prova verdadeira de amor. Ela ergueu a mão e a contemplou por um momento, os dedos nus e pálidos. Imaginou o anel da vitrine no seu dedo anelar da mão direita só por um segundo. Então balançou a cabeça e suspirou.

Averteu os olhos da vitrine — e do anel — e se afastou pela calçada sob o guarda-chuva. Ao fazer isso, por pouco não trombou com uma pessoa. Desculpou-se de modo atrapalhado, erguendo o rosto devido à diferença de altura e ao fazê-lo estagnou por ter um vislumbre de um rosto familiar. Era Sasuke Uchida, desprovido de um guarda-chuva e lindamente encharcado pela chuva com seus insondáveis olhos escuros e o cabelo molhado grudado ao rosto sereno.

Sakura apartou os lábios para tentar se desculpar, mas as palavras não lhe vieram. Não conseguiu encontrar a sua voz. Por sorte, o rapaz não julgou a sua falta de palavras como uma grosseria. Limitou-se a olhá-la por um segundo e a seguir em frente, deixando-a para trás com seu pedido de desculpas entalado na garganta. Demorou a se recompor daquela vez, tocando o ombro que o tocara por um momento e se perguntando por que a sensação do calor do corpo dele sobre a sua pele não arrefecia. Balançou a cabeça por fim, reordenando os pensamentos, e, como ele, seguiu em frente.

Felizmente, a cafeteria não estava longe dali. Sakura fechou o guarda-chuva e se descobriu um pouco mais bem-humorada agora que estava abrigada do chuvisco gelado. Reconheceu Ume, a amiga que encontraria, pelos fartos cabelos louros, acomodada numa mesa nos fundos. Acenou para ela e se aproximou, ocupando o assento à sua frente.

— Sakura, há quanto tempo! — Ume a saudou.

— Nem tanto — ela amenizou com um sorriso.

Num instante a atendente tinha vindo anotar os seus pedidos. Sakura pediu por uma bebida quente, algo para expurgar o frio dos seus ossos, bem como a sensação esquisita que se instalou no seu estômago desde que cruzou olhares com Sasuke Uchida na rua um instante atrás.

— Como vão as aulas no instituto? — Ume perguntou assim que a atendente se afastou. — Alguma novidade? Puxa, não acredito que cortou o cabelo e nem me ligou para que marcássemos um horário no salão juntas!

Ela balançou a cabeça, ofertando um sorriso como pedido de desculpas. Os cabelos curtos e cor-de-rosa estavam um pouco úmidos. Sakura os penteou com os dedos para ajeitá-los. Tinha-os cortado na semana passada numa tentativa de mudar o visual para algo mais moderno e prático. E se fosse sincera a mudança tinha a ver com os sonhos recorrentes que vinha tendo. A versão dela dos sonhos parecia ter um pouco de apreço pelas madeixas cortadas mais curtas.

— Não tenho nenhuma novidade, Ume. Desculpa — suspirou.

Ume aceitou as desculpas, pois tinha novidades para compartilhar suficientes pelas duas. A atendente retornou com as bebidas que pediram minutos depois. Sakura soprou um pouco da fumaça quente que subia da sua xícara e experimentou um gole. Então, ergueu os olhos para o rosto impecável de Ume:

— Ume, já teve a sensação de que vivenciou situações que você sabe que não viveu? Que já conheceu pessoas que você não conheceu de fato?

— Como um déjà vu? — ela conjecturou.

Sakura apressou-se em negar.

— Não, não como um déjà vu. Algo mais... intenso do que isso. Como sonhos, por exemplo. Sonhos que te levam a acreditar que são mais do que apenas sonhos. Como se fossem... — hesitou, mordendo o lábio. — Lembranças.

Ume riu.

— Então, vidas passadas. É nisso que quer chegar?

A expressão de Sakura azedou um pouco depois do comentário da amiga.

— Colocando dessa forma você me faz parecer uma lunática.

O riso de Ume daquela vez durou mais tempo. Ela abanou uma mão num gesto conciliatório.

— Desculpa, não foi a minha intenção. Juro. Mas por que a pergunta?

Sakura ponderou retirar o que dissera por um instante. Mas se decidiu e despejou toda a verdade sobre Ume; tinha ido longe demais para se acovardar agora.

— Eu tenho tido sonhos, Ume. Sonhos que são intensos demais, verossímeis demais. Eu me vejo em situações que tenho certeza de que não vivenciei. Ou pelo menos não nessa existência. Quando desperto pela manhã, sou capaz de me recordar de quase tudo com perfeição. Vejo os rostos de pessoas e lugares que jamais conheci. E eu não consigo parar de pensar neles pelo resto do dia.

Ao término, Sakura suspirou.

— Por favor, me diga que eu não estou enlouquecendo.

— Você não está enlouquecendo — Ume afirmou, inclinando-se na direção de Sakura. — Só está cansada, e está se sentindo pressionada, é claro. Quem não se sentiria? Você é uma das alunas-prodígio do Instituto. Todos têm grandes expectativas a seu respeito. Grandes mesmo — enfatizou com um pequeno arregalar dos olhos azuis. — E você está apavorada com tudo isso.

— Oh, isso está ajudando muito, Ume — Sakura murmurou com sarcasmo.

Ume cobriu os lábios para abafar o riso.

— É brincadeira! Mas, se estiver mesmo interessada nesse assunto de vidas passadas podemos unir forças e investigar os seus “sonhos”. Sabe que pode contar comigo para tudo.

Sakura sorriu ao ouvir palavras de incentivo e apoio. Bebeu mais um gole de sua bebida quente.

— Sabia que poderia contar com você, Ume.

Então, ela se empertigou no seu assento e fitou o rosto de Ume com uma seriedade que não estivera lá um momento atrás:

— Agora, tem esse cara estranhamente familiar na minha turma...

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Já tem um tempinho que não apareço por aqui. Aconteceram algumas coisas na minha vida pessoal, a minha cachorra (que está há dezesseis anos na minha vida) ficou bastante doente, precisou fazer uma cirurgia e até agora está fazendo tratamento para sarar completamente, então não tive vontade nem cabeça pra escrever nada. Foram semanas angustiantes chorando muito até que esse pesadelo terminasse.

Só agora que ela está se recuperando conosco é que arrisquei abrir o Word e tentar escrever alguma coisa. Não vou mentir, está difícil recuperar o meu ânimo pra escrever, mas estou me esforçando porque escrever é uma verdadeira terapia pra mim e escrever Fanfics SasuSaku é a forma que encontrei de colocar pra fora todo o meu amor pelas personagens e pelo ship.

Então, decidi resgatar uma ideia que eu vinha guardando há anos e o resultado foi uma one-shot com quase 10.000 palavras que eu acabei dividindo em três partes para facilitar a vida de vocês e a minha XD

Eu queria, há muito tempo, escrever algo com essa temática, e eu adoro o conceito de vidas passadas e reencarnações, acrescente SasuSaku a isso e eu praticamente piro! Hahaha Como é uma three-shot, o meu world building e ambientação ficaram um pouco limitados, mas tentei me inspirar um pouco em Final Fantasy pra imaginar esse mundo super moderno que mescla tecnologia e fantasia no universo de Naruto.

A segunda parte será publicada até quinta-feita, e a terceira e última na sexta-feira.

Espero que tenham gostado, obrigada por terem chegado até aqui e não desistam de mim!

Até o próximo! Xoxo



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