Nove anos no futuro, antes dos três heróis viajarem para o passado:

Ladybug girou o seu corpo e chutou o akumatizado. Em seguida, o acertou com seu ioiô e o empurrou para dentro da fenda. A heroína então, utilizou a pulseira para fechá-la com rapidez.

— Pronto! – bateu as mãos de um jeito engraçado, fazendo Rena Rouge rir.

— Acabamos por hoje?

— Espero que sim.

— Zerou! – as duas melhores amigas fizeram um toque, logo, se despediram e foram para suas respectivas casas.

Marinette adentrou a janela do quarto e desfez a transformação. Acariciou a kwami e estendeu um doce para ela. Tikki sorriu e foi comer, enquanto a azulada ia para a sala. À medida que se aproximava do cômodo, ouvia uma falatório, indicando que havia mais pessoas ali com Adrien.

Decidiu ir até lá mesmo assim. Embora estivesse cansada pelo dia cheio, não deixaria de recepcionar quem quer que estivesse ali.

— É, eu disse que seria bem mais fácil assim, mas ela... – o loiro parou de falar assim que viu a esposa – Ah, oi amor. – foi até ela e a beijou.

— Oi. – sorriu – Oi Luka, oi Alix. Que bom ver vocês.

— Igualmente. – os dois cumprimentaram. Apesar de não fazer muito tempo que tinham se visto, cerca de alguns dias, Marinette não via Luka com a mesma frequência de antes. Alix também não, visto que agora ela era a principal encarregada das atividades do museu. Contudo, ela ainda estava na cidade, diferente de Luka.

— O que fazem aqui? Aconteceu algo?

— Não. Eu apenas vim visitar vocês e acabei encontrando a Alix. – Luka sorriu, enquanto Marinette sentava ao lado dele no sofá.

— Ah entendi. Como vão as coisas?

— Bem. Perfeitamente bem. – sorriu, provavelmente lembrando da namorada, o que deixou Marinette muito contente. Luka merecia estar feliz com alguém tão incrível quanto ele.

— Eu estou fazendo um jantar. Sei que é seu dia de cozinhar, Bugaboo, mas se não se importar...

— Fique à vontade. – levantou as mãos para cima, fazendo o marido rir. Marinette até que gostava de cozinhar, porém o dia como Ladybug tinha sido cansativo, então não fazia questão de preparar nada. – Do que estavam falando?

— Eu estava contando das novas obras que estão chegando no museu. – disse Alix – Tenho que reformular várias coleções para encaixar as novas relíquias.

— Deve ser trabalhoso mesmo.

— Você nem imagina.

***

Chloé olhou no relógio e viu que já era tarde da noite. Nem tinha finalizado ainda as campanhas publicitárias que precisava entregar no dia seguinte. Bufou frustrada e acabou tendo que mandar uma mensagem para o namorado, desmarcando o encontro.

Não demorou muito tempo e a garota ouve batidas no batente da porta do seu escritório. Levantou o olhar, se deparando com Kim, sorridente.

— Eu sei que você está ocupada, mas eu prometo não falar nada. E eu trouxe comida, imagino que deve estar com fome. – a loira sorriu, enquanto ele se encaminhava para o assento na frente da mesa dela.

— Você é um fofo.

— Sei disso. – deu de ombros, colocando a sacola sobre a mesa – Não precisa se distrair comigo, eu só vou ajeitar a comida.

— Tudo bem, eu posso parar um pouco para ter um jantar decente com o meu namorado. – eles riram.

— Vi uma aglomeração no centro mais cedo, imaginei que você estivesse lá.

— Não, não. A Ladybug até me chamou, mas eu não podia abandonar esse projeto, então a Rena Rouge acabou indo no meu lugar.

— Ela precisa estar descansada para as ideias fluírem. – Pollen surgiu, fazendo sua portadora sorrir.

— Oi, criaturinha. – Kim acariciou a kwami. – E o que você ficou fazendo o dia todo? Não ficou entediada?

— Ela ficou assistindo filme no meu celular.

— Não fiquei nenhum pouco entediada. Mas fiquei confusa com aquele super-herói aranha. Ele foi mordido por uma e ganhou os poderes, ele não tinha nenhum Miraculous e nenhum kwami. – Chloé e Kim riram.

— Pollen, você é incrível! – a heroína abraçou a kwami, que sorriu, se sentindo amada. Sem dúvidas, não poderia ter uma portadora melhor.

***

— Amanhã à tarde vou estar em missão na Terra-65. Lady Noire e Mister Bug precisam de ajuda. – Marinette anunciou, deitando ao lado de Adrien, que lia um livro iluminado pela luz do abajur – Vou levar a Queen Bee e o Pegase.

— Ok, mas... – suspirou, deixando a frase morrer.

— O que foi?

— Você não concorda que isso não é vida?

— Como assim? – Adrien deixou o livro de lado e virou na direção da esposa.

— Estamos sendo tanto Ladybug e Chat Noir que mal temos espaço pra Marinette e Adrien. – explicou calmamente – Toda a equipe já seguiu sua vida, e nós aqui, envolvidos vinte quatro horas por dia nisso. Você nem desenha mais.

— Você sabe que se dependesse de mim, eu estaria desenhando e criando peças de roupa o tempo todo. Mas eu não posso, não posso deixar Paris virar um caos. – lamentou. Marinette não podia simplesmente deixar os vilões entrarem na cidade e causarem confusão. E justamente pelos outros heróis terem seguido com suas vidas civis, além da heroica, precisava trabalhar em dobro. Mas nunca cobrou ninguém ou reclamou. Ainda tinha a ajuda dos amigos – Se você quiser tirar um tempo, eu vou entender, mas...

— Não, não é isso. – colocou a mão sobre o rosto dela, acariciando de leve – Eu só acho que você está se sobrecarregando, amor.  – a azulada sorriu e colocou a mão sobre a do marido.

— Você tem razão, mas não há nada que possamos fazer até que as fendas fechem. Sei que você, o Max e a Lady Noire estão trabalhando nisso, mas por enquanto, precisamos impedir maiores estragos. – Adrien deu um longo suspiro e se inclinou n direção dela, ficando com o corpo sobre o de Marinette.

— Tudo bem, Bugaboo. – falou com os lábios próximos aos dela.

Marinette sorriu, acabando com a distância entre eles. O loiro se inclinou de vez, ficando por cima da esposa e a segurando, aprofundando o beijo. As mãos de Adrien deslizaram para dentro da camiseta dela, enquanto ela o puxava ainda mais para si.

— Eu te amo e faria qualquer coisa por você, sabe disso, não sabe? – Marinette assentiu.

— Eu também, Adrien. – o beijou – Você é tudo para mim.

***

Alya chegou mais cedo no trabalho. Precisava terminar de escrever o furo de reportagem do ano e mandar para a publicação o quanto antes.

Depois de finalizar a matéria, contando os escândalos de corrupção do governo, baseados na sua investigação, decidiu ir até o café que ficava próximo ao prédio aonde trabalhava. Mandou uma mensagem para Nino – já que ele também trabalhava por perto –, que pediu um intervalo na gravadora e foi até o mesmo local, encontrar a esposa.

— Como foi com o Jagged? – questionou, visto que Nino estava há alguns meses no estúdio produzindo as novas músicas do rockeiro.

— Ele está adorando gravar o novo disco e está ficando muito incrível.

— Bem que você podia dizer pra sua esposa, qual será o conceito desse novo disco. – Alya escorou o queixo nas mãos, fazendo uma expressão fofa. O moreno riu e tomou um gole do café.

— Não, não. Eu te amo, mas isso é segredo.

— Ah, droga! – riram.

Alya e Nino continuaram ali conversando, até dar a hora de precisarem ir para seus respectivos trabalhos. Se dependesse deles, ficariam mais tempo jogando conversa fora. Mas não era como se não fossem se ver a noite e dormir abraçados, como sempre faziam. Essa, sem dúvidas, era a melhor parte do dia para o casal.

***

Adrien agradeceu o guarda com um cumprimento com a cabeça e sentou à mesa, em frente ao seu pai.

— Há que devo a honra da sua visita, meu filho? – o loiro suspirou, encarando o pai com receio.

— Você sabe... Aquilo que conversamos da última vez, me fez pensar. – o mais velho sorriu de lado. Talvez fosse realmente uma grande solução, mas precisava jogar com calma. – Não é uma ideia ruim.

— Já que está aqui, creio que falou com a sua esposa à respeito. – Adrien ficou calado, o que fez Gabriel rir baixo – Não falou?

— Não. Quero dizer, eu falei, mas... Ela não acha uma boa ideia. – e não era mentira. Já tinha conversado com Marinette várias vezes, mas depois de tanta rejeição, acabou desistindo. Contudo, desistindo de conversar com ela sobre, não da ideia em si.

— E por que você veio até mim?

— Porque eu acho que seria importante.

— E você faria mesmo sem o consentimento dela? – o loiro ficou em silêncio novamente. Gabriel sabia que quem calava, consentia. – Mesmo que você queira negar isso, Adrien, você é meu filho e é como eu. Nós dois fazemos o que for preciso pra ajudar as pessoas que amamos.

— Eu não sou como você. E não é como se fosse a mesma coisa.

— Tem razão. O impacto de voltar no passado é muito maior. – Adrien suspirou pesadamente e massageou as têmporas. Apesar de tudo, era o seu pai. Precisava ter paciência com ele.

— Eu só penso em fazer isso pela Marinette.

— Acha que eu fui o Hawk Moth por diversão? Meu objetivo sempre foi ajudar a sua mãe. A minha esposa, assim como você quer ajudar a sua.

— Eu sei, mas você fez isso do jeito errado, pai.

— Certo e errado, é somente uma questão de ponto de vista. – o mais novo ficou calado novamente, respirando fundo. – Agora que você me colocou nesse buraco, eu não posso fazer nada à respeito. Mas você pode mudar tudo isso. – Adrien levantou, se preparando para ir embora. Não tinha sido uma boa ideia ter vindo.

— De qualquer jeito, a Marinette não vai permitir.

— Aposto que no final ela não achará ruim, já que está fazendo por ela. – abriu a boca para responder, porém Gabriel o cortou – Inclusive, você pode ir mais além. Fazer isso pela nossa família também.

— O que você está querendo dizer? – sentou novamente e o homem sorriu de lado.

— Eu posso te dizer. Mas preciso que me escute com atenção, meu filho.