Broken - Jikook escrita por BustyOwl


Capítulo 11
10. Algo emprestado e azul




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JEONGGUK

—Por que! Porque sou assim? — Eu gritei, tentando sair do maldito terno. O ombro e calças estavam apertados, e não estava se movendo para qualquer lugar. Olhando para mim mesmo no espelho, eu suspirei. —Você é um idiota, Jeon! — sussurrei quando meu telefone tocou. —Jimin, esta não é uma boa hora — Respondi.

—Se alguma vez me implorar por meu livro ou algum dos meus vinhos novamente —

—Espere! — tentei me deslocar até a minha porta, mas tropecei nos meus pés, derrubando a minha mesa.

—O que você está fazendo?

Levantando-me, rapidamente saí do meu quarto. — Coloque o livro e a garrafa na porta—

— Quer que eu o que?

Urgh. —Estou em um momento ruim. Basta colocar — 

— Você está chorando?

— Não, eu não estou chorando!

— Jeon Jeongguk — Irritado e sem pensar, abri a porta. — Park, eu não estou chorando.

Seus olhos castanhos moveram para o terno apertado e mal colocado que eu usava, então voltaram para o meu rosto. Eu queria bater a porta na cara dele, fiquei tão envergonhado, mas eu sabia que só faria isso dez vezes pior. — Vá em frente, ria. — Eu suspirei, esperando na porta enquanto Gureum foi até o loiro, colocando as duas patas nas pernas dele.

— Não vejo nada engraçado, — espondeu, dando-me a garrafa de vinho e o livro médico que eu havia pedido, acariciando a cabeça do canino.

— Preferiria que você risse. —  Me faria sentir menos patético. — Obrigado, eu devolverei o livro amanhã. — Estava prestes a chamar Gureum para dentro quando me lembrei. — Somos amigos, certo? — Perguntei, mas achava estranho chamá-lo apenas de amigo.

Ele olhou por cima de Gureum. — Eu acho.

— Então podemos ajudar uns aos outros sem julgar, certo?

— Apenas desembuche.

— Isto é tão embaraçoso...

— Jeon, você está parado na minha frente em um smoking extremamente apertado. O que poderia ser mais embaraçoso para você?

Ele tinha que perguntar.

— Não consigo tirar isso.

— Você o que? — ele perguntou lentamente.

— O smoking era do meu casamento. Essa droga estúpida não sai, e está ficando mais difícil para eu respirar! — Coloquei uma mão na minha barriga. A maldita coisa era como uma Anaconda me envolvendo mais apertado toda vez que eu respirava.

Ele cobriu a boca para abafar uma risada, mas ele não aguentou e riu sem rodeios.

— Eu pensei que você tinha dito que não era engraçado!

— Não era, até que você me dizer que estava preso nele! Como isso aconteceu?

— Eu engordei um pouco, ok... — Por alguma razão, quanto mais ele ria, sentia me melhor. — Vai me ajudar ou não?

Ao acenar, ele veio junto com Gureum e colocou as coisas que ele trouxe no balcão da cozinha, antes de fechar a porta.

Eu me virei, escovei meu cabelo para o lado. Pulei um pouco quando a mão dele roçou em mim.

— Você está bem?

— Suas mãos estavam frias. Estou bem. Ele está descendo? — Eu perguntei, sentindo que ele puxou com mais força.

— Isso está realmente preso. — Ele apoiou uma mão na minha cintura, tentando puxar o zíper da calça para baixo. O smoking tinha que ser amaldiçoado, porque não senti ele ficando mais solto.

— Não é possível você rasgar?

— Com as minhas mãos? Você está falando sério agora? — Fez uma pausa em suas tentativas.

Eu sorri, tentando segurar no meu estômago. — O que, você não é forte o suficiente?

— Se qualquer homem puder rasgar um smoking para fora de você, por favor, consulte um médico antes de continuar o seu relacionamento. — Sua mão se moveu em meu ombro e mais uma vez ele tentou. — Jeon, não sei o que dizer a você, mas essa coisa não está saindo.

Sentindo vertigens, tive que me apoiar contra a mesa da cozinha.

— Jeon Jeongguk!

— Estou bem, apenas senti-me tonto por um segundo —

— Você está ficando azul, você não está bem. Espere. — Ele me soltou e indo em direção ao meu jogo de facas, pegou a tesoura.

— O que vai fazer —

— O que lhe parece? Eu vou cortar você fora disso.

— Não —

Ripppppp.

Eu respirei fundo, levantando o resto das calças e do paletó e virando-me para enfrentá-lo. "Você cortou."

— Pode respirar agora?

Assenti com a cabeça, mas olhei para baixo, para a calça. — Você cortou, — eu repeti, quase em estado de choque.

— Não me pediu para rasgá-lo?

— Eu sabia que você não faria... Obrigado? — Não sabia mais o que dizer.

— De nada — Ele colocou a tesoura de volta e foi até a porta.

— Espere.

— E agora? Você está preso em mais alguma coisa?

Eu segurei o resto das roupas para ir ao meu quarto. — Só preciso te fazer algumas perguntas sobre o hospital rapidinho. Me dê um minuto.

Depois de correr de volta para o meu quarto, deixei os retalhos caírem no chão, depois que fechei a porta, vestindo jeans e uma camiseta básica antes de voltar. Quando eu o fiz, ele já estava abrindo a garrafa de vinho. — Não! Corri para fora, mas já era tarde demais. Ele já estava servindo a nós dois.

— O que? Queria beber sozinho? — Sua sobrancelha subiu e ele estendeu a taça para eu pegar.

— Não, o casamento de Bo Young é amanhã e eu ia dá-lo como um presente. — Eu suspirei, pegando a taça.

— Você não pensou em mais nada? — Ele me seguiu até a minha sala de estar, sentando-se comigo no chão perto da janela novamente.

— Sim, mas Park... Bo Young, pode não gostar. Eu estava pensando em algo mais sofisticado, então eu ia dar o vinho a Hyung Sik e dar-lhe brincos. —  disse, entregando-lhe um travesseiro.

Ele colocou-o nas costas, enquanto ele bebia. — Você quer dizer Park HyungSik?

— Você o conhece?

— A elite de Seul se misturam uns com os outros. Minha mãe tem sido 'amiga' da Sra. Kim-Park há anos. Ambos fomos convidados, mas ela disse que iria sozinha. 

O jeito que ele falou amiga fez-me pensar como ele, de uma das famílias da elite, podia ser tão pé no chão e relaxado. Sim, ele sempre se vestia bem e sim, era dono de coisas caras, mas nunca foi esnobe, pelo menos não mais. Mesmo no início, quando via ele como Dr. Idiota, ainda percebi que estava agindo dessa forma porque estava zangado e magoado. Ele realmente se importava com os outros; vi no dia que eu estive no hospital.

— O que? Porque está me olhando assim?

Dei de ombros, bebendo antes de falar. — Eu estava pensando que você não é como eles. Não se importa com o que os outro pensam. Yugy — ele... 

— Você pode dizer o nome dele, Jeon Jeongguk. Ele não é Voldemort.

Eu dei uma risadinha. — Bem, Yugyeom se importava muito. Queria que tudo fosse... de alta classe. Quando eu estava namorando com ele, sabia que ele gostava de coisas boas, e gostava de mostrar o quão bem ele estava indo. Que não era 'apenas um bebê herdeiro'. Sentia-me estranho e um pouco colocado em exposição algumas vezes, mas o bom compensava o mau.

Ou pelo menos, eu pensava que sim.

— Foi ele quem escolheu esse smoking para você? — Olhou a cidade lá fora pela janela.

— Como é que você —

— Um smoking apertado, de tecido caro não parece nada com seu estilo.— Mesmo que eu concordasse que ele estava certo, eu estava um pouco irritado.

— Ele não escolheu realmente. Conhecia o dono da loja de trajes para casamentos, entrei e mandei trazer os smokings melhores e mais caros. Tínhamos ido para outros casamentos antes, e eu sabia que ternos ele acharia que eram feios. Tentei escolher um que eu sabia que ele ia gostar... Uau, isso parece horrível. Mas posso ter estilo, também.

— Nunca disse que não podia. Não é horrível, só significa que você realmente queria estar bonito para ele. Não há nada de errado com isso.

— Estou feliz porque cortou ele de mim. — Eu sorri para o copo. — Eu teria guardado como se significasse algo. Devia ter jogado fora há semanas, ou pelo menos vendido para outra pessoa, mas com Bo Young casando amanhã, eu só... Eu não sei. Eu só queria usá-lo mais uma vez. — Eu tinha certeza que havia alguém lá fora que teria caído de amor por ele.

— A resposta à sua não pergunta sobre eu não ser como eles: meu pai,—  ele respondeu. Levei um segundo para me lembrar onde a conversa tinha começado. —Não ligo para o que pensam, porque não importam para mim. Quando meu pai morreu, eu aprendi quão superficial muitos deles são. Claro, eles vieram ao funeral, apertaram a mão da minha mãe e tudo mais, mas eu me lembro de alguém perguntar, quem é ele mesmo? O que ele fez? Onde ele vivia? Alguns meses mais tarde, algumas das esposas nem tentaram ajudar minha mãe. Acho que para eles, ela já devia ter superado. Eu só... Eu só queria ouvir deles, histórias sobre meu pai. Coisas que se lembraram como amigos. Mas então eu percebi que eles nunca fizeram nada mais do que ir às mesmas festas. Eram apenas os pacientes que ele ajudou que falavam dele e sobre ele. Acho que essa é uma das razões pelas quais eu queria muito me tornar um médico.

— Se seu pai o visse... — Eu comecei. Ele virou-se para me encarar. —Se ele visse você do jeito que eu vi quando cheguei ao hospital, eu aposto que ele seria mais do que orgulhoso. Por um segundo, eu era como, 'Uau, isso é o que ele faz todos os dias.' Eu pensei que eu queria fazê-lo, também. Isso vindo do garoto que falhou em química de três maneiras.

Ele riu. — É mesmo? Eu pensei que eu era apenas 'legal'.

— Eu risquei isso, não? — Maldita nota.

Ele riu, e eu também.

— Então, seu pai era um cirurgião. Sua mãe é uma cirurgiã e presidente do hospital. Você é um cirurgião, e seu irmão está trabalhando para se tornar um, também. Estou quase demasiado intimidado.

Ele levantou a cabeça.

Eu rolei meus olhos.

— O que seus pais fazem?

—Minha mãe ensina Sociologia Universidade de Busan.

—E seu pai?

—Meu pai é um astrônomo. Ele ensina na Universidade, também, mas durante acampamentos e fogueiras, ele se torna um coreano contador de histórias. — Ele acenou com a cabeça, pensando por um momento. — Eu sempre tentei rastrear de onde veio nossa família, mas tanto quanto posso dizer estamos na Coreia há gerações. De repente sinto o desejo de investigar mais.

—Você deveria.

— Então seus pais são estudiosos e você é o artista... o rebelde. Você não tem irmãos?

Desejei que ele não tivesse perguntado isso. Girando a taça em minhas mãos, eu bebi o resto antes de responder. — Não mais — Felizmente, ele não insistiu.

 

 JIMIN

 

Descalçando meus sapatos quando voltei ao meu apartamento, eu caí no meu sofá. Não conseguia parar de pensar... Eu queria saber mais, mas sabia que não podia pressionar, não quando ele tentava tanto sorrir para algo que era obviamente difícil. Eu estava começando a perceber que ele tinha dois sorrisos: um genuíno que dava quando realmente estava feliz e depois o outro, seu escudo. Se ele se sentisse ferido ou chateado, sorria e tentava afastá-lo.

Ele estava lindo naquele smoking de casamento — o que estou pensando?

— Obviamente, eu bebi muito vinho — murmurei para mim mesmo.

—Onde?

Sentei-me rapidamente, vi meu irmão sair do meu quarto vestindo minha camisa, embora as mangas fossem muito longas.Ele apenas dobrou as mangas.

— O que está fazendo aqui e por que está usando minha camisa?

— Derramei cerveja na minha, hyung — respondeu, caminhando para a cozinha e pegando minha última cerveja. — Você deve comprar mais destas.

— A primeira pergunta, você ainda não respondeu.

— Mamãe está recebendo os 'Kim-Park' novamente. Sabe que eu odeio essas pessoas hyung. —  Ele empurrou meus pés para o lado e tomou um lugar no sofá.

Bati-lhe na cabeça com uma almofada.

— Ei!

— Já pensou em ter seu próprio apartamento?

Ele olhou para mim como se eu estivesse desorientado. — E deixar a mãe sozinha em casa? Não foi você quem me disse para tomar meu tempo para sair? Além disso, eu gosto de lá.

Sem nada a dizer, virei, colocando meus pés em cima da mesa de café.

— Então por que você bebeu o vinho do pai? Você costuma guardar isso para ocasiões especiais. — Ele levantou as pernas também.

— Jeon Jeongguk precisava de uma garrafa para o casamento do filho de 'Kim-Park' de amanhã. Aparentemente, ele é amigo da noiva do HyungSik. Mas acabamos bebendo juntos, novamente. — Peguei o controle, ligando a televisão.

Ele ficou me encarando.

— O quê?

— Só estou processando.

— Faça isso — murmurei inclinado para trás.

— Ok, então você bebe vinho do pai com alguém de fora da família, não uma, mas duas vezes? O que é essa coisa que vejo entre vocês dois?

— Amizade, é isso. Na primeira vez eu tinha sido um idiota e tentava desculpar-me, desta vez, ele se desculpou. Eu pensei que era o mínimo que podia fazer depois que ele me comprou sapatos — 

— Ele comprou sapatos? Hyung, vamos lá, não minta — 

— Nós somos apenas amigos. Não enxergamos um ao outro de qualquer outra maneira além dessa. Seria estranho se o fizéssemos. Nós somos os únicos que entendemos o que sentimos, então podemos conversar. Tire sua cabeça da sarjeta — Ele franziu os lábios, bebendo lentamente. — Sério, Tae.

— Eu não disse nada. Estava pensando que quando estava tentando ser amigo dele, disse-lhe para ficar longe de mim — 

— Só assista TV e cale a boca.

Ele fez, mas só por dois minutos. — Então isso significa que você vai para o casamento? Ele vai estar lá.

— Não. Porque ele estar lá importaria?

Ele encolheu os ombros. — Quero dizer, você não vai porque vai trazer memórias, mas ele tem que ir. É uma droga que ele vai ter que passar por isso sozinho.

— Ele é um rapaz legal, TaeTae, mas se te faz sentir melhor, você pode dançar com ele se quiser.

Eu não vou.


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Notas finais do capítulo

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