The Sirens escrita por jduarte


Capítulo 2
Deep Blue Sea


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Antes;
24 de Março 2004, 7:30AM,
Key Biscayne, Miami - FL.

Os garotos andavam perto da água, preocupados com a mudança do tempo e o vento frio que ricocheteava-os em todas as direções possíveis, praticamente expulsando-os da praia. O garoto loiro – filho de um pescador das docas –, mandado pelo país para localizar a rede de pesca perdida, chutou uma pedra na sola de seu pé e bufou, incomodado.

— Isso é idiota, – ele resmungou, abraçando o próprio corpo frio. — como é que ele sabe que aquela coisa foi parar na praia?

O segundo garoto, com os cabelos de fogo, rolou os olhos nas órbitas e se segurou para não responder. Não melhoraria a situação.

Seus pés afundavam na areia fofa, enterrando seus sapatos quase que completamente. O ruivo avistou a rede enrolada em um monte de algas marinhas e outro objeto. Seu coração parou por um instante quando ele percebeu o formato da cauda gigante presa em um dos furos da rede de pesca.

Não era nada mais do que um grande peixe verde, certo?

Ele se aproximou da rede de pesca, segurando o canivete muito próximo do corpo, pensando somente em se livrar do peixe e devolver a rede de pesca para o devido dono.

— Mas que porra é essa? – ele ouviu o outro garoto sussurrar, em choque. — Esse deve ser o peixe gigante que meu pai tava falando pra gente, semana passada!

O menino ruivo viu o movimento das escamas quando se aproximou ainda mais, e seu coração pulou no peito. As escamas eram verdes e brilhantes, poderiam até cegar se olhasse muito tempo para elas.

Suas palavras pareciam perdidas em seu lábios rachados pelo frio.

— A gente tem que levar isso pro meu pai...

— NÃO! – o segundo menino disse, rápido demais, pegando o loiro de surpresa. — Precisamos devolver pro mar.

O loiro estava petrificado no mesmo lugar, sem conseguir se mover ou pensar propriamente. Algo estava terrivelmente errado e ele podia sentir no ar.

O garoto ruivo cortou a rede para liberar o peixe, e suas mãos esbarraram nas escamas, sem querer. Elas eram muito afiadas, como uma lâmina de barbear, e agora ele tinha acabado de cortar o dedo indicador. Um corte profundo, que vertia o sangue vermelho fazendo-o pingar no chão de areia molhada.

— Merda! – ele xingou alto e de repente tudo pareceu enevoado e esquisito.

Ele precisava devolver o peixe pro oceano, e ele tinha que ser rápido e cuidadoso para não tocar nas escamas verdes afiadas.

O menino deu alguns passos para trás depois de cortar a rede de pesca, e quando as algas marinhas se desenrolaram do peixe, o ar ficou preso na garganta. Não era um peixe, mas sim uma mulher maravilhosamente bela, com cabelos escuros e pele bronzeada, e cauda de peixe ao invés de pernas.

Nenhum dos meninos conseguia falar por choque de ter encontrado uma criatura metade peixe metade mulher, na vida real.

O que era aquilo?

A criatura rastejou por suas mentes, mascarando sua presença nas lembranças dos meninos. Como se ela fosse apenas uma bela desconhecida caminhando pela praia, e não uma Siren.

Eles estavam hipnotizados por sua complexidade tão bela. Angulosa, mas ao mesmo tempo sútil e agradável aos olhos, um tanto quanto alienígena.

A criatura cantou uma canção para criar a perfeita ilusão, mascarando assim sua identidade e sentiu as ondas lamberem a ponta de sua cauda. Ela estava em casa novamente.

Mas os meninos ainda continuavam embasbacados pela siren e não conseguiram encontrar forças para deixar a praia. Ela tinha que fazê-los esquecer. E rápido.

As ondas esconderam seu corpo dos olhos curiosos, enquanto sua voz cantava a hipnose em suas mentes mais uma vez.

— Olha só, encontremos a rede! – o menino loiro exclamou, saindo do transe que a criatura o havia colocado.

O outro garoto, parecendo totalmente confuso, não ligou nem um pouco para a rede de pesca. Ele estava curioso sobre o peixe que havia devolvido ao mar, isso sim. Sua mente trabalhava à mil por hora, tentando achar respostas.

Aquilo era um peixe, certo?

Sua cabeça estava uma bagunça. Suas sobrancelhas se uniram em confusão e ele olhou para o oceano mais uma vez, tentando lembrar de algo que definitivamente havia esquecido.

siren, olhando de uma distância segura, analisou o corte profundo no lado esquerdo de seu corpo, e mergulhou fundo no mar azul, voltando de onde havia vindo.

Mas ela não percebeu que o ruivo tinha a visto. E ele se recordou de tudo.

 


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Notas finais do capítulo

Continua?



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