— Tem certeza que você está bem? Eu vi você sendo arremessada contra aquela placa, mocinha! – Marinette riu.

O casal falava por ligação. Era tarde da noite e Luka aproveitou que Juleka tinha ido dormir na casa de uma amiga e estava sozinho no quarto.

— Estou bem sim. O Miraculous da Ladybug cura e conserta tudo, esqueceu?

— Hum, não sei se acredito. Acho que preciso checar se você está mesmo bem. Talvez amanhã, às seis horas da tarde na sua casa, enquanto assistimos Friends?

— É uma oferta tentadora e eu não vou recusar. Mas acho que você não vai precisar esperar até amanhã pra checar se eu estou bem.

— Como assim? – ouviu batidas na janela e deu um pulo de susto. Em seguida sorriu, vendo Ladybug pendurada de cabeça para baixo – Só um minuto, tem uma joaninha na minha janela. – ela riu e então ele desligou a ligação, rapidamente indo abrir a janela. – Olá, e ao que devo a visita da super-heroína mais incrível de Paris?

— Ao fato da sua irmã não estar aí. Nada contra ela, mas você sabe. – brincou e deu de ombros – Então, será que eu posso entrar?

— Depende. – sorriu travesso – O que eu ganho com isso? – Ladybug se inclinou, selando seus lábios nos dele brevemente – Me convenceu. – deu espaço para que ela entrasse. – Não que eu esteja reclamando, mas o que você faz aqui?

— Tinha uma ronda noturna com o Chat Noir e aproveitei para visitar o meu namorado. – arregalou os olhos ao notar o que tinha dito – Q-Quer dizer, o meu... Hã... – Luka sorriu.

— Eu posso ser o seu namorado, se você quiser. – a tranquilizou – Só sinto muito por não fazer um pedido incrível como você merece. – ela sorriu.

— Está tudo bem. Não precisamos dessas coisas. – se aproximou, colocando as mãos nos ombros dele e o beijando. Luka então, envolveu a cintura da heroína e a puxou mais para si.

Se há alguns dias atrás dissessem a Luka que ele beijaria ninguém menos do Ladybug em seu próprio quarto, ele diria que esta pessoa estava claramente louca. Afinal, ele amava Marinette e o que a heroína da cidade iria querer com ele? Bem, a não ser que fossem a mesma pessoa. E pela sorte do garoto, elas eram.

Os dois se separaram, recuperando o fôlego.

— Eu estive pensando nesses últimos dias, sobre como eu me sinto em relação a você. – a azulada admitiu, enquanto acariciava os cabelos dele – E eu nunca fui tão feliz como eu estou sendo agora. Obrigada por isso.

— Eu é que devo te agradecer, Marinette. – sorriram e ficaram em silêncio por alguns segundos, com as respirações descompassadas.

— Luka?

— O que é?

— Eu amo você. – os olhos do garoto brilharam ao ouvirem as palavras saírem dos lábios da azulada.

— Você está falando sério? Tem certeza?

— É claro. – ele sorriu, a beijou e em seguida foi conduzindo Marinette para trás, até que as costas dela se chocaram de leve com a parede.

O garoto segurou as coxas da heroína, dando impulso para que ela as entrelaçasse na cintura dele. Seus lábios deixaram os de Ladybug por alguns instantes, para depositar beijos na parte do pescoço dela que não estava encoberta pelo traje.

— Eu nunca tive... Tanta certeza na minha vida.

***

Luka andava pela cidade procurando algum sinal de Ladybug. Tinha ido no cinema com seus amigos e na volta acabou vendo que um novo akumatizado surgiu, e não era um dos fáceis. Logo, imaginou que sua namorada estivesse por perto e tentou acompanhar a batalha. Mas acabou os perdendo de vista.

Olhou no celular e parecia que os repórteres também não tinham informações de Ladybug e por um momento ele ficou preocupado, até que a heroína pousa na sua frente, o assustando.

— Olá, bonitão! – cumprimentou com um sorriso.

— Ladybug? O que faz aqui? Você está bem? – se aproximou, mas nem tanto, para não parecer suspeito. Tão atônito que sequer notou o elogio na fala dela.

— Estou sim, mas eu vou precisar de uma ajudinha. Posso contar com você?

— É claro, mas... Como eu poderia te ajudar?

— Vem comigo. – Marinette segurou a cintura dele e jogou seu ioiô no prédio, puxando os dois para cima do telhado – Eu realmente não queria colocar você em perigo, mas você é a única pessoa que eu confio e que não foi pega até o momento.

— Marinette, o que você... – ela estendeu uma caixinha preta para ele.

— Luka Couffaine, esse é o Miraculous da serpente, que dá o poder da regressão. Você vai usá-lo para o bem maior e assim que a missão terminar, você vai devolvê-lo para mim. Posso confiar em você? – o garoto abriu a boca, surpreso. Em seguida sorriu e pegou a caixinha.

— É claro, amor. – Marinette sentiu suas bochechas corarem, enquanto Luka abria a caixa, liberando o kwami verde.

— Aos seus serviços, mestre.

— Nossa! – piscou os olhos ao se deparar com a criaturinha.

— Esse é o Sass, seu kwami. – explicou, enquanto o garoto colocava o bracelete.

— É só dizer, “Sass, me transforme” e você virará um super-herói. – Luka olhou para Ladybug, que fez um sinal positivo com os polegares. Explicaria tudo sobre suas habilidades para ele no caminho de volta para a batalha.

— Entendi. – sorriu determinado – Sass, me transforme!

Ladybug deixou seu queixo cair assim que viu Luka transformado em sua frente. O garoto era incrivelmente lindo, mas naquele traje...

— Meu Deus! – deixou escapar.

— O quê? Muito ruim?

— Não! Você está ótimo! – suspirou, fazendo ele rir. Em seguida recobrou a postura, se concentrando no objetivo. – Ok, agora precisamos ir... Hã... Como eu posso te chamar? – o moreno olhou para si mesmo, pensando.

— Viperion.

— É um bom nome. – sorriram – Agora vamos, Viperion. Quero terminar a luta a tempo de assistir Friends. – ele riu.

— Como desejar, señorita.

— Senõrita? – questionou divertida e o herói deu de ombros.

— Ascendência latina por parte de pai. – Ladybug sorriu de lado.

— Gostei.

***

— Zerou! – o trio bateu os punhos, no costumeiro cumprimento pós derrota de akuma.

— Você foi incrível, Viperion, de verdade! – Ladybug elogiou.

— Obrigado. Fico feliz que tenha gostado dos meus serviços, señorita! – disse em um tom pretensioso. Marinette imaginou que fosse por conta da personalidade de Sass estar o afetando. Então ela sorriu de lado.

— Realmente, seus serviços foram ótimos. – retribuiu.

— Alô! Eu ainda estou aqui! – Chat Noir balançou as mãos, fazendo uma careta.

— Eu sei disso. – Ladybug riu. – Bom, agora precisamos ir. Você também foi incrível, Chat. – a heroína piscou e saiu, sendo acompanhada por Viperion.

— Hum! – ele murmurou enquanto corriam entre os prédios.

— O que foi?

— “Você também foi incrível, Chat”. – imitou a voz dela, fazendo com que Marinette parasse em um telhado qualquer e começasse a rir.

— Ciúmes? Sério mesmo? – se aproximou dele, colocando as mãos em seus ombros.

— Só um pouquinho. – sorriu de lado, segurando a cintura dela. – Mas tudo bem, eu sei quem está no seu coração.

— É você, e só você.