happily ever after. escrita por unalternagi


Capítulo 42
Acho que te amo melhor agora


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde

Fiquei muito feliz que vocês comentaram no último capítulo e ficaram animades com a semana de postagens, estou confiante de que vou conseguir fazer isso.

Capítulo de hoje é Rose e Bella... Espero que gostem do que vem a seguir!

Boa leitura!



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Capítulo 42 – Acho que te amo melhor agora

|ROSALIE|

Imaginar que no ano passado eu, nessas alturas, estava não apenas sem o meu irmão, mas também sem a minha cunhada era um pouco inconcebível demais já que, naquele ano, de presente de aniversário para Alice – Edward, Bella, Emmett e eu – nos juntamos para dar o dinheiro para que ela contratasse a costureira que ela queria para fazer seu vestido de casamento. Era inútil contar que a mulher quase teve uma síncope com o pouco tempo que teria, mas caímos nas graças dela quando Alice chegou com todos os moldes cortados para ela apenas costurar.

Depois daquilo passamos as semanas cuidando de cada singular detalhe do evento que se aproxima. Estávamos verdadeiramente animados com tudo o que viria. Eu assistia os meus irmãos e o quanto cresceram, via Bella desfilar com seu amado anel de noivado por ali depois de a ver negar mais que um pedido de casamento de Edward e era lindo demais, eu me sentia muito completa.

Março chegou com calmaria – para mim. Henri estava de uma beleza infinita, andando e correndo pelos quatro cantos do apartamento e, com a primavera aflorando as árvores nos parques da cidade, Emm e eu nos esforçávamos para o levar para brincar e passear com mais frequência. Mesmo que Emmett continuasse a trabalhar como um maluco, ainda assim, sempre tinha tempo para nós dois.

Nossa pequena família era muito mais do que eu poderia ter sonhado qualquer dia da minha vida. A realidade superava qualquer expectativa.

Como se tivesse seguido todos os tropeços do ano anterior, lembrei-me que esqueci do aniversário de Emm e, por aquela razão, eu tinha anotado até na minha testa que o aniversário dele estava na esquina e teríamos mais que o nascimento dele para comemorar, mas também o um ano de que estávamos morando juntos e, verdadeiramente, começamos a viver nossa vida de família.

Virei a última panqueca na pilha que tinha se formado e sorri animada, enfeitei-as com morangos e mirtilos e, depois de arrumar a mesa do café-da-manhã, peguei o cupcake na geladeira e posicionei a vela em cima. No quarto de Henri eu o amamentei e troquei sua fralda, quando ele já sorria, sentei-o de frente para mim.

—Filho, hoje é aniversário do papai – falei animada.

—Papai – ele repetiu sorrindo.

—Isso filho, parabéns do papai – contei apontando para o cupcake que eu tinha deixado na cômoda dele.

Os olhinhos de Henri foram do bolinho para mim com uma animação descomedida, ele começou a aplaudir e murmurar a cantiga de aniversário.

—Isso, lindo, muito bem, filho – eu ri – Vamos lá para acordar o papai?

Henri concordou e eu o coloquei no chão, ele se apressou para fora do quarto. Alcancei o bolinho e, com o isqueiro que estava em meu bolso, acendi a vela. Sorri animada e abri a porta para Henri que entrou fazendo uma bagunça impressionante – nunca houve dúvida nenhuma, mas se houvesse, o jeito de Henri derrubaria todas. Ele só poderia ser filho de Emmett.

—PARABÉNS PARA VOCÊ – cantei alto com Henri batendo palmas e gritando para Emmett o pegar.

Emmett acordou gargalhando e eu sorri muito mais do que apenas feliz com aquilo, fechei os olhos por um segundo em uma oração silenciosa para que sua vida sempre fosse repleta de gargalhadas matinais.

—Faça um pedido – instruí sentada ao lado dele, com Henri do outro lado.

Emmett sorriu para mim, as covinhas que eu amava bem marcadas e reparei que seus olhos encheram de lágrimas. Ele puxou nosso filho para seu colo e negou devagar com a cabeça.

—Acho que não tenho mais nada para pedir – ele confessou emocionado.

Eu senti meus olhos e nariz pinicarem, entendendo-o muito bem.

—Então agradece comigo – sugeri.

Ele assentiu. Contamos até três e nós três apagamos a vela de Emmett naquele ano.

.

Mais tarde, naquele mesmo dia – que eu tinha tirado para passar com Emm – nós fomos levar Henri para sua primeira vez no circo. Emmett estava confiante de que não precisaríamos sair de lá para nenhuma atração, nem mesmo o palhaço, mas eu não o forçaria a nada.

—É logo depois desse número, ursão – falei para ele.

Ele olhava para o malabarista, encantado, era um dos que ele mais gostava. Henri estava no colo dele com um saco de pipoca esquecido nas mãos enquanto ele sorria maravilhado para o homem com uma série de objetos empilhados no braço.

—Eu vou tentar ficar, mas qualquer coisa você o pega e me liga quando acabar? – Emm pediu inseguro, mas distraído.

—Claro que sim – sorri animada.

Aplaudimos e fizemos barulho para o malabarista sorridente quando seu número acabou.

—Quer me passar Henri? – perguntei séria.

—Não, ainda está tudo bem – Emmett jurou enquanto via o palhaço entrar no picadeiro.

Passei o braço nos ombros encolhidos de Emmett quando ele focou o olhar no palhaço. Eu nunca, realmente, tinha visto uma apresentação de palhaço, normalmente estava com Emmett vendo os animais ou qualquer outra coisa que o distraísse, então me maravilhei com o número que foi se desenrolando em nossa frente.

Henri gritava completamente apaixonado com o homem de nariz vermelho que desenrolava brincadeiras à nossa frente. O palhaço não demorou para perceber meu filho barulhento no meio da plateia já que estávamos na segunda fileira.

—Rose, eu vou vomitar – Emmett disse quando reparou que o palhaço vinha para o nosso lado.

—Encosta a cabeça no meu ombro, lindo, está tudo bem – jurei abraçando sua cabeça.

Henri não se importou com a retração de seu pai e nem mesmo quando Emmett o passou para mim.

O palhaço se aproximou entregando uma bexiga em formato de cachorro para o meu filho que gritou animado, agradecendo o palhaço quando eu o lembrei que ele o tinha que fazer. Henri abraçou o cachorrinho quando senti o aperto de Emmett afrouxar em mim.

—Emm? – perguntei preocupada achando que ele poderia ter desmaiado.

—Eu só preciso de um tempo, você me conta quando ele acabar? – ele pediu meio pálido.

Confirmei e Emmett saiu a passadas largas do local.

Henri e eu terminamos de ver o número dele, completamente encantados com a simplicidade de suas brincadeiras e a forma que ele interagia com as pessoas das primeiras fileiras, muitas vezes sem muitas falas, apenas olhares e caretas. Ele logo agradeceu nossa atenção e foi para dentro. Liguei e Emmett voltou tomando uma coca e com mais cor no rosto, entregou alguns amendoins para Henri e eu que aceitamos de bom grado.

—Como foi? – ele perguntou sorrindo enquanto o trapezista se ajeitava na corda bamba.

—Eu nunca tinha visto um número com o palhaço antes – falei baixo para que apenas ele escutasse.

Emmett abraçou-me para mais perto de si.

—É, eu estava pensando nisso enquanto estava lá fora. Você e Henri estavam olhando para o mons... Palhaço. Estavam olhando para o palhaço com a mesma admiração e eu reparei que eu sempre te impedi de ver o número de um, me perdoa – ele disse no mesmo tom baixo que o meu, para não atrapalhar o desenrolar da apresentação.

—Eu te amo, tolo, sempre fiz porque quis – falei sincera – Você realmente não gosta né?

—Eu não gosto – ele concordou – Tanto que eu queria chutar Edward e Jasper por apresentarem e endossarem o amor do nosso filho por aquele ser – Emmett falou tremendo e eu ri, beijando seu rosto.

Terminamos de assistir todo o espetáculo antes de irmos para o Central Park passar o resto da tarde brincando com nosso filho. Tirei fotos nossas, como eu gostava de fazer sempre e, algumas, eu revelava para que pudéssemos ter essas memórias em nossas mãos quando quiséssemos.

Por volta das quatro e meia, Henri dormiu no colo do pai dele quando eu entrei em um café para comprar coisas para beliscarmos, já que logo encontraríamos nossos irmãos para jantarmos todos juntos e comemorar o aniversário de Emmett.

—Queria falar com você – Emmett disse evasivo quando terminamos nossos cafés.

—Pode falar, Emm – sorri deitando-me no ombro dele, que estava deitado em cima da camisa de flanela que usou, com Henri cobertinho no peito, a cabeça do neném encaixada no vão de seu pescoço.

—Não é uma coisa muito imediata e você pode esperar e pensar para responder isso, não estou falando agora porque é meu aniversário e para que, assim, você se sinta compelida a aceitar, apesar de que... Agora que estou ouvindo talvez seja para onde meu inconsciente me empurra, mas juro que não é isso – ele falou ansioso.

Eu ri.

—Só fala – pedi curiosa.

—Preciso que seguremos mais um tempo no apartamento – ele disse – Claro, se quiser. Eu queria continuar o investimento até o final da minha faculdade, eu estava fazendo umas contas e acho que, até o final do curso, terei para investir em um espaço para abrir o pub e eu sei que é egoísta eu usar nosso dinheiro comigo, mas é um investimento... Só se você quiser, eu vou te passar os números, vou te mostrar com mais calma assim que chegarmos em casa, mas eu virei os números ontem e eu queria falar com você.

Fiquei encarnado Emmett por um tempo, pensativa. Era um risco e, eu que sempre fui tão cuidadosa e uma doida por controle e certezas, nunca conseguia ou queria titubear a qualquer pedido de Emmett, porque eu enxergava nele a certeza que nunca faltou. O homem, meu parceiro, que largou tudo, que apertou pause em sua vida para assumir seu filho, que se esforçou para que eu me sentisse segura e protegida por toda a gestação e, mais do que qualquer coisa, eu via o amor da minha vida, desde o garoto que partiu meu coração até o homem que o remendou com todo o carinho e responsabilidade de alguém que me via, queria e amava, apenas da mesma forma que eu sentia com ele.

—Podemos conversar com calma – prometi beijando o pescoço dele.

—Eu amo você, Rose, muito – ele murmurou – Sei que enquanto nossos irmãos se pautam com certezas eu te trago mais dúvidas e riscos, mas eu me sinto seguro, confiante, eu sei que eu não vou cair porque não te vejo soltando a minha mão – ele dizia intensamente e eu me apoiei em meu braço para o ver melhor – Isso é lindo e tão rico, eu te amo todo dia. Você é tudo. Obrigado por me dar tudo o que eu poderia querer, você faz tudo apenas por estar aqui deitada comigo. Eu sou tão apaixonado por você que deveria ser crime – ele sorriu docemente – Eu faria loucuras por você.

—Acho que você já tem sua cota de doidices – brinquei bobamente.

—Eu faria mais muitas – ele garantiu.

Sorri amplamente para ele, abaixando para deixar um beijo casto em seus lábios e me afastei para encontrar os olhos verdes que eu amava.

—Eu amo você. Aceito e embaso qualquer loucura que me apresentar com essa paixão no olhar – pisquei sorrindo – Você feliz é o que traz o sorriso e plenitude para mim.

—A reciprocidade é quase enlouquecedora – Emmett disse rindo.

O pôr-do-sol do aniversário de vinte e quatro anos de Emmett foi insanamente bonito. Nós cochilamos por um momento com Henri antes de sermos acordados com o toque do celular de Emm, eram nossos irmãos avisando que já estavam indo para o restaurante que marcamos e, apressados, seguimos para lá.

—Jasper, o que te custa entender que minha raiz está ridícula? – Bella perguntou.

—Você perdeu uma Sumber aposta, minha querida, o que eu tenho a ver com seu cabelo feio? Seis meses são seis meses e, vamos lembrar quem não quis pintar a raiz? – Jasper respondeu dando de ombros.

Desde o final de janeiro, Bella desfilava pelas ruas de Nova Iorque com o cabelo tom de laranja que Jasper tinha escolhido e eu via no brilho psicótico dos olhos do meu irmão o quanto ele se orgulhava do fato de ter feito Bella cair em uma daquelas tolas apostas.

—Por que comigo? – ela indagou batendo a mão na mesa.

Eu ri alto e foi como eles perceberam que já tínhamos chegado. Todos se levantaram para nos cumprimentar. Emmett posicionou Henri na cadeirinha que nossos irmãos já tinham solicitado e nós nos sentamos na mesa redonda que eles escolheram.

—Eu sei que o aniversário é do Emm, juro que não quero roubar a beleza do seu momento e tudo, mas eu não consigo segurar – Alice começou ansiosa.

—Você conseguiu o estágio na Calvin Klein – Emm disse lendo o cardápio.

—Como sabe? – ela perguntou animada.

—Achei que Alice que fosse a que via o futuro – Jasper brincou bebericando seu suco.

—Ela pode ser a que vê o futuro, mas todos aqui temos a audição nos trinques e moramos meio perto um dos outros – Edward ridicularizou.

—Como assim?

—Você gritou alto pra caralho ontem a noite, fizemos um grupo para apostar qual era a novidade, mas todos apostamos na mesma coisa, então não teve graça – contei rindo.

Fizemos nossos pedidos com Alice ainda chocada em seu canto.

—Eu gritei tão alto assim? – ela indagou surpresa.

—Pouca coisa, Lili, meu avô só ligou da Itália e pediu para te parabenizar – Emmett ironizou.

—Gente, que perigo – Alice parecia pensativa, ignorando por completo a piada de Emmett. Ela olhou para Jasper – Será que as pessoas escutam... Qualquer coisa? – ela pensou alto.

Meu irmão estava bebendo mais de seu suco, mas com a colocação de Alice, certamente ficou surpreso, já que tossiu dentro do copo devolvendo o líquido enquanto nós quatro – que não o casal Cullen-Hale – fizemos sons e caretas de nojo para o feito.

—Não ouvimos barulhos suspeitos, se essa era a dúvida – Bella garantiu atacando uma bola de guardanapos em meu irmão – O carma vem, soldadinho de chumbo, quando você menos espera ele vem em forma de queimação de líquido na narina – ela provocou o encarando seriamente.

Jasper enviou um dedo do meio para ela.

O resto do nosso jantar foi sem qualquer outro tipo de reações exageradas, éramos apenas nós seis com Henri, o time de sempre.

.

|BELLA|

Levantei-me da cadeira de couro, arrancando as peles que sobravam do meu lábio com a aflição e antecipação me corroendo de forma insana. Eu não sabia se estaria preparada para abrir aquilo naquele momento, era pressão demais. Joguei o envelope de qualquer jeito dentro da minha mochila e a soquei no armário, ainda tinha algumas horas de plantão e, apesar do doutor Gadget ser mais tranquilo que Nicky em questão de emergências, ele ainda assim as tinha, então apressei-me para começar meu turno.

Cardiologia era uma área interessante, mas ainda menos do que na neurocirurgia, eu não encontrei conexão alguma ali e imaginei o que seria de mim se eu não decidisse por um caminho que seguir, de preferência antes do que depois.

Com toda a pressa do plantão, só me lembrei do envelope que eu tinha escondido na minha mochila quando a recuperei ao final do turno. Apesar de estar tentada a abri-lo naquele segundo, eu gostaria de estar mais descansada e pensar em tudo com calma. Eu teria tempo.

Edward me esperava no lugar habitual e eu sorri, a calma tomando-me por completo.

.

Desde sempre meus aniversários foram grandes eventos entre meus amigos e, é claro que meu irmão amava festas e minha melhor amiga durante toda minha vida tinha sido Alice, mas ainda assim, eu seria tola de não assumir que a maior parcela vinha de Edward. Como ele gostava de dizer, era o dia favorito do ano dele.

Eu não me sentia diferente daquilo em relação ao aniversário dele, naquele ano mais do que nunca, eu tinha uma surpresa.

Preparei tudo o que ele mais gostava de comer na manhã e fui para o quarto com nosso habitual café na cama, mas naquela bandeja tinha algo a mais.

—Amor – sussurrei perto dele, tentando conter a emoção e antecipação que eu sentia para o contar de uma vez – Acorda, vida, vamos comer o nosso desjejum – pedi docemente para ele.

Ganhei um sorriso torto. Era um avanço, mesmo que os olhos ainda estivessem fechados.

—Posso dormir mais um pouco já que é a véspera do meu aniversário? – ele perguntou rouco.

—Amor, preciso que acorde agora – falei.

Ele abriu os olhos em alarme e eu não quis dar pinta, então me levantei para pegar a bandeja. Será que minhas pernas tremiam visivelmente.

—Está tudo bem? – ele perguntou preocupado.

Encaminhei-me com calma e cuidado para o lado dele.

—Está, vida, é que é a véspera do seu aniversário – falei sentindo as lágrimas encherem meus olhos.

—Bells – ele riu docemente, tirando a bandeja das minhas mãos e colocando com cuidado ao lado dele – Tivemos outros vinte e um desses, amor, não é tão importante assim – ele brincou e eu sorri amplamente.

Eu estava tão pronta.

—Eu sei, mas hoje é um dia muito importante – falei sorrindo.

—É?

—Sim, muito – confirmei feliz – Pega a sua bandeja – instrui docemente.

Edward sorriu, provavelmente contente que minha feição estivesse mais normal.

Ele beijou meu rosto e pegou a bandeja, recostando na cama. Não saí da frente dele, pronta para o momento correto. Contei com a curiosidade dele e não fui decepcionada, no momento que viu o envelope branco na bandeja ele franziu o cenho, o puxando quase instantaneamente.

—O que temos aqui? – ele indagou risonho.

Do lado de fora eu escrevi: “Parabéns não é Feliz Aniversário”.

Vi a confusão no rosto dele e ele rasgou o envelope de qualquer jeito, nada menos do que eu esperava.

Primeiro eu deixei o exame de sangue e vi a careta de confusão dele que me fez sorrir, ele seria ótimo. Eu estava tão feliz. Ele logo passou as páginas e parou quando encontrou o meu bilhete ali.

Sim, meu amor, é claro que todo e qualquer aniversário que passarmos juntos será um motivo de comemoração, mas hoje ainda não é dia vinte. Hoje é outra comemoração, uma nova.

Sei que provavelmente não vai entender grandes coisas dos outros papéis, mas posso te resumir em uma pequena frase: Nós vamos ter um bebê.

Então, claro, feliz aniversário adiantado, mais principalmente. PARABÉNS, meu amor, é o seu primeiro dia dos pais como um pai. Seu presente está no forno, prometo que cuidarei dele com tudo o que tenho e, em troca, promete para a gente que vai ser paciente?

Nós te amamos.

—Bella e bebê

Reparei que Edward tremia pelo papel que ele segurava, eu sabia que ele não tinha conseguido terminar de ler a carta, mas entendi que ele entendera a ideia principal, então levantei minha blusa e ele olhou para mim, os olhos liberando todas as lágrimas que tinham se acumulado ali, uma cópia perfeita da forma que eu me encontrava.

Na minha barriga, de forma doida, eu tinha escrito “Feliz aniversário adiantado, papai” com batom. E Edward colocou a bandeja de qualquer jeito no chão antes de me puxar para seu colo, ele chorava copiosamente, balbuciava coisas incoerentes enquanto eu tentava limpar suas lágrimas.

—Não é brincadeira, vida? – ele perguntou depois de tomar uma respiração profunda.

Eu ri em meio às minhas lágrimas.

—Claro que não, amor.

—Então me fala em voz alta, diz o que você colocou no bilhete – ele pediu aflito.

Eu ri acariciando o rosto dele com delicadeza e amor. Meu amor duplicado que provinha de mim e do nosso bebê, chorei ao pensar aquilo e Edward, mais que rápido, limpou as minhas lágrimas, abracei o pescoço dele tentando regularizar meus batimentos cardíacos para me acalmar e conseguir falar.

—Fala para mim, meu amor, fala o que você escreveu – ele suplicou nos balançando devagar.

Eu sorri, limpando minhas lágrimas. Feliz demais para me conter.

—Parabéns não é feliz aniversário, amor – eu repeti – Amanhã eu vou te falar feliz vigésimo segundo aniversário, mas hoje eu falo parabéns. Parabéns pelo seu primeiro dia dos pais, Edward, porque nosso amor se multiplicou – falei – Eu estou grávida, minha vida – eu disse aquilo em voz alta pela primeira vez e a emoção que me tomou surpreendeu até a mim mesma – Eu vou ser mãe e você será pai, Edward, é verdade, amor. Você está feliz?

Ele me olhou por um momento, um minuto que me fez sentir a pessoa mais importante de toda a galáxia, daquele jeito que só Edward conseguiria me fazer sentir.

—Felicidade parece uma palavra burra para o que estou sentindo agora, Bella – ele balbuciou rindo e chorando – Eu amo você, muito. Obrigado, vida, muito obrigado – ele disse – Eu não acredito – ele chorou.

Ficamos agarrados por um tempo até ele me deitar delicadamente na cama.

—Eu posso falar com a sua barriga? – pediu tolamente e eu assenti.

Ele acariciou meu estômago plano com adoração e sorriu tolamente.

—Oi minha vidinha – ele murmurou – É o papai – ele disse antes de voltar a chorar – Eu te amo tanto, amo mais que tudo – jurou.

Então levantou a cabeça, parecendo inseguro com algo.

—O que foi?

—Mais alguém sabe? – ele perguntou e eu ri.

—Só a mamãe e o papai – jurei e ele sorriu, abraçando-me pela barriga.

Raspei minhas unhas, delicadamente, em seu coro cabeludo.

—Somos só nós três por enquanto. Minha família – ele disse mais para si mesmo, mas eu gostei de ouvir aquilo.

Só nós três.

—Nossa família – eu corrigi.

Ele me olhou por um momento, antes de voltar para o meu lado, se apressando para tomar-me em um beijo bom no momento seguinte.

.

—Como desconfiou? – Edward perguntou deitado em meu peito, a mão acariciando sem parar toda a minha barriga, depois de limpar o batom dali.

—Minha menstruação veio bem fraca no mês passado e esse mês não veio. Aproveitei e fiz o exame no meu último plantão – contei sorridente.

Ele olhou para mim.

—Você sabe desde quinta-feira? – ele perguntou meio chateado, como se de algum modo aquilo fizesse o bebê mais meu do que dele

—Não, abri só hoje de manhã – garanti.

—Promete?

—Juro, amor... Você acha que eu conseguiria guardar esse segredo por tanto tempo? Hoje mesmo eu quase que vim gritando que a gente ia ter um bebê, mas resolvi que eu acabaria me arrependendo se fizesse isso.

—Eu amei como você contou – Edward disse sorrindo bobo e eu abaixei para deixar um selinho em seu lábio – Estou tão feliz que só nós dois sabemos... – ele falou tolamente me fazendo rir.

No fim das contas, Edward me deu um baita susto ao levantar de repente recuperando a bandeja do chão dizendo que eu tinha que comer.

—Eu ainda não sei muitas coisas sobre gravidez, mas eu vou aprender, amor, de quantas semanas estamos? – ele perguntou sentando-se com a bandeja no colo.

—Dez semanas já, eu não posso colocar em palavras o quão tapada estou me sentindo por não ter desconfiado antes... Rose descobriu com o que? Três semanas?

Edward sorriu e percebi que ele fazia contas nos dedos.

—Dois meses e meio – contei sorrindo.

—Está bem, eu vou aprender isso de semanas também – ele garantiu me passando o suco que tinha ali.

Depois de passarmos o dia todo completamente rendidos pela pequena soma de nós dois que agora habitava meu útero, Edward e eu convidamos nossos irmãos para virem jantar conosco, queríamos que eles fossem os primeiros a saberem da nossa novidade e eu me sentia elétrica a cada segundo que passava.

Rosalie e Emmett apareceram assim que Henri acordou, trouxeram suco e cerveja e Emmett e eu cuidamos do preparo das coisas que Edward tinha pedido para o jantar.

Estava como tola admirando Edward com Henri. Ele sempre era tão cuidadoso e amoroso, não era por outro motivo que, de doze palavras que Henri falava, nove eram “padrinho” e eu comecei a viajar, imaginando quando tivéssemos uma criança o chamando de “papai”, me emocionei com o pensamento, começando a picar a cebola quase que instantaneamente para disfarçar.

Ninguém comentou nada.

Jasper apareceu sozinho com um pote de sorvete e disse que Alice estava chegando com o bolo.

Óbvio que minha cunhada genial tinha passado na entrevista e era a mais nova estagiária da Calvin Klein na parte de criação. Ela trabalhava bastante, seis dias na semana e seis horas por dia, mas estava realizada e víamos aquilo sempre que conseguíamos a encontrar.

O jantar ficou pronto e Alice chegou em casa, a feição cansada e o bolo bonito nos braços.

—Finalmente, Lili – Edward falou animado se apressando para ajudá-la.

—Estou me sentindo amada – ela brincou sorrindo e deixando um beijo no rosto do irmão.

Depois de todos cumprimentados, Edward guardou o bolo e veio para o meu lado, Emmett finalizava as coisas na cozinha.

—Podemos falar? – Edward pediu baixinho perto de mim.

—Seu presente de dia dos pais é contar quando quiser, vida – brinquei e ele apertou a mão na minha.

—Emm, pode vir aqui um segundo? – Edward pediu seriamente.

Emmett se virou para nós, andando com a gente até a sala. Henri estava sentado no sofá cantando uma música com Jasper e Rosalie e Alice estava jogada na poltrona que Edward comprou recentemente e, realmente, era muito confortável.

—Nós os convidamos aqui para comemorar, mas a gente ainda não contou o que – Edward disse sério.

Meu irmão ficou interessado, o cenho franzido. Jasper puxou Henri para seu colo dizendo que o padrinho ia contar algo, Rosalie sorria em expectativa e tudo parecia leve, mas algo no rosto grave e chocado de Alice me fez tremer, ela olhou por um segundo para meu ventre antes de encarar o irmão.

—Estamos comemorando o dia todo o meu primeiro dia dos pais como um – ele disse sorrindo e me perguntei se tinha como rasgar as bochechas dele – Bella e eu vamos ser pais. Vocês vão ganhar mais um sobrinho – Edward dizia tudo de todas as formas que conseguiu pensar.

Fui tomada por um abraço repentino do meu irmão e sorri devolvendo instantaneamente.

—Parabéns, Bebella... Meu Deus – ele chorava emocionado – Você vai ser uma mãe maravilhosa, irmãzinha, eu estou tão feliz por você. Que você não passe por uma vírgula do que Rose e eu passamos na gravidez de Henri, vocês vão ser tão felizes... Eu estarei sempre aqui, o tio mais babão de Nova Iorque – jurou antes de segurar meu rosto entre suas mãos e beijou meu nariz – Somos sempre eu e você, Bebella, estarei sempre com vocês – disse colocando a mão na minha barriga, eu estava emocionada demais.

Jasper logo se amassou empurrando Emmett para o lado e me girando pela sala, animadíssimo com a novidade, começou a me dizer as coisas mais amáveis, então Rose veio para minha frente com Henri no colo, mas antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, reparei que Edward encarava Alice, confuso.

—Allie? – ele perguntou.

—É brincadeira, não é? – ela perguntou parecendo brava, se levantou do sofá de supetão.

Todos a olhávamos confusos, a não ser Edward que parecia realmente ofendido com a cena que se desenrolava a nossa frente.

—Desculpe? – ele indagou chocado.

—Primeiro a Rose anuncia a gravidez quando eu fico noiva e agora vocês vem com essa tão próximo assim do casamento? – ela colocou a bolsa de qualquer jeito no ombro – As notícias nem se equiparam, quanta falta de consideração. Eu não acredito que vão me ofuscar em um dos momentos mais importantes de toda a minha vida – ela cuspiu antes de marchar para fora de nosso apartamento.

Jasper foi o primeiro a reagir, se virou parecendo irritado, mas o segurei.

—Calma – pedi pacificamente.

—Não. Ela está sendo irracional, Bella – falou meio passado.

—Não precisa ficar bravo, ela só reagiu, deve estar cansada... E ela tem razão, poderíamos ter esperado um pouco mais para contar, a gente acabou de descobrir – defendi imaginando que só foi um momento ruim mesmo.

—Bella, é uma gravidez. Nós estamos felizes, é uma notícia excelente. Não algo ruim... Alice está sendo ridícula – Edward bufou ele mesmo irritado.

—Depois eu converso com ela – falei séria.

Jasper suspirou, assentindo por fim. Emmett não estava mais na sala, provavelmente foi checar as panelas. 

—Deixarei passar, mas por você, bolotinha – Jazz disse depositando um beijo em minha testa e eu ri docemente para o apelido recém-inventado.

Edward apenas respirou fundo e pegou Henri do colo de Rose, se deitando no chão para brincar com ele, Jasper seguiu a voz de Emm que pedia ajuda.

Rosalie se aproximou de mim com cautela, segurou minhas mãos.

—Você tem que ficar feliz, Bells. Você vai ser mãe e eu sei que o que eu vou dizer é um grande clichê, mas isso é verdadeiramente uma das coisas mais maravilhosas que poderiam acontecer, juro. Ela acabará caindo no senso – garantiu beijando meu rosto – Henri é prova viva de que você e Edward serão excelentes pais, estou muito contente por vocês – minha irmã disse e eu sorri agradecida, significava muito ouvir aquilo dela.

Alice não voltou para meu apartamento naquela noite, mas tivemos um jantar calmo e o clima de comemoração não foi perdido, já que Edward parecia a cada momento mais animado com nosso futuro e seu primeiro dia dos pais sendo um pai.


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Notas finais do capítulo

Eu amo a parceria da Rosalie com o Emm, acho que eles se esforçaram tanto e hoje é tão gostoso escrever os momentos deles ♥

Bella (de cabelo laranja) vai ser mamãe, o que acharam? E a reação da Alice? Edward não poderia se importar menos com ela nesse momento, apesar de se ofender, ainda assim, está feliz e realizado demais.

Amanhã volto com Emm e Alice...

Espero que estejam gostando dessa maratoninha ♥



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