Potterlock - O Prisioneiro de Azkaban escrita por Hamiko-san


Capítulo 5
Irmãos Holmes




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— Você ficará aqui e limpará todos os artefatos da sala de troféus. – Filch dizia passando para Sherlock um balde com água, esfregão e pano – Quero tudo brilhando, e nada de magia!

O zelador foi embora levando uma varinha consigo. Sherlock bocejou, esfregando os olhos. Sua detenção caíra justamente numa sexta feira, o pior dia para se trabalhar. O garoto estava tendo muitas aulas por dia e, às sextas, tinha que assistir dez. Agora estava mais do que cansado.

Pra piorar, muitas aulas promissoras se revelaram bastante decepcionantes. Hagrid havia perdido a confiança depois do incidente com o hipogrifo e agora mandava os alunos cuidarem de vermes, a aula de Adivinhação se resumia a acontecimentos desastrosos e todos os alunos temiam ser os próximos a morrerem, Snape estava mais mal humorado do que nunca e, nem mesmo gostando de Poções, Sherlock conseguia mais aturar um “a” do professor.

Molhou o pano no balde e limpou uns troféus de quadribol. Lembrou-se que o jogo de John seria depois do dia das bruxas.

Devia ter segurado as palavras. Sabia que o amigo estava machucado.

Ainda bem que tiveram aulas boas para animar sua semana. A aula de Defesa Contra as Artes das Trevas era uma das que Sherlock mais gostava, mesmo com o episódio do bicho papão. As de Feitiços e Transfiguração continuavam sendo suas favoritas, especialmente porque Flitwick estava ensinando feitiços ofensivos e McGonagall começou as aulas sobre animagos.

Bocejou mais uma vez, e levou o dobro do tempo para terminar de fazer seu trabalho. Quando tudo já estava limpo, voltou para a sala de Filch. Precisava esperar o zelador voltar para pegar sua varinha de volta, então por que não dar uma olhada? Qualquer coisa poderia dizer que estava apenas aguardando-o.

Havia uma caixa de biscoitos decorados numa das mesas, aberta. Então Filch tinha alguém? Havia também um panfleto embaixo de um porta trecos. Algo titulado como “Feitiço Expresso” para quem não consegue fazer magias. Sherlock ergueu uma das sobrancelhas e concluiu que Filch era um aborto, um filho de bruxo que nasceu sem magia. Isso explicava tanta raiva dos alunos. 

Deixou o panfleto no lugar e passou a abrir uma gaveta de arquivos titulados como “confiscado e muito perigoso”. Havia ioiôs berrantes, frisbees dentados, bumerangues de repetição, bombas de bosta… Vários artigos apreendidos.

Então viu, entre eles, um pedaço de pergaminho dobrado. Pegou-o e fechou a gaveta. Ao desdobrá-lo percebeu que não havia nada dentro, mas Filch não guardaria um objeto naquela gaveta se não fosse algo interessante.

— O que faz aqui, moleque? – A voz do zelador soou como um estrondo.

— Ah… Vim avisar que terminei de limpar tudo e pegar minha varinha.

Filch grunhiu e abriu uma gaveta de madeira, tirando uma bonita varinha de figueira de dentro e empurrando-a para o garoto:

— Pronto, agora saia daqui! Vamos, vamos! Mas não se esqueça que estou de olho em você! Vai ser pior se aprontar de novo!

Sherlock saiu às pressas, guardando o pedaço de pergaminho no bolso. Descobriria os segredos daquilo depois. Agora precisava urgentemente dormir. 

 

~O~

 

Dementadores são não-seres das trevas que se alimentam de felicidade humana e, assim, causam depressão e desespero para suas vítimas. O ponto fatal do seu poder se chama O beijo do Dementador, que ele usa quando abre sua boca e suga a energia vital de sua vítima, fazendo com que sua alma seja drenada e fique em estado vegetativo, sem qualquer memória ou sentimento. 

Apesar de temidos, os Dementadores tem alguns pontos fracos. Eles não resistem a luz solar e tentam se manter longe de animais.

Mas a forma mais eficaz de se combater um dementador é usando o feitiço conhecido como Patrono. 

O Patrono é produzido pelo pensamento de coisas felizes por quem o conjura e possui formas animalescas, luminosas. Acredita-se que o feitiço tenha essa forma porque dementadores odeiam a luz e não consigam sugar animais.

 

Sentado numa balaustrada de pedra, no jardim, John lia a mesma folha do livro Defendendo-se de Não-Seres pela segunda vez. Assim que desviou a atenção da leitura, percebeu que Mary Morstan se aproximava num uniforme de quadribol da sonserina e uma Nimbus 2001 na mão.

Sorriu sem querer ao vê-la.

— Hei.

— Oi, Watson.

— John. Pode me chamar só de John. Você… Você é do time agora? 

— Ganhei a vaga de artilheira. Agora seremos arqui-inimigos. – Brincou.

— Acho que posso viver com isso.

— Está estudando em pleno sábado? – Ela andou alguns passos para ver sobre o que ele estava lendo – Uau. Todo mundo está mesmo querendo saber sobre os dementadores.

— Não me espanta. Está cheio deles nos arredores de Hogwarts. O professor Lupin deveria nos ensinar como nos proteger.

— Isso é matéria do quinto ano. Os quartanistas até pediram a aula, mas o professor nos disse que se sair ensinando o Patrono pra todas as outras turmas, o Ministério da Magia vai achar que estamos fazendo uma revolta.

Dois jogadores da Sonserina passaram voando de vassoura pelo jardim. Irene Adler e Philip Anderson. O destino deles era o campo de quadribol.

— Bem, o dever me chama. – Mary montou na vassoura – Tchau, John Watson.

— Ah, sim. Tchau!

Ela pegou impulso e saiu voando. John acenou contente e voltou sua atenção para o livro. Enquanto estudava as palavras, uma ideia ousada passou pela sua cabeça de modo tão rasante que ele até podia senti-la tangível. Se os quintanistas já estavam aprendendo sobre dementadores, então Mycroft já sabia invocar o seu Patrono. O mais velho dos irmãos Holmes não perderia a oportunidade de mostrar a sua superioridade ao dizer como se conjura um feitiço anti-dementador.

Quando desviou novamente a atenção do exemplar percebeu que Sherlock havia passado por uma das portas e caminhava em sua direção. Ainda enraivecido com o que aconteceu depois da aula do bicho papão, o grifinório revirou os olhos, fechou o livro num gesto brusco e ficou de pé para ir embora.

— Hei!

— Agora não, Sherlock.

Mas antes que John continuasse o seu caminho, Sherlock apertou o passo e segurou seu braço, fazendo-o se virar abruptamente em reação.

— O que você quer agora? – A voz de John se imbuia de revolta.

— Já era pra eu ter falado com você muito antes, mas estive sem tempo.

— Sem tempo? Duas semanas não foi tempo suficiente? Sério que essa é a sua desculpa?

— É a mais sincera que eu posso dar. Aquela aula sobre o bicho papão… Aconteceu alguma coisa comigo.

— Aconteceu sim! Sabe o que foi? Você ficou com medo! Sherlock Holmes tem medo de dementadores e não sabe lidar com isso! – Se soltou bruscamente – Engula o seu orgulho e aprenda o Patrono! Você é vulnerável!

— Não é fácil executar o Patrono! Só alunos do quinto ano estão tendo essa matéria!

— Por que não tenta executá-lo sozinho já que é tão esperto? Não seria a primeira vez que você aprende feitiços avançados!

Sem resposta. O silêncio do corvino fez John cair em si e sentir uma parte sua raiva se dissipar. Sherlock evitou encarar o amigo, mas o grifinório pôde deduzir a verdade sozinho.

— Você não consegue, não é?

— Eu disse, é um feitiço difícil.

John contraiu os lábios, engoliu em seco e encarou o chão, balançando a cabeça como se estivesse lutando contra alguma coisa dentro de si. Sherlock olhou muito discretamente para o exemplar de Defendendo-se de Não-Seres debaixo do braço do grifinório e sentiu vontade de se aproximar mais do amigo. Entretanto, ficou no mesmo lugar. Sabia que John podia afastá-lo no menor gesto de aproximação.

— John… Ahn… O que eu disse depois da aula era verdade. Eu não tenho “amigos”. Eu só tenho um.

O grifinório rangeu os dentes:

— Foi o pior pedido de desculpas que eu já recebi.

— Achei criativo.

— Não. Foi horrível. 

Houve um silêncio momentâneo. John relutava em admitir em seu íntimo que estava em um dilema. A ligação que tinha com Sherlock era muito preciosa para si, ele já estava esperando (e desejando) que o corvino viesse procurá-lo há tempos. Mas também não sabia se queria ouvir um pedido de desculpas mais convincente e sincero, pois se Sherlock o fizesse acabaria obrigando John a enfrentar sentimentos estranhos.

Decidido, o jovem Watson ergueu a cabeça para encará-lo:

— Então? Já fez os deveres de casa? – Perguntou ao corvino.

Sherlock franziu o cenho, surpreso:

— Está mudando de assunto para ignorar a tensão que existe entre nós?

— Estou. Agora tente agir como uma pessoa normal e me responda.

— Ahn… Ainda… Ainda faltam os deveres de Poções, Aritmancia e Trato das Criaturas Mágicas.

— Você realmente não pode reclamar de tédio esse ano.

— Não... 

Outro silêncio, dessa vez constrangedor, se fez presente.

Sherlock estalou a língua no céu da boca e arriscou uma aproximação maior, segurando o amigo pelos ombros:

— Eu realmente sinto muito, John. Não era pra descontar em você.

— Ta. Tá tudo bem. – John engolia em seco, sem coragem de encará-lo – Não precisa mais se desculpar. Sério.

— Eu sei que não, mas eu quero.

John deixou escapar uma risada muito fraca e abraçou o livro até, finalmente, reunir forças para erguer a cabeça:

— Certo. Estou esperando.

— Não quis magoá-lo. Eu gosto de você de verdade.

As orelhas de John coraram fortemente e ele acabou apertando o livro com um pouco mais de força. Mesmo assim conseguiu olhar o amigo com firmeza e falar com a entonação mais sólida que podia:

— Eu acho… Que é suficiente.

— Me saí bem?

— Muito bem.

O corvino deu um breve sorriso de canto e o soltou. Após uma última troca de olhares, Sherlock  foi embora fazer os deveres e John sentou-se na balaustrada, mais uma vez, para continuar sua leitura, esperando que suas entranhas voltassem ao normal.

~O~

 

A manhã do dia das bruxas trazia o clima de comemoração em todo o castelo, mas ninguém estava mais animado que os terceiranistas. Era a primeira vez que iam para Hogsmeade e o astral no trem era mais do que tumultuado, para o aborrecimento dos veteranos. John estava sentado no mesmo banco que Sherlock e, agora, analisava o tal pergaminho vazio que o corvino achou no depósito de Filch.

— Que estranho. Filch não guardaria isso se não achasse perigoso.

— Sinal de que não é um pergaminho comum. – Disse Sherlock lendo uma matéria sobre os locais onde Sirius Black andou sendo visto. Todos eles próximos de Hogwarts.

— A professora Minerva falou de um feitiço pra isso, certo? Revelium, acho.

— Eu não usaria esse se fosse você.

Tarde demais. John já tinha puxado a varinha de dentro do casaco e apontado para o pergaminho.

— Revelium.

Letras começaram a surgir na folha de uma forma muito parecida com a magia que Tom Riddle usava para se comunicar no seu diário. Em seguida, a seguinte frase apareceu.

Os senhores Aluado, Rabicho, Almofadinhas e Pontas

pedem encarecidamente para você não meter o nariz onde não é chamado. 

Agora vá cuidar da sua vida

— Mas… Que? – John examinava o pergaminho mais de perto enquanto as palavras sumiam.

— Aluado, Almofadinhas, Rabicho e Pontas. Os criadores do pergaminho. Enfeitiçaram ele pra mostrar essa frase a quem tentasse usar o revelium.

— E você tentou outros feitiços?

— Não. Na verdade, eu nem parei pra analisar o pergaminho. Vou tentar fazer isso hoje a noite. Tem algum segredo valioso aí dentro, e não pode ser revelado com um feitiço conhecido.

— Acha que essas pessoas fizeram o próprio feitiço?

Sherlock não respondeu, em vez disso deixou o jornal no colo, fechou os olhos com força e inspirou com demasiado esforço enquanto passava a mão pelos cabelos, bagunçando-os inconscientemente, como se quisesse se livrar de alguma sensação ruim.

— Está tudo bem? – John tocou em seu ombro – Talvez esteja estudando demais.

— Não, não é isso. Tem alguma coisa que vai e volta na minha cabeça. Não consigo me lembrar. 

— Andou excluindo informações úteis do seu Palácio Mental? Isso é novidade.

— Isso é impossível. Desde que o Palácio Mental foi criado eu cuido de deixar todas as informações que considero importantes nele.

Após se recuperar, Sherlock ergueu novamente o Profeta Diário na altura do rosto. 

John decidiu olhar pela janela. Provavelmente ainda demoraria muito para chegarem a Hogsmeade, pois não havia nenhum sinal de vilarejo por perto. Havia tempo para fazer uma coisa que já pretendia fazer há tempos, só esperava que Mycroft estivesse num bom dia.

— Eu já volto. – John se levantou e caminhou para o fundo do vagão.

Passou pelo corredor ouvindo conversas paralelas de alunos empolgados e reparou que Violet Smith, da Lufa Lufa, e Witty Winter, da Grifinória, riam entre si enquanto olhavam para o tufo de cabelos cacheados de Sherlock, a muitos bancos à frente. John até imaginava o motivo. Sherlock possuía muitas “vantagens naturais”, era normal que atraísse olhares. Mas sua excentricidade, sem dúvida, era o que ele tinha de mais atraente.

Quando deu por si, John estava sacudindo a cabeça para espantar as ideias.

Mycroft estava na última cadeira do vagão, sozinho, com uma sacola cheia de caixas de doces no assento ao lado. Talvez fosse a convivência com Sherlock, mas John realmente estava se achando um observador, pois logo cogitou a possibilidade do quintanista ter colocado os pacotes ali só para que ninguém se sentasse ao seu lado. Mais uma boa olhada para a sacola e pôde notar que as caixas estavam embaladas pra presente de formas diferentes.

— Você é popular ou coisa assim? – John estava perplexo.

— Não sei. Podem estar envenenados. Além disso eu estou de dieta. Já perdi três quilos e não quero recuperá-los. Vou mandá-los pra Madame Rosmerta, no Três Vassouras. Ela pode me dar descontos nas cervejas amanteigadas.

— Mas lhe deram de presente! Não pode se livrar deles desse jeito!

— Se quiser algo é só pegar. Tem feijõezinhos de todos os sabores no meio. Sherlock me disse que você é meio masoquista.

— Ah… Olha… Quer saber? Esqueça. Deve ser mal de família.

John sentou-se do lado de Mycroft e colocou a sacola de doces no colo. 

— Mary me disse que os alunos do quinto ano já estão aprendendo sobre dementadores. – Falou o grifinório – É verdade?

— Suponho que você está me dizendo isso porque quer que eu ensine meu irmão a se proteger de um possível ataque de dementadores. A intenção é boa, mas seu plano não vai funcionar.

— Por que? Acha que ele é tão orgulhoso a ponto de se recusar a aprender?

— Talvez. Mas mesmo que não fosse o caso, ele não vai aceitar. Sherlock mal está dando conta de cumprir com as suas atividades escolares. Ele não vai querer fazer uma pausa para aprender o Patrono, mesmo porque os dementadores não são um risco enquanto estivermos longe deles.

John fez uma expressão incrédula:

— Não acredito que Sherlock ache todas essas matérias úteis.

— Com certeza não acha. Eu mesmo me arrependi de ter feito Adivinhação na época. 

— Então…?

Mycroft o olhou com ar de desdém:

— Você ainda não percebeu o ponto fraco do meu irmão? Dê um desafio pra ele e veja-o dançar. Se ele colocou na cabeça que consegue fazer todas as matérias que está fazendo, então ele vai assistir às aulas até o fim. Ele gosta de ficar provando o quanto é esperto.

Mycroft voltou a olhar a paisagem pela janela e John se encostou mais no banco, pensativamente. Bastaram alguns segundos para que o grifinório pensasse na questão sob outro ângulo.

— Você já aprendeu o Patrono? 

— Já. – Respondeu o sonserino – O meu tem a forma de um alce. 

— E pode me ensinar?

A forma como Mycroft olhou John foi bastante desconfortável. Tão desconfortável que o Watson nem teve coragem de retribuir a mirada. Olhou para o teto e entrelaçou os próprio dedos enquanto sua perna esquerda ficava inquieta. Imaginou que ouviria uma pergunta sem resposta ou então uma outra proposta indecorosa do monitor para que vigiasse o irmão, com recompensa e tudo mais. 

— Não é só aprender o feitiço, Watson. É ter forças para executá-lo na frente de um dementador. – E antes que seu interlocutor pudesse fazer qualquer comentário, acrescentou – Talvez eu lhe ensine se prometer que só vai usá-lo em último caso.

— Não é como se eu fosse ir atrás dos dementadores pra testar um feitiço, não acha?

— Você foi com Sherlock atrás da pedra filosofal ao invés de comunicarem a um professor.

— Eu tinha onze anos. Não faria isso novamente.

— Você foi petrificado porque resolveu seguir um suspeito de ser o herdeiro de Slyterin.

— Se você não tivesse me dado aquele bisbilhoscópio nada disso teria acontecido.

— O bisbilhoscópio era pra você ficar longe dos problemas, não ir atrás deles! Mas você não consegue, né? – Rebateu impaciente e pegou a sacola de doces do colo de John. – Não. Esqueça. É uma péssima ideia ensinar a você. Felizmente você não tem o mesmo dom para feitiços avançados que o meu irmão. Ele quase perdeu um braço no segundo ano.

John olhou para ele afrontado.

— E se aparecer um dementador na escola? – O loiro perguntava.

— Só vai aparecer se vocês resolverem sair. Estamos bem.

O vilarejo de Hogsmeade já podia ser visto bem de longe. Um pontinho minúsculo abaixo das colinas. 

Sabendo que não ia chegar a lugar com Mycroft, John voltou para o seu lugar.

 

Continua


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