13 & Team 1: Sem Rumo e Sem Vida escrita por Cassiano Souza


Capítulo 13
Depois do Inferno


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! Estou muito feliz.



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ALGUMA ESTRADA FRIA NO INTERIOR DA ESCÓCIA

 

Uma senhora asiática bem parecida com a Margaret Cho andava desanimada por aquela estrada cinza. As árvores não balançavam e o sol não brilhava. Uma pistola estranha tinha em uma das mãos, e um equipamento de couro em um dos pulsos, bem semelhante a um manipulador de vórtex, mas ela já havia tentado tantas vezes, e nenhum sucesso o aparelho deu:

— Inferno! - atirou o manipulador em um riu que passava por baixo da pista. - O que fiz para o universo me odiar tanto? De um magnata bilionário da indústria farmacêutica a uma andarilha rural. 

Respirou fundo e continuou andando:

— Pode ter salvo o universo, Doutora, mas conseguirá se safar quando eu tocar novamente o seu pescoço? - gargalhou. - Ladra. 

Como um milagre, um fusca branco antigo foi visto, vindo bem distante. Os olhos da Senhora do Tempo se alegraram, e fez um gesto de carona:

— Não é nenhum 5 estrelas, mas pelo menos não é mais como o dos Flintstones. 

Gentilmente foi correspondida, por uma outra mulher, a cara da Sophie Okonedo, segundo o vidro que se abaixou:  

— Posso ajudar? 

— Por favor!

— Para onde?

— Onde haja civilização, e banheiros. 

A piloto riu, e abriu a porta:

— Bem vinda.

A viagem começou, e a Rani olhou desconfiada para a outra:

— Acho que me lembro de você. 

— Nos conhecemos? como não saberia? A noite foi boa, suponho.

— Cabeça conturbada. Sei que pareço na flor da idade, mas sou bem… Vivida. 

— Entendo. 

— Me chamo Rani, a Rani. 

— Prazer, Rani. Algum diminutivo para rainha?

— Tipo isso. 

Riram as duas. A motorista encarou profunda:

— Me chame de… - pensou. - Victoria. Professora Victoria. 

— Ótimo. Que sorte a minha não se chamar Lilith. 

— Sorte. - sorriu vil. 

***

 

CEMITÉRIO DE SHEFFIELD/ 1 DIA APÓS OS EVENTOS DO APOCALIPSE

 

O funeral das vitimas da prefeitura e proximidades estava sendo feito, bem cheio de pessoas de preto em prantos, coroas de flores, e fotografias. Ryan e Graham aproveitaram e trouxeram flores ao túmulo de Grace, conversaram um pouco com a lápide, e em seguida o mais velho direcionou a conversa ao mais novo:

— Ryan, eu mal conheci a minha filha direito, mas já a quero terrivelmente.

— Você merece. - parecia feliz. 

— Quero muito acreditar que sim. - sorriu largo. - Mas foi em uma armadilha do Anticristo, e agora não sei se realmente era a minha filha. 

— Ligue e pergunte.

— Com certeza não se relmbrarão mais de mim!

— Ligue. - insistiu. 

O avô respirou fundo criando coragem, e assim cumpriu a ordem, onde fez a chamada e esperou a resposta da outra linha. A voz de Cassandra disse:

— Seja rápido, antes que eu desligue na sua cara. Estou no supermercado, e a fila não está de brincadeira! 

— Por favor, não! Preciso saber de algo.

— Depois de séculos? Ainda bebe?! Não me lembro de ficar lhe devendo nada. Quem liga pelo messenger?! 

— Tem uma filha, não tem? Sabrine? 

— E?

— Quem é seu o pai? 

— Não te interessa! 

— Sou eu?

— O quê?! Não! Nunca descobri, e não fazemos questão. Minha filha está muito bem, e com certeza não é sua.

— Tem certeza? Podemos fazer um exame! 

— Não!

— Eu pago. 

— Eu não quero! E com certeza não, não é sua. Esqueceu? Não pode ter filhos. - riu e encerrou a ligação.

Graham encarou desanimado o telefone, e sentou-se de olhos marejados na lápide. Ryan sentou-se ao lado o abraçando:

— Tudo bem, vô. Vai ficar tudo bem.

— Eu queria que fosse.

— Elas quem perdem. Você é o melhor avô do mundo, e seria o melhor pai também.

Graham sorriu grato, e reforçou o abraço. Já Ryan, também comentou:

— Foi uma aventura perigosa a que passamos. 

— Todas são.

— Tive medo várias vezes, e até a Doutora. 

— Você não me parece mais tão confiante.

— Já parou pra imaginar quando iremos parar, ou onde e como?

— Quer parar?

— Só responde.

— Não pensei, nunca. Ainda.

— Não devíamos começar?

— Ryan, minha vida inteira foi presa em Sheffield. Agora tenho galáxias ao meu dispor… Não é tão simples abandonar um prazer destes.

— Quanto mais viajamos mais queremos. E quanto mais queremos… Mais nos arriscamos. 

— É. O que fará?

— Por hora… - respirou fundo, e se arrepiou relembrando os perigos. - Ah estamos atrasados! A Doutora disse que iríamos as 17:30! Vamos. 

Se apressaram rumo ao carro.

***

 

CASA DA YAZ

 

Yasmin enchia uma bolsa com roupas, e mais duas já estavam prontas. Sonya encostou na porta do quarto:

— Por que não me lembro do que aconteceu a 2 dias atrás?

— Estava dormindo, foi na balada. Se não aguenta ressaca, não devia começar.

— Ressaca nada! Eu só não me lembro, e não fui em festa alguma. Nem roupa eu tinha, já que você nunca empresta o seu cartão sem limites. 

— Aqui. - estendeu.

Sonya ficou boquiaberta com a cena, jamais imaginaria Yaz fazendo isso:

— Está com febre? - tocou na testa da outra.

— Sonya, só quero te ver feliz. Vai lá comprar alguma coisa.

— Você nunca, jamais, em hipótese alguma faria isso.

— As pessoas mudam.

— Mas altas faturas podem gerar suicídio. Sabe que dou uma fora da lei com um destes.

— Vai no shopping, e divirta-se. - estendeu o cartão.

Sonya olhou desconfiada, mas não resistiu a oferta. Os olhos brilharam frente ao objeto:

— Por que está sendo tão legal desde hoje cedo?

— Porque você é parte de mim, e porque quero que saiba o quanto você é importante aqui.

Sonya nunca havia escutado aquilo, e muito menos esperava, mas não reclamaria. Reclamaria? O que fez em resposta foi abraçar a outra, e dizer:

— No fundo, bem no fundo, no fundo mesmo, eu também te amo.

— Eu sei.

— Agora, beijos. - saiu apressada. 

Yasmin sorriu grata, e desceu com as bolsas. Sua mãe encarou abalada:

— Não sabe o que houve.

— Fofoca?

— A Aariana conseguiu 3000 libras da prefeitura só porque alguém disse que ela parecia grega! Sei que ela é grega, mas essa não é a questão. 

— Da prefeitura esmigalhada? 

— Exato. Hakim tem de tentar também. Ouviu, querido?

Hakim estava na frente da TV, bem concentrado na manchete sobre o fechamento das indústrias Rhannel, pela UNIT: 

— Pessoas morreram.

— Eu sei, também estou com pena!

— Mas a meta é 5000, sem parecer grego. E Yasmin, os seus amigos já estão lá fora.

— Ótimo. - pela cara de Yasmin, ela não estava nada confortável. - Então, me dêem um abraço. - mãe e pai envolveram a jovem em seus braços. - Prometo que não vou demorar tanto.

— Se cuida, castores são agressivos. - disse o pai.

— Castores?! - Najia se separou. 

— A Doutora me contratou para a gravação de mais um documentário da vida selvagem. - explicou Yaz.

— Ela não era médica? 

— Isso! Mas… Nas horas vagas, biologa. 

— Está bem, vida selvagem, sei.

— É sério.

— Vocês realmente não se pegam?

— Não! 

— É sério filha, pode confiar na gente.

— Não nos importamos se você for… - Hakim pensou na sigla enorme que nem sabia falar. - LGBTIAMNX+. Não, LGBT+? Não nos importamos. Só queremos que esteja feliz. 

Yaz estava pasma de vergonha, e apenas se apressou em sair dalí:

— Tchau! - bateu a porta. 

***

 

PARQUE CENTRAL

 

Na TARDIS, a Senhora do Tempo polia o console, passando bem dedicadamente a flanela e conversando com a lataria, como se conversasse com uma criança. Nathan entra contente, admirando toda a beleza e graça da TARDIS revitalizada, pois sempre a viu nas trevas:

— Oi de novo.

— Nathan!

— Já está realmente tudo certo?

— Como as guitarras de Beethoven.

— Por precaução, escaneei-me. Quero saber se estou realmente livre.

A Doutora comenta olhando para o monitor:

— Nathan O'Brien, completamente humano.

— Fantástico! 

 Riram juntos, onde em seguida se abraçaram:  

— Feliz por Lily ter aberto a câmara a tempo. - disse a loira.

— Acha que a veremos novamente?

— Não sei, muito mestre dos magos. 

—  Vocês tramam tão bem quanto Tolkien. 

— É que francamente… Somos brilhantes. 

— Com certeza. - sorriu largo, e retirou algo do casaco. - Mantenha-o bem longe de mim. 

A Doutora apanha o arco camaleão, e pôde sentir por um segundo toda a maldade, perversidade e arrogância contida lá dentro. Guardou-o em seu sobretudo:

— Vou deixá-lo no mais letal cofre de toda a TARDIS, e envolto em uma bolha temporal, não se preocupe. 

— E isto também é para vocês. - estendeu 4 cartas velhas e encardidas pelo tempo. - As despedidas de mamãe, para cada um de vocês. 

— Que lindo. - os olhos da Doutora brilharam, e guardou os envelopes. - Saudades dela. Como se tornou O'Brien?

— A TARDIS fez ela e o pequenino eu retornarmos ao passado, mas no exato ponto do espaço, em 1948. 

— Aí foram acolhidos?

— Mamãe tinha medo de voltar ao futuro e me pegarem. Então, continuamos em Sheffield, mas sempre esperando o dia 29/07 e 30/07/ de 2019. Ela estava desesperada por não conhecer ninguém, mas pelo destino ou benção divina, ou seja lá do que chame… Ela se esbarrou com Jackson O'Brien, um outro recém chegado.

— Não é mais filho único, é?

— Não. - riu. - Se envolveram, se apaixonaram, e se casaram. Venderam a fazenda, abriram uma padaria, e me deram 4 irmãs. 

— Feliz por vocês.

— Mamãe queria que eu me preparasse, me unisse a UNIT, virasse um especialista e estivesse lá no momento de sua captura. Mas eu estava em pânico, por anos… Em fuga de mim mesmo, eu não consegui encarar. 

— Acredite, entendo muito bem este sentimento. Mas Rose está orgulhosa, tenha certeza. 

— Ela me amava muito.

— Muito! Eu estava lá. E desde que foram ao passado, as anomalias em Sheffield se encerraram. Parou de se teleportar sempre que houvesse medo?

— Sim, nunca mais houve desde a fazenda.

— Você era uma anomalia dimensional, um objeto de outro universo, por isso causava tumulto aqui. Porém, como um espinho encravado, este mundo aprendeu a aceitar você. 

— Então sou um espinho?

— E dos grandes

— Vou tentar me sentir lisonjeado.

A Doutora sorri estendendo a mão: 

— Foi um prazer.

— Meu, tenha certeza. - apertou. 

As portas da TARDIS então se abriram, e o trio entrou cheio de bolsas. Graham franze a testa:

— Primo Nathan?

— Primo?! - questionaram à Doutora, Yasmin e Ryan.

— Filho do meu tio avô Jackson.

— Receio que tenha me conhecido como Lucio. - estendeu a mão. 

Graham o olhou de cima até embaixo:

— Te peguei no colo! 

— E sou bastante grato, mas cresci. 

— O universo é pequeno.

— Não, Sheffield que é. Já o universo… Grandioso, não?

Sorriram um para o outro. Nathan cumprimenta Ryan e Yaz, e retira-se desejando uma boa viagem. A Doutora olha empolgada para a família:

— Animados?! Para onde vamos?

— Seus braços. - disse Ryan, indo abraçá-la. Logo vieram Graham e Yaz.

— Saímos do fim do mundo, sua fria. - avisa Yaz.

— Perdão. - pediu a alien. - Velhos hábitos gallifreyanos. Senti saudades. 

Desataram o nó. Graham pede:

— Nos leve para qualquer lugar, menos planeta 34. Cansei de ser assediado por androides bigodudos de 2 metros de altura. 

— Praias gattuunianas, como certeza! - pede Yaz.

— Jurassic Park do ano 3000. - pediu Ryan.

— Ou, as luas de Tundra Calista, que tal? - a loira rodopiou a manivela. 

— O que tem lá? - Yaz olhou torto.

— O que tem lá?! Ora, monstros, grandes explosões! Outra aventura. Ou, Castóra, um planeta inteiro feito de madeira! Onde habitam castires humanoides que cultuam uma Air fry gigante.

— Não parece idiota? - Ryan fez careta.

— Não! Os bolinhos lá são 1;99. 

Os humanos riem. Yasmin respira fundo:

— Doutora, e a… A sua amiga barra rival. Acha que a veremos novamente?

A Doutora vai ao seu semblante solitario:

— Eu não sei. Geralmente sim! Mas na verdade… Eu nunca sei. Ela é outra pessoa desde a academia, e quero distância. 

— Ela pode estar viva. - supõe Ryan. - E tem a Lily.

— Senti que a Lily estava em seus últimos momentos também. Senhoras e Senhores do tempo às vezes presentem. 

— Seja forte então. - pede Graham.

— Eu estou bem! Sério! - forçou um sorriso. - E além do mais, não me sinto mais tão mal sendo a última. Prefiro. - engoliu a seco a sua amargura. - Um Senhor do Tempo apenas já é mais do que o suficiente para estragar tudo.  

Os 3 terráqueos se calaram piedosos. A loira voltou-se ao console: 

— Gerônimo ou não?

— Eu tô dentro. - pôs Graham a mão sobre a alavanca.

— Quero. - pôs Ryan. - Só torço pra voltar inteiro dessa vez. 

— Vai dar certo. - pôs Yaz. - Qual parte sua está faltando?

Ryan não respondeu, só engoliu a seco, e Graham engoliu o riso. A Doutora encheu-se de animação, e acabou de finalizar o puxão da alavanca…

— Ao infinito e além. - os olhos brilharam. 

A TARDIS rodopiou pelo vórtex! Porém…. Um som de tambor ecoou 4 vezes, e uma risonha euforia de completa perversidade também. 

 


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Notas finais do capítulo

Olá;) fim finalmente. E essa breve "presença" do Mestre nas últimas linhas em? É porque a história se passa em 2019, antes da temporada 12, e aí na estreia Spyfall já tem o Mestre, em uma história onde ele arruina Gallifrey mais do que já é. Diferente do Rani que queria reerguer ela aqui. Então a Doutora está certa, um Senhor do Tempo apenas já basta para estragar tudo.

Foi uma história que duvidei terminar um dia. Quando parei de ver a era chibnall indignado com a criança temporal realmente eu não queria mais escrever ela, e nem pensar, me desanimei e todas as ideias esqueci e ignorei. Assim como os leitores :( eu não me arrependo, porque as ideias de agora foram melhores que as originais, então esperar foi bom. E eu tenho direito de fã de me indignar com a serie, pois quero o melhor pra ela , e todos nós temos estes momentos.) Um ano depois voltei a ver os eps da Doutora e aquela energia gostosa veio junto. Não poderia saír da TARDIS assim, os fãs são os verdadeiros acompanhantes.
Agora, vi que valeu a pena voltar com a história, continuo discordando da criança temporal, mas sem odio kkkk e amei continuar a história.
hoje saiu o trailer do especial de 60 anos, e provavelmente essa é a minha última do ano, pois atualmente sou muito atarefado.
Enfim, se estas são ideias novas, quais as antigas?
1: Rose e Lucio eram alienigenas fugitivos de Moonraiuq, planeta que aparece em A Roda de Fogo. Rose é a baba e Lucio possivelmente um príncipe.
2: a Rani domina Moonraiuq, o reio está em guerra e ela usa humanos como partes de seu experimento até hoje não inventado, mas que teria a ver com Lucio.
3: Lucio não se chamaria Lucio. É Lucio aqui pra lembrar Lucifer.
4: Ryan e Sonya teriam um caso no desenrolar.
5: a Rani seria apenas uma, e a original Kate O'Mara. Mas, as novas ideias foram mais tentadoras.
6: eu queria que todos os capitulos ficassem na faixa das 2000 e poucas palavras, pois isso os 3 primeiros são. Achava que o número de palavras ditaria o fitimo e queria o ritimo mais leve possível sem nada massante. Mas aqui a trama totalmente diferenre eu precisei ignorar isto, pois as coisas precisavam ficar turvas.
7: Ryan e Sonya seriam pegos pelo Vagante Branco em uma balada, e acabariam em Moonraiuq, cheios de desventuras.
8: Graham não avisou sobre Rose no começo à Doutora, pois temia a Doutora devolvê-la ao seu mundo, pois caso não o fizesse, a Terra seria atacada.
Bom, tudo o que realmente me recordo era basicamente isto, e francamente não acho que seria uma versão ruim, mas esta ganha disparado pra mim.
É isso, obrigado pela leitura, pelos comentários, e feliz 60 anos a série!!! Ao infinito e além.



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