P.O.V. Lily 

   Nunca, mas nunca mesmo, deixem a janela aberta a noite, principalmente se você tem corujas em casa, a menos é claro que você queira acordar com penas na sua boca e com o seu lindo e maravilhoso sapato meio comido. Vou matar o Al por não cuidar da bendita coruja dele!  

   Talvez por esse motivo eu tenha acordado com um pouco de mal humor e acabei tropeçando e quebrando o meu abajur pela terceira vez desde que compramos ele no ano passado, eu sei, as vezes eu consigo ser um desastre. Pela terceira vez eu usei Reparo e consertei o abajur, claro, depois de procurar a minha varinha por todo o quarto e bagunçar tudo só pra depois lembrar que a minha varinha tinha ficado no meu vestido de ontem. Como vocês podem perceber, meu dia não começou muito bem. 

   Quando eu finalmente consegui terminar de me arrumar e descer para tomar café da manhã encontrei minha mãe berrando com o cabeça oca do meu irmão (acho que vou ter que especificar qual já que os dois são cabeças ocas, era o James). Enquanto meu irmão recebia uma bronca gigantesca, e ao que percebi ainda coçava o olho, meu pai e meu outro irmão estavam sentados no outro canto comendo como se nada estivesse acontecendo, não demorou muito para eu perceber que eles estavam usando tampões de ouvido. Talvez as pessoas achem um exagero usar tampões, mas qualquer um que conviva com a minha mãe tem que ter um tampão de ouvido a disposição, sem brincadeira! Infelizmente eu tinha esquecidos os meus lá em cima, não estava esperando uma briga logo de manhã. 

   -... Você vai tirar essas lentes e botar o maldito óculos! Se não por bem, vai ser por mal! 

   Então era isso! Já fazia um tempo que descobrimos que o James tinha que usar óculos, mas ele não gostou da ideia de “tampar a beleza dos olhos dele” então começou a usar lentes de contato, só que pelo visto depois de 3 anos usando lentes (sim, meu irmão ficou enrolando 3 anos) ele criou um tipo de alergia às lentes e agora não pode mais usá-las, mas como ele é teimoso feito uma mula, ele ainda não aceitou que vai ter que usar óculos e não quer tirar as lentes que estão fazendo os olhos dele coçar. Já tentei convencer ele a deixar as lentes de lado, a coceira dele estava começando a me irritar, mas ele negava até a morte, e sempre que comentávamos das lentes na frente de alguém ele interrompia e nos impedia de comentar, até hoje ninguém além dos Potters sabia que ele precisava de óculos, nem mesmo o Fred! 

   - Mas mãe! Eu não vou ficar legal de óculos! As lentes estão ótimas! 

   - Ótimas nada! Você está coçando os olhos a um tempão! 

   - Tô não! 

   Quase que para contradizê-lo, as mãos dele foram parar nos olhos coçando furiosamente e depois descansando ao lado do corpo como se nada tivesse acontecido. 

   - James Sirius Potter, se você não tirar essas lentes e colocar um óculos, eu juro que vou queimar todas as suas vassouras e uniformes, além de proibir estritamente de você jogar quadribol em Hogwarts!  

   Todo o sangue se esvaiu do rosto do James e ele ficou branco feito papel. 

   - Vo-você não f-faria isso... - Jay pode até ter duvidado nas palavras, mas no fundo ele sabe que ela faria isso é muito pior. 

   - Eu faria e vou fazer se você não tirar essas lentes agora! 

   Um instante se passou com ambos se encarando até que Jay resmungasse alguma coisa e passasse por mim a caminha das escadas. Quando olhei de volta para cozinha minha mãe sorria em minha direção enquanto os outros dois ainda comiam como se nada tivesse acontecendo. 

   - Bom dia querida! Vem comer, daqui a pouco nós vamos sair. 

   - Sair? Pra onde? - Perguntei surpresa, não tinham me avisado nada sobre uma saída. 

   - Vamos nos encontrar com o Rony e a Mione e depois vamos comprar alguns materiais de emergência. 

   Ela olhou de esguelha para Alvo e eu só o vi dar um sorriso sem graça. 

   - Não é minha culpa se penas se quebram muito fácil, sem contar que acabou a ração do Ed - Al falou ainda comendo o cereal dele. 

   - Essa foi a sua quarta pena do ano, e o ano letivo nem acabou ainda. - Minha mãe olhou pra ele séria. 

   - Viu só! Elas quebram muito fácil, eu devo ter sofrido uma maldição, oh, uma terrível maldição, coitado de mim! - Obviamente não poderia faltar a dose diária de drama do Al. 

   Agora as coisas faziam sentido, provavelmente o Al e o Jay conseguiram estragar quase tudo e agora teriam que comprar materiais novos, mas... 

    - Por que o tio e a tia vão junto? 

    - A Mione e a Rose querem comprar mais livros enquanto o Rony, bom, ele só vai porque a Mione obrigou. - Meu pai se pronunciou pela primeira vez e pude ver que ele estava com os tampões de ouvido na mão tentando esconder da mamãe, deve ter aproveitado a minha entrada como distração para tirar os tampões de ouvido. 

   - Vamos pra casa deles assim que terminarmos de comer, daí de lá vamos pro Beco Diagonal. 

   Beco Diagonal. Eu realmente não estava afim de ir ao Beco Diagonal, sem contar que meus materiais estão ótimos e conseguem durar bastante tempo ainda, só de pensar em ter que mandar de um lado pro outro... 

   - Não precisa fazer careta, se não quiser ir pode ficar com o Hugo, ele pelo visto também não vai - Minha mãe disse reparando na minha falta de vontade. 

   - Porque ela pode ficar e eu não?! - Alvo reclamou (novidade) - Eu também não quero ir pro Beco Diagonal! 

   - Bom, não foi ela que conseguiu estragar quatro penas em meio ano, sem contar o que aconteceu com os seus uniformes, parece que passaram por um triturador! Agora fique quieto e coma que já estamos indo - Mamãe retrucou - Falando nisso... JAMES! 

   - Não são necessários mais tímpanos estourados do que já foram! 

   James entrou na cozinha tampando as orelhas e logo em seguida bagunçando o cabelo, ele faz isso quando está nervoso, é mal de família. Mesmo nunca admitindo, James estava ansioso para saber o que achávamos dele usando óculos, devo dizer que não achei ruim, ele até que ficou... 

   -  Temos outro quatro olhos na família agora! - Alvo tinha que berrar e estragar tudo né? 

   - Desde quando você chama o seu pai de quatro olhos menino? - O pai perguntou com um cenho franzido em descrença e Alvo deu um sorriso amarelo em resposta. 

   James olhou pra ele com tanta raiva que suas orelhas começaram a ficar vermelhas, isso também é mal de família. 

   - Por acaso quer morrer hoje tampinha?! 

   - Não é justo! Eu só sou 4 centímetros mais baixo e eu ainda posso crescer mais! - Al reclamou emburrado. 

   - Esquece tampinha, você vai ser sempre o Tampinha. 

   Dito isso, James foi se sentar, ainda emburrado, ao lado do Al e começou a botar panquecas no prato dele. 

   - Você está lindo meu filho - Mamãe disse carinhosamente para o meu irmão. 

   - Cada dia mais parecido com o pai - Meu pai disse batendo com a mão nas costas do Jay, enquanto ele olhava pro meu pai com uma cara indignada. 

   - Então eu estou ferrado... - James balançou a cabeça de um lado para o outro fungando as vezes, fazendo, dessa vez, meu pai ficar com uma cara indignada. 

   - Tá bom, já deu! Vamos logo que ainda temos que comprar os materiais, não quero perder tempo, vamos! 

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   Bati nas minhas roupas tentando tirar o pó delas, essa era uma das desvantagens de usar a lareira, mesmo com capa de viagem, nossas roupas pareciam virar todas cinzas o que era realmente uma desgraça, eu tento sair de casa bonita e arrumada daí quando chego, pareço um pedaço de carvão usado muitas vezes. 

   Quando olhei para cima, não tinha ninguém, a sala de estar onde ficava a lareira, estava vazia o que é bem estranho considerando que eu esperava ver a tia Mione nos esperando irritada porque nos atrasamos, mas não, estava vazio, desde os sofás até a cozinha que ficava um degrau mais alto. Achei talvez que eles já tivessem ido, mas minha teoria não demorou muito pra ser contrariada, já que nem mesmo 1 minuto depois foi possível ouvir vasos quebrando e berros falando pra pegar “aquele bicho horrendo e maligno”, não sou de apostar, mas aquele berro veio do tio Rony.  

   - Não chame ele assim, pai! - Hugo apareceu correndo no mezanino, porém ele parou e olhou pra gente se apoiando no parapeito, depois olhou pra trás novamente e berrou: - Mãe! Eles chegaram! Oi tio e tia! Jay, Al e Lily! 

   Depois do comprimento rápido ele voltou correndo para dentro, acredito eu que era pra procurar “aquele bicho horrendo e maligno”. Olhei pra trás e percebi que não era só eu que estava com uma vontade tremenda de rir, na verdade, mamãe e Al estavam tentando segurar a risada enquanto papai e Jay riam sem se preocupar. 

   - Harry, Gina! Crianças! - Tia Mione apareceu e já começou a descer a escada lateral, ela estaria muito arrumada se não fosse pelo casaco rasgado nas mangas - Desculpa por isso, o Guga se assustou quando uma corruga entrou e agora temos que tentar pegar ele para salvar a coruja que estas voando desesperada de um lado pro outro. 

   Quase como um sinal, uma coruja muito branca passou voando por cima das nossas cabeças e logo em seguida o Guga, o gato gordo e preguiçoso do Hugo, passou correndo entre os nossos pés, mas antes mesmo que ele chegasse na cozinha, Hugo apareceu do nada e pegou ele, bem quando ele estava pulando o degrau  para chegar na cozinha, logo em seguida Rose apareceu e pegou a coruja acariciando a cabeça dela. 

   - Você tem que aprender a controlar o seu gato, Hugo! - Rose fuzilou Hugo com os olhos. 

   - A culpa não é minha! Essa coruja que entrou de repente no seu quarto! Nem sabemos de onde ela é! - Hugo retrucou acariciando o Guga. 

   - Pera, eu conheço essa coruja, ela não é... - Al encarou a coruja, mas não terminou sua frase - Nhaa... Me confundi! Nunca vi essa coruja na minha vida! Vocês já viram? Porque eu nunca vi! 

   Todos nós encaramos o Al por um momento, mas logo depois desviamos o olhar, a muito tempo desistimos de entender o Alvo. 

   - Bom, agora que isso já foi resolvido, podemos ir - Tia Mione disse tirando o casaco rasgado - Ronald, vamos logo! 

   - ... Tudo culpa desse gato maldito... 

   - Ronald! 

   - Tá bom! Desculpa! Mas que é verdade... 

   - Pai! - Hugo reclamou enquanto botava Guga no chão- O Guga é um ótimo gato, o problema foi essa coruja ai! 

   - Pare de culpar a coruja Hugo, seu gato é que não sabe se controlar! - Rose revidou ainda segurando a coruja numa das mãos. 

   - Chega! - Tia Mione interrompeu a eminente discussão- Rose, guarde a coruja no seu quarto por enquanto e você vê essa carta depois que agora nós vamos pro Beco Diagonal, e Hugo... - Ela parou um momento para pensar olhando pros lados, no fim olhou pra mim e depois pro gato - Dá comida pro Guga e depois vai com a Lily fazer o que as crianças fazem hoje em dia. 

   - Se vocês quiserem aproveitar pra limpar a cozinha... 

   - Rony! 

   - Qual é Mione! Eles vão ficar em casa sem fazer nada, eles bem que podiam ajudar! 

   - O Hugo? Ajudar? - Rose se meteu no meio com uma cara risonha- É mais fácil a casa estar pegando fogo quando voltarmos. 

   - Certo, certo! Já esta bom de zoar da minha cara Rose- Hugo começou a mexer a mão num sinal pra fazer eles pararem- Sinto muito pai, mas tenho coisas melhores pra fazer do que arrumar a cozinha, que só lembrando a mãe pediu pra você limpar- Hugo parou o que o tio Rony tinha pra falar com um gesto de mão sinalizando que ele ainda não tinha acabado- E mãe, vocês vão quando mesmo? 

   Por um momento todos ficaram em silêncio, mais ou menos, por que os cabeças ocas dos meus irmão estavam quase rindo, enquanto o tio Rony encarava o Hugo com descrença e Rose semicerrava os olhos para ele, a única que parecia normal era a tia Mione que estava com um sorrisinho no rosto. 

   - Desde quando você começou a se parecer com a sua mãe? - Tio Rony perguntou ainda encarando ele com descrença, depois virou pra tia Mione - O que você fez com ele Hermione? Você estragou meu filho! 

   - Deixa de drama Rony- Meu pai bateu nas costas do amigo dando um sorrisinho- Sorte do Hugo ter herdado isso da mãe e não do pai. 

   - O que você quer dizer com isso Testa Rachada? 

   - Já está bom meninos! Vamos logo embora! - Mamãe empurrou os dois pelos ombros na direção do quintal para todos aparatarem, já que os mais novos não iam junto eles escolheram aparatar, o que eu acho extremamente injusto. 

   - Vamos crianças - por fim foi a tia Mione sinalizando para os “mais velhos” seguirem ela- E James, já disse para não mexer nesse vaso! 

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   Depois de um tempo todos já tinham ido sobrando só eu, o Hugo, o gato gordo dele e a coruja assustada no quarto da Rose. Logo ele já me puxava escadas acima pelo braço, como ele tinha dito, queria me mostrar os novos filmes que conseguiu achar. Uma coisa que vocês precisam saber do Hugo é que ele adora filmes, mas não filmes normais e modernos, ele gosta dos clássicos, daqueles antigos que quase ninguém da nossa idade viu (claro que eu já vi todos eles, seria difícil não ver tendo o Hugo como melhor amigo), ele sabe tudo desses filmes antigos e as vezes fica difícil acompanhar ele e as suas curiosidades sobre mil e um diretores. Por isso ele tem uma coleção gigante de filmes clássicos e todos eles em DVD, o que é um milagre hoje em dia, tenho quase certeza que o Hugo já gastou muitas mesadas com isso. 

   - Eu finalmente consegui achar 11 Homens e um Segredo! Olha! - Ele me estendeu um DVD, sinceramente eu não via nada de mais nisso, mas por ver o sorriso no rosto dele já me fez sorrir também. 

   - Que legal! Onde conseguiu achar? 

   - Ahh! É uma história engraçada, eu achei uma loja que alugava filmes na Londres trouxa- Hugo mexia as mãos enquanto falava- Pelo visto essas lojas não estão mais fazendo sucesso e o dona estava fechando a loja, ou seja, ele estava vendendo os DVDs! Então eu consegui comprar os filmes por um preço bem mais barato! 

   - Os filmes? - Perguntei confusa, Hugo só tinha me mostrado um. 

   - Ah sim, deixa eu te mostrar os outros- Ele virou para estante onde guardava os filmes, ele tinha uma pros DVDs e outra para livros, outro vício dele também- São a continuação desse ai que você tá segurando, muita gente não considera eles realmente clássicos por que foram feitos a partir de 2001, mas eu acho que eles devem sim ser considerados, querendo ou não já foram filmados faz tempo... 

   Eu já não conseguia mais acompanhar o ritmo dele, e nem mais me forçar a entender o que ele dizia, mas a alegria dele era contagiosa e eu também não conseguia mais parar de sorrir. Ele me mostrou os outros filmes que tinha comprado e depois aproveitou pra falar ainda mais sobre alguns diretores e coisas do tipo. Juro que tentei prestar atenção, mas foi difícil, no final ele perguntou se eu queria assistir um filme, obviamente eu aceitei, falar sobre filmes eu não sei, mas ver filmes eu até que sou boa, o problema foi que ele me deu opções, ou melhor, ele me deu todos os filmes que ele tinha e era para eu escolher só um, eu preferiria que ele escolhesse, mas ele disse que como eu era convidada deveria escolher, o que eu achei uma droga. 

   Cidadão Kane. 

   Cantando na Chuva. 

   Psicose. 

   O Poderoso Chefão. 

   Aconteceu naquela noite. 

   Foram os que pararam na minha mão depois de eu pegar aleatórios da estante, acho que já tinha assistido alguns deles, mas não lembrava de muita coisa, pensei em... 

   Nem terminei mus pensamentos quando ouvimos um vaso quebrando lá embaixo, olhei pro Hugo, mas ele parecia concentrado em captar mais algum barulho que chegasse de baixo, ele não precisava ter se concentrado tanto, quando o grito veio ele estava alto e claro: 

   - Ah! Gato desgraçado! O que eu fiz pra você me odiar tanto?! 

   Aquela voz me lembrava a da... 

   - Lucy? - Hugo falou baixo, quase como para si mesmo, depois balançou a cabeça e andou até o parapeito falando mais alto dessa vez- Lucy? O que você... 

   Mais uma chama tomou conta da lareira e dessa vez a Sophie saiu de lá. Assim que vi elas, desci as escadas preocupada, era estranho ela aparecerem do nada. 

   - O que aconteceu? Tá tudo bem? 

   - Já contou?v- Sophie perguntou pra Lucy, mas a outra ruiva a encarou semicerrando os olhos. 

   - Óbvio que não né! 

   - Meu Merlin! Contar o que? - Lily já estava ficando muito preocupada. 

   - Eai? Já contaram? - Louis surgiu do fogo também interrompendo o que Lucy estava prestes a falar. 

   - Todos decidiram invadir minha casa agora? - Hugo perguntou indignado vendo que mais um tinha se juntado ao grupo surpresa. 

   - A Lucy ia falar agora- Sophie respondeu à pergunta. 

   - Mas interrompeu, chegando atrasado, COMO SEMPRE! 

   - EI! A culpa não é minha se vocês me avisaram tão em cima da hora! 

   - Foi arrumar o cabelo por acaso? 

   - Ai, Lucy! Deixa ele e vamos contar logo! 

   - Isso! - Exclamei me metendo naquela estranha discussão entra a Lucy, o Louis e a Sophie. 

   - Porque o atrasado não conta?! 

   - Pelo amor de Morgana! Calem a boca vocês dois! - Hugo gritou apontado pra Lucy e pro Louis- E Sophie, por favor, conta o que tá acontecendo! 

   Por um momento ficamos em silêncio, o Louis meio perdido tentando entender o que tava acontecendo (lerdo como sempre) e a Lucy brava porque mandaram ela calar a boca. 

   - Então...- Sophie tomou fôlego antes de começar a falar- Eu tava falando com o Lorcan, por nenhum motivo em específico sabe... Só que no meio da conversa o Lorc disse que a mãe dele tava chamando ele para ajudar na plantação, daí eu fiquei tipo “que????”, porque sabe, ele tinha dito elas, eu perguntei quem eram elas, e vocês não vão acreditar, ele disse que era a Luiza! Eu fiquei bem confusa, quem não ficaria?! Ele me explicou que a Luiza tinha contado que era da Lufa-Lufa pros avós e eles tinham ficado putos, e por algum motivo que ele não me contou ela foi parar lá! Agora os Scamander estão hospedando a Lulu porque ela não pode ir pra casa dela! 

   Um minuto de silêncio depois que a Sophie despejou meio mundo de informação sobre a gente. Lorcan... Elas... Lulu... Lufa-Lufa... Scamanders... Pera... 

   - Isso quer dizer que a Lulu e o Lys tão dividindo o mesmo teto?! 

   - Eles vão se matar! - Hugo acrescentou concordando comigo. 

   - E derrubar a casa no processo- Lucy falou como se não fosse nada demais. 

   - Coitado do Lorcan...- Sophie balançou a cabeça enquanto suspirava. 

   - Bem preocupada com o Lorcan né Soph, nem uma preocupação com a sua amiga- Louis deu um sorriso maroto junto a brincadeira. 

   - Boa! - Hugo fez um High-Five com o Louis. 

   - Não encham! - Sophie ficou emburrada agora. 

   - Agora temos que ir lá! - Lucy falou- Temos que descobrir essa história completa o mais rápido possível! 

   - O que?! - Perguntei tonta com tanta informação para assimilar- Agora?! 

   - Sim! - Lucy disse me puxando pela manga pra voltar para lareira. 

   - Se é pra ir vamos logo! - Sophie se juntou a louca da Lucy. 

   Olhei para o Hugo esperando que ele me ajudasse ou pelo menos parasse um pouco aquilo para eu conseguir assimilar tudo, mas ele só sorriu pra mim e deu de ombros se juntando ao Louis para viajar por pó de flu. 

   A última coisa que vi foi o fogo verde na minha frente.