A Mais Nova Geração escrita por LilyLuna16


Capítulo 37
Uma longa história para explicar


Notas iniciais do capítulo

Gente, só vou dizer umas coisinhas, eu adoro esse capítulo, ele e o anterior eram para ser juntos, mas acabou que ficou muito grande então eu tive que separar, mas eu adoro eles, sinceramente, adoro esse casal.



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P.O.V. Luiza 

 

 

   Não lembrar de algo é péssimo. Se perder em uma viajem também é horrível. Mas acordar em uma casa sem se lembrar de como foi parar ali e com algum bicho em cima de você é com certeza pior que esses dois juntos! 

   Eu gritei ao mesmo tempo que aquele bicho doido soltou um grasnado alto o suficiente para estourar meus tímpanos. Acho que qualquer um que visse aquela cena iria morrer de tanto rir, sério, eu estava sentada numa cama em um quarto estranhamente colorido com um ganso na minha frente, seria cômico se não trágico. 

   Eu peguei a primeira coisa que eu vi, um travesseiro, é joguei no ganso, que foi pulando e voando pelo quarto ainda grasnado. De repente entra uma mulher no quarto, o cabelo era de um loiro bem claro e seus olhos eram azuis claros, eu até poderia dizer que ela é albina. 

   - Eddie! Não assuste a nossa convidada!- A mulher falou com uma voz calma, mas eu diria que aquilo seria quase como uma bronca. 

   Então a mulher se voltou pra mim, sua expressão era algo indecifrável, ela parecia estar em outro mundo ao mesmo tempo em que tinha um pouco de carinho. Pude ver que eu sua mão tinha uma bandeja de madeira com uma tigela azul e um copo de suco. 

   - Oh querida! Que bom que acordou!- A mulher veio em minha direção sorridente e trazendo a bandeja junto- Meu filho não disse, mas eu sei que ele estava preocupado com você.  

   Ela me entregou a bandeja com a tigela, que mais tarde eu percebi estar cheia de alguma sopa estranha. Então ela se sentou na ponta da cama e fixou me encarando por um momento, eu não sabia o que fazer nesse momento, estava envergonhada, confusa e com certeza eu não estava com a melhor aparência, sem contar que ainda por cima tinha esse filho preocupado que eu não fazia a menor ideia de quem era! Isso com certeza não era uma boa situação, mas até que a sopa estava boa.  

   Enquanto eu comia a sopa a mulher continuava sentada a minha frente, ela olhava para um ponto específico ao meu lado, mas a mente dela parecia estar em outro lugar, como se ela estivesse pensando em outras mil coisas enquanto olhava para um pelúcio de pelúcia ao meu lado com um sorrisinho característico. O ganso grasnou de novo fazendo com que a mulher sorrisse mais e dirigisse seu olhar pra ele, depois ela olhou novamente para mim. E foi ai que eu quase desmaiei. O sorriso, os olhos, os cabelos e a calma em que fazia as coisas, eu conhecia tudo isso, assim como eu conhecia o filho dela, ou melhor, os filhos. 

   - Vou avisar para o Lys que você acordou- Assim a mulher se levantou da cama como se fosse sair, mas ela continuou olhando para mim- Ah! Não devem ter te contado, nunca contam, meu nome é Luna Scamander. 

   E assim ela saiu do quarto quase saltitando com seu vestido verde escuro florido, me deixando ali, com a boca aberta e com mil planos de fugir na minha cabeça. Olhei melhor pelo quarto e reparei que ele não era nada convencional, pra começar, a cama era suspensa, cabos de aço prendiam cada ponto da cama no teto, as paredes eram pintadas com varias cores de tintas, como se tivessem jogado tintas e mais tintas nas paredes, o que permitia ver algumas partes brancas, na parede oposta a cama tinha uma porta de vidro grande que levava a uma sacada, a roupa de cama e a escrivaninha a esquerda eram um amarelo queimado, um pouquinho parecido com um laranja, a escrivaninha estava cheia papeis e plantas, do outro lado havia uma estante com a mesma cor, ela possuía vários livros diferentes e entra alguns havia bichinhos de pelúcia. O quarto inteiro era iluminado e claro, como se não tivesse nada pra esconder, o que era um grande contraste a escura mansão Zabini.  

 Não demorou muito para a porta ser aberta novamente, só que dessa vez foi pelo “filho”, devo dizer que a roupa era quase tão excêntrica quanto o quarto, com a bermuda azul e a blusa laranja escrita “Salve os Seminvisos”, sem contar o par de tênis de um de cada cor. Ele não parecia saber muito o que falar, nem o que fazer já que ainda estava parado na porta, o sorriso característico não estava mais no rosto e a sua expressão estava séria e ouse dizer um tanto indecisa, não era preciso muito para saber que quem se encontrava na minha frente era Lysander Scamader, ou mais conhecido como Texughinho.  

   A sopa já não parecia mais tão apetitosa quanto a alguns minutos atrás, mas me forcei a dar uma colherada como uma desculpa de desviar o olhar, como eu seria capaz de ficar olhando pra ele assim, depois de tudo? Eu esperava que ficássemos um tempo sem nos ver pelo menos, mas não , é claro que a minha incrível sorte me manda direto pra cá, agora eu tenho que explicar o porquê de eu ter vindo parar na casa dele no meio da madrugada logo depois de termos nos beijado e nos evitado a festa inteira, que sorte a minha. 

   - Você está bem?- Imaginem a minha surpresa com essas palavras saindo da boca do Texuguinho, depois dessa não tinha como não olhar pra ele- Você apareceu ontem do nada e depois desmaiou. 

   - Eu dormi por muito tempo?- Perguntei alarmada, vai que eu entrei tipo num coma e dormi por uns 3 dias! 

   - Não, não, você só dormiu a noite inteira- Ele finalmente decidiu sair da porta e se aproximar mais da cama, mas claro, ainda mantende pelo menos um metro de distância- Eu sei que talvez seja rude, mas... 

   - Porque eu vim parar aqui no meio da noite?- Terminei a pergunta pra ele, ele apenas assentiu com a cabeça sem olhar pra mim- Olha, eu sinto muito por isso, não foi por querer, mas é que...- A minha língua travou e minha garganta ficou seca, só de lembrar o que aconteceu ontem já me fazia me sentir péssima, conseguia sentir asa lagrimas começarem a se formar nos meus olhos e os soluços ameaçando vir, já não tinha mais coragem para falar o que aconteceu ontem. 

   - Ei, se acalme, não precisa falar agora- Ele abriu a gaveta do criado-mudo e tirou de lá uma caixa de lenços, depois me estendeu ela se sentando finalmente na cama- Use-os. 

   A esse ponto eu sentia as lagrimas escorrendo soltas pela minha bochecha e os soluços vinham fortes, mas eu tentava prende-los o que os deixava abafados, comecei a puxar os lenços e limpar as minhas lagrimas, mas parecia que quanto mais eu limpava, mais apareciam. Apenas depois de um tempo eu consegui voltar a respirar novamente e conter as lagrimas, achei que a hora era aquela, afinal, eu teria que contar uma hora ou outra, como sempre... 

   - Eu contei pra eles- Disse em voz baixa e entre soluços. 

   - Como?- Ele se aproximou mais afim de ouvir o que eu falava, seu rosto agora era perceptível a preocupação. 

   - Eu contei pros meus avós, eu contei que era da Lufa-Lufa, não aguantava mais aquela chantagem, não aguantava mais namorar o Goyle apenas por conta de ameaças! Então eu contei... eu contei e eles não gostaram, falaram que iam me deserdar, que eu não era mais neta deles, falaram tanto... daí eu fugi, meu irmão me levou pra lareira e eu nem pensei quando sai de lá, ai vim parar aqui... 

   As lagrimas voltaram, mas dessa vez silenciosas, a sopa já se encontrava ao meu lado na cama em cima da bandeja o que me permitia me encolher, quando eu comecei, não consegui mais parar, só que diferente da ultima vez, dessa vez foi reconfortante botar pra fora. 

   - Eu não devia ter contado... Eu não...- Eu murmurava com a cabeça entra os joelhos encolhido- Isso não teria acontecido... Eu... 

   - Ei!- Senti as minhas mãos serem puxadas e meu rosto automaticamente se levantou, mas não consegui nem em surpreender quando vi o Lysander segurando as minhas duas mãos- Você fez certo em contar, você não podia ficar mais aguentando isso! Me disseram, mas eu não acreditei... Se eu tivesse acreditado...  

    Sua cara se contorceu em raiva, como e realmente estivesse preocupado, mas acho que isso é normal para os lufanos, preocupados com todos. 

   - Desculpa...- Pedi agora já quase recomposta- Eu devia ter ido para outro lugar, talvez eu deva ir embora e deixar... 

   - Não- Ele falou calmo, como se nada nessa situação fosse estressante- Tome um banho pelo menos, troque de roupa, minha mãe deve ter algo que caiba em você. 

   Dessa vez eu o encarei, esperando ver algum resquício de brincadeira em seu rosto, mas lá se encontrava apenas um olhar calmo e preocupado e uma expressão serena. Ele se levantou e me apontou para onde era o banheiro e logo depois saiu, enquanto isso eu fiquei parada na cama encarando a porta do banheiro. 

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   Devo admitir que um banho ajudou muito e que agradeço muito que eles tenham água quente no chuveiro, afinal, eu sempre tomo banho quente, no mínimo morno. Quando sai do banheiro enrolada numa toalha e com o vestido verde na mão, me senti mais renovada, ainda que meu espírito parecesse estar partido em milhões de pedaços. Vesti a roupa que tinham deixado em cima da cama, não muito meu estilo, mas o que tinha. Um vestido jeans claro com manguinhas curtas e uma blusa bordo por baixo de manga três quartos, também tinha uma legging rasgada verde água e um tênis lilás e outro laranja. Com certeza não o tipo de roupa que eu usaria num dia a dia, mas não sou eu que vou reclamar nessa situação.  

   Eu definitivamente não estava me sentindo eu mesma, em vários sentidos. Aquele quarto não era nem um pouco parecido com qualquer cômodo da minha casa, aquelas roupas eram muito mais coloridas do que qualquer roupa minha e aquelas pessoas eram muito mais leves do que qualquer parente meu. Mas por incrível que pareça, eu não estava me sentindo deslocada, eu até me sentia bem ali, como se um peso enorme tivesse sido tirado das minhas costas. Sem eu perceber meus ombros baixaram junto com um suspiro solto. Eu não precisava fingir nada aqui, não precisava esconder ou então estar sempre me importando com a postura e o jeito que faço as coisas, não, aqui eu não devia isso a ninguém, eu não precisava provar nada pra ninguém e talvez isso me assustasse, afinal, essa é uma sensação que eu nunca experimentei antes. 

   A porta é aberta de novo enquanto eu ainda me mantenho parada a frente da cama, mas dessa vez não era a Sra. Scamander ou o Texuguinho, era o Lorcan, o que sinceramente me dava um alivio muito grande. 

   - Lulu!- Ele veio direto em minha direção e me deu um abraço como se não me visse a séculos- Você está mesmo aqui?! Eu até achei difícil acreditar! 

   - É, acredite, eu também achei... 

   - Vem! Vamos tomar café da manhã!- Ele falou e me puxou para fora do quarto. 

   Se o quarto era diferente de todos que eu já tinha visto, a casa em si era mais maluca ainda. O chão tinha alguns tipos diferentes de piso a cada dois metros e as paredes tinham cores chamativas, parecia até que não tinham conseguido escolher qual cor queriam. Lorcan continuou me puxando pela casa e logo depois me puxou escada abaixo, reconheci o lugar da noite anterior, só que agora que a claridade entrava na sala eu podia ver as cores mais claramente. Como eu tinha visto ontem, tinham um sofá laranja a esquerda, mas ontem eu tinha visto esse sofá como o amarelo, já a direita tinha, no lugar aonde eu tinha enxergado um sofá laranja, um sofá vermelho vivo, cor de cereja, e o tapete na verdade era um azul claro que contrastava com as cores quentes dos sofás, mas combinava de algum modo com os detalhes verdes que tinham na lareira feita de pedras claras. A metade esquerda da parede da entrada, a que se encontrava oposta a mim, era feita de vidro, do chão até o teto, acabava apenas quando encontrava a porta de madeira escura que contrastava com o chão de madeira claro. Já no lado direito do cômodo, se encontrava a cozinha, todos os móveis eram feitos de madeira pintada com cores claras, principalmente azul turquesa, mas as paredes eram amarelas com bolinhas pintadas de um amarelo queimado, tinha algumas janelas grandes que quase cobriam toda a parede, mas paravam alguns decímetros antes, tinha no meio da cozinha, talvez um pouquinho mais pro lado, uma mesa de jantar de madeira branca quadrada com 8 cadeiras, cada uma de uma cor. A casa se resumia praticamente em um arco íris muito bem iluminado. 

   O Lorcan apenas soltou minha mão quando chegamos na “entrada” da cozinha, depois ele entrou e se sentou na cadeira roxa, enquanto isso eu fiquei parada na entrada observando eles. A Sra. Scamander estava comendo amoras ao mesmo tempo que escolhia algumas e colocava elas num tipo de coroa com flores, ela sentava na cadeira azul, já no lado dela, sentado na cadeira amarela, estava (quem eu achava que era) o Sr. Scamander, ele estava mexendo no prato como se tentasse fazer uma imagem com a comida, sinceramente, ele era a cara dos gêmeos, tirando a cor do cabelo e a cor dos olhos, já que o Sr. Scamander tinha cabelos castanhos e olhos quase pretos acolhedores, tirando isso, as expressões e traços eram iguais aos dos filhos. Parecia uma família feliz, mas faltava... 

   - Está fazendo o que parada aqui, Cachinhos Dourados?- Levo um susto com a voz, viro pra trás e vejo o Texuguinho parado atrás de mim tirando luvas de jardinagem verdes. 

   - Sendo educada, Texuguinho- Respondo do mesmo jeito que ele falou, ou seja baixo- Afinal, eu não vou entrar na cozinha alheia desse jeito! 

   Ele rolou os olhos e jogou as luvas em direção a porta que caíram certinho dentro de um cesto do lado da porta, e de novo, sem nenhum aviso prévio, puxou minha mão e me levou para dentro da cozinha. Ele me levou até a cadeira verde e, por incrível que pareça, puxou a cadeira para mim, me sentei meio receosa e esperei todos olharem para mim, mas ninguém pareceu realmente incomodado, recebi apenas um olhar rápido do Sr. Scamander junto com um sorriso caloroso, o que foi bem melhor do que eu esperava. Não demorou para um prato ser posto na minha frente, um prato com frutas coloridas e duas panquecas, logo em seguida o Texuguinho senta ao meu lado na cadeira laranja com um prato muito parecido com o meu.  

   - Pai, como anda o Galileu?- Lorcan pergunta e logo depois coloca um pedaço de manga na boca. 

   Olhei para o Texuguinho confusa, ele apenas sorriu e sussurrou “ é o kappa que meu pai supervisiona no departamento”. Ai que eu me lembrei de uma vez que o Lorcan falou que o pai dele trabalhava como supervisor no Departamento para Regulamentação e Controle de Criaturas Mágicas, demorei um tempo para decorar esse nome. 

   - Ele anda meio estressado- O Sr. Scamander respondeu terminando do mexer no prato e o entregando para a Sra. Scamander, pude ver o desenho em forma de uma flor o que fez um sorriso maior aparecer no rosto da Sr. Scamander- Acho que é por conta da mudança de tempo, ele não está acostumado ao novo setor dele. 

   - Mas por que mudaram ele de setor?- Dessa vez foi o Lysander que perguntou. 

   - O diretor do departamento decidiu mudar ele de lugar depois que ele começou a ser hostil com o cuidador do setor- Ele soltou um suspiro triste e comeu uma amora da mulher. 

   - Você devia se candidatar!- Lorcan disse entusiasmado. 

   - Sim! Já passou da hora do Dr. Minfeller!- Lysander concordou também entusiasmado. 

   - Não é bem assim garotos...- O Sr. Scamander deu um sorriso um pouco triste- Eu até queria ser diretor, mas não é tão fácil assim, o Dr. Minfeller teria que se retirar e eu teria que ter uma recomendação... 

   O assunto pareceu se encerrar por aí, pelo visto os gêmeos não tinham mais argumentos em relação a isso, mas ao invés da atmosfera ficar pesada, ela continuou normal, como se não tivesse acontecido nada. O restante do café passou normal, as vezes a Sra. Scamander comentava algo e assim a conversa continuava, mas eu não falei nada, preferi ficar quieta e só ouvir, não estava acostumada a conversar durante as refeições. 

   Quando todos acabaram de comer o Sr. Scamander se dispôs para arrumar a cozinha e o Lorcan resolveu ajudar. Fiquei tentada a oferecer a minha ajuda, mas eu não sabia fazer nada, não que eu gostasse muito disso, mas eu não era acostumada a limpar as coisas, nem arrumar, nem nada do tipo. Enquanto o Sr. Scamander recolhia os pratos e limpava as coisas a Sra. Scamander saiu pela porta dos fundos, que ficava numa parede também toda de vidro, e quando eu vi o Lysander estava indo junto eu comecei a me desesperar, mas só um pouquinho, afinal, para onde eu deveria ir? Mas então, para minha felicidade ou infelicidade, o Texuguinho olhou para mim e me chamou com um sinal de mão, eu, como não sou burra, fui rápido em direção a ele que me encaminhou para fora.  

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   Surpresa? Surpresa não é a palavra certa para descrever como eu fiquei quando eu vi aquele jardim, quer dizer, Merlin! Aquele jardim era demais, parecia até fora de lugar. Primeiro que o jardim era mais pra um campo inteiro, ele parecia não ter fim, do lado esquerdo tinham vários canteiros, alguns com camadas e outros em formato de desenhos, do lado direito tinha uma pilha de pedras planas que formavam uma parede, mas não era só isso, da parede de pedras caia uma cascata de água que ia direto para uma piscina grande em estilo natural, como se fosse uma cratera de pedra com uma cascata, incrível! Além disso, na parte do meio mais pra frente, tinha um espaço gigante cercado por árvores e alguns bancos que eu desconfiava ser um campo de quadribol em casa por conta dos aros localizados em cada canto do campo. Por final, tinha um caminho de pedras que ligava tudo no jardim, das flores coloridas até ao redor da piscina. Caramba, eu acho que eu estou apaixonada por esse jardim. 

   Nós três fomos para onde os canteiros ficavam, eles começaram a colher algumas frutas e eu fiquei parada observando eles sem saber o que fazer, mas então a Sra. Scamander olhou pra mim sorrindo e pediu para que eu colhesse os morangos para ela enquanto ela pegava os rabanetes. Me sentei ao lado dela, afinal, os morangos e rabanetes estavam lado a lado. 

   - Filho, pode regar as ameixas dirigíveis para mim?- A Sr. Scamander perguntou para o Texuguinho depois de um tempo, ele apenas assentiu e se afastou de nós- Como está se sentindo querida? 

   - Ahn...- Fiquei um pouco surpresa com a pergunta, não esperava ter que conversar... Merlin, e se eu falar algo errado?!- Eu... Eu estou me sentindo melhor, já lembro do que aconteceu... 

   - Ah! Que bom!- Ela sorriu para mim, ainda com aquele sorriso, meio avoado, meio caloroso, meio... meio Scamander. 

   Foi então que eu me toquei que eu devia uma explicação para ela, devia explicar pra ela por que eu vim parar aqui no meio da noite e isso me dava bastante medo. 

   - Sr. Scamander, eu...- Respirei fundo tomando coragem para explicar- Olha, eu não queria incomodar... Não era minha intenção vim parar aqui no meio da noite e ainda por cima desmaiar... Eu sinto muito... 

   - Oh querida! Não tem problema!  Fico feliz em finalmente ter te conhecido, os meninos já falaram tanto de você! 

   - Falaram?- Não foi possível esconder minha surpresa, mas tentei remediar o mais rápido possível- Ahn... Vou tentar falar com meu irmão e ver se posso voltar para casa, não quero incomodar mais... 

   - Relaxe, você pode ficar o tempo que quiser e não está incomodando!- Ela sorriu mais ainda e voltou a colher os rabanetes que, estranhamente, eram roxos, mas então ela olhou para mim de novo com as sobrancelhas franzidas- Falando nisso... Lys! 

   Nem um minuto depois o Lysander apareceu com manchas laranjas nas bochechas tentando limpar as mãos cheias de terra. 

   - Que foi mãe?- Ele perguntou terminando de limpar as mãos, que por um milagre saíram limpas. 

   - Leve a Luiza para mandar uma carta para a família dela, eles devem estar ficando preocupados! 

   - Ahn!- Ele desviou os olhos para mim- Vamos, vou te levar para o meu quarto. 

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   Ele entrou no quarto em que eu estava antes, e foi só ai que eu percebi que eu tinha passado a noite no quarto do Texuguinho, nossa, isso tá ficando pior a cada dia. Aquele ganso ainda rondava o quarto passando debaixo da cama flutuante, por um momento ele parou e me encarou, grasnou para mim e depois voltou a andar pelo quarto grasnando algumas vezes. 

   - Eddie, fica quieto!- Lysander repreendeu o ganso que apenas grasnou para ele em resposta- Aff... Eu não devia ter ti deixado no meu quarto. Bom...- Ele girou 180 e se virou para mim- Pode sentar ali- Apontou para a escrivaninha colorida- e escrever a carta, depois mandamos o Eddie entregar! 

   - Pera... Eddie? Eddie, o ganso? Você estrega suas cartas por ele? 

   - Sim! Por quem mais eu entregaria?- Ele perguntou como se fosse muito normal ter um ganso no lugar de uma coruja. 

   Não discuti muito mais, ainda não tinham aquela amizade toda pra ficar conversando né? Sentei na cadeira da escrivaninha e ele se jogou na cama que balançou como se fosse um balanço de parquinho. Escrevi uma carta rápida pra minha família, mais especificamente pro meu irmão, não queria arriscar que os meus avós vissem um ganso entregado a minha carta. Expliquei o que aconteceu, onde vim parar e perguntei se eu podia voltar já. Assim que terminei de escrever a carta, falei por Texuguinho que tinha terminado e ele amarrou a carta nos pés do Eddie e o mandou entregar a carta para Luke Zabini, para nenhum outra pessoa. E assim Eddie, o ganso, foi voando em direção a minha casa. 

   Desviei os olhos para o Lysander que estava do meu lado na janela e o fitei, pensei em tudo o que tinha acontecido e no que poderia acontecer e cheguei a uma conclusão. Isso vai ser uma longa história para explicar. 


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Notas finais do capítulo

E aqui uma música que eu acho perfeita para esse casal maravilhoso, o nome é True Love da cantora Pink:
https://www.youtube.com/watch?v=c6vsHF3E9NU



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