Equinócio escrita por Katherine


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Oi amores!
Boa leitura!!



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Renesmee.

 

 

Ainda me lembro do surto completo que Sue deu quando descobriu que Leah havia comprado a sua primeira moto. Grande. Preta. E que alcançava uma velocidade surreal. O bom de estar com a Clearwater é que além de ser uma ótima companhia, ela não tinha o menor medo de morrer... ou de que eu morresse. As pessoas a chamavam de maluca por todos os cantos da reserva, eu nunca fui de dar ouvidos aos boatos, mas Leah sem dúvidas era completamente maluca. Eu tive minha confirmação quando a mesma jogou a chave da moto na minha direção com um sorriso travesso no rosto, ordenando que eu dirigisse até Port Angeles. Com medo de que ela pudesse mudar de ideia, não questionei se realmente estava certa disso, apenas embarquei na moto deixando o capacete de lado e a lobinha embarcou na garupa, dando-me ordens e instruções de como seguir. Por sorte, eu não demorei em aprender e, assim como ela, o meu corpo pedir por adrenalina. Dirigir me distraia. O vento forte e gelado batendo contra o meu rosto me faziam relaxar. Não demoramos a chegar ao nosso destino final. Um pub não muito grande, mas com uma capacidade enorme de pessoas. E ao que parecia, Leah conhecia bastante o segurança do local, já que nem mesmo precisou enfrentar a fila ou mostrar a sua identidade. As luzes não me deixavam enxergar muito bem, mas eu identifiquei a pista de dança – onde a maior parte das pessoas se encontrava – o bar na lateral do local e algumas mesas espalhadas próximo ao mesmo, foi o primeiro lugar que ela me arrastou, pedindo ao garçom duas doses de tequila. O garoto que aparentava ter uns vinte e poucos anos de idade deixou dois copos sob o balcão com as doses.

— Você está pronta? – Leah perguntou gritando sob a música alta, mesmo que eu pudesse ouvi-la.

— Sim.

Peguei o pequeno copinho na mão e virei tudo de uma vez só, sentindo o ardor descer pela a garganta. Ela me olhava empolgada com a situação e sorriu quando eu terminei a minha dose, tomando a sua em seguida.

— Você pode deixar a garrafa, por favor? – pediu para o garoto que a encarou como se fosse maluca, mas por fim cedeu, entregando-lhe a garrafa. Leah sentou-se em uma das banquetas do bar e eu acompanhei-a – Nós não ficamos bêbadas tão rápido quanto os humanos. Bom, eu não fico, não sei como você pode reagir a isso. Então... me avise quando estiver vendo tudo em dobro.

Ela tomou mais um gole da garrafa e estendeu para que eu pudesse pegar.

— Mal posso esperar – murmurei.

 

 

 

 

 

 

Permanecemos sentadas conversando sobre as pessoas estranhas que entravam no pub até que a garrafa estivesse completamente seca e os sinais de embriagues estivessem evidentes, tanto em mim, quanto nela.

— Nessiee, você está bem? – Leah me perguntou ao voltar do bar com mais uma garrafa – Tim Tim.

 Eu ri descaradamente quando ela bebeu mais um gole da garrafa e me entregou a mesma.

Poxa, Leah era tão legal.

— Siiim. Leah, eu amo você!

— Eu sei – ela sorriu e tirou o celular do bolso da calça jeans preta. Eu amava o jeito que ela se vestia... – Aí, drogra!

— O quê?

Achei que ela tivesse rolado os olhos, mas não pude ter certeza porque meus olhos pesaram no mesmo momento e eu precisei apoiar meu rosto nos cotovelos.

— O seu namoradinho conseguiu acabar com o meu barato – ela arrancou a garrafa da minha mão, tomando uma boa quantidade em seguida – Você se importa se eu manda-lo se foder?

Pensei por um momento.

— Hum... eu não sei – abri meus olhos para vê-la – Nós não estamos juntos agora, então eu acho que me importo sim.

— Eca! Acho que o seu pai amaria ouvir isso.

Senti meus olhos arderem ao lembrar de meus pais.

— Leah, não fala dele, por favor. Dói muito. Eles me esconderam muuuuita coisa.

Ela enfiou a garrafa na minha boca enquanto digitava algo em seu celular.

— Você não vai chorar. Toma isso aí – fiz o que ela pediu, mas continuei encarando-a – Sue e Charlie não tinham nada melhor pra fazer e já sentiram a nossa falta.

Larguei a garrafa tentando entender o que seus lábios diziam, mas incapaz de decifrar qualquer palavra depois de ouvir o nome do meu avô.

— O quê?

— Eles chamaram a liga da justiça e eu acho que estou encrencada. Você liga, Cullen?

— Eu deveria?

— Não – deu de ombros.

— Então não – encarei a pista de dança e sorri sugestivamente para Leah, ela negou – Vamos!

— Não.

— Vamos sim!

— Olha, você não vai querer me ver dançando.

Franzi o cenho.

— Você falou muito rápido, amiga, eu não consegui entender.

Ela riu.

— Vamos para a pista, amiga.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eu não sei dizer por quanto tempo dançamos, ou quantas garrafas tomamos depois daquela, lembro-me vagamente de minha amiga dizer que deveríamos ir embora porque todo mundo já tinha ido embora. Eu tentei argumentar, dizendo a ela que minha mãe sempre me falava que eu não era todo mundo. Leah me mandou calar a boca e me arrastou daquele lugar, o que não foi muito bom ao jugar pelo estado de embriagues dela ser tão parecido como meu. A diferença era que Leah não de mantinha daquela forma por muito tempo, pois o seu corpo não permitia, diferente do meu, que funcionava quase como o de um humano. Quando saímos do pub o estacionamento estava praticamente vazio e a luz do dia já começava a dar seus sinais. Ela pediu um uber no seu telefone e não fomos capazes de reconhecer o carro. A ultima coisa que eu fiz antes de dormir completamente foi deitar minha cabeça no ombro de Leah enquanto esperávamos na calçada.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

— O que você tá fazendo aqui? Acho melhor ir embora, Ness não vai gostar de ver você quando acordar.

Ouvi a voz de Leah dizer distante de mim.

— Vamos conversar sobre isso depois, Leah.

Senti algo quente envolver o meu corpo e me balançar um pouco, de forma que me deixasse completamente enjoada.

— Uh, vai me colocar de castigo, papai?

— Você sabe que não devia fazer isso.

Meu corpo foi colocado em um local macio e escuro, mas eu ainda estava enjoada.

— Por que? Fica tranquilo, Jake, eu não deixei ninguém chegar nela. Nós não saímos pra conhecer outros caras, saí com ela pra fazê-la se divertir um pouco. Posso garantir que consegui.

— Você vai fazer ronda amanhã, depois e depois.

Ouvi um rosnado escapar dos lábios de Leah e abri meus olhos aos poucos, sentindo minha cabeça doer com força. Jacob estava ali. Eu reconhecia pelo seu cheiro, e pelo casaco que cobria o meu corpo.

— Você não pode fazer isso só porque não me quer perto dela!

Meus pés descalços tocaram o chão e eu levei uma das mãos a testa, tentando aliviar a dor de cabeça.  

— Não posso deixar que fique colocando ela em risco, Leah. Pensou na quantidade de coisas erradas que poderiam ter acontecido?

Abri a porta do quarto lentamente e os dois me encararam. Jacob estava completamente furioso, eu via isso em seus olhos, sua postura e os punhos cerrados. Sem dúvidas eu teria muito o que ouvir. Se ele estava daquela forma... como poderiam estar os meus pais?

Um embrulho enorme se fez em meu estomago e tive tempo de correr até o banheiro e despejar tudo o que meu corpo armazenava no vaso, quando Leah entrou no cômodo fechando a porta atrás de si para que Jacob não entrasse. Ela segurou o meu cabelo enquanto eu terminava o trabalho.

— Você está bem? – perguntou-me.

Concordei com um aceno.

— Eu não queria causar problemas.

Ela deu de ombros.

— Eu sabia que ele reagiria assim. Jacob não é o Jacob quando se trata de você.

— Vou falar com ele – lhe garanti.

— Não precisa. Toma um banho primeiro, vai te ajudar com o mal-estar.

— Obrigada pela noite passada, Leah – abracei-a de forma desajeitada e ela retribuiu – Eu não me lembro muito bem, mas... eu me diverti muito.

— Não me agradeça. Vou pegar algo pra você vestir, entra já nesse banho.

Concordei me levantando do chão com a sua ajuda e me preparando para entrar no banho.

Leah deixou uma roupa no canto do banheiro e eu prontamente me vesti assim que sai do banho.

Jacob me esperava em frente a porta, com os braços cruzados na frente do peito, Leah estava um pouco atrás dele. Nenhum dos dois olhavam-se ou falavam qualquer coisa.

— Oi – sussurrei.

— Oi? – ele riu pelo nariz, ainda estava furioso.

— Me tira daqui e assim que eu curar a minha ressaca nós conversamos sobre tudo isso – pedi.

Ele desfez sua postura e concordou.

— Quer ir para a sua casa?

— Tudo bem se eu for pra sua? – perguntei.

Eu não queria ver meus pais e seria bom estar em La Push.

— É sua também, Renesmee.

Renesmee.

Ele estava mesmo furioso.

— Jacob – o chamei quando ele se virou para sair do corredor – Livra a Leah dessa, ela só estava me ajudando.

— Ness... – ela começou a dizer mas eu a cortei.

— Se não fizer isso eu vou ficar brava com você. Muito mais brava.

Ele estreitou os olhos encarando-me de cima a baixo.

— Você me dá dores de cabeça.

Sorri mostrando os dentes, sabendo que ao menos aquela batalha eu havia vencido.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de me contar o que acharam!
Beijinhos!



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