De volta para você escrita por Bhabie


Capítulo 4
Capítulo 4 - Porra, Jeremias


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas voltei. Capítulo dedicado a Jujuh Cullen por ter favoritado a história e sempre me dar força comentando em todos os capítulos ♥
Postando bem cedinho pra vcs lerem no caminho pra escola/facul/trabalho rsss



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PDV Bella

O som alto fazia meu coração pulsar tão forte que doía.

Ao mesmo tempo em que não precisava fazer força alguma para mexer meu corpo ao ritmo da música, parecia que cada membro meu pesava uma tonelada. Eu me sentia em um sonho.

O primo da Kate que me acompanhava na pista - Qual era o nome dele mesmo? - moveu os lábios falando comigo mas eu não entendi o que ele queria dizer; não sei se pela música ou pela bebida que trabalhava em meu organismo.

— O que!? - Gritei.

— Eu disse que amo essa banda! - Ele gritou de volta se inclinando para mais perto.

— Eu também adoro Black eyed peas!

Ele sorriu e continuou a pular sem ritmo com um sorriso de retardado enquanto me olhava fixamente com suas pupilas dilatadas. Será que eu estou igual? Não deveríamos mais aceitar balas de estranhos em festas.

“I gotta feeling, woo hoo

That tonight's gonna be a good night

That tonight's gonna be a good night

That tonight's gonna be a good good night”

Cantei tão alto que minha garganta doeu.

Tomei mais um gole da ice que estava em minha mão e senti o álcool trabalhando, embaralhando minha mente e deixando tudo em câmera lenta.

Eu ri quando o cara com camiseta branca e topete exagerado que dançava comigo imitou um robô.

— Eu sou um robô – Ele gritou com uma voz mecânica.

— Não me diga!

— Dizer o que? – Ele parou com a imitação e me olhou confuso. Ele estava chapadão.

— O que o que? – Ta, eu também, um pouco.

Ele negou com a cabeça e fitou o chão por alguns instantes e então, recomeçou a dançar e cantar enquanto ria.

Depois de mais duas ices, uma dose de tequila e uma cerveja, eu não sabia mais como ficar em pé, então eu e o... -Jeremias? Era esse o nome dele? – garoto andamos pela boate um pendurado no outro, à procura de Kate.

— Vozê pisô no meu pééé! – Ele berrou no meu ouvido e colocou o seu outro pé por cima do meu que pisava em seu tênis.

— Meu ênis é brancu zeu animaaal. Vozê vai ver só!

Para completar o montinho, coloquei meu pé direito, o único que agora nos equilibrava, em cima de todos.

Caímos agarrados no chão sujo e grudento.

— Nãum pisem em miiiiim – Choraminguei olhando para as pessoas em volta, ainda estirada no chão.

— Levanta doida! – O possível Jeremias se levantou - não sei como - e me puxou junto, cambaleando.

Arregalei os olhos quando vi o rosto dele.

— Jeremias vozê ta sangrando!

Ele olhou para trás, procurando por alguma coisa.

— Que Matias?

— JE RE MI AS – Gritei pausadamente para ele entender o próprio nome.

— O que!?

— SEU NARIZ TA SANGRANDO!

— Ah ta.

O Jeremias/Matias/Primo da Kate levou sua mão até o ferimento de onde escorria sangue; olhou para a mão ensanguentada e depois para mim.

— Irado! – Ele riu descontroladamente.

— Vozê ficô mocinha! – Eu apontei o seguindo na gargalhada.

Me dobrei e apoiei minhas mãos nos joelhos respirando fundo entre risadas para tentar voltar ao normal.

— Vem! Vamô achar a Katre.

Peguei na mão limpa dele e o saí arrastando pela boate.

— KATREEEE! – Eu berrava a cada 5 segundos.

— BELLAZITA, É VOZÊÊ?

Finalmente uma voz me respondeu de volta e pude avistar Kate me encarando com os olhos semicerrados a uns dois metros de mim, com uma garrafa na mão.

— QUE PARASITA?

— O QUE? EU NÃO QUERO MAIS BIRITA!

— EU NÃO GOSTO DE PERIQUITA KATRE! – Meu acompanhante riu com essa última fala, o que fez meu corpo balançar junto ao dele.

Kate veio até nós com dificuldade.

— Meu deus Bella, vozê ta menstruada? A cara do Eddin ta toooooda com sangue.

— Quem é Eddin, Katre?

— Vozê ta agarrada nele!

Virei espantada para o meu ex-Jeremias.

— Zeu nome é Eddin? Que horror!

— Meu nome é Edu...Éduar...Edilwood...EDWARD. Meu nome é Edward - Ele conseguiu dizer desenrolando a língua.

— Edward? - Repeti também me atrapalhando na pronúncia.

— É, mas pode me chamar de Edward.

Kate gargalhou.

— Cara, vozês tão doidões! Ainda bem que eu só chupei uma balinhazita e agora ta todo mundo tão bonito.

Ela me encarou sorrindo psicoticamente.

— Bellazita, se eu não tivesse namorado...

— Ah não Katre sua safadra.

— ...eu apertava sua bunda

Ela deu um risinho esquisito.

— E vozê Eddin...fecha a boca seu estranho! Você tá maaaal! - Kate disse arrastado e deu um empurrãozinho no peito do primo, o que o fez balançar para trás até quase cair - Eu vou ligar pro Jazz e pra Rose e...ESSA É A MINHA MÚSICA! A MINHA! - A doida pulou animada - GARRETT CADÊ VOZÊ MEU AMOR? VAMÔ FAZER UM BEBÊ!

Ela se virou e nos deixou para trás. De novo.

Gemi quase chorando.

— Calma gata, eu tô com vozê - Eddin colocou a mão em minha bochecha. Eu até diria que aquilo era uma coisa fofa, se aquela não fosse a mão suja de sangue do seu nariz, que agora pingava em sua camiseta branca.

— Eca Eddin, tira essa mão de sangue de catarro de mim!

Empurrei sua mão de mim e tentei limpar meu rosto.

— E ai linda, que tal a gente - deu um risinho - ir pra sua casa?

Ele disse aquilo de olhos fechados e com um sorriso bobo. Pela primeira vez na noite, o analisei com cuidado. Mesmo fora do meu "eu" normal, não iria transar com qualquer um.

Edward era uns 20 centímetros mais alto do que eu, sua pele era assustadoramente branca, - o que me preocuparia em outras circunstâncias - seu topete não era tão ruim e cafona como eu pensei quando o vi a primeira vez, e seu sorriso era sua característica mais bonita, mesmo com o sangue escorrendo e fazendo um bigode chinês em seu rosto. Ponderei o jeito que me tratou durante essas horas, sempre com elogios e me fazendo rir. Ele pode não ser um conhecido, mas definitivamente não é qualquer um.

Me parabenizei mentalmente; mesmo bêbada eu sabia escolher bem.

— Ta bom - Dei de ombros fingindo que não o tinha analisado por completo durante 3 segundos.

— O quê? - Ele piscou confuso.

— Ta bom, vamos para a minha casa - Repeti.

— Ah...

— Que foi?

— É que eu não achei que fosse ser tão fácil assim.

O álcool pareceu evaporar do meu corpo. Eu poderia acertá-lo com uma flecha a 1 quilômetro de distância.

— Tá me chamando de fácil!?

Ele arregalou os olhos, colocando as mãos para cima em sinal de defesa.

— N-não, é que...eu achei que você não ia querer porque você é muito bonita e...

— Tudo bem, me convenceu de novo. Vamos - O cortei e o arrastei até a saída da boate, abrindo caminho entre a multidão como uma garota bêbada que não transa a 1 ano indo pegar um garoto que acabou de conhecer em uma cidade desconhecida.

Respirei fundo o ar puro quando chegamos até a rua.

— Ih, não tem ninguém na rua. Credo não tem nenhum táxi, QUE CIDADE LIXO - Gritei a última parte a plenos pulmões chamando a atenção de algumas pessoas que estavam na porta da boate,  um mico que eu nunca passaria em meu estado normal

Edward me agarrou por trás e encostou a sua cabeça em meu ombro.

— Vamos logo, eu tô com sono - Resmungou em uma voz atrapalhada.

Revirei os olhos.

— Vem, vamô andando.

Me afastei de seus braços e peguei sua mão, o guiando até minha rua.

Depois de 3 minutos, ele gemeu de novo.

— Eu tô cansado, meus pés tão doendo.

— Fica quieto, já tá chegando - Mandei como uma mãe e ele obedeceu na hora.

Adentramos o hall tentando fazer o menor barulho que conseguíamos, mas foi quase impossível.

— Vem, meu apartamento é...esse não é...calma, eu esqueci o número.

Olhei assustada para as portas sem lembrar qual era a minha.

Edward riu.

— Você não sabe onde mora? Que burra.

Fechei a cara.

— Eu lembrei o caminho até em casa, não sou burra, só esqueci o número...

Ele deu um sorriso estranho chegando bem perto de mim, aproximando seu rosto do meu.

— E se a gente testar sua chave em todas as portas?

Que ideia maluca!

— Eu topo!

Rindo baixinho feito duas crianças arteiras, testamos a chave na primeira porta.

— Não está entrando! - Forcei a fechadura.

— Empurra!

— A entrada é muito pequena!

— Você que não consegue achar o buraco!

— Tenta você então!

— Põe com tudo!

— Tá muito escuro, eu preciso ver o buraco pra colocar!

— Anda logo, eu quero transar!

— Assim é muita pressão! Cara, para de me encoxar!

— Eu tô tentando achar o buraco!

Alguém pigarreou atrás de nós.

Nos viramos rapidamente.

— Opa, boa noite - Cumprimentei naturalmente a velhinha de camisola que nos fitava da porta de seu apartamento na tentativa de disfarçar toda a esquisitice daquela situação.

— Esse é o apartamento do Senhor Nelson.

— Hãn, a senhora pode pedir desculpas ao Senhor Nelson pela gente, então? - "Eddin" conseguiu dizer sem errar uma palavra, depois de piscar três vezes para afastar parte do álcool.

— Ele morreu faz dois dias.

— Ah, então não vai demorar muito para você tam...

Dei uma cotovelada nas costelas dele.

— Ai - ele gemeu de dor colocando a mão no lugar.

— Nos desculpe senhora, pelo barulho e - Olhei para Edward com cara feia - por todo o resto.

— Sem problemas.

Ela ia fechando a porta quando tive a ideia para a primeira pergunta inteligente da noite.

— Espera! A senhora conhece a Kate Denali? Sabe onde ela mora?

— Kate Denali? Oh sim! Ela mora no 23. Kate sim é uma mulher decente.

Por que ela disse a última parte me olhando de cima a baixo?

Edward, o drogado do meu lado, deu um risinho.

— Ia preferir que fosse no 24.

— Cara, cala a boca.

Dei uma última rápida olhada para a velhinha.

— Obrigada! – Sorri amarelo.

Empurrei pelo corredor o bebum que me acompanhava.

— E o que quer que seja que vão fazer nesse estado, não façam barulho!

"Eddin" riu arrastado, colocando o braço em volta do meu pescoço.

— Vai ser difícil - Seu bafo de cachaça bateu em minha cara, fazendo com que eu virasse meu rosto para conseguir ar puro.

— Então acho melhor vocês limparem a cara antes - Ouvi a Senhora dizer baixinho atrás de nós antes de fechar a porta de seu apartamento.

— O quê? Ei, não coloque todo o seu peso em mim! – Já era difícil andar sem tropeçar, com ele se jogando para o meu lado então...

Chegamos até o final do corredor onde ficava minha mais nova residência e dessa vez, colocamos tudo no buraco certo.

— Vem aqui gatinha!

Me virei e encontrei Jeremias, digo, Edward deitado no sofá.

Bati a porta com força e me joguei em cima dele.

Jurei ter ouvido um grito de desaprovação ao fundo, como se viesse do fundo do corredor, mas não dei importância.

Edward me agarrou e pela primeira vez na noite, me beijou. Há meses eu não dava um beijo e havia me esquecido da sensação – como pude viver sem isso por tanto tempo?

O beijei com intensidade e fui retribuída com um beijo ardente que me ascendeu por dentro e por fora. Ou ele beijava MUITO bem, ou eu estava tão desesperada por isso que aceitei qualquer coisa.

Mas havia algo errado.

Ele tinha um gosto de ferro na boca. Me afastei e fiz uma careta ao notar que mais sangue escorria de seu nariz, cobrindo a camada que já estava seca.

— Espera ai, eu já volto! – Saí de cima dele e corri para meu quarto – Ta bom, eu entrei no quarto da Kate, no banheiro e na cozinha até achá-lo.

— Aqui – Voltei para a sala e estendi dois algodões e um rolo de papel higiênico para ele – Coloca no nariz para estancar. E limpa a cara com esse papel.

Ele fez o que pedi e jogou os papéis sujos no chão.

— Agora sim – Sorri e voltei a ficar em cima dele.

É, devo admitir: Não era a abstinência, ele realmente beijava muito bem!

Me afastei mais uma vez, mas dessa vez para tirar minha blusa. Edward tentou imitar meu gesto tirando sua camiseta, mas se atrapalhou e acabou ficando com os braços presos, todo torto.

— É melhor eu fazer isso – O ajudei e assim que nos livramos da peça, ele paralisou, encarando meu sutiã com os olhos arregalados.

— O que foi? – Olhei para a lingerie procurando algum defeito nela.

— É que...é...eu nunca vi uma mulher assim antes. Quer dizer, não perto ou em cima de mim...

— Espera ai! Você é virgem!? – O interrompi incrédula.

Edward abaixou o olhar para seu colo.

— Sim...- Confessou com a voz baixa.

Ok, eu não esperava por isso. Eu ia ser a primeira do garoto! Eu poderia comandar a situação como quisesse.

Parei de pensar em mim e prestei atenção nele. O pobrezinho parecia estar bem envergonhado com a situação e o clima começava a ficar estranho diante daquele silêncio.

— Ei, você não precisa ter vergonha disso. Na verdade eu acho até bonitinho e o que importa de verdade em um homem é tratar uma mulher bem, e foi o que você fez comigo a noite toda – Tentei animá-lo.

— Eu derrubei você – Ele disse ainda desanimado.

— Tudo bem, você amorteceu minha queda e ainda me levantou. Você é um cavalheiro.

Finalmente, seus olhos se levantaram e se encontraram com os meus.

— Sabe, eu posso nunca ter visto nenhuma outra mulher assim antes, mas com certeza você é a mais linda que já vi – Eu tinha até esquecido que ele estava bêbado; e mesmo assim ele tentava me elogiar.

Desmanchei meu sorriso.

— É melhor a gente não falar nada agora.

E voltei a beijá-lo deitando por cima dele e removendo meu tênis e meu short com certa dificuldade, sem desgrudar nossas bocas. Sorrindo entre o beijo, o ajudei a tirar sua calça. Agora estávamos perto e eu ansiei para que passássemos logo das preliminares, vontade essa que foi reforçada quando o vi apenas de cueca.

— Espera ai... – Ele murmurou entre meus lábios - vai doer?

— Quê!?  - O encarei assustada.

Ele pensou por uns cinco segundo antes de negar com a cabeça.

— Nada não.

De novo, voltamos para onde paramos, mas algo ainda me incomodava.

— Não vai dar não, desculpa.

Me levantei e sentei no sofá e Edward imitou meu gesto.

— O que? Por quê?

— Edward, eu me sinto assediando um cadáver com esses algodões enfiados no seu nariz! E você está totalmente bêbado! Sua primeira vez não merece ser assim! - Eu me lembrava perfeitamente da minha primeira vez e o quanto eu gostaria que ela tivesse sido diferente. Sabia o quanto Edward estava mal por conta da bebida e não queria me aproveitar daquela situação e me sentir mal depois. Por mais que tenhamos bebido quase a mesma quantidade durante a noite, ele se mostrou bem mais fraco do que eu por provavelmente não beber com frequência. Eu estava bêbada, mas já havia passado da fase idiota e migrado para a fase de "tudo girando" - conseguia formar frases inteiras e tinha plena consciência do que acontecia ao meu redor, mas para cada movimento que eu fazia, meus membros ficavam pesados como se pedras estivessem amarradas neles e se ficasse muito tempo em pé, era provável que caísse.

Já Edward, era perceptível seu estado deplorável: Seus olhos estavam apertados e não paravam de tremer, fugindo principalmente da luz, ele não entendia direito tudo o que eu dizia, sorria para o nada, andava tropeçando, falava sem pensar e tinha os cabelos e roupas desgrenhadas, seu topete tinha ido embora, - Ainda bem! - o que eu nem tinha percebido até o momento, e é claro, seu rosto todo sujo de sangue que comprovava qualquer uma dessas observações.

— Eu tô bem, gata. Eu posso tirar essas coisas daqui...

— É melhor não...

Ele puxou os algodões já vermelhos de suas narinas e em poucos segundos, o sangue recomeçou a escorrer.

— Você deveria ir a um hospital - o observei fazer uma careta quando finalmente inalou o ar por seu nariz.

— Eu já quebrei muitos dedos, sou bem resistente a dor, isso não é nada não, é só colocar de volta no lugar assim...

— NÃO FAZ ISSO!

Mas já era tarde demais, o idiota puxou com tudo seu nariz para frente e depois para o lado.

— AAAAAAAAAAHH! – O grito foi tão alto e agudo que me encolhi.

Edward olhou para mim de olhos arregalados, e depois para as suas mãos. O líquido era tanto que me deixou tonta.

— Eu acho que agora você quebrou para o outro lado...

Nos entreolhamos, assustados; ele ainda sem conseguir falar, não sei por conta do choque ou pela dor.

— Calma! Eu vou ligar para alguém vir aqui! MEU DEUS QUAL É MESMO O NÚMERO DA AMBULÂNCIA!? – Me levantei meio tonta, tropeçando em nossas roupas no chão e caindo em cima da mesa de centro – Ai! – Senti uma dor lancinante na minha testa e coloquei a mão no lugar, me fazendo apertar os olhos de dor.

Me levantei cambaleando. Meu lábio inferior também latejava, então passei a língua por ele sentindo o gosto de sangue do corte que acabara de fazer.

Gemi ao notar um vaso – ou o que restava de um vaso – com flores que ficava sobre a mesa, e que agora estava aos cacos, no chão do outro lado de onde eu tinha caído.

— Kate vai me matar...

Mal terminei a frase e ouvi um barulho vindo detrás de mim. Me virei a tempo de ver Edward se encurvar na beira do sofá, suas mãos sujas apoiadas no estofado, e vomitar no chão, a milímetros dos meus pés descalços. Assisti a cena de boca aberta e me arrependi por isso – a ânsia veio forte.

Depois que terminou o trabalho, ele levantou o rosto em minha direção; seus olhos lacrimejando e a boca entreaberta.

— Foi mal – Foi a última coisa que disse antes de cair para o lado, desmaiado.

Meus ombros caíram.

— Foi ma!? FOI PÉSSIMO! – Coloquei as duas mãos na cabeça, sem acreditar em tudo o que acabara de acontecer. Tinha que limpar tudo antes que Kate chegasse e me expulsasse no meu primeiro dia como colega de apartamento. Como eu limparia tudo se não conseguia nem ficar em pé sem tropeçar? Não fazia idéia.

Mas mesmo assim, fui firme – me apoiando em tudo - até a lavanderia. Peguei um balde e enchi com todos os produtos que vi pela frente.

Choraminguei ao limpar o vômito e prometi a mim mesma que nunca mais cuidaria de nenhum outro bebum. Estava sem condições para arrumar o resto das coisas, mas limpar apenas o vômito me deixou aliviada. Uma coisa a menos para explicar para Kate.

Suspirei ao encontrar Edward ainda na mesma posição torta; suas pernas estavam cruzadas embaixo de seu corpo e seu tronco tombado para o lado, seus braços estirados em sentidos estranhos. Com cuidado e muito esforço pelo seu peso, arrumei sua posição, o deixando de barriga para cima.

Me joguei ao seu lado, exausta. Tinha que arrumar uma boa desculpa para toda aquela bagunça antes da Kate chegar – o que eu não sabia quando iria ser. Me virei para o cara que eu tinha conhecido à apenas 5 horas, beijado, levado até minha casa, quase transado, dado conselho sobre virgindade, limpado seu vômito e que agora estava desmaiado ao meu lado. Quem diria que um rostinho bonito como aquele daria tanto trabalho? Ri me divertindo – ainda meio chapada - ao repassar toda a noite em minha mente, neguei com a cabeça e fechei os olhos.

— Porra, Jeremias – Essa foi a última coisa que eu disse; nem percebi quando naturalmente, cai no sono.


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Notas finais do capítulo

Vcs acharam q ia rolar lemon né suas zafradas. Pois é, não foi dessa vez mas continuem acompanhando que ainda vai rolar MUUUUUITA coisa com esses dois + turminha



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