De volta para você escrita por Bhabie


Capítulo 3
Capítulo 3 - Uma nova vida


Notas iniciais do capítulo

VOLTEI mals pela demora.
Queria agradecer a ddefsoul e a breakpinkmysun por serem tão incríveis e me motivarem tanto. Amo vcs



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PDV Edward

— ...e eu quero que me telefone todos os dias e me diga o que aprendeu, siga o plano de estudos e o calendário que fizemos para você. Lembre-se: Nada de namoros, festas, drogas, bebidas, comer mais do que 1500 calorias por dia ou de dormir tarde. A rotina vai continuar a mesma de como é em casa. Então não se esqueça de arrumar a cama todos os dias às 5:30, antes mesmo de ir tomar o café da manhã, que começa às 6:00. Não durma depois das 22:00. Entendido?

— Mãe! A Senhora já repetiu isso milhões de vezes! Eu tenho 18 anos, sei me virar bem - Resmunguei já sabendo que seria repreendido por isso.

— Não use hipérbole Edward, seus professores não gostariam de ouvir isso. Você sabe que falei apenas três vezes. - Ela não mudou a expressão séria enquanto alinhava o meu terno e minha gravata.

— Sua mãe está certa em repetir, sabemos que lá você terá muitas distrações e queremos que as regras estejam fixadas em sua mente.

Meu pai parou ao nosso lado conferindo o relógio de pulso que usava no braço esquerdo.

— O vôo sai daqui à 50 minutos, vão anunciar daqui a pouco. Já está pronto?

— Sim senhor - Respondi com a voz confiante como meu pai, Carlisle, me ensinara quando criança.

O vôo para New Hampshire foi anunciado nos alto-falantes do aeroporto.

— Ótimo, leve as suas malas sozinho, como um homem independente.

— Sim senhor - repeti, desta vez, suspirando ao abaixar para pegar minhas malas.

— Edward, ligue assim que chegar.

— Sim senhora.

— Lembre-se: Você não é todo mundo, você é melhor do que todos, então deixe-os com suas bebidas e sonhos estúpidos. Foque nos números.

— Sim senhora.

— Se você estudar muito, um dia poderá ser tão bom quanto eu sou, Edward.

— Gostaria muito, senhor.

— Ótimo. Mande lembranças à Rosalie e Jasper por nós.

— Sim senhora.

— Até o natal, Edward.

— Até o natal, Carlisle.

Andei desengonçado, arrastando uma grande mala de rodinhas e uma de alças nas mãos em direção ao portão destinado ao meu vôo.

— Edward? - Meu pai me chamou antes que pudesse andar mais.

Me virei confuso.

— Sim?

— Não nos decepcione.

Assenti sério e continuei meu caminho.

Soltei toda a respiração que podia ao me sentar na poltrona do avião.

Coloquei as duas mãos na cabeça não acreditando em tudo o que estava acontecendo. Sorri como nunca sorri antes - eu finalmente estava livre dos meus pais.

— Isso! - Soltei rindo ao dar soquinhos no ar e fazer um dancinha estranha.

Parei ao olhar para o lado e perceber uma senhora e uma criança escolhidas olhando para mim.

Limpei a garganta tentando me recompor. Minha comemoração teria de ser interna, pelo menos por enquanto.

Por 18 anos vivi um verdadeiro inferno com meus pais conservadores e chatos para um caralho.

Eu não tive infância, não poderia brincar com qualquer coisa que envolvesse sujeira, casas, tecnologia, outras crianças ou a cor rosa. Na verdade eu não poderia brincar com nada a não ser sudoku, quebra-cabeças, caça palavras e cruzadas - o que acontecia toda noite de sábado, das 19:00 às 20:00. O resto da semana eu estudava como se minha vida dependesse disso.

Por sorte cresci com Jasper e Rosalie, meus irmãos mais velhos gêmeos, então não posso dizer que não fui feliz.

Tirei a gravata que apertava meu pescoço e encostei a cabeça na janela do avião, fechando os olhos para aproveitar meu primeiro momento de paz em tanto tempo. A faculdade seria a primeira vez que ficaria mais do que 48 horas longe dos meus pais e estava ansioso para fazer cada mínima coisa que me proibiram durante anos. Não que eu já não tivesse feito muitas outras coisas antes, diferente do que Esme e Carlisle achavam, eu e meus irmãos não éramos tão conservadores e certinhos quando eles não estavam por perto.

O curso de economia que me perdoe, mas meu foco principal seria curtir como nunca antes.

 

— Aí está o cara! - Jasper  desencostou da pilastra que estava no meio do saguão do aeroporto quando me viu e Rosalie fez o mesmo - Por favor, me fale que você trouxe outras roupas além de camisa e sapatos sociais.

— Se me obrigassem a trazer mais do que duas gravatas, eu faria questão de me enforcar com elas. Mas que porra você está usando Jasper? Parece um caubói rockeiro que entrou para a aeronáutica depois de ser expulso do exército chinês!- O analisei de cima a baixo negando com a cabeça.

Ele parecia um doido usando jeans apertada, uma jaqueta de couro com franjas, óculos de sol aviador e um horrível coque samurai que prendia seus cabelos loiros.

— Estilo, cara, estilo. É o que usam fora de mansões onde temos que andar apenas de terno e gravata.

— Também é o que os retardados usam. Isso que dá ter total liberdade depois de tanto tempo se vestindo como um mauricinho - Rose veio até mim e bagunçou meus cabelos - Fala aí mané, dormiu muito no avião? A sua cara ta horrível - Ela tirou o pirulito que estava em sua boca apenas para me insultar.

— Bom ver vocês também.

— Fala sério, não se faça de bom moço, você não precisa fingir mais agora que está longe de Esme e de Carlisle. Vem, vamos para o carro.

Rosalie me empurrou para a saída enquanto Jasper pegava uma mala minha.

— Meu sonho era viver nos anos 80, é um inferno não poder fumar em locais fechados - Rose resmungou enquanto acendia seu cigarro sentada no banco do carona da Range Rover.

— Você faz Educação Física, deveria ser saudável.

— Você vai fazer economia, deveria usar óculos e parecer um idiota?

Ela virou para trás e soltou a fumaça em minha cara.

Fiz uma careta para o cheiro.

— Ainda não consigo acreditar em como você convenceu Carlisle a fazer Educação Física.

— Eu sou a princesa do papai, esqueceu?

— Uma princesa fumante.

— Uma princesa fumante não deixa de ser uma princesa.

Rosalie sempre foi a mais mimada por ser a única menina da família e mesmo com toda a pressão que vinha dos nossos pais, ela era a que menos sofria com isso - então em qualquer oportunidade que tinha, eu tirava uma com a cara dela para ficarmos quites.

— Falando em anos 80, você deveria voltar lá e buscar seu cabelo de verdade, acho que você o trocou por um ninho de rato - Coloquei um dedo naquela bagunça, enjoado.

— Isso é um coque frouxo, está na moda!

Ela bateu em minha mão para afastá-la de seu cabelo.

— Assim como Starbucks e a Inglaterra?

— Exatamente.

— Tenho que admitir que senti falta disso - Jasper riu enquanto ligava o carro.

— É verdade, nossos dias não eram tão legais sem você, Ed - Rose fez cara de triste.

— Vaca mentirosa, vocês curtiram pra caralho longe do Alabama!

Os dois idiotas gargalharam.

— Não deixamos de ficar preocupados com você, irmãozinho. Quantos instrumentos Os perfeitos fizeram você aprender desde que nos vimos no natal?

— Três.

— Só? Apostei com Jasper que seriam cinco - Rose franziu as sobrancelhas dando outra tragada em seu cigarro.

— Eu achei que seriam oito - Jasper balançou a cabeça de olho na estrada.

— Eu fiz Aquele negócio de novo para que não fosse mais.

Rosalie olhou para trás com os olhos arregalados.

— Quebrou seus dedos de novo!?

Dei de ombros.

— Apenas dei uns golpes de boxe na parede sem as luvas, quem quebrou foi Deus.

Meus irmãos riram ainda sem acreditarem.

— E deu certo? - Jasper me olhou pelo retrovisor.

Fiz que não com a cabeça.

— Me fizeram estudar a teoria, mas pelo menos não precisei tocar por uns dois meses.

— Qual foi sua desculpa?

Revirei os olhos.

— Como se eles fossem querer saber da nossa vida. Não importa como, fazendo o que eles querem está bom.

Nós três bufamos ao mesmo tempo e ficamos em silêncio até Jasper estacionar o carro.

— Chegamos em nossa humilde residência - Ele comentou assim que saímos do carro.

Assobiei impressionado.

O prédio todo branco ficava no centro da cidade e era o mais alto que eu tinha visto até agora em Hanover. Com certeza era onde os mais ricos da cidade moravam.

— Espera para ver por dentro - Rose cochichou indo em direção a entrada jogando seu cigarro inacabado no chão.

— É oficial: Esme e Carlisle realmente se importam muito com a educação dos filhos!

Soltei ao entrar no duplex digno de capa de revista com seu conceito aberto e janelas do teto ao chão.

— Eu disse - Rose riu e se sentou no tapete da sala - Mas acho que na verdade se importam com a reputação da família mesmo. Não iriam gostar nenhum pouco se algum conhecido ficasse sabendo que estamos morando em algum lugar menos caro do que isso

— Não importa, estamos muito bem! - Me joguei no enorme sofá no centro do apartamento.

— Vocês sabem que não podem se acomodar, né? Na primeira oportunidade eles jogarão tudo Isso na nossa cara - Jasper jogou seus óculos de sol na mesa de centro e se deitou ao meu lado com uma cara fechada.

— Eu sei e não me importo!

— Fale por você! Aqueles velhos são insuportavelmente cha...

"Baby, can't you see? I'm callin'

A guy like you should wear a warnin'

It's dangerous, I'm fallin'..."

”Amor, você não percebe? Estou chamando

Um cara como você deveria ter um aviso

É perigoso, estou me apaixonando...”

Uma música com um ritmo contagiante começou a tocar, interrompendo meu irmão.

—Mano, o que é isso? -  Ele parou para escutar atentamente.

— Ah, meu celular ta tocando. Calma ai que ta em algum lugar por... - Me levantei rapidamente e comecei a procurar de onde vinha a música.

"...There's no escape, I can't wait

I need a hit, baby, give me it

You're dangerous, I'm loving it..."

“...Não há escapatória, não posso esperar

Preciso de um gole, amor, dê isso pra mim

Você é perigoso, adoro isso...”

— Eu to falando da música.

— Toxic da Britney Spears. É como as garotas ficam quando me vêem.

Rose tentou conter um riso e acabou soltando um ronco de porco, o que fez ela colocar as duas mãos na frente da boca, parecendo que ia explodir.

"...Too high, can't come down

Losing my head, spinning 'round and 'round..."

“…Alto demais, não consigo descer

Estou perdendo a cabeça, dando voltas e voltas...”

— Edward, cala a boca e atende logo isso antes que chegue no refrão, está chegando e não me pergunte como eu sei disso! - Jasper se desesperou e balançou as mãos aflito para não começar a cantar.

Finalmente achei meu novíssimo Iphone 4 no fundo da minha bagagem de mão.

— Droga! Esqueci de ligar pros velhos quando cheguei! - Gemi quando vi o nome "Dona Esme" no visor.

"Do you feel me now?..."

“Você me entende agora?...”

— ATENDE AGORA! - Rosalie e Jasper gritaram juntos.

— Sim, Esme? - Atendi faltando milésimos de segundo para o começo do refrão.

— Por que não nos ligou assim que chegou? Está 40 minutos atrasado.

— Me perdoe, fiquei cansado pelo vôo e...

— Sem desculpas Edward, espero que não se porte assim com seus estudos também - Ela me cortou com um tom ríspido.

— A senhora tem razão, eu errei e peço desculpas. Isso não irá se repetir.

— Acho bom. Agora passe o celular para o Jasper, quero saber como foram as aulas extras durante o verão.

— Claro.

Estendi o celular em direção ao meu irmão com uma cara debochada. Ele revirou os olhos antes de arrancar o aparelho de mim.

Me sentei ao lado de Rosalie para assistir a cena.

— ...Sim senhora, as aulas foram ótimas. O Reino Protista é realmente muito interessante...

— Vocês não fizeram nenhuma aula extra nesses meses. Não é? - Cochichei para ela.

Ela deu um risinho baixo.

— É claro que não. Foram apenas nossas desculpas esse ano para não voltarmos para a casa deles nas férias.

— Não julgo, vou fazer o mesmo.

— Aí, você sabe que Britney Spears é algo...tipo assim, que homens que gostam de outros homens curtem, né? Tipo, alguns otários podem tentar te atacar com isso e as garotas podem estranhar.

— Ué, mas qual o problema? Eu também gosto.

— Ai Edward, é engraçado como você tenta ser normal e descolado depois de não ter amigos durante toda a sua adolescência - Ela colocou a mão em meu rosto, fazendo eu me sentir como um bebê – Pode contar comigo para te ajudar a se adaptar.

Droga! Melhor lembrar de trocar a música depois.

Por mais que eu já tenha beijado, tocado em mulheres, experimentado álcool, fumado várias coisas, participado de algumas festas rápidas e votado no Obama pelas costas dos meus pais; eu ainda estava pegando o jeito de me enturmar.

— Valeu por avisar, Rose-linda.

Apertei uma bochecha dela.

— De nada, Edward-dedos-quebrados.

Paramos de sussurrar assim que Jasper desligou o telefone.

— Agora vou ter que estudar o Reino Protista feito um condenado! Eles ficaram super interessados e querem conversar sobre isso no natal - Ele suspirou colocando as mãos na cintura - E Rose, eles também querem saber sobre suas aulas de Cinesiologia.

Rosalie engasgou.

— Eu nem sei o que é isso!

— Então é melhor estudar - Eles trocaram um olhar angustiado.

— Ei Jazz, por que não pede ajuda a Kate? Ela ta no último ano de biologia, não é? - Sugeri.

— Sai fora, aquela ali fala tanto que a língua dela deve ter vida própria. Prefiro estudar sozinho.

Infelizmente era verdade.

— Não entendo essa tradição idiota de família de mandar todo mundo pra Dartmouth. Eles acham que seremos superiores? Isso mais me parece uma competição idiota entre a Dona Esme e a tia Carmen para saberem quem tem os filhos mais inteligentes.

— Ta bom, mas...vocês não saíram com nossa prima nenhuma vez desde que vieram? Ela não é chata.

— Saímos uma ou duas vezes, ela é frenética demais para nosso ritmo. Você sabe, gostamos de intensidade e adrenalina contanto que não envolta muitos gritos ou abraços com mais de 2 segundos.

Rose pegou outro cigarro do bolso da calça jeans e o colocou na boca.

— Você vai fumar DE NOVO? E dentro de casa?

Ela pegou o isqueiro para acender mas parou no meio do caminho.

— Oh, perdão! Eu posso, mamãe? – Ela ironizou antes de continuar.

— Relaxa cara, aqui podemos fazer o que quisermos. – Jasper riu.

 - O cheiro é horrível – Choraminguei.

— O SEU cheiro é horrível e nem por isso reclamo.

Que ridícula, eu usava muito perfume.

— Cala a boca, gorda!

Ela arregalou os olhos e apontou o cigarro na minha direção, levantando do sofá.

— VOCÊ NÃO DISSE ISSO!

— Eu disse.

— VOCÊ É UM MERDA!

— Você me chamou de FEDIDO!

— VOCÊ ME CHAMOU DE GORDA! ISSO NÃO SE FAZ!

— É cara, isso não se faz – Jasper balançou a cabeça colocando mais lenha na fogueira. O encarei incrédulo.

— Foi uma brincadeira! Não sabia que você era tão sensível!

— Cara, não piora a situação – Meu irmão colocou as duas mãos na cabeça.

— Peça desculpas!

Ela cruzou os braços, esperando.

Levantei as mãos em defesa.

— Tudo bem, me desculpa Rose, não quis ofender você. Agora venha aqui, me dá um abraço vai – Abri os braços e fui na direção dela.

— Se tocar em mim, morre.

— Como é bom a família reunida.

 

Depois de dormir por 3 horas, tomar um banho e desfazer – ou tentar desfazer – minha mala, comecei a arquitetar meu plano para desfazer todos os meus anos de atraso; em todos os sentidos.

— E ai, o que vamos fazer hoje, hein? Conhecem alguma festa por aqui?

Surgi na sala e encontrei os gêmeos assistindo um filme de terror.

— Claro que sabemos onde tem festa, isso daqui é uma cidade universitária, tem festa todos os dias e hoje tem lá na boate atrás da rua principal, fica a umas duas quadras daqui – Rose respondeu sem tirar os olhos da televisão.

— Beleza, então vão se arrumar!

— Cara, nós não vamos não – Jasper falou com a boca cheia de pipoca.

— O que!? Fala sério gente, achei que fossemos curtir juntos! Me sinto traído!

— Senta ai e assiste o filme pra gente curtir juntos então.

Me joguei no sofá e cruzei os braços fazendo bico.

— Não sabia que eram tão certinhos longe do Carlisle e da Esme.

Jasper suspirou pesadamente, largou o balde com a pipoca na mesa de centro e se virou para mim.

— Cara, estamos aqui a dois anos, já curtimos tanto que nossos apelidos em Dartmouth são “O cara chapado” e “A loira do ecstasy”. Já fomos em três festas essa semana, tomávamos vodca no café da manhã, eu já transei mais do que um coelho, a Rosalie já pegou mais mulher do que você um dia vai pegar, eu já vi um cara ser esfaqueado nas costas por briga idiota de irmandade e mesmo assim continuar bebendo na festa com o sangue sujando tudo. Edward, eu vi coisas absurdas, eu sei coisas cabulosas, nós fizemos muita merda. E hoje, meu querido irmão, queremos uma folga disso. Sexta nós voltamos para essa vida.

Pegou a pipoca e voltou a prestar atenção no filme.

Minha boca estava aberta, mas meus olhos estavam brilhando.

— Eu quero viver tudo isso também! Mas já que vocês não vão então eu vou dar um jeito! – Levantei decidido.

Entrei no meu quarto para não atrapalhar mais o filme e disquei o número em meu celular.

— Alô?

— E ai Kate, aqui é o Edward.

— Oi primo!

— Você ta sabendo que eu cheguei hoje em Hanover?

— Claro que sim!

— Então, os chatos do Jasper e da Rosalie não querem sair comigo, então pensei em chamar a prima mais linda desse mundo. A Rose disse que hoje tem festa lá na rua princial, acho que você sabe onde é. Você vai ir, né?

Não sei ainda, a garota que vai dividir apartamento comigo chegou hoje...

— Kate! Eu estou sozinho em uma cidade desconhecida, os meus irmãos me deixaram! Eu vivi ANOS da minha vida preso e não te vejo desde que seu cabelo tava no ombro e...

— Tudo bem, para de drama, eu vou sim!- Ela me cortou

— Isso! Kate você é maravilhosa, eu te amo! Eu chego lá 20:30.

— Também te amo, beijos insuportável.

Desliguei o celular quase pulando de alegria e fui me arrumar.

 

20:30 eu adentrei a boate escura lotada de adolescentes bêbados com identidades falsas e me senti em casa. Aquilo foi o que eu sempre quis viver, o som alto, as músicas que eu só podia ouvir escondido, o meu corpo reagindo ao álcool, garotas maravilhosas a minha volta. Eu estava no paraíso.

Ajeitei minha camiseta branca e o meu cabelo quando três meninas passaram por mim rindo. Fiquei encarando elas irem embora feito um bobo sem conseguir reagir.

Porra Edward, vamos acordar pra vida! Você tem que chegar junto!

Apertei o passo e consegui chegar perto das meninas. Toquei no ombro de uma com o cabelo Black Power e ela se virou para me encarar.

 A música estava alta, então eu teria que falar mais alto ainda.

— E ai gata, você err...muito bonita né, então eu queria saber se você ta a fim de...- Pensa Edward, pensa! Você pode chamar ela para dançar, ou se oferecer para pagar uma bebida, ou chamar para sair ou pedir ela em casamento...- beber alguma coisa?

Limpei o suor das mãos na calça jeans quando reparei nas outras duas meninas nos olhando e dando risinhos.

A garota sorriu.

— Obrigada pelo convite, mas eu namoro.

Acho que fiz uma cara de arrasado.

— É que você passou por mim me encarando muito então eu achei que...

— Sua camiseta está ao contrário – ela franziu o cenho, demonstrando pena e se virou indo embora.

Meus ombros caíram.

Ninguém disse que ia ser fácil, mas puta que pariu esse foi o maior mico que paguei na minha vida.

No Alabama eu nem precisa fazer esforço para dar uns beijos – quando conseguia despistar meus pais- todo mundo conhecia minha família, todos conheciam o Pastor Carlisle Cullen que fez fortuna e abriu uma empresa multimilionária de telemarketing. Ter Cullen no nome facilitava tudo. Mas aqui, eu era apenas um estudante qualquer com a roupa do avesso.

Depois que fui até o banheiro e coloquei a camiseta do lado certo, eu me sentei no bar e pedi uma cerveja. Tomei a bebida bem devagar, cabisbaixo.

Dei um pulo quando senti alguém cutucando minhas costas.

— O que!? – Saltei do banco olhando para trás.

A loira gargalhou.

— O que foi primo, ta na fossa? Parece que acabou de ser rejeitado – Kate conseguiu dizer quando parou de rir – Anda vem aqui, me dá um abraço, já faz muito tempo que não te vejo.

Nos abraçamos por uns cinco segundos e então Kate pareceu se lembrar de algo.

— Ah! E essa daqui – ela puxou uma menina morena de algum lugar atrás dela – é a Isabella. Ela que vai dividir o apartamento comigo! – Kate balançou a menina pelos ombros com animação e eu tive dó dela.

— Oi, eu sou Edward, primo da Kate.

— É, seu sei – Ela respondeu indiferente colocando as mãos nos bolsos do short.

É, fui maltratado de novo.

— Então, a Bella vai fazer medicina e eu estou tão animada, queria até ficar mais alguns anos só para continuar morando com ela! Nos conhecemos hoje e eu já sinto que somo melhores amigas e...LARA! LARA EU TÔ AQUI! – Kate começou a balançar os braços pro alto tentando chamar a atenção da Lara, o que pareceu não funcionar – Calma ai galera, vou ir falar com uma amiga e já volto!

E me deixou sozinho com a menina.

Nos olhamos assustados sem saber o que fazer; até que ela de novo fez uma cara indiferente e se sentou no banco ao meu lado. Mesmo com o coração ainda frágil com o fora – aquilo foi um fora?- que eu tinha acabado de levar, decidi tentar.

— Então, você vai ser médica né – Que bosta eu falei mano.

Ela fez uma careta, ainda olhando para frente me ignorando.

— Não quero falar sobre isso aqui, hoje é o único dia que vou curtir antes de afundar minha cara nos livros então...

— Por que o único dia?

— Porque sim.

— Por que não quer falar sobre isso aqui?

Ela finalmente se virou para mim, irritada. Isabella era bonita, a sua pele estava levemente bronzeada e os seus olhos verdes eram brilhantes.

— Você é sempre tão curioso assim?

— Você é sempre tão linda assim?  - Mandei sem pensar e me surpreendi por não gaguejar.

Ela sorriu. Ponto para mim!

— Apenas nas horas vagas.

Sorri de volta.

Isabella desfez nosso contato visual e pediu alguma coisa que não entendi ao barman que colocou quatro pequenos copos com tequila na frente dela, que pegou um deles e virou tudo de uma vez fazendo uma careta depois de engolir.

Arregalei os olhos.

— Como você consegue beber isso!?

Ela deu de ombros.

— Como eu disse: Único dia. Vai me acompanhar ou ficar ai parecendo que foi corno? – Isabella deslizou um dos copos para mim e eu o peguei.

— Vamos no três? – ela me desafiou e eu sorri de lado, concordando com a cabeça.

— Um...

— Dois...

— Três! – Dissemos juntos e viramos a dose.


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Notas finais do capítulo

Esse foi o maior capítulo q já escrevi e até agora, meu favorito. Digam o que acharam. Agora só quero fazer capítulos maiores assim, mas isso tbm exige mais tempo então não tem previsão de quando sai o próximo. É nois quebrada



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