Getaway Car escrita por AnaLu


Capítulo 8
Capítulo 8 – Love is in the air? Nem tanto…


Notas iniciais do capítulo

Hey Hey! Capítulo fresquinho!!



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Capítulo 8 – Love is in the air? Nem tanto…

Estacionei a picape na entrada da casa dos Cullens, grata por ter acertado o caminho e não me perdido no meio da floresta. Caminhei em direção a porta com mil coisas na cabeça, Alice não fora muito clara em sua mensagem, apenas disse que precisava de mim ali.

Toquei a campainha e não demorou para Esme vir atender a porta, simpática como sempre.

— Bella! Que bom que está aqui!

— Boa tarde, Esme, espero não estar incomodando, mas Alice me chamou... – comentei ao vê-la com roupas de ginástica.

— Ah, imagina, não incomoda nada, pelo contrário, acho que minha filha está precisando de uma amiga. – Ela sorriu e então me direcionou para dentro da casa. – Estava terminando minha yoga, gosto me exercitar aos domingos, aproveitar os raros momentos de tranquilidade nessa casa.

— Ah então esse é o seu segredo de saúde? – Perguntei divertida.

— Ah não querida, esse seria ter me casado com um médico. – rimos juntas de sua resposta.

Em seguida ela me ofereceu todos os tipos de comida possíveis, que eu neguei educadamente, uma vez que ainda estava cheia do brunch da Sue.

— Bom, sendo assim fique à vontade, querida, o quarto da Alice é o segundo a esquerda, subindo as escadas. Qualquer coisa é só me chamarem.

— Obrigada, Esme. Licença.

Subi então seguindo as instruções da Sra Cullen, e adentrei em um quarto previsivelmente rosa. Tudo ali gritava Alice Cullen. Havia almofadas peludinhas, posters de moda na parede, uma enorme penteadeira, murais cheios de esquetes de moda e até um manequim envolto por tecidos.

Fiquei alguns momentos perdida observando o quarto e acabei demorando para me dar conta que não havia nenhum sinal da dona dele.

— Alice?

— Bella! Aqui! – ouvi sua voz abafada vindo de trás de uma porta. Ela estava escondida no closet. – Eu moro aqui agora.

— Alice, isso é sério? – perguntei desacreditada.

— Claro que é!

— Mas o que houve? – tentei descobrir.

— ...

— Alice!

— O quê?

— Saia daí! Vamos conversar, me explica o que aconteceu! – eu já estava ficando preocupada.

— Não, Bella, eu ainda estou envergonhada demais.

— Tudo bem... você me conta se eu entrar aí com você?

Ela não respondeu então eu assumi aquilo como um sim. Entrei então no closet da caçula Cullen, que estava sentada no chão embaixo de uma arara cheia de roupas. Me sentei ao seu lado, o ombro colado ao dela, e fiquei em silêncio, dando-lhe espaço para começar a falar quando se sentisse confortável.

— Eu tentei ter um encontro com o Jasper. – ela finalmente falou.

— Alice! – respondi animada, mas logo lembrei que ela não estava muito feliz, então abaixei o tom de voz para perguntar – E ai? Como foi?

— Desastroso!

— Ah! Qual é... não pode ter sido tão ruim assim... vocês estavam se dando super bem aquela noite no boliche.

— Primeiro, eu tenho quase certeza que ele não notou que era um encontro. E segundo, ele teve que ir embora cedo... para o hospital...por minha causa! – ela exclamou e em seguida escondeu a cabeça entre seus joelhos, que estavam erguidos e dobrados a sua frente.

— Meu deus, Alice!

— E eu ainda não disse o pior! – ela me olhou com os olhos arregalados - Agora eu tenho... isso.

Em seguida Alice puxa uma caixa de papelão que estava ao seu lado. Me inclino para ver o que tem dentro e encontro um filhote de gato dormindo tranquilamente em meio a cobertores de flanela. Ele era lindo, todo branquinho, mas com algumas manchas pretas espalhadas pelo corpo. Fiquei hipnotizada pela criaturinha por um tempo até me lembrar da história e então fazer o link.

— Caralho, Alice! – eu posso ter gritado de novo nessa hora. -  Ele é alérgico!

— Eu sei disso agora, muito obrigada. – Ela disse emburrada cruzando os braços.

— Mas como?

— Bom, você sabe que eu já estou há um tempo afim dele e, principalmente depois daquela noite no boliche, eu fiquei com muita vontade de sair com ele. O problema é que o convite não rolou de jeito nenhum, de nenhumas partes. Então eu decidi tentar criar um encontro espontâneo, porque ai não teríamos tanta a pressão do “primeiro encontro” e também daria uma margem para dar errado. Eu só não imaginava o quanto podia sim dar errado.

“Eu fui até a feira de orgânicos que tem perto da catedral, pois sabia que o encontraria lá. Até aí estava tudo sob controle, fingi que era coincidência e logo começamos a conversar. Eu tinha feito uma pesquisa em casa para poder entender mais do assunto e até fingi que amava cozinhar para impressioná-lo e a coisa fluir melhor...

— Meu deus...– a interrompi interessada.

— O quê? Eu gosto de me preparar!

— Nada, não, continue, por favor.

— Enfim, já estava meio que acabando e por mais que estivesse indo bem, ainda não tinha rolado uma conexão entre a gente... então eu meio que agi por desespero. Eu disse a ele que eu estava querendo fazer algo muito importante hoje, mas não sabia se conseguia sozinha, e que seria uma surpresa para minha família. Ele prontamente concordou, então achei que ele estava na mesma vibe que a minha.

— Oh Alice...

— Ai eu arrastei ele para a parte de adoção de animais. E eu amo gatos! Então pensei que esse poderia ser o meu momento de impressioná-lo com meus conhecimentos, da mesma forma que ele fez comigo. Então eu fui falando e falando e falando, me sentindo a expert. E enquanto eu falava ia mexendo nos gatos, pegando no colo, passando para ele. Eu estava tão nervosa que só agia, não pensava.

“Até que eu ouvi alguém gritar ‘chamem um médico!’ e ao olhar para o lado vejo ele todo vermelho e com uma puta dificuldade para respirar. Eu fiquei desesperada! Então liguei para o Edward que falou para o encontrarmos no hospital.

— Céus... Alice. E ele está bem?

— Sim, sim. Segundo o Edward foi uma reação fraca até e ele já pôde ir para casa descansar. Eu senti tanta vergonha com tudo aquilo... eu nem me despedi direito, só pedi mil desculpas e fui embora.

Seus olhos estavam marejados quando ela terminou de contar a história e, por mais que tenha sido uma situação cômica, não pude deixar de me sentir mal por ela. Sei o quanto ela estava sonhando com esse momento.

Então falei coisas fofas para consolá-la e a deitei em meu colo, onde comecei a acariciar seu cabelo. Ficamos um tempo assim, em silêncio, até que eu decidi quebrá-lo com algo que estava rondando minha cabeça.

— Mas Alice... uma dúvida.

— Hun?

— Em que momento dessa história você pegou o gato?

— É.... então. – Ela respondeu se levantando de meu colo - Depois que eu saí do hospital.

— Mas por quê?

— Eu sei que vai demorar um tempinho, mas eu pretendo conversar com Jasper de novo e não quero que ele sinta que seu ataque de alergia e sofrimento foram em vão! – Não pude deixar de rir com sua resposta, essa garota não existe mesmo.

— Mas o que você fará com o gato?  

— Eu pensei em algo... já tinha pensado nisso antes e eu e Edward tínhamos planejado algo assim, mas na época não parecia ser o mais saudável. Mas agora acho que seria perfeito.

Acho que ter desabafado lhe fez muito bem, pois em seguida se levantou como se nada tivesse acontecido e começou a se preparar para a “entrega do gato”. Sim, foi assim que ela decidiu chamar seu projeto.

Ela ligou para Edward o chamando para vir a casa de seus pais e quando ele chegou ela explicou para nós três, eu, ele e Esme (Carlisle estava fora da cidade para um congresso), a sua fantástica ideia. Estou descrevendo com certa ironia por conta de seu entusiasmo exagerado, mas a ideia em si era muito boa.

O plano deles era dar o bichinho para Emmet, pois já foi comprovado cientificamente o quão bem eles fazem no tratamento de pacientes psiquiátricos e, nesse caso, poderia ser muito bom para que Emmet volte a se sentir responsável e amado e importante, além da companhia e diversão, é claro.

Eu comecei a me sentir um pouco intrusa naquele momento que parecia ser tão família, mas eles insistiram que eu ficasse e eu não me opus também porque estava doida para ver a reação de Emmet.

— É ele! É ele! – Alice gritou ao avistar seu carro pela janela. – Todos a postos.

Nos posicionamos na sala, eu, Esme e Alice, conversando no sofá. Enquanto Edward se escondeu na cozinha com o gatinho, que agora já estava acordado e doido para brincar pela casa. De repente, então, a porta se abre com um Emmet gritando.

— Famiiilliiaaaaaaaaa.... e Bella – ele completou ao me ver – Cheguei!

— Emmet! Meu filho, que bom que chegou! – Esme se levantou animada. – Temos uma surpresa para você!

— Não, mãe! – Alice cochichou de forma irritada – Não é essa parte ainda.

— Oh, desculpa filha eu confundi com o – Esme não conseguiu terminar de falar pois nessa hora aparece um Edward desesperado atrás de um vulto branco.

— Ele fugiiiiuu!! – Ele gritava, até que conseguiu interceptar o gato e pegá-lo de volta no colo.

— Poxa vida! Era muito difícil mantermos o que ensaiamos? – Alice perguntou incrédula.

— Gente... o que está acontecendo? – disse um Emmet bem confuso.

— Você ganhou um gato, YAY! – Alice respondeu dando pulinhos e desistindo total da encenação.

Em seguida a cara do Cullen mais velho passou de confusa, para incrédula e então, muito, muito feliz. Achei que o cara ia explodir, mas ao invés disso foi pegar o gatinho das mãos de Edward. Era impressionante o contraste de tamanho entre os dois.

Ficamos os próximos minutos paparicando o gatinho, que era demais. Ele era daquele tipo bem ativo e queria escalar absolutamente tudo, principalmente o seu dono, que estava adorando tudo aquilo.

— Ok, ok, ok. Acho que tenho um nome! – Emmet se levantou com o gato na mão e em seguida reproduziu a cena do Rei Leão. – Eu apresento a vocês... o PetiGatô! (sim, nesse caso se escreve como fala).

— É óbvio que você não escolheria um nome normal, né grandão? – Edward perguntou tirando sarro.

— Cara, olha quem fala, seu cachorro chama Dog!

— Ok... talvez você tenha um ponto.

— Poxa... achei que você tinha gostado do nome Roberto – Alice disse com um biquinho.

— Nah... fica para o próximo! – Ele disse divertido. – Mas família, e Bella, já que estamos reunidos aqui. Com exceção do papi, mas logo ele já vai saber das fofocas. Eu tenho um comunicado a fazer!

Todos ficamos sérios em expectativa até ele completar:

— Eu e Rose estamos namorando! – Ele disse de uma vez. – Por favor, não façam muito escândalo porque ela é tímida e...- ele nem pode terminar de falar porque em seguida seus irmãos se entreolharam e então passaram a correr em círculos pela sala gritando.

— É tetraaaaaaaaaaaaa!

— Filho, isso é maravilhoso! – Esme disse emocionada, ignorando completamente a besteira dos outros filhos.

— Parabéns Emmet! – eu disse feliz lhe dando um soquinho no ombro. Realmente me fez muito bem saber daquela notícia e também pude perceber o quão importante aquele momento estava sendo para a família.

Diante a isso, então, achei que seria melhor eu ir embora e deixá-los curtirem seu momento em família. Esme insistiu para eu ficar para jantar, mas eu neguei educadamente. Até porque, tinha mais uma coisa que eu precisava fazer naquele dia.

Me despedi de todos e entrei na picape, rumo ao apartamento de Jasper. Eu sei que talvez eu não devesse me meter dessa forma, mas assim, não é como se isso não me afetasse também. E, depois das proporções que chegou hoje, essa história está claramente precisando de uma mãozinha, seja para começar ou para ter um fim de vez.

Ele pareceu bem surpreso no interfone quando eu me identifiquei, mas prontamente me chamou para entrar. Seu apartamento era bem pequeno, e integrava sala, quarto e cozinha. Nos sentamos em seu sofá após eu recusar o café que ele me ofereceu, ele parecia bem cansado e a última coisa que eu queria era incomodá-lo. Talvez só um pouquinho.

— Soube que esteve no hospital hoje... como está?

— Estou bem... fazia tempo que a minha alergia não atacava então acho que os sintomas foram mais fortes, mas estou bem agora.

— Ah, que bom! Eu não faço ideia de como deve ser, mas espero que não aconteça de novo.

— Eu também, eu também. – rimos juntos.

— Bom, eu não vou me demorar aqui, pois sei que você precisa descansar. Só preciso te mostrar essa foto. – disse enquanto abria meu celular e buscava por uma foto que eu tirei essa tarde. Era Emmet com seu gato no ombro, olhando para ele e sorrindo todo feliz.

— Então era para ele? – Jasper pergunta sorrindo para a foto.

— Esse é o PetiGatô. Ele ficou muito feliz Jasper, você tinha que ver... a uma certa distância, claro.

— Ah que bom, fico feliz. Gatos são incríveis mesmo... uma pena que eu tenha essa sensibilidade.

— Uma pena mesmo..., mas bom, agora vamos ao que me trouxe aqui... – disse guardando o celular de volta no bolso e olhando séria para ele. - Você sabe o que foi isso? Já havia percebido certo interesse?

— Talvez... – ele respondeu pensativo. – É complicado...

— Porque assim, você não é obrigado a corresponder a nada, mas do jeito que está, está estranho, e perigoso também. Não vim aqui falar para você fazer isso ou aquilo, só dá uma refletida, pensa sobre os últimos momentos, sobre o que você sente e então seja sincero consigo mesmo e com ela... Seja mostrando que quer ou que não quer, ou talvez até experimentando.

— Talvez você tenha razão... eu estou meio em um estado de negação querendo afastar tais coisas de mim e evitar problemas, acho que ainda não parei para pensar o que realmente eu sinto.

— Eu não vim fazer uma intimação nem nada, só fiquei preocupada. Eu gosto muito de vocês dois e quero apenas que o melhor saia disso tudo, estando vocês juntos ou não.

— Obrigado, Bella.

— Que isso, estamos aqui para isso – Disse-lhe sorrindo. - Bom, agora descanse chefe, que amanhã é um novo dia.

— Yay! – Ele respondeu sem animação alguma.

Nos despedimos e eu desci em direção a picape. Hoje tinha sido um dia intenso e, mais uma vez cá estava eu me metendo na vida amorosa dos outros.

Entrei no carro rapidamente buscando me esquivar do vento frio que fazia do lado de fora. Antes que eu pudesse ligar o carro meu celular apitou indicando uma nova mensagem de um número desconhecido. Gelei por alguns instantes pensando em quem poderia ser.

Mas era apenas uma foto de Rosalie, Emmet e o PetiGatô. Com uma mensagem:

 “Fiz o que me aconselhou. E tem sido maravilhoso! Obrigada! Agora é a sua vez... estou aqui se precisar de algo. – Rose”

Nada mal, cupido Bella, nada mal. Pensei comigo mesma sorrindo, e em seguida liguei o carro doida para chegar na pousada e tomar um banho.


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Notas finais do capítulo

Eeeee ai? O que acharam?

Tenho sentido falta de alguns comentários, o que só me faz ficar mais curiosa para saber o que vocês tem achado!!

Nesse capítulo eu quis investir mais em outros casais, mas podem ter certeza que no próximo terá muuuuito Beward! Ansiosos? O que imaginam que pode acontecer?

Bjssss e até domingo que vem!



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